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Jornalista premiado da Time diz que não vê a hora de escrever sobre a morte de Julian Assange

O jornalista Michael Grunwald, principal correspondente da revista Time e ganhador de vários prêmios, escreveu em seu perfil no Twitter: I can't wait to write a defense of the drone strike that takes out Julian Assange,


Com a revolta que sua mensagem provocou na rede, Grunwald deletou a postagem no Twitter (mas, como você pode conferir na reprodução acima, tarde demais...) e, segundo a reportagem, se desculpou, reconhecendo que a mensagem foi estúpida.

Wikileaks escreveu à revista pedindo a demissão de Grunwald.

Será que isso vai acontecer? Será que não é exatamente a morte de Assange, e também a de Snowden, o que desejam governo e boa parte do povo dos EUA?

[Fonte]



Madame Flaubert, de Antonio Mello

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Por uma comunicação pública e plural no governo Tarso



Um grupo de profissionais ligados à comunicação entregou hoje de manhã um documento com propostas para o setor para o governador eleito Tarso Genro. As ideias contidas no texto são fruto de um debate plural, com 85 pessoas que participaram de duas plenárias para discutir propostas e encaminharam suas contribuições. Foram 18 contribuições por escrito recebidas pela equipe que estruturou o projeto. Aliás, vale mencionar o nome do pessoal que compõe esse grupo: Milena Weber, Vera Spolidoro, Ilza do Canto, Dica Sitoni, Pedro Osório, Bita Sória, Guaracy Cunha, João Ferrer, Marco Weissheimer, Celso Schröder e os representantes do PSB Daniela Miranda, Rodimar Oliveira e Daniel Lopes e do PCdoB, Clomar Porto.
Sobre o documento, pesem algumas discordâncias pequenas na sistematização da estrutura, ele faz o principal: dá a linha política que defendemos para um governo petista na área da Comunicação. É um setor estratégico, de extrema importância para o governo, mas, essencialmente, fundamental para a sociedade.
E foi isso que se tentou passar ali, que a comunicação tem que ser pública e plural. Que o governo deve ser o responsável por garantir o acesso da população à informação e aos meios de produção de conteúdo. Que deve implementar políticas públicas.
Para isso, ali vão sugestões de políticas a serem bancadas pelo governo através da Secretaria de Comunicação a ser criada por Tarso. Ela tende a se estruturar em quatro grandes áreas: políticas públicas, inclusão e mídias digitais, comunicação institucional e administração. Daí já se nota a distribuição da importância entre as áreas de atuação da Secretaria. A comunicação institucional, responsável pela divulgação de informações do governo, através do jornalismo, da publicidade, das relações públicas, não é o foco principal, como é de praxe.
O fato de as mídias digitais ganharem uma diretoria própria demonstra uma preocupação dos profissionais de comunicação com as mudanças na forma de se comunicar, mas é importante destacar que a visão 2.0 de comunicação tem que se espalhar por toda a Secretaria, e mais, por todo o governo. É preciso que cada secretário absorva a linguagem da internet e que veja a rede como uma possibilidade de ampliar a informação que chega ao cidadão, furando bloqueios.
O documento enfatiza também a relevância de se implementar um conselho de comunicação, não subordinado à Secretaria, para garantir sua independência, e com a participação da sociedade civil, através da representação de seus mais diversos setores.
Foto: Caco Argemi
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OS “MISERÁVEIS” E O AUTOMÓVEL

Laerte Braga



Uma jovem francesa de nome Sabrina foi trocada pelos pais como parte do pagamento por um carro usado. À época tinha 23 anos e hoje tem 30. Doente, foi deixada à porta de um hospital em estado lastimável.  O fato não aconteceu no Irã, mas na França, na cidade de Melun.

O jornal francês LE POST cita os nomes dos proprietários do carro, Franck Franoux e Florence Carrasco. O valor estimado da prestação paga em forma de Sabrina foi de 750 euros, algo como 1 760 reais.

Sabrina viveu em cativeiro entre 2003 e 2006, acorrentada a um abrigo. Tomava conta dos filhos do casal, foi queimada várias vezes com pontas de cigarros, ferro quente, espancada com barras de ferro e obrigada a manter relações sexuais com outros homens que pagavam ao casal para isso (naturalmente por conta de outras prestações atrasadas).

Quando largada às portas de um hospital em Paris ela não tinha dentes, pesava 34 quilos e foi submetida a várias cirurgias para reconstrução de nariz, orelhas e ainda hoje se encontra em “estado físico e psicológico deploráveis”.

Os pais e os que receberam Sabrina em pagamento estão sendo julgados e podem ser condenados a até 15 anos de prisão, mas dependendo das tais prestações, quem sabe, a pena mínima é de dois anos.

Luís Carlos Prates é um comentarista da RBS/GLOBO em Santa Catarina. Segundo ele “esse governo espúrio popularizou o automóvel e quem nunca leu um livro tem um carro”. Comentava o número de acidentes e mortos no feriadão do dia 15 de novembro. O livro a que se refere deve ser MEIN KAMPF, o único que provavelmente folheou. Leu as orelhas, mas absorveu o espírito. Registre-se que o comentário foi em estilo furibundo, salvador da pátria, faltou só o anauê ao final.

Na opinião do distinto os onze mortos em acidentes no feriadão de finados e os vinte nesse da proclamação da República se devem a isso. Para Luís Carlos Prates as pessoas ficam desatinadas para sair a qualquer custo. Maridos que não se entendem com mulheres, ou vice versa, tentam, através do automóvel, vencer curvas invencíveis na frustração do casamento fracassado.  Já imaginou ficar um feriadão olhando a cara metade, ou o cara metade? É o raciocínio do comentarista padrão global.

