Jornalismo de mentirinha

A primeira página do jornal O Globo de hoje, dia 28/3/2008, traz uma informação que é desmentida pela próprio jornal em seu interior, na página 33. O incauto leitor que apenas leu a capa, pendurada nas bancas, foi engabelado na informação. Vejam só:



O que está claramente dito? Que Lula tem agora orgulho do Proer. E que isto é uma contradição com o período em que PT criticava o plano.

Nem vamos já analisar, melhor ler antes o que o mesmo jornal diz na página 33:




Está claríssimo que Lula usava de ironia, fazendo inclusive uma provocação com os tucanos e seus aliados que em 1995 inventaram o Proer, uma solução para salvar os banqueiros do resultado de suas próprias falcatruas. Diz ele inclusive: “Eu não vou ensinar, mas tem gente que pode ensinar...”.

A dose de maldade é enorme, uma traição com seus leitores. Será que imaginam que este exemplo, como tantos outros, não será registrado na história do jornalismo brasileiro? Que moral tem os jornalistas do Globo para ensinar em faculdade como fazer jornal? O que diriam? Que os jovens estão iludidos, jornalismo é isso mesmo, pura propaganda. Ou teriam que recorrer ao Ali Kamel para uma mirabolante explicação técnica, que justificaria o injustificável da primeira página dizer o que internamente não está dito?
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Gente fina

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O cinema reflexivo de João Batista de Andrade

Charge de Henfil (presente de Carlito Maia para JBA), 1978


O cineasta João Batista de Andrade dispensa apresentações. Sua intensa atividade e sua dedicação ao cinema são largamente conhecidas. Muitos de seus 17longas-metragens são referências na história do cinema nacional, como é o caso de "Doramundo" (1977), "O Homem que Virou Suco" (1979), "A Próxima Vítima" (1983), "O País dos Tenentes" (1987) e "O Cego que Gritava Luz" (1996). João Batista também é importante como documentarista e escritor, além de ser autor de dezenas de curtas e médias-metragens empolgantes, refinados, reflexivos. Vale a pena visitar seu site oficial (http://www2.uol.com.br/joaobatistadeandrade/home.htm).

O que pouca gente sabe, ou sabia, é que João Batista dirigiu um dos primeiros filmes de embate direto com a ditadura militar de 1964, o documentário Liberdade de Imprensa. Agora, 40 anos depois de ter sido realizado, o filme – apreendido pelo exército em 68 – foi restaurado pela Cinemateca Brasileira e está finalmente chegando ao público, em dois lançamentos quase simultâneos realizados no Rio de Janeiro e em São Paulo. Trata-se de um evento para ser comemorado e divulgado aos quatro ventos, pois não somente resgata um pedaço decisivo da história brasileira, como especialmente possibilita que a obra de um de nossos maiores cineastas venha à luz de modo integral.

Reproduzo abaixo o convite com os detalhes do evento:

Quero convidar a todos vocês para o lançamento de meu primeiro filme, “Liberdade de Imprensa”, documentário de 1967, média metragem (25min/16mm), produzido pelo movimento universitário e apreendido pelo Exército no Congresso da UNE, em Ibiúna/1968, onde estaríamos acertando a distribuição nacional do filme.

"Liberdade de Imprensa" foi agora restaurado pela Cinemateca Brasileira sob patrocínio da Petrobrás. Considero que só agora estamos fazendo o verdadeiro lançamento deste filme, 40 anos depois, como parte da programação oficial do "É tudo verdade - Festival Internacional de Documentários".

Na ocasião será também lançado o livro Cinema de Intervenção, 40 anos do documentário inaugural da obra de João Batista de Andrade, de Renata Fortes e JBA, editado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, dentro da “Coleção Aplauso”.

Na mesma sessão teremos ainda a exibição do segundo filme que realizei, o curta “Portinari, um pintor de Brodósqui”, de 1968, único filme sobre Portinari (10 min/35mm).


SÃO PAULO

Data: 01/Abril/2008 – 19h

Local: Cinemateca Brasileira

Lgo. Senador Raul Cardos0, 207 - Vila Mariana


RIO

Data: 28/março/2008 – 20h

Local: Instituto Moreira Salles

Rua Marquês de São Vicente, 476 - Gávea




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Governo Lula: O país avança e melhora a vida de milhões de brasileiros

Vinte milhões de pessoas alcançaram renda familiar de R$ 1,1 mil, nos últimos dois anos, elevando a população nessa faixa de rendimento. Número de pobres caiu de 93 milhões para 73 milhões.

