E aí?

A mídia americana e as indigentes editorias de internacional dos jornalões brasileiros não deram importância às declarações de Dick Cheney dadas a repórter Martha Raddatz, da ABC. No programa Good Morning America, dia 19 último, o vice-presidente justificava o sucesso da invasão do Iraque, em seu quinto ano de ocupação:

RADDATZ: Dois terços dos americanos dizem que não é uma
batalha digna.

CHENEY: E aí?

RADDATZ: E aí? O senhor não se importa com o que os americanos pensam?

CHENEY: Não. Penso que não podemos ficar atrelados às flutuações das pesquisas de opinião pública.

Nossa mídia e a deles acharam pouco importante tais palavras. Melhor publicar notícias com títulos sobre Cheney falando do perigo que é o Irã. A próxima vítima. Morreram 4 mil soldados americanos? 100 mil foram feridos? Um milhão de iraquianos foram mortos? Democracia? E aí? Os gráficos da Halliburton apontam para cima, é o que importa.
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Edson Luiz, presente!


Dia 28 de março, sexta-feira, ao meio dia, na Candelária, os estudantes cariocas têm um encontro com o passado e o seu presente. É a data da morte de Edson Luiz, o estudante assassinado pela ditadura militar na mesma data, em 1968, no restaurante Calabouço, palco da resistência estudantil.

Tomei conhecimento lendo a Agência Petroleira de Notícias, ótimo site da mídia alternativa, que descobri agora, e que já faz parte de minhas leituras diárias.

Eu, como ex-estudante carioca, que lutou contra a ditadura, presto aqui todas as homenagens ao fato histórico e dou meu apoio a esta nova geração, que tem o compromisso de honrar com seu passado.
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Miriam, A Suína, desta vez se superou

Na "defesa" da Vale..

O Globo já virou assessoria da mineradora faz tempo, mas assim já está ficando ridículo...
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MAIS DIFERENÇAS QUE SEMELHANÇAS ENTRE LULA E FHC NA ECONOMIA

Um artigo interessante do jornalista José Paulo Kupfer porque coloca outras linhas de análise na política econômica do governo atual. Em termos políticos, o governo atual não é visto como igual ou parecido para a maioria da população com relação à sua política econômica. É melhor, simplesmente. É um engano acreditar nisso, mesmo para aqueles que não encontram diferenças entre as políticas praticadas. O que importa é o resultado e, nesse quesito, tirando o ano de 2003, o resultado é bem melhor. Segue o artigo abaixo:
Do Blog do José Paulo Kupfer

Enquanto o fracasso é órfão de pai e mãe, o sucesso costuma dar briga de tapa pela paternidade. Nem se sabe ao certo quanto pode durar o êxito da política econômica do governo Lula, mas é recorrente a disputa pela autoria do feito. Num certo tipo de ambiente, o mote de que a única coisa boa da economia de Lula é a continuidade do que foi feito no governo Fernando Henrique pipoca mais do que catapora.

De tão repetido, já parece um daqueles lugares-comuns* que acabam soando falsos ou como solução de estilo preguiçosa. Assim como toda desculpa é esfarrapada, toda dúvida é atroz, toda ascensão é meteórica, e toda mentira é deslavada, há quem não consiga mencionar o sucesso da economia de Lula sem a fatal ressalva de que isso não passa de continuidade do governo FHC. Percebe-se, facilmente, até pela especialidade profissional dos falantes e escreventes, muitas vezes longe da economia, que a maioria não sabe bem onde está metendo a colher. Mas isso não tem importância, não é mesmo?

O governo Lula seguiu o padrão do anterior – prioridade com a estabilidade da moeda, ênfase em reformas microeconômicas – em parte de seu primeiro mandato, com Antonio Palocci à frente da economia. Mesmo ainda com Palocci e, depois, mais francamente com Guido Mantega, a política econômica descolou da anterior de tal forma que só mesmo uma miopia ideológica para explicar a insistência na visão distorcida.

