Os neocons saíram do armário

Desde o início do Dossiê Veja do Nassif uma coisa me intrigou: o silêncio daquela indústria que imprime milhares de páginas semanais em suas variadas publicações. Não esperava uma réplica sincera, longe disso, mas contava com alguma resposta, mesmo que falsamente jornalística. Confesso que o desenho das minhas expectativas era medonho. Vasculhariam a vida de Luis Nassif até a quinta geração. O resultado seria talvez uma reportagem que denunciaria qualquer coisa, nem que fosse o avô que tirava meleca na sala de aula. Nada, silêncio total. Apenas sei que a revista o processa. E que o advogado da parte que reclama disse a imprensa:

“O jornalista, no seu sacerdócio, deve ser sereno como um juiz, honesto como um confessor, verdadeiro como um justo.”

Com tais belas palavras, imediatamente pensei em Reinaldo Azevedo, um dos reclamantes, muy notório pela serenidade. Hilário!

Mas, nada. E nada, nada, nada.

Inevitavelmente, do silêncio imaginei uma confissão de culpa. E seguiu o baile.

Agora, tardiamente, alguém que está envolvido nas denúncias veio às falas. E condena Nassif. Não está só. Precisou de intérpretes e advogados.

Entre eles, para minha maior surpresa, estava Idelber Avelar, professor de português e espanhol na Universidade de Tulane, em New Orlens, dono do O Biscoito Fino e a Massa, um dos mais antigos e clicados blogs, por quem devoto grande respeito e admiração. Idelber tem uma pauta de assuntos sempre interessantes. Sua marca é o bom texto, ótima moderação com a cabeça fria para negociar divergências. Neste caso, contraditoriamente, fecha com um dos lados, que frauda polêmica para reagir contra a Luis Nassif.

A parte que se defende e acusa é Janaína Leite, repórter da Folha de S.Paulo, citada no tal dossiê por ter feito matérias que beneficiariam Daniel Dantas, do grupo Opportunity. O que ela diz? Muito pouco sobre o que Nassif a acusa. Diz que são ilações, nada há o que prove seus compromissos com Dantas.

Pausa para uma memória história: Daniel Dantas é uma praga. Natural que ninguém entenda corretamente o que ele faz na sociedade brasileira. Nada quase é dito na imprensa diretamente. Ele só opera nos bastidores, nas sombras, a custa de uma atuação empresarial agressiva e de bons mimos ao mercado. É considerado por seus fãs como o melhor “player” do capitalismo moderno brasileiro. Traduzindo, é o mais competitivo jogador do tabuleiro de monopólio em nossa terra. Ganhou muito em “inside information” do Plano Collor, muito mais se imiscuindo nas privatizações do sistema telefônico brasileiro. Baiano, é cria de Antônio Carlos Magalhães, que o tinha quase como um filho. Para ACM, Dantas fornecia ilícitas gravações de ligações telefônicas de seus desafetos, que eram usadas muitas vezes em plenário para acuar as vítimas de infidelidade matrimonial, partidária ou outras infâmias. Por este motivo, Toninho Malvadeza também era chamado de “grampão”, o que motivou a herança para seu neto deputado da jocosa alcunha de “grampinho”. Fecha memória.

E o que mais diz Janaína em seu blog? Que Nassif foi beneficiado pelo governo de Lula, via BNDES, em perdão de dívida de R$ 1.901.297,34, o que o comprometeria na legalidade de suas acusações. Denúncia que não dura muito. No próprio blog do Idelber, comentário de leitor, funcionário do banco estatal, explica que dívidas neste banco têm vários andamentos possíveis de renegociação. Nassif refuta o perdão, explica ter sido uma negociação e lembra que é fato anterior ao seu Dossiê Veja. Nada determina uma correlação de causa e efeito.

Janaína contou com o apoio de um conhecido blogueiro, advogado, que atua em sua defesa: Gravataí Merengue, ou Fernando Gouveia, seu nome verdadeiro. Em seu blog, um dos mais antigos da blogsfera, expele um amontoado de letras para fazer valer sua notoriedade como polêmico polemista, tal qual dito recentemente pela vereadora Soninha, ex-PT, de quem era chefe de gabinete. Sua notoriedade maior é a de ser um crítico e militante radical contra toda a manifestação de esquerda na internet. Recentemente usou sua verve contra André Lux, antigo blogueiro, em baixíssimo nível de crítica; contra Renato Rovai, diretor da revista Fórum, o acusando de ser beneficiário como empresário do governo Marta Suplicy. Em todos os casos houve reação.

De tudo, o que mais me incomoda, é ver o professor Idelber enredado na mais clara artimanha política. Não há duvida, e isso pode ser claramente comprovado, que Janaína Leite e Gravataí Merengue são nítidos neocons, que têm Reinaldo Azevedo em seus links favoritos e Mainardi como amigo. Os dois, portanto, têm envolvimento com parte da disputa em questão.

De minha parte, continuo acreditando que Nassif presta o melhor serviço a este país, ao denunciar o comprometimento da mídia com os mais escusos dos interesses, seja o de favorecer empresários corruptos ou ao projeto ideológico do mais deslavado golpismo. Natural que tentem agora, mesmo que tardiamente, de forma atabalhoada e simplória, o atacar.

E muito triste estou em ver o blog de Idelber, tão lido, ser envolvido nesta bussanha.
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O PIG e sua cortina de fumaça

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Ah, se fosse Petrobrax...

