CPI dos Jabás!

Quero lançar uma campanha a favor da CPI dos Jabás.
Relacionando os presentinhos dos mais pequenininhos até os impublicáveis às matérias favoráveis aos "presenteadores" nos jornais do dia seguinte. Não sobraria um, hein?
O que a Veja faz não é sua prática exclusiva... jornalismo de venda de notas e feito com releases recebidos por email, com zero de apuração.
O clima das *grandes redações*, centradas em si mesmas, e com uma relação mais que promíscua com as assessorias me leva a crer que em pouco tempo o Nassif só vai fazer post sobre a decadência do nosso "jornalismo"...
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Eleições americanas 2008: superterça deixa indefinida indicação democrata e aumenta a vantagem do republicano Jonh Mccain

As primárias americanas para a eleição presidencial de 2008 colocam em xeque alguns dogmas da política americana. Um freqüente é de que jamais uma mulher seria eleita presidente dos EUA. Outro é que um negro não seria indicado candidato numa eleição majoritária. E também há a crença de que a população hispânica não vota em candidato negro. Todas essas declarações estão sendo reescritas nesta eleição. Obama tem surpreendido não só entre os negros, como também entre hispânicos, tradicional reduto eleitoral dos Clinton. E, certamente, tornou bastante árdua a antes quase certa indicação de Hillary Clinton. Hillary, por outro lado, sendo indicada é grande sua possibilidade de chegar à Casa Branca. O problema é que sua indicação é cada vez mais incerta, ainda mais após os resultados da superterça.

Do lado republicano, é fácil apontar um vencedor: John McCain. Apesar do resultado da superterça não ter sido suficiente para confirmar sua indicação, sua vantagem sobre os oponentes no Partido Republicano Mitt Romney, ex-governador de Massachussets, e Mike Huckabee, ex-governador de Arkansas, o deixam em condições de lutar pela união do partido, o que poderá converte-lo em forte candidato para as eleições presidenciais de novembro. McCain tem a desconfiança dos setores mais conservadores do partido, mas certamente temem muito mais a vitória democrata.

No campo democrata, a superterça deixou embolada a disputa, sem uma definição. Barack Obama venceu em 13 (treze) estados, porém obteve menor número de delegados. Isso aconteceu por que Hillary Clinton venceu em três dos quatros maiores – Nova York, Califórnia e Nova Jersey - estados americanos. Perdeu em Illinois, estado do pré-candidato Barak Obama. Com vitória em 08 (oito) estados, Hillary Clinton contabiliza 825 delegados, contra 732 delegados de Obama, segundo a rede de tv americana CNN. A vitória de Hillary é parcial, tendo em vista que até duas semanas atrás liderava em 17 estados da superterça, mas só teve vitória em oito. Colorado ainda permanece indefinida a disputa. Como a contagem de delegados democratas é proporcional à votação, o resultado de Colorado não deve mudar em muito a situação de Hillary e Obama.

É emocionante essa disputa democrata. O que está praticamente certo é que nenhum dos candidatos obterá a indicação nas primárias do partido, ou seja, um total de 2025 delegados necessários para a indicação. A percepção que fica da superterça é de empate, em que cada um dos lados apresentará como vitória. A vantagem de Hillarry contrasta com suas dificuldades de manter o favoritismo. Não há qualquer dúvida de Obama cresceu perigosamente, e mesmo perdendo em estados maiores, tem alguns pontos a seu favor.

O primeiro e talvez mais importante é o dinheiro. Barack Obama arrecadou em janeiro 32 milhões de dólares para sua campanha, enquanto Hillary Clinton arrecadou apenas 13 milhões. Outro problema da campanha de Hillary é que a maioria de seus doadores bateu o limite legal. São lobistas e grandes doadores. Hillary poderá ter dificuldades em angariar mais fundos. Obama bate recorde de arrecadação em outra fonte de doadores, o cidadão comum. Há um vasto número de pequenos doadores mobilizados pela internet, que estão longe de qualquer limite legal. Dessa forma, a campanha Hillary pode ter um problema financeiro, o que dificultará para ela comprar tempo na televisão para continuar a campanha. Nesse cenário, Hillary deve começar a pedir debates, o tempo gratuito da televisão.