Pode-se até discordar do que passou a dar dinâmica à economia, mas nunca enfiar as políticas adotadas no governo atual no mesmo saco das implantadas ou, pelo menos desenhadas, na quadra anterior. Não há comparação, por exemplo, na política de valorização real do salário mínimo, adotada contra muitos bem pensantes de luvas de pelica. Muito menos na expansão do crédito – com destaque, para o bem e para o mal, da modalidade de crédito consignado – e, por fim, mas não por último, a maneira de encarar a previdência social. Onde dá mais para comparar, o setor fiscal, os nostálgicos de FHC preferem não bater o bumbo. De fato, carga tributária e endividamento, que explodiram com FHC, ainda não desinflaram com Lula.

Nem mesmo os programas de transferência condicionada de renda, tão invocados como prova de continuidade, se sustentam como tal. Há nítidas diferenças – no foco, na abrangência, no acompanhamento e até nas falhas – entre as bolsas-escola de origem e o bolsa-família de hoje. Sem falar em outros programas menos votados, como o “Luz para todos”, e no famoso PAC, de que muitos duvidam e malham por antecipação, embora fosse mais prudente aguardar um pouco mais antes de cair de pau.

Até a política monetária, que se concentra no cumprimento das metas de inflação, adotadas em 1999 – e, essa sim, mantém desde então o mesmo curso –, começa a se ver diante de novidades. Há, mais recentemente, fora do Banco Central, uma escalada no governo em busca de saídas não monetárias, na tentativa de desviar o rumo de elementos macroeconômicos centrais, como os juros e o câmbio, do inglório destino determinado por uma ortodoxia já fora de moda
– ver, a propósito, a atuação do BC americano.

Além de medidas já adotadas – IOF em aplicações financeiras de estrangeiros e fim da cobertura cambial para exportadores –, está previsto para logo um pacote de benefícios tributários de estímulo às exportações de manufaturados e à inovação tecnológica, que o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, chama de política industrial. Se essas medidas vão funcionar – ou mesmo se serão implantadas por completo – também ainda é cedo para garantir. Mas a direção, que conta com o apoio aberto do presidente Lula, é clara. E não tem muito a ver com o que se procurou implantar no governo de FHC.

(*) Os lugares-comuns citados na sentença seguinte fazem parte de uma longa lista coligida pelo jornalista Sérgio Rodrigues, do blog Todoprosa (www.todoprosa.com.br), a quem o autor agradece a cessão.

Comentário do blogueiro: Salvo a política monetária, não há quase nada de parecido, como querem sugerir alguns. Não há dúvidas da preponderância da política monetária, mas é preciso sair do debate unicamente centrado nela. Além disso, como o governo atual tem uma política fiscal mais rígida (para o bem e para o mal), cada vez mais a participação dos juros no total de gastos do governo se reduz. Mas o país cresce pouco. Será? Se tirarmos o resultado pífio de 2003, os anos seguintes foram satisfatórios (não bons). É claro que se compararmos com Argentina, Venezuela, China, Índia e Rússia, o crescimento brasileiro é baixo. Mas comparar com os dois primeiros não vale. O primeiro além de ter tido forte recessão no início da década, vive uma escalada inflacionária. O segundo foi amplamente beneficiado pela disparada dos preços do petróleo, ou seja, não dá para avaliar a qualidade do governo pelo seu crescimento. Já os três últimos é pedir demais na conjuntura atual. Tenho impressão de que a maioria da população não enxerga a política econômica de Lula como parecida (nem igual) à de FHC. É um bom sinal. Não adianta repetir o discurso tosco.

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PHA e a fábrica de salsichas


Matutava com chopinhos na véspera do feriadão o que dizer sobre a trama da demissão do nosso PHA, quando ouvi este diálogo na mesa ao lado. Pronto, era tudo o que eu queria:

− E afinal, quem demitiu o Paulo Henrique Amorim?

− Ele diz que foi o Citibank. Mas há outras versões.

− Quais?

