Eleições americanas: Obama vence Hillary e obtém o apoio de filha de John Kennedy

As primárias da Carolina do Sul recolocaram Barack Obama no centro da disputa pela indicação democrata para a Casa Branca. Com 55% dos votos, ele obteve mais que o dobro de Hilarry, que ficou com 26%, enquanto John Eduards ficou em terceiro com 18%. As prévias de Carolina do Sul eram a grande esperança de Eduards, que obteve vitória sobre John Kerry em 2004. A vitória de Obama foi esmagadora entre a população negra (8 de cada 10 votos), e teve vantagem também entre os eleitores jovens, brancos ou negros.

Houve ainda uma declaração de Bill Clinton atribuindo ao senador de Illinois a vantagem em Carolina do Sul ao fato de ser negro, comparando-o ao ex-postulante Jessé Jackson, que disputou com Clinton a indicação em 1992 e venceu nesse Estado. A declaração foi considerada desastrosa. Entrevistas feitas com participantes das prévias de Carolina do Sul demonstram que 68% dos eleitores brancos consideraram "injustas" as declarações de Bill Clinton, que atacou Barack Obama nos últimos dias.

Pesquisas de boca-de-urna indicam que 53% dos democratas escolheram o candidato por acreditar ser ele o melhor nome para mudar Washington. Não há como negar que houve uma polarização racial e parece ter ajudado Obama a vencer a disputa. Temendo ser prejudicado nos Estados de maioria branca, ele deu entrevistas evitando ser considerado o candidato dos negros.

"Nestas eleições não se trata de escolher segundo a região de cada um, a religião ou o gênero. Não se trata de ricos contra pobres, jovens contra velhos, nem brancos contra negros. Trata-se (de uma batalha) do passado contra o futuro", disse Barack Obama. "Estive vários dias viajando pelo Estado, e eu não vi uma Carolina do Sul branca e outra negra. Vi uma só Carolina do Sul", afirmou.

A vitória de Obama o coloca novamente no centro da disputa. Outros Estados do sul, como Geórgia e Tennesse têm população de maioria negra. Além disso, a vitória por grande vantagem na Carolina demonstra que Obama tem fôlego para competir na chamada Super Terça-feira (5 de fevereiro), em que mais de 20 (vinte) estados americanos realizarão prévias. Em alguns desses estados, é grande o peso dos eleitores de população negra.

O senador de Illinois também conquistou o apoio da filha do ex-presidente Kennedy, Caroline Kennedy. A filha de Kennedy publicou um artigo no mais influente jornal americano, New York Times, comparando Obama a seu pai. O título do artigo, “Um presidente como meu pai”. Barack Obama, ao declarar a vitória, disse que “a maioria dos votos, a maioria dos delegados e a coalizão mais diversa" de tempos recentes. "Temos jovens e velhos, ricos e pobres, negros e brancos, latinos e índios, democratas de Des Moines, independentes de Concord e até alguns republicanos da zona rural de Nevada, além de jovens de todo o país", afirmou Obama. "Queremos mudança", gritou a multidão em resposta.

O que se vê é que o controle da máquina democrata ainda não surtiu o efeito esperado em favor de Hillary. Sempre houve um temor de esse fato seria capaz de definir o candidato democrata, o que favorecia a candidata democrata. Porém, a força de uma candidatura mais representativa da mudança surpreende. Obama representa hoje o que muitos americanos desejam. Nesse sentido, a definição do candidato democrata ainda é uma incógnita. E cada vez mais o senador Obama fortalece na sua cruzada pela indicação democrata.

Na Flórida, onde os republicanos disputam sua prévia no dia 29, uma péssima notícia para o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, que decidiu iniciar sua campanha para valer no estado. O governador da Flórida anunciou seu apoio a John McCain. Uma derrota na Flórida pode acabar com as pretensões de Giuliani, deixando o campo livre para uma decisão entre McCain e o ex-governador de Massachussets, Mitt Romney.
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As leituras

Normal seria este caminho mesmo. Não pensei que fosse tão definitivo.

Eu queria poder dar meu depoimento para pesquisadores de opinião, mas eles não iriam entender, ou iriam lançar frases que só deturpariam o que penso, que virariam ppts para diretores burros. Bem, eu não tenho certeza se saberei expressar exatamente o que penso, mas vai a tentativa.

Não leio mais os jornalões e não assisto o JN. Eu só leio blogs. As pautas que estes trazem às vezes me levam aos melancólicos sites dos jornalões, que tantam dar "voz" aos seus leitores. O que é quase sempre motivo de risadas e uma certa tristeza, já que o leitor e comentarista médio de sites como o Estadao ou d'O globo são pessoas do tipo que apóiam pena de morte** ou que acham que Lula matou a Dora Bria.
(nesta linha, eu acho que foi o JK. Ele fez Brasília e a cultura automobilística, so...)

E sei que não estou só. A cada dia, os jornais impressos perdem mercado, o JN perde espaço, na última eleição presidencial blogs tomaram conta da pauta. Os blogueiros escrevem melhor e com português mais correto que os *jornalistas* que habitam redações decadentes.