O segundo ponto a favor de Obama é a tendência geral do voto que favorece seu crescimento. Até pouco tempo atrás, Hillary Clinton parecia inevitável sua candidatura. Em pouco menos de um mês, Obama virou o jogo em estados em que era certa sua derrota. E conquistou apoio de figuras de Hollywood e de políticos de peso, como o senador democrata Ted Kennedy. A Obamania é um fenômeno cada vez mais forte nessas eleições americanas. A mensagem de mudança parece ter encantado parte do eleitorado americano, cansado da paralisia provocada pelas disputas partidárias de Washington. O infalível cálculo político de Hillary, bem como a experiência de primeira-dama, não favorece a esse desejo de mudança. São os clãs dos Clinton contra a esperança de renovação política de Barack Obama. Persistindo esse cenário, a candidatura de Obama deve continuar em crescimento, seguindo a tendência do voto.

Finalmente, o calendário das próximas primárias democratas não favorece Hillary Clinton. No próximo dia 09 de fevereiro, os democratas realizarão prévias em Washington State, Nebraska, Ilhas Virgens e Louisiana. No dia 12, as primárias democratas acontecem em Maryland (que tem uma significativa população negra) e Virgínia, onde Obama é favorito. Definitivamente, o calendário mais recente não favorece a candidatura de Hillary, que pode ver seu oponente aproximar-se ainda mais na quantidade de delegados para a convenção democrata nacional.

Um fator, no entanto, favorece Hillary Clinton. É o establishment do partido democrata. Na convenção nacional votam também os chamados super-delegados, os membros da hierarquia do partido. O peso do voto de um super-delegado supera a de um delegado eleito nas primárias. Essa foi uma maneira que o partido encontrou para dar poder as forças que controlam a máquina democrata, impedindo que as primárias definissem isoladamente os candidatos democratas. Obama obteve alguns apoios importantes na máquina democrata, como o senador Ted Kennedy. Mas ela é ainda amplamente favorável a Hillary Clinton.

A verdade é que Hillary pode ainda ter alguma vantagem. Não só sai com maior número de delegados na superterça como também poderá ter apoio da maioria dos super-delegados. Porém, a candidatura de Obama mexeu com o tabuleiro do jogo. A percepção é de que Barack Obama foi vencedor, embora Hillary possa dizer que venceu nos estados maiores. Essa percepção pode induzir o voto dos eleitores de outros estados que ainda não realizaram prévias, contribuindo para elevar a tendência de voto em Barack Obama. Se o pré-candidato Obama virar o jogo e super Hillary no número de delegados, e ainda mostrar-se o mais competitivo para chegar à Casa Branca, atraindo jovens eleitores, negros e hispânicos, a tendência de voto dos super-delegados pode não se confirmar. E a política americana poderá ter superado dois dogmas importantes: (a) um negro jamais seria indicado para uma eleição majoritária; (b) um negro eleito presidente. Só faltaria uma mulher chegar à presidência dos EUA, mudando completamente os dogmas da política americana.
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Do Blog do Ildelber Avelar: Guia completo da super terça-feira democrata

Um blog que vem cobrindo as primárias democratas americanas é “O biscoito fino e a massa”, de Ildelber Avelar. Suas análises, gráficos e dados, são uma boa referência para aqueles que desejam saber algo mais sobre as eleições americanas. Olha o que ele colocou em seu blog.

Aí vão algumas observações sobre o estado atual das pesquisas nos estados da Super Terça. Estas primárias democratas não serão do tipo “vencedor leva tudo”, mas também não são exatamente proporcionais. Na maioria dos estados, o vencedor de cada distrito leva a totalidade dos delegados do dito cujo. O saldo de gols, portanto, importa, mas vencer um estado por 60 x 40 não garante 60% dos delegados. Todos os gráficos abaixo foram retirados do Talking Points Memo e parte da minha análise também é baseada na do Josh Marshall, que tem sido um ótimo guia da campanha. Boa parte dos outros blogs democratas se perderam neste ano. A observação vale para os dois lados.



Alabama, 52 delegados: Hillary chegou a estar na frente por 20 pontos em algumas pesquisas, mas a situação atual é de empate técnico. A diferença caiu 10 pontos em uma semana. No Alabama, o eleitorado negro é parte significativa da primária democrata e há motivos para acreditar que a goleada de Obama na Carolina do Sul terá impacto por lá. A curva da pesquisa é clara.