− Bom, todos concordam que o motivo foram as críticas no Conversa Afiada à criação da BrOi, a mega telefônica que surgiria da fusão da Oi com a Brasil Telecom. Certamente ele estava incomodando o negócio. Uns dizem que foram os tucanos da Oi, estes que foi o governo, via os fundos de pensão, na Brasil Telecom, dona do IG. O Citi? Se, não estava sozinho. Ainda ninguém sabe, apenas existem palpites. Palpite por palpite eu tenho os meus.

− O IG disse que foi reestruturação do negócio, ele não tinha audiência. Cascata, né? O cara lidera o Prêmio IBest, do próprio IG.

− A forma da demissão diz muito sobre o autor. Ele foi demitido com raiva, para ficar apagado. Quiseram sua morte e a ocultação do cadáver. Algo ingenuamente estúpido, resultado da forma passional da decisão. Dos possíveis suspeitos, quem poderia ter tanta ira?

− Certamente não os fundos de pensão.

− Óbvio. Estes até poderiam ter acatado a demissão, mas não agiriam com aquela cólera boçal.

− Mas o que esta raiva diz?

− A demissão do PHA foi executada pela diretoria do IG, que pertence a Brt, comandada pelo Caio Túlio Costa, ex-ombudsman da Folha, tucano de carteirinha. A raiva tem a assinatura do pássaro bicudo.

− E os fundos se omitiram ou votaram pela cabeça do PHA?

− Pode ser uma versão, eles querem muito fechar o negócio. Você vê alguma reação deles contra a demissão? Os caras são mais de 40% da Brt.

− E o negócio é bom mesmo pra eles e pro governo, tal como o PIG diz?

− Talvez, se não forem mais uma vez engabelados. O que parece mesmo é que a idéia da nova empresa foi bem vendida. Imagino que usaram uma boa apresentação em PowerPoint, mostrando que os espanhóis e os mexicanos vão tomar conta da telefonia brasileira. Seriam todos devorados pela concorrência internacional em xis tempo. Imagine gráficos bem montados, cheios de dados, aquelas animações bregas, com a assinatura de uma consultoria de grife...

− Imagino, faz sempre sucesso. Não faz sentido então a versão do PHA que foi o Citi?

− Até faz, mas explica pouco. O Citi está doido para passar a mão na grana e sair do jogo. O banco está na frente da fila para ser o próximo a cair no precipício da crise americana. O FED já tirou o corpo fora, enquanto os caras fazem um papelão em mendigar dinheiro pelo mundo afora. Já pegaram de chineses e árabes. Mas a coisa tá braba. A ajuda do BNDES aqui é tudo o que eles estão querendo, e com urgência.

− Do BNDES?! Limpinho?

− Não diretamente. O BNDES daria a grana do investimento da Oi na nova empresa, que compraria a parte do Citi na Brasil Telecom. O PHA vinha martelando isso, realmente é insólito...

− ... um banco de um governo dito de esquerda salvar um banco americano da falência, o que nem o tal FED vem fazendo...

− Esse é o ponto. O PHA está certíssimo em bater, inclusive no BNDES, seu presidente, que tem uma visão de fomentar uma “burguesia progressista” brasileira, como método de avançarmos em “nosso grande projeto de transformação social”. É até bonito, bem desenvolvimentista, mas aí vem o PHA e lembra sobre o caso da Ambev, que criaram com a conversa de ser uma grande empresa brasileira, rios de impostos previstos, blá blá blá e a Ambev vira belga (!!!)

− Então, o que atrasa a criação da BrOi?

− Imagina tentarem acertar todos os interesses, mudar a lei, com o Daniel Dantas na brincadeira, tentando costurar todos os seus objetivos...

− Cara, sempre ele.

− Ele tem participação pequena na Oi e na Brt, mas isso pouco significa, é assim que ele manobra. Na fusão sai o Citi do tabuleiro, um inimigo hoje do seu Opportunity. Conseqüência direta: cresce o terreno para o baiano no negócio. E sabe-se lá mais o quê ele vai abocanhar. O sujeito é o rei dos contratos de gaveta, talvez tenha acertos com o Sérgio Andrade, da Oi, sócio dele em outras empresas, ou mesmo com o Carlos Jereissati, o outro sócio...