Só falta alguém avisar aos editores que eles estão perdendo feio.

**. vale ler os comentários do globoonline no caso da mulher racista como exemplo do tipo de pessoa que dá as caras ali. medo



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Claro que é censura

leio no Blog do Mello as últimas do caso Requião. Ora, e ainda se perguntam se é censura?

Feliz 2008, estamos de volta.
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Sobre formigas e cigarras

"Reproduzo um bom artigo do deputado federal Antônio Palocci, ex-ministro da Fazenda. O artigo foi publicado originalmente no O Globo, de 20/01/2008."
Sob o ponto de vista da economia mundial, 2008 nasceu nervoso. Sobraram poucos analistas que descartam uma recessão na economia americana, que representa nada menos que a quarta parte da economia global. O Brasil está hoje muito mais blindado para enfrentar turbulências, mas a crise de crédito pode ser prolongada.

A economia brasileira atravessou 2007 com forte crescimento, com a geração recorde de 1,6 milhão de empregos formais e aumento do poder de compra das famílias. Com desempenho extraordinário do mercado de capitais e do sistema de financiamento. Com crescentes taxas de investimento, inclusive estrangeiro. A inflação volta a mostrar alguns dentes, é verdade, mas ainda sem firmar uma perspectiva claramente negativa. Tudo indica que o país está consolidando um período longo de crescimento sustentável. Mas há um clima de mal-estar que vem da política, em que governo e oposição não conseguem um entendimento mínimo. E isso é particularmente importante neste início de ano. Com a perda dos recursos da CPMF, o governo articula um conjunto de medidas para garantir o equilíbrio orçamentário, fundamental para a estabilidade econômica, dado nosso nível de endividamento que, embora cadente, ainda é bastante elevado.

Governos e oposições podem tocar sua vida sem diálogo. A democracia comporta esse cenário e ele não aponta para o fim do mundo. Mas um país como o Brasil, que começa a consolidar sua estabilidade econômica e colher os benefícios sociais dela, precisa, ainda, de muito esforço - leia-se reformas - para se tornar uma nação rica e socialmente justa.

As reformas microeconômicas - cadastro positivo, normas contábeis e concorrência, entre outros - tiveram avanços importantes no ano que passou. Mas as reformas que envolvem emendas constitucionais não avançam sem algum grau de entendimento suprapartidário.

Que não se culpe o governo de hoje, tampouco a oposição. Em papéis trocados, há poucos anos, já funcionavam mais ou menos assim. O fato é que a maturidade econômica conquistada nos últimos anos, fruto do esforço de seguidos governos, não foi acompanhada de um avanço político capaz de produzir um diálogo suprapartidário e uma pauta comum de interesse nacional.

Uma pauta básica de consensos não é incompatível com a existência de governos e oposições. Não dispensa os governos de construírem maiorias políticas. Apenas se delimita o campo de conflito programático, que é um fator de riqueza na democracia, estabelecendo-se pontos em comum de uma agenda de reformas de interesse do país. O fato de estarmos em ano eleitoral não deveria ser obstáculo a esse diálogo. Ao contrário, garantiria um debate eleitoral mais elevado.

Na recente edição das medidas destinadas a garantir o equilíbrio orçamentário, o diálogo novamente se rompeu. O governo anuncia o mais expressivo corte de gastos dos últimos anos e tributos que recompõem a quarta parte dos recursos da CPMF. A oposição acusa o governo de quebrar compromissos e levanta barricadas. O país, confuso com o ambiente político conflagrado, parece querer algo mais profundo, como uma reforma tributária que simplifique os tributos, valorize a produção e o investimento e estimule as pessoas a trabalhar e empreender, descomplicando o ambiente econômico. Mas como fazer uma reforma tributária ou qualquer outra reforma constitucional num ambiente político tão hostil? É simplesmente impossível.

Nossa vida política pode continuar sendo conflituosa. O Brasil não vai deixar de caminhar e avançar. Mas, num ano que começa tão desafiador, deveríamos pensar se o diálogo franco e uma agenda mínima comum não seriam um bom caminho para que chegássemos mais rápido aos bons níveis de educação, saúde, segurança e emprego que todos queremos. Podemos continuar confiando que, afinal, Deus é brasileiro, e vai sempre nos ajudar. Mas seria bom que juntássemos mais formigas, sem impedir que as cigarras continuem a cantarolar no bosque.

Antônio Palocci é deputado federal (PT-SP) e foi ministro da Fazenda.
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2010: O sonho da oposição

O ano de 2010 já chegou. É só olhar os movimentos da oposição – DEM e PSDB. E também de segmentos da imprensa. O sonho da oposição é recuperar o poder em 2010. E para isso, farão de tudo para enfraquecer o governo para a batalha eleitoral de 2010. A vitória da oposição na derrubada da CPMF é apenas um capítulo à parte.