Alaska, 13 delegados: Não há pesquisas. É um dos estados mais “vermelhos” (Republicanos) da União e os Clinton não são exatamente populares por lá. Tudo aqui é chute, mas eu cravaria um 8 x 5 ou um 7 x 6 para Obama.

Arizona, 56 delegados: O TPM está trabalhando com uma pesquisa que mostra Hillary na frente por 10 pontos, mas a Rassmussen de hoje já mostra 46 x 41, quase um empate técnico. A popular governadora Janet Napolitano apóia Obama e o congressista Raul Grijalva pulou do barco de Edwards para o de Obama. Este é um estado que você já pode cravar Republicano em novembro. McCain não perde lá de jeito nenhum. Nas primárias democratas, no entanto, o Arizona é importante. Escrevam aí: esta pesquisa do AZ Central, dando vantagem de 21 pontos para Hillary, está maluca.

Arkansas, 35 delegados: Não há pesquisas, mas é goleada de Hillary, claro. É o seu antigo estado. Bill Clinton lá é mais popular que Elvis Presley. A esperança da campanha de Obama é abocanhar alguns delegados graças à população afro-americana de Little Rock.

Califórnia, 370 delegados. Não há dúvidas: é o estado chave. Acompanhe com interesse qualquer movimentação de 1 ponto na Califórnia na terça-feira. Hillary chegou a estar na frente por 25 pontos. O gráfico abaixo mostra um 45 x 37, mas a Rassmussen de hoje já registra um empate técnico: 43 x 40 para Clinton. O dado mais interessante da pesquisa de hoje é que Edwards ainda consegue 9%, número que ele dificilmente manterá na terça, apesar de que seu nome ainda consta da cédula. A migração desses votos é decisiva. Para tornar a coisa mais emocionante, só 69% dos eleitores declaram ter certeza de seu voto. É um número baixo, considerando que estamos na antevéspera das primárias.

Colorado, 55 delegados. Obama lidera por 2 pontos, ou seja, a situação é de empate técnico. Como o antigo prefeito de Denver, Federico Peña, só há pouco tempo declarou o apoio o Obama, seus números entre o importante eleitorado hispânico devem crescer.

Connecticut, 48 delegados. Outro importantíssimo estado. Hillary teve enorme vantagem aqui, mas os apoios de Caroline e Ted Kennedy, do vizinho Massachusetts, sem dúvida tiveram seu impacto. A pesquisa que está manejando o TPM mostra empate, mas a Survey USA dá Obama 48 x 44. Não se assuste se essa diferença aumentar.

Delaware, 15 delegados. Não há pesquisas.

Geórgia, 87 delegados. Obama está na frente por 6 pontos. Os negros representam 47% dos eleitores das primárias democratas. Ali é batata: quanto mais gente votar em Atlanta e na cidade universitária de Athens, terra do nosso querido REM, melhor para Obama. Quando mais gente votar nos subúrbios ricos e no meio do mato, melhor para Hillary.

Idaho, 18 delegados. Acreditem em mim: qualquer pessoa que disser que sabe o que vai acontecer lá está chutando.

Illinois, 153 delegados. Goleada fácil de Obama, senador pelo estado. É possível que seja a maior diferença de toda a Super Tuesday. Não se espante se Obama vencer com o dobro de votos de Hillary. Quanto maior for o comparecimento, evidentemente, melhor para ele.

Kansas, 32 delegados. Não há pesquisas, mas é o estado em que moraram os avós maternos de Obama e ele tem o apoio da governadora Kathleen Sebelius. O Biscoito aposta numa vitória de Obama por margem que pode ir de pequena até bem significativa.

Massachusetts, 93 delegados. Estado importante, e não só pelo número de delegados. Hillary tinha uma vantagem imensa, mas o apoio dos nativos Ted e Caroline Kennedy fez toda a diferença. A Hassmussen ainda registra 43 x 37, mas a diferença vem caindo em ritmo vertiginoso. Se Obama vencer Massachusetts, será a virada do século. Comparável àquele 4 x 3 do Vasco no Palmeiras.

