Greg Palast desmascara Uribe

Greg Palast, um dos poucos jornalistas da grande mídia que nadam contra a corrente, teve acesso e publica em seu blog a mensagem de Raúl Reyes que supostamente se referia aos US$ 300 milhões que Chávez teria enviado às FARC, segundo declaração do general Oscar Naranjo, chefe da polícia colombiana, repetida por Uribe e Bush e repercutida em escandalosas manchetes de nossa comprometida mídia. O que diz o texto? Nada do que foi dito. Leiam o trecho onde surgiu a denúncia:

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Camaradas secretariado. Cordial saludo. Por dos días nos reunimos con
Rodríguez. Conclusiones principales:
1- Con relación a 300, que en adelante llamaremos ossierya hay
gestiones adelantadas por instrucciones del jefe del cojo, las cuales
comentaré en nota aparte. Al jefe lo llamaremos Ángel, y al cojo Ernesto.
2- Para recibir a los tres liberados, Chávez plantea tres opciones:
Plan A. Hacerlo a través de una aravana humanitariade la que harían parte Venezuela, Francia, Piedad, Suiza, Unión Europea, demócratas, Argentina, Cruz Roja etc. Mecanismo: similar al utilizado cuando nos recogieron para los diálogos de Caracas y Tlaxcala, es decir, en helicópteros recogerían en la coordenadas que se indiquen, y que sólo conocerá Rodríguez Chacín. De ahí serían trasladados a un aeropuerto cercano donde los esperaría un avión para trasladarlos directamente a Caracas.

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Onde entra Hugo Chávez com dinheiro? Onde estão os 300 milhões? Todo o texto é parte de um longo relatório sobre a tentativa de liberação de reféns, onde Chávez aparece como negociador. Nada que possa justificar as declarações dos comprometidos representantes do governo colombiano. Nada que justifique o tratamento da mídia.

Greg Palast trabalha para a BBC e é repórter do The Observer, diário britânico. A ele é creditada a primeira reportagem que acusou Jeb Bush, governador da Flórida, de fraudar as eleições em favor de seu irmão, George Bush.

Ainda bem que existem jornalistas como ele.
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Viva as mulheres guerrilheiras

No sábado, dia 8 de março, desejava publicar aqui uma homenagem ao dia Internacional das Mulheres. Matutei algumas coisas, imaginava escolher um exemplo de mulher que representasse muitas. Demorei, outras demandas me fizeram postergar, quando vejo no Blog do Mello a melhor das homenagens, que muito me emocionou. O documentário dinamarquês “Guerrilla Girl”, de 2005, que mostra a entrada de Isabel, uma jovem colombiana de 21 anos, para a guerrilha das FARC. Vale a pena ver. E fica aqui também a minha homenagem, neste exemplo de mulheres, as guerrilheiras.
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A mídia diz que sabe, mas não fala

Posso estar enganado, mas a primeira citação na grande imprensa sobre a série de Luiz Nassif sobre a Veja saiu hoje, em nota do colunista Jorge Bastos Moreno, no Globo deste sábado.

Começa assim:


Estive em SP. Lá não se fala de outra coisa a não ser em briga de coleguinhas.
Esqueceram até do Serra.



E segue uma conversa mole, marota, pouco mais dizendo, apenas sarcasmo em comparar esta briga, masculina, com possíveis outras no Rio, onde há mulheres e notícias.

Não é nada, não é nada, mas já há registro histórico de que algo acontece, muitos falam. E mesmo assim, a mídia não tem o interesse em informar.
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Opinião - Quem tem medo do Território da Cidadania?

José Dirceu

Durante o governo Lula, mais de 20 milhões de brasileiros migraram das classes D e E para a classe C। O que explica essa mobilidade social, com a redução da pobreza, é a geração de 6 milhões de novos empregos formais, o aumento do salário mínimo de 42,8% no período, reajustes salariais acima da inflação na grande maioria das negociações sindicais e o desenvolvimento de políticas compensatórias - como o programa Bolsa Família, que já beneficia 11 milhões de famílias.

Se os indicadores são positivos, revelando que o crescimento da economia vem sendo acompanhado da distribuição da renda, o Brasil ainda tem sérios problemas, como os bolsões de pobreza. Daí a relevância do programa Territórios da Cidadania, lançado pelo governo federal em fevereiro, com o objetivo de enfrentar, articulado com Estados e municípios, os redutos de miséria - os territórios com os mais baixos índices de IDH e escassa atividade econômica.

Considerado inovador por especialistas em distribuição da renda, o programa vai olhar cada um dos 180 territórios, a serem atendidos nos próximos dois anos, como um todo, integrando ações de 19 ministérios e envolvendo os poderes locais, para promover o desenvolvimento regional sustentável e a garantia dos direitos sociais. Seu público-alvo são agricultores, assentados da reforma agrária, populações indígenas, quilombolas. Ou seja, brasileiros que demandam a ação planejada do poder público para conquistar o que lhes é devido como cidadãos: acesso à dignidade.