Os economistas adoram discutir os grandes números da economia, o PIB, o nível de emprego e de investimento, juros, dívida, o sobe e desce das bolsas. Mas a melhor tradução para o especial momento da economia brasileira pode muito bem vir de uma pesquisa divulgada ontem pela Cetelem, financeira do banco francês BNP Paribas. Ela sugere que, em dois anos, 20 milhões de pessoas deixaram os estratos mais pobres e passaram para a classe média. Classe média brasileira, com renda familiar ao redor dos R$ 1,1 mil mensal, mas ainda assim um impulso que praticamente dobrou o rendimento disponível.

“Pode-se afirmar que o bem-estar da sociedade brasileira passa por uma pequena revolução”, diz o estudo encomendado pela Cetelem. Entre 2005 e 2007, a população aumentou de 184 milhões para 187,2 milhões. Mas o ritmo de crescimento da classe C foi bem maior, de 62,7 milhões para 86,2 milhões no mesmo período — passou de 34% para 46% dos brasileiros. Enquanto isso, a classe D/E encolheu de quase 93 milhões de pessoas para 73 milhões.

Mobilidade

“O outro lado da moeda é o decréscimo de também 12 pontos percentuais da proporção de pessoas que formam as classes D/E: era de 51%, em 2005, e atingiu 39%, em 2007. É importante ressaltar que o número de pessoas que passou de D/E para C teve um aumento de renda média mensal de R$ 580 para R$ 1,1 mil”, diz a pesquisa Observador 2008, que traça o perfil do consumidor e dos lares do país.“A migração entre as classes significa um aumento na qualidade de vida e a análise dos últimos anos mostra a consolidação de uma tendência. Em 2006, tínhamos medo de que o crescimento fosse apenas pontual, por conta das eleições, mas agora vimos que é contínuo”, avalia o diretor-executivo de Marketing, Parcerias e Novos Negócios da Cetelem Brasil, Franck Vignard-Rosez.

Na prática, vários sinais indicam a emergência da classe média no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (Abep), a classe C é o segmento que mais cresce e já representa 43% da renda disponível para consumo no país. “As pessoas estão migrando da classe D para a C e aí há uma demanda crescente”, disse, no final de fevereiro, o diretor-presidente da Natura, Alessandro Carlucci, ao justificar as mudanças na empresa para focar os segmentos de menor renda.A Positivo, líder do comércio de computadores no país, comemorou 1,38 milhão de máquinas vendidas no ano passado apontando para a classe C como responsável pelo boom no consumo. Ainda em 2007, 37% dos internautas brasileiros estavam nessa faixa de renda, mas devem chegar a 40% este ano e são os principais responsáveis pelo aumento de vendas na rede — relatório recente da consultoria E-bit mostrou que a maior parte dos 2,5 milhões de novos compradores pela internet são da classe C. E 70% dessa faixa de rendimentos já possui pelo menos um celular (eram 59% em 2006).

Consumidores mais exigentes

Renda e crédito em alta aguçam o desejo de consumo. A pesquisa Observador 2008, encomendada pela financeira Cetelem ao instituto Ipsos, sugere que a classe média quer adquirir produtos semelhantes àqueles listados pelos mais ricos.Para o diretor-executivo de Marketing, Parcerias e Novos Negócios da Cetelem Brasil, Franck Vignard-Rosez, ao entrar na classe C o consumidor passa a ser mais exigente na hora de comprar produtos e serviços. “Vemos um aumento da exigência do consumidor em termos de produtos e serviços. Antes, a pessoa queria apenas uma TV. Hoje, ela quer uma TV de tela plana”, explica.

Segundo a pesquisa do ano passado, os maiores crescimentos na intenção de compra de bens foram para móveis, eletrodomésticos, lazer/viagem, TV, Hi-fi e vídeo, telefone celular e computador para casa। Foram sete de 12 itens analisados. Em 2007, desses seis itens, três mantiveram-se em trajetória de crescimento: passou de 19% para 24% a intenção de compra de telefone celular; computador para casa subiu de 17% para 20% no último ano; e decoração foi de 16% para 18%. A intenção de adquirir uma propriedade também continua em uma trajetória de alta, saindo de 10% para 11% e agora em 2007, 13%.