Minnesota, 72 delegados. Há uma vantagem pequena de Clinton. Outra batata demográfica: Obama vence nas “cidades gêmeas” (Minneapolis e Saint Paul) e Hillary vence nos subúrbios ricos. As áreas rurais registravam forte apoio a Edwards e podem decidir a parada.

Missouri, 72 delegados. Quadro muito parecido, com vantagem pequena para Clinton.

New Jersey, 107 delegados. A vantagem de Clinton aqui é bem grande. A pesquisa da Quinnipiac registra Clinton 49 x 32 Obama.

New Mexico, 26 delegados. Não há pesquisas. Um espirro do Governador Bill Richardson aqui, para um lado ou outro, pode decidir a parada. Ele é bem popular.

New York, 232 delegados. Será uma vitória de Clinton, sem dúvida. Ela é senadora pelo estado. Mas o que se esperava era uma goleada e talvez não seja bem assim. A pesquisa da Rassmussen registra um 52 x 34. A curva é semelhante a dos outros estados, com crescimento de Obama, especialmente na cidade de Nova York. No norte do estado e nos subúrbios, é goleada de Clinton.

North Dakota, 13 delegados. Não há pesquisas. Sim, há seres humanos morando lá.

Oklahoma, 38 delegados. Vantagem bem significativa de Clinton. Edwards tinha muito apoio aqui e estava em segundo nas pesquisas, na frente de Obama. A Survey USA de 27/01 dava Hillary com 44%, Edwards com 27, Obama com 19. Para onde migrarão os 27 de Edwards é chave, claro. É bem possível que migrem majoritariamente para Hillary, aumentando ainda mais a vantagem sobre Obama.

Tennessee, 68 delegates. Vantagem bem razoável de Hillary. Tennessee deve seguir o padrão de outros estados do sul, com voto racializado. O eleitorado negro lá, no entanto, é bem menor que o da Carolina do Sul ou da Geórgia (representarão não mais que 23% das primárias democratas). Minha aposta é que Clinton leva, não sei por quanto.

Utah, 23 delegados. Num dos estados mais “vermelhos” (Republicano) e mais brancos (racialmente) do país, Hillary lidera com boa margem. Mas Obama viaja para lá amanhã. Deverá haver gente no comício que estará vendo, pela primeira vez na vida, um negro ao vivo fora da arena de basquete do Utah Jazz.

Como se vê, a tendência é de curva ascendente de Obama na maioria dos estados. Não se sabe se ela é acentuada o suficiente. O jogo estava 4 x 1 para Clinton no primeiro tempo. Estamos a 30 minutos do segundo e Obama já encostou, 4 x 3. Os quinze minutos finais serão eletrizantes. O Biscoito acompanhará, na noite de terça-feira, em tempo real.



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Campanha: MV Bil para a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

Esse blogueiro entrou na campanha MV Bill lançada pelo sítio do Blog do Desemprezo Zero. A escolha de ministros é uma prerrogativa do Presidente da República. A campanha visa convencer o presidente Lula da importância de se colocar nesta pasta alguém com o perfil do MV Bill. Não temos patrocínio de nenhum partido ou corrente política, ONGs ou de algum movimento social. Apenas colocamos o nome do MV Bill pela sua representatividade, seriedade e compromisso demostrados em sua atuação junto a movimentos sociais e outras entidades da sociedade civil.
Quem apóia ou não a idéia pode deixar um comentário.
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Gastos com cartão corporativo derrubam ministra Matilde Ribeiro

Na tarde desta sexta-feira a ministra Matilde Ribeiro (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) anunciou seu desligamento do governo em entrevista coletiva, após reunir-se com o presidente Lula. O desgaste da ministra tornou-se politicamente incômodo assim que a imprensa publicou seus gastos com cartões corporativos referentes ao ano de 2007. O destaque ficou por conta do pagamento indevido de uma fatura em free shopping e gastos supostamente excessivos com aluguéis de carros. Destaque que entre os ministros que utilizam o cartão, a ministra é recordista nas despesas, somando-se mais de R$ 171 mil.

A ministra assumiu o erro pelo uso incorreto dos cartões corporativos, porém argumentou ter sido mal orientada por dois servidores, que já estariam demitidos. Matilde Ribeiro também disse não estar “arrependida”. Ela leu a carta de demissão entregue ao presidente Lula e respondeu a perguntas dos jornalistas.