− É o irmão do Tasso, presidente do PSDB?

− Ele mesmo. Já se desentenderam seriamente no passado. Há uma história conhecida, da formação dos consórcios para a privatização. Dantas reunido com consorciados, entra na sala de reuniões o Carlos Jereissati, na época apenas dono do grupo Lafonte. Cheio de moral, disse que tinha ordens do PSDB para entrar no negócio. Todos se olharam, alguém perguntou: “Ordens de quem exatamente, cara-pálida?”. Do meu irmão, o Tasso. Ligaram na hora para o ex-governador do Ceará, que negou a informação. Maior clima, saiu o Carlos Jereissati batendo as portas.

− Caraca! Esses caras derrubam até irmão. Ficaram inimigos fervorosos, aposto...

− Nada. Já tiveram negócios juntos depois. O Dantas não tem amigos nem inimigos, para ele todos são jogadores, como ele. E o pior é que muitos querem jogar ao seu lado. Claro, ele joga bem.

− Até o Citi que processa ele em NY, que querem seus US$ 300 milhões?

− Claro, os caras foram roubados, mas estes processos não dizem muita coisa. Os interesses na BrOi transformam tudo em moeda. Ele também processa o Citi, mesmo que de forma fajuta, com documentos fraudados. O Citi pega sua grana, sai do jogo e todas as pendengas com o Dantas ficam zeradas. O mesmo que os fundos de pensão, outros que também foram seriamente lesados pelo Dantas, cobram uma nota em 14 processos na justiça. Certamente isso tudo está na mesa, são cartas no tabuleiro.

− Afinal, como dizem por aí, será que ele é um gênio?

− Há quem diga, mas ele é um louco. Não dá para confiar num sujeito que começa a trabalhar às 7h, não almoça, mal come umas saladinhas no escritório, onde fica grudado ao telefone e enfurnado em reuniões com advogados até às 10h da noite, quando volta pra casa, sozinho, e nem janta a mulher, que mora fora do país. Não tem amigos, vida social, não confia em seus funcionários, só nos membros de sua família. Devia ser internado. Você leu a reportagem da Piauí?

− Contaram que ele negou provar um vinho de boa safra. Disse que não entendia de vinhos e desejava continuar assim, já que podia provar e gostar. Mas não entendo. Ele ganhou um bom dinheiro sabendo do Plano Collor, arrumou muito mais nas privatizações, dando golpes em meio mundo, o que faz com o dinheiro que ganha?

− Nada. Ele não trabalha pelas benesses do capital. Seu negócio é o jogo. Seu vício. Imagina viver o tempo todo em um grande game de monopólio. O que o motiva é a endorfina que o jogo libera. Isso é um perigo. Lidamos com um legítimo player, palavrinha que a nova gestão capitalista adora, no caso dele é perfeito.

− Putz, ele é do mal...

− Ele, só? Qual é? É assim que funcionam os grandes negócios, nesse nosso tosco capitalismo e nos outros. Ele é cria deste mundo de altíssimas piranhagens. E quem paga é o governador de NY que acertou uma parada com cafetina brasileira. Se fosse com um baiano proxeneta em negócios escusos, estava limpo... é hilário...

− Hahaha... Mas então foi o Daniel Dantas que demitiu o PHA?

− Cara, no mínimo tem um dedo dele nesta sacanagem. Tudo o que estou te dizendo aqui é o que PHA escrevia sobre a BrOi, e quase nada saiu na grande imprensa. É assunto melhor e mais relevante do que as baboseiras que a Míriam Leitão escreve. Mas... é a ditadura do PIG, um dos partidos das elites, que temem abrir as cortinas e mostrar como fabricam suas salsichas, ninguém comeria.

− É, bota piranhagem nisso...
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