Mas se esse é o cenário geral, a pesquisa mostra que a intenção de compra da classe C cresceu por dois anos consecutivos de forma semelhante às classes A/B, com o desejo concentrado em eletrodomésticos, telefone celular, computador para casa, decoração e propriedades. “Destaca-se a intenção de consumo de propriedades, que saiu de 10% em 2005, pulou para 14% em 2006 e agora atinge o recorde de 16% com acesso ao crédito facilitado. Nunca a classe C quis adquirir tanto um imóvel como hoje”, diz o estudo.
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Serra em transe



Ontem fui aos chopes e encontro a dupla de quem ouvi a conversa sobre a demissão de Paulo Henrique Amorim. Desta vez, desavergonhadamente, me convido a sentar na mesa. E logo puxo o assunto:

− PHA também suspeita de Serra, faz sentido?

− Serra? Bom, é certo que ele abriu uma garrafa de champanhe quando soube. Mas, sinceramente, ele ali só manda mesmo é no Caio Túlio.

− Mas não tinha margem para nenhuma manobra dele pela demissão?

− Bom, aí é outro papo. Vou te dizer uma coisa: a demissão do PHA me lembra o filme Gosford Park, você viu?

− Acho que sim, mas não lembro.

− Em um final de semana numa mansão aristocrática do interior da Inglaterra o patriarca reúne a família e amigos. É assassinado e todos têm motivos para matá-lo, é o que vamos descobrindo ao longo da história..

− Bem, motivo Serra tem para querer a cabeça do PHA.

− Claro. E ele adora pedir a cabeça de jornalistas. Do PHA já pediu duas vezes na Record. Serra é o presidente do PIG. Ele é amigo de vários jornalistas conhecidos. Janta, toma café, conversa diariamente com todos os que mandam em redação, de colunistas a donos de jornais. Ele fornece pautas, ajuda na apuração. Há uma troca de favores, com interesses ideológicos e por amizade. Serra odeia engenheiros, economistas. Gosta de jornalistas. É o político com o maior trânsito nas redações. Se não fosse isso, Serra já estaria de pijamas.

− Se assim, manda demitir com facilidade.

− Claro. O Caio é seu empregado, como o irmão, Bob Costa, que o ajudou na campanha em 2002 e hoje cuida da publicidade do governo de São Paulo. Mas Caio não podia demitir PHA. Outras partes decidiram, e Caio e Serra colocaram pra fora toda a raiva contida. Foi uma decisão passional, e burra. PHA não morreu, ficou ainda mais em evidência, vai continuar a bater no Serra, acho que até mais forte.

− E ele tem onde bater, né?

− Só tem. Seu telhado de vidro é imenso. Mas vive cercado da proteção do PIG. Está vivendo hoje um inferno astral. O processo eleitoral para a prefeitura saiu diferente do que desejava, rachando a sua sonhada aliança DEM-PSDB. Perdeu a liderança da Câmara dos Deputados para o candidato apoiado por Aécio. Veio o Apagão. Agora ficou na mão com a privatização da Cesp. Mas a mídia ajuda. No apagão chegou a ser infame. A mesma mídia que batia diariamente em Lula sobre um possível apagão do governo federal, calou-se no apagão concretizado de Serra.

− E tem as notas frias de campanha, ambulâncias, os cartões corporativos com altas despesas em boates...

− A lista é grande, mas nada se compara ao passado recente, suas campanhas. Veja suas ligações com Daniel Dantas, Márcio Fortes, Ricardo Sérgio de Oliveira. Este último, se seu nome for pronunciado na frente de um tucano, ele gela.

− E teve o caso Roseana...

− Este é um dos melhores exemplos de como Serra trabalha, e junto da mídia. A operação da PF na Lunus, os dólares filmados, é Hollywood puro. Nada ali teria impacto se não fossem as imagens. Tudo tramóia de Serra e seus arapongas da Fence Consultoria, empresa de espionagem que era paga pelo Ministério da Saúde.

− É muita coisa, até onde ele consegue chegar?

− Ele se imagina em Brasília, mesmo vivendo a atual agonia. Mas acho que não vai muito longe, ainda que com toda a ajuda do PIG.
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