Importante é que a demissão da ministra sirva para orientar o governo a tomar medidas eficazes que permitam maior controle dos gastos com cartões corporativos. Por outro lado, espera-se que o governo não recue na sua política de inclusão social e promoção da igualdade racial. Conforme já dito em outros dois artigos, os cartões corporativos conferem maior transparência que a simples entrega de dinheiro para comprovação por meio de notas fiscais e outros papéis. Por outro lado, esse caso mostra o papel do sítio Portal da Transparência para que a sociedade possa acompanhar a aplicação do dinheiro público.



Leia a íntegra da carta de demissão da ministra:



Carta da ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, ao presidente Lula

“Excelentíssimo Sr. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Foi importantíssima para a história do Brasil Vossa decisão de criar a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, em resposta à demanda do movimento negro. A necessidade se justifica ante a realidade brasileira, que é de ter vivido um período de mais de 300 anos de escravidão e apenas 120 anos da abolição, sem que a população negra tenha efetivo acesso à cidadania, bens e serviços. Também incluindo os indígenas, os ciganos, os árabes e palestinos.

É extremamente importante que o Brasil reconheça a necessidade de pagamento da dívida histórica que tem para com os negros e negras, praticamente 50% da população. Sabemos que o caminho para isso é a política pública com inclusão social.

Agradeço a confiança em mim depositada, a considerar a construção de caminhos para a superação do racismo e para a inclusão social e racial. Foram cinco anos de árduo trabalho, muito diálogo e dedicação junto às estruturas governamentais e não governamentais. Efetivamente me entreguei a essa difícil tarefa, sem preocupação com ganhos pessoais.

Considerando a pequena estrutura da Seppir, fiz vários exercícios e formatações internas, para dar conta desse órgão que necessita cada vez mais de aprimoramento de gestão, técnico e político. Isso se faz necessário para o cumprimento da missão do órgão e a garantia dos princípios da transversalidade junto ao governo federal e a gestão democrática junto aos movimentos sociais.

A agenda de trabalho dessa Secretaria é bastante complexa, exigindo as relações institucionais e também contatos miúdos e contínuos com pessoas, movimentos sociais, organizações não governamentais, instituições públicas e privadas. Por isso, há um número significativo de atividades fora de Brasília, não havendo estrutura descentralizada. Informo ainda que a agenda externa intensifica-se em meses que têm datas comemorativas alusivas à igualdade racial.

São inúmeros os desafios colocados para o desenvolvimento dessa política, do ponto de vista logístico, organizacional, técnico e político. Porém, o desafio mais forte é o “convencimento” da sociedade da necessidade de superar o racismo, tendo como um dos principais caminhos as ações afirmativas como, por exemplo, as cotas nas universidades e as políticas em quilombos.

Tendo como único interesse viabilizar as ações necessárias para o desenvolvimento do trabalho, assumo o erro administrativo no uso do Cartão de Pagamento do Governo Federal.

Os fatos que me levaram a essa escolha partiram das dificuldades com deslocamentos e hospedagem fora de Brasília. Em julho de 2006, fui orientada pela minha assessoria a utilizar o Cartão de Pagamento do Governo Federal (a partir do dia 18) concentrado em três modalidades: hospedagem, alimentação e locação de veículos.

Quanto ao uso desse Cartão, reitero que se trata de um erro administrativo que pode e deve ser corrigido.

A minha vida pessoal sempre foi pautada pela honestidade, responsabilidade, busca de aprofundamento de conhecimento e, acima de tudo (há 20 anos), pelo investimento em ações políticas coletivas junto ao Partido dos Trabalhadores, movimento negro e movimento feminista.

Quanto à política de igualdade racial, nos cinco anos de existência dessa Secretaria foi possível realizar ações importantes, assim como preparar gestores e servidores para a atuação nas políticas públicas. Muito ainda resta ser feito, como constatamos no planejamento de 2008/2010. Portanto, não me resta dúvida da necessidade de continuidade desse processo, com as devidas adequações.

Diante dos fatos, que estão ainda em avaliação, mas sabedora da implicação administrativa, solicito o meu desligamento desse governo, colocando-me ainda à disposição para as tratativas que se fizerem necessárias.


Matilde Ribeiro
1º de fevereiro de 2008”
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