Miriam, a suína, como diz a nossa Kelly, não gosta da Petrobras. Adora a Vale. Ah, a Vale, que exemplo de gestão. Uma empresa que tinha a maior mina de ferro do mundo, patrimônio milionário, nas mãos erradas... Por isso teve que ser vendida por menos do que lucrava em 4 meses. Ah, a Vale, e seus jovens gestores. Quanto progresso. Se a Petrobras fosse agora Petrobrax, como FHC e seus mauricinhos tucanos queriam, como tudo seria diferente.

Por exemplo, dona Miriam conseguiria um furo de reportagem. Teria obtido do diretor-geral da ANP a informação e divulgaria no Bundinha Brasil. Renato Machado teria dado um flash antes da fala, diria: “Exclusivo, no próximo bloco Miriam Leitão revela a descoberta de um novo poço de petróleo milionário na costa brasileira”.

Ah, se fosse Petrobrax.
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Novidades nas eleições municipais do Rio de Janeiro, Fortaleza e Belo Horizonte

No Rio de Janeiro, o candidato líder nas pesquisar, Marcelo Crivella (PRB), da base de sustentação do governo Lula, amplia sua aliança política, o que lhe garante maior tempo no horário gratuito de televisão. A chapa de Crivella contará com PR, PTB e PT do B, além do próprio partido PRB. Segundo Crivella, “estamos procurando apoio dentro da base do governo”. O candidato reforça a idéia de aliança política entre os governos municipal, estadual e federal para enfrentar os desafios e problemas do município. O PTB deverá indicar a vice. A vereadora Cristiane Brasil (PTB), filha do ex-deputado cassado Roberto Jefferson, é uma das indicadas para a vaga de vice na chapa.

O ponto fraco da campanha do senador era o baixo tempo de televisão. Inicialmente, sua aliança restringia ao PRB e PT do B, dois partidos nanicos e com pouco tempo no horário eleitoral gratuito. Com a ampliação da aliança, seu tempo de televisão dá um salto, o que é extremamente positivo para sua candidatura. O grande empecilho agora do candidato é a rejeição bastante elevada, o que pode criar dificuldades num hipotético segundo turno. Clique aqui para saber mais sobre as eleições no Rio de Janeiro.

Em Fortaleza, a candidata do PT Luizianne Lins também ampliou sua aliança com vistas à reeleição. O PMDB passa a integrar sua coligação, juntando-se ao PSB, PC do B e PT. A única candidatura definida é do deputado federal Moroni Torgan (DEM), em aliança com o PP. Outro possível candidato é o ex-governador Lúcio Alcântara (PR). Mas a candidatura bastante aguardada é da senadora Patrícia Saboya (PDT), ex-mulher de Ciro Gomes (PSB). A senadora busca aliança com o PSDB de Tasso Jereissati, que já demonstrou interesse em apoiá-la. O empecilho é a posição dos partidos em nível nacional.

O fato concreto é que candidata do PT enfrenta uma rejeição grande, embora tenha uma aliança bem consolidada. A candidatura de Patrícia Saboya (PDT) pode dificultar os planos do PT de continuar à frente da prefeitura de Fortaleza. Por outro lado, a senadora enfrenta uma aliança mais frágil, com tempo menor de televisão e uma rejeição cada vez maior ao clã Jereissati.

Já a candidatura de Moroni Torgan (DEM) sempre inicia bem nas pesquisas. Uma razão é o recall, foi candidato nas últimas eleições. E também é que uma parcela do eleitorado acredita no discurso mais duro contra a violência, embora essa não seja uma atribuição do prefeito. Sinceramente não acredito que vença num eventual segundo, seja contra Luizianne Lins (PT) ou Patrícia Saboya (PDT). A população de Fortaleza é mais de centro-esquerda, o que torna difícil uma vitória de centro-direita (caso de Moroni Torgan).

Em Belo Horizonte, a novidade era aguardada. É que o PT municipal aprovou a aliança com o PSB, com apoio do PSDB. O PT deverá indicar a vice, que deverá ficar com o deputado estadual Roberto de Carvalho, ligado ao prefeito Fernando Pimentel. A aliança expôs um racha entre as lideranças petistas no Estado, ficando contrários à aliança os ministros Patrus Ananias e Luiz Dulci, bem como o presidente do PT no Estado, Reginaldo Lopes. Clique aqui para saber mais sobre a aliança PT-PSDB (Pimentel-Aécio) na capital mineira.
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Territórios da Cidadania não é eleitoreiro, segundo o TSE

Essa é a conclusão da que chegou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com respeito ao pedido de abertura de ação contra o programa Territórios da Cidadania pelo DEM, que acusava o programa de fins eleitorais.

O pedido do DEM foi relatado pelo Ministro do TSE, Ari Pargendler, que considerou sem procedência a acusação do DEM. Em sua conclusão anotou o seguinte:
“.. parece desarrozoado (não razoável) reconhecer os atos relatados na petição inicial como propaganda eleitoral antecipada”.

Em outra parte de seu relatório o Ministro do TSE diz:
“.. nada no Programa Territórios da Cidadania, autoriza a conclusão de que ele proporcionará a distribuição bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública".

O programa foi questionado pelos partidos oposicionistas PSDB e DEM, mas apenas esse último chegou a levar a questão aos tribunais. O PSDB ficou apenas na ameaça. Outro que bateu no Territórios da Cidadania é Ministro Marco Aurélio Mello, antes mesmo de conhecer o programa. Este está sempre disposto a bater no governo, independente do mérito da questão. Deveria é largar a toga e filiar a um partido para disputar suas posições no voto. É mais um exemplo de como a oposição política está perdida, sem rumo. Miram contra os pobres para atingir o presidente Lula. Depois ficam perguntando porque o governo Lula segue em alta nas pesquisas.

Dois outros posts publicados neste blog ajudam a compreender o debate entre Territórios da Cidadania e eleições:
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