Diante de um programa dessa dimensão, que cobre todo o país - haverá pelo menos um território por Estado da federação - o que faz a oposição? Recorre ao Supremo Tribunal Federal, acusando o programa de eleitoreiro e ilegal, sob o desgastado argumento de que os investimentos poderão privilegiar os partidos que dão suporte ao governo. Mais incrível ainda: ministros da maior corte do país fazem coro à oposição, antecipando sua posição antes de haver recurso, e de ele ser julgado, numa inconcebível politização do papel de magistrado, que só deve julgar com base nos autos.

O esperneio é balela. Esse filme, já vimos nas eleições de 2006, quando campanha semelhante teve como alvo o Bolsa Família. PSDB e DEM (então PFL) alardearam que a expansão do programa estava a serviço da reeleição de Lula. Desqualificaram o Bolsa Família e buscaram com lupa desvios e fraudes. O povo, que sabe o alcance do programa e sua importância para a população mais pobre, não embarcou na lorota. Mas parece que a oposição não aprendeu.
Os resultados da auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União no Bolsa Família, de 2004 a 2006, em função de denúncias da oposição, mostram que eram infundadas। Não houve, de acordo com o TCU, nenhum privilégio ao PT e aos partidos da base aliada, nem discriminação ao PSDB e ao DEM। O atendimento das metas foi alcançado em todos os municípios, independentemente da filiação partidária do prefeito, e pequenas variações encontradas descartam o uso eleitoral do programa, segundo a auditoria.
Assim, é inaceitável a tentativa da oposição de impedir programas sociais destinados a tirar da pobreza absoluta milhões de brasileiros. Só neste ano, serão beneficiadas 11 milhões de pessoas, em quase mil municípios, de 60 territórios. Vão ser investidos R$ 11,3 bilhões no desenvolvimento regional dessas cidades, onde todos os partidos estão no governo e vão disputar as eleições, sendo igualmente beneficiados por melhorias da infra-estrutura e das condições de saúde e educação, e pelo apoio a arranjos produtivos locais. Isso é o quanto o governo Lula anunciou estar disposto a fazer. Resta perguntar o quanto a oposição está disposta a comprometer do desenvolvimento nacional, para tentar, na base do "quanto pior, melhor", alguma vantagem eleitoral. A oposição tem medo das eleições, ou tem medo dos milhões de brasileiros que, nesses Territórios de Cidadania, poderão escapar dos currais eleitorais mantidos à base de miséria contínua?
Comentário do blogueiro: Excelente artigo do José Dirceu. O governo dá uma denominação nova para um programa que integra políticas públicas em andamento - Bolsa Família, Pronaf, Luz Para Todos e outros programas espalhados nos ministérios -, focando os municípios de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ou seja, os "bolsões de pobreza". Em outras palavras, é uma inovação gerencial importante, apenas isso. Vem a oposição política querendo usar o Judiciário na tentativa de impedir que o governo seja melhor e justamente nas políticas públicas direcionadas aos pobres. Por que não tentam impedir que o governo também não funcione naquelas políticas que tem os ricos como beneficiários? Aparece um membro da Suprema Corte, sem ler o programa do governo, apenas com "clichês" dos jornalões, joga para a platéia sua contrariedade com o governo. É um direito dele. Só que o melhor lugar para fazer política é nos partidos. Utilizar o cargo na magistratura para fazer política pequena, de baixo nível, não fica bem a um magistrado. Mas tudo é permitido nos trópicos.
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A mídia ilumina Serra



A vida não anda fácil para José Serra. Desceu ladeira abaixo sua sonhada aliança PSDB-DEM para a prefeitura, com Alckmin e Kassab adversários. Isso logo depois de ter perdido a liderança da Câmara dos Deputados para o candidato apoiado por Aécio. Como se o inferno astral ainda fosse pouco, São Paulo viveu um dia de caos na última terça-feira, conseqüência de um apagão elétrico que parou o Metrô, deu um nó no trânsito, afetou indústrias, hospitais e 3 milhões de famílias.

Como a mídia tratou o fato? Burocraticamente. Serra foi poupado e nem um único editorial foi usado para cobrar responsabilidades do governo estadual ou da Companhia Transmissora de Energia Elétrica Paulista (CTEEP). Entende-se. A empresa foi privatizada no ano passado, arrematada pela Interconexión Eléctrica S/A (ISA), estatal de energia elétrica lá na Colômbia de Uribe. Desde então, uma campanha era desenvolvida na mídia para elogiar a empresa e os números recentemente conseguidos, como seus 136% de lucro. Como? Segundo a mídia, com corte em gastos e despesas, e um novo modelo de gestão mais moderno.

Agora, nenhum editorial se preocupou, nem foram lembrados os protestos que marcaram a nova empresa desde a privatização. O Ministério Público havia tentado suspender o leilão através de um inquérito civil, acusando os executores de improbidade administrativa. Desde então, os trabalhadores e seu sindicato acusam a “nova gestão” da empresa de estar colocando em risco a qualidade do seu serviço, ao reduzir drasticamente seu quadro de funcionários, de 3.200 para 1.200, com a paralisação de investimentos em infra-estrutura.

Tudo esquecido. Uma situação bem diferente de janeiro deste ano, quando a imprensa estampava gritadas manchetes sobre o iminente apagão do Lula, que não aconteceu, cedendo seus holofotes para a febre amarela.
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