Os partidos de oposição juram que têm dois candidatos potenciais – mas só um é realmente candidato – e que o governo não tem nenhum. Essa autoconfiança só seduz jornalistas alinhados. Sabem que se o governo chegar em 2010 fortalecido e a economia bombando, o eleitor poderá ser levado a ter que escolher entre dois projetos políticos. Embora possam ser parecidos, não é igual. E a lembrança do projeto da oposição não é boa. Em time que está ganhando, a sabedoria popular diz que é bom não mexer. Votar contra um projeto que está dando certo, na expectativa de que poderá escolher um projeto ainda melhor. O eleitor pode resolver não trocar o certo pelo duvidoso. Nada de anormal nisso, é cálculo puro e simples.

Em 2005, em plena crise do mensalão, setores da imprensa e da oposição também vendiam no mercado político a idéia de que a eleição de 2006 estava no papo. Era só escolher o candidato da oposição e encomendar o terno para receber a faixa presidencial. Mas Lula reagiu e venceu as eleições. E o PT, o mais atingido pelo mensalão não saiu ruim das urnas. Foi o mais votado para deputado federal e a segunda maior bancada. E ainda teve vitórias importantes como os governos da Bahia e do Pará. Mas isso já é história, faz parte da coleção de “nunca antes nesse país”.

É de se esperar que a oposição tenha aprendido algo naquela eleição de 2006. Não subestimar o adversário talvez seja a mais importante lição a ser apreendida. Alguns poderão dizer que Lula não será candidato em 2010. Não podem negar é que poderá ele ser o principal eleitor naquela eleição. Transferência de votos existe. Só não transfere votos quem não possui mais os votos. Isso aconteceu em 2002, em que o desgaste de FHC era tanto que o seu candidato Serra buscou desvincular de sua imagem.

Nesse sentido, o melhor cenário para a oposição em 2010 é um governo fraco. A derrota da CPMF é uma tentativa de frear a ambição governista: acelerar o crescimento com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) sem reduzir os gastos sociais. O governo entendeu o recado, buscando preservar o máximo os programas sociais e os dispêndios com o PAC. O governo sabe que se manter o crescimento distribuindo renda (mesmo que timidamente), assegura o alicerce que poderá ser usado por um candidato governista em 2010. Simples assim.

A oposição torce o nariz para que o país seja contaminado pela crise americana. Mas não vai admitir isso publicamente. Agora, sem os recursos da CPMF, teoricamente o país estaria mais vulnerável. Mas não foi ela que derrotou o governo, justamente num momento que o cenário econômico mundial se deteriora. Isso pouco importa. Se a economia não estiver indo bem, o eleitor terá um motivo real para votar na oposição, contra o governo.

Do lado do governo, ele toma as medidas que julga pertinente e tenta afastar a onda da crise americana. A elevação da alíquota de IOF e a maior tributação dos lucros dos bancos são medidas nessa direção. A oposição esbraveja, sob o argumento de que o governo quebrou o acordo. Mas qual o acordo se a CPMF não foi derrotada? Poderão dizer que o governo prometeu não elevar a carga tributária para aprovar a DRU (Desvinculação de Receitas da União). Quebrou a promessa? Será mesmo? Quem disse que a carga tributária está subindo se a CPMF arrecadaria quatro vezes mais que essas medidas? O xadrez político está dado. Cada lado toma as posições que melhor lhe cabem.

Segmentos da imprensa também torcem abertamente contra o governo. Ou será que torcem para que o país entre em crise. Então, torcem contra o país. Será que é isso mesmo? Estranho não é. Isso ficou evidente na cobertura que a mídia fez da nova descoberta de gás – o poço de Júpiter. A mídia torceu o nariz, parece que não gostou. A cobertura foi pífia, como se fosse algo que pouco interessa ao país. Quer dizer que o país vislumbrar num futuro próximo auto-suficiência em gás não é importante. Os especialistas dizem que o país poderá tornar futuramente exportador de gás. Será o adeus à dependência energética.

Descoberta de novas reservas de gás – energia mais barata - para o desenvolvimento não merece destaque. É verdade que a notícia não combina com o discurso que já coloca o país numa crise energética. Não entendo da área, e nem vou tentar opinar. Só sei que existe gente que entende menos ainda falando de crise energética como se fossem verdadeiras autoridades no assunto. Torcida não combina com realidade. Torço que meu time seja campeão, não importa a qualidade do seu elenco. Tem gente torcendo para brotar crise em todo lado, mesmo que algumas delas sejam apenas factóides – a febre amarela, por exemplo.

A turma do quanto pior melhor está em toda parte. É o que a oposição política espera para 2010. Um governo enfraquecido, uma economia em frangalhos e crises por toda parte. É o sonho. A realidade pode ser diferente. E o governo trabalha com outro cenário – economia forte, desemprego baixo, programas sociais, etc. Hoje a oposição só pode sonhar e tentar atrapalhar o caminho do governo. Pode ainda esperar que o ano de 2010 chegue e seu sonho se concretize – a conquista do poder. É a política.
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