E é bem o padrão GLOBO, aquele do BBB onde o diretor tem o hábito de jogar água suja nas pessoas que julga vadias. Nem Lúcia Hipólito no dia que estava bêbada.

O comentário do cidadão está em



O prefeito da cidade de Detroit, a maior concentração da indústria automobilística em todo o mundo, está abrindo mão de 40% da área do município abandonada por desempregados hoje vivem em abrigos, nas ruas, em trailers, num país onde a taxa oficial de desemprego é de pouco mais de nove por cento, mas o governo nos bastidores admite que ultrapassa a vinte por cento. Qualquer semelhança com manipulação de números durante a ditadura militar ou o governo FHC não é mera coincidência.

É  culpa da China.

A consultoria ECONOMATICA fez um levantamento sobre empresas na América Latina e nos EUA e concluiu que a PETROBRAS é a segunda maior empresa latino americana e nos EUA, com um patrimônio líquido de 175,5 bilhões de dólares.

O desespero do comentarista deve ser rescaldo da derrota de José FHC Serra. É que esse patrimônio foi recuperado pelo governo brasileiro e a perspectiva é que a empresa se torne a maior do setor petrolífero do mundo nos próximos anos.

Não vira PETROBRAX como queriam os tucanos. 

Breve nos classificados de jornais de alto gabarito aquele anúncio troco filha loura, um metro e setenta, forma física de assombrar, carinhosa e meiga, faz serviços domésticos e de cama, por OPALA em boas condições, tratar pelo telefone 00000000.

O espetáculo “é o momento histórico que nos contém” (DEBORD).

E vai daí que, sem saída, o modelo falido, os norte-americanos decidiram apelar para a máquina de imprimir dinheiro, despejar toneladas de dólares verdadeiros/falsos mundo inteiro, no afã de recobrar o status de Disneyworld dos “miseráveis”, na falácia da “guerra do ópio” neoliberal.

Um relógio produzido em compartimentos segmentados de trabalho escravo, mão de obra barata e vendido na Quinta Avenida a não miseráveis que concentram todo o poder e riqueza do mundo, enquanto Obama finge que governa alguma coisa.

Leão desdentado é um trem, leão enfurecido é outra coisa, leão fracassado é um perigo maior ainda. O risco de perder a juba torna os EUA um conglomerado doentio e ameaçador.

No chamado vale do silício, na Califórnia, executivos de grandes empresas falidas na crise da soberba capitalista, abençoados por Bento XVI, como o fora por João Paulo II, passam o chapéu e alguns, os que aprenderam, ensaiam acordes em violões desafinados sem a menor sintonia com o sentido João Gilberto de ser.

As empresas? Imensos desertos varridos pela loucura dos arsenais capazes de destruir o mundo cem vezes.

O ser humano?

No filme O INCRÍVEL EXÉRCITO BRANCALEONE, de Mário Monicelli, o notável Vitório Gassman, quando percebe esgotadas todas as tentativas de ascender ao baronato, toma o rumo da Terra Santa. À frente um profeta e um sino à moda daquelas tropas de burros.

O problema todo é que a Terra Santa é propriedade privada do terrorismo sionista, escritura outorgada pelo Todo Poderoso, o deles evidente e lá se cobra ingresso para pedir perdão e para espetáculos de palestinos/palestinas sendo torturados, estuprados. Assassinatos custam um pouco mais caro, afinal os custos são altos e com a crise do patrocinador, os EUA, é preciso fechar o balanço no mínimo empatando a casa das despesas com a das entradas.

Se o distinto turista tiver sorte e dispuser de informações privilegiadas pode ser seduzido por uma agente do MOSSAD. Existem autorizações expressas na lei e nos fundamentos do sionismo para esse tipo de ação. O diabo é depois.

Acaba morto num quarto de hotel em Dubai.

Há anos atrás o programa GLOBO REPÓRTER mostrou uma simulação interessante produzida por um tevê norte-americana. Se todos os carros saíssem a um só tempo numa determinada cidade, acho que New York, nem haveria como chegar e nem haveria como voltar.

Cerca de 15% da população dos EUA teve dificuldades em colocar comida à mesa no ano de 2009. Passaram fome. Como registra Milton Temer, já imaginou se isso fosse em Cuba onde a saúde e a educação pública de boa qualidade alcançam a totalidade das pessoas?

O que a REDE GLOBO não faria?

Balela? Informação do próprio Departamento de Agricultura do governo do império.

Nos castelos de  Wall Street tudo bem, lagosta.

Nos arredores de Detroit quem sabe calangos?

Será que a indignação do comentarista da RBS/GLOBO, assim como alguém que se revolta com uma baita injustiça foi a mesma quando o filho de um diretor da empresa da qual é empregado estuprou com alguns amigos uma colega?

Foi não, enfiou a viola no saco. A indignação com “miseráveis” andando de automóvel é puro preconceito e a dedução sobre maridos e mulheres insatisfeitos é patologia comum a globais de qualquer dimensão. No caso, ele é de quinta ou sexta.

Importante são as receitas de Ana Maria Braga e os passeios de Susana Vieira no shopping com os cãezinhos e o namorado.

Um dia, quem sabe não custa ter esperança, televisão brasileira chega a um estágio em que a debilidade mental que resulta do ódio e do preconceito não seja a regra. Sem robôs como Bonner e sem comentaristas do naipe de Luís Carlos Prates.

Olhe, houve um tempo que num só jornal se juntaram, Nélson Rodrigues, Sérgio Porto, Antônio Maria, Luís Jatobá, isso apesar de Flávio Cavalcanti, mas noutro canal.

Que pena, a invenção de Ford para as elites saírem do pesadelo das diligências acabou nas mãos de “brasileiros miseráveis”, por obra e graça de um governo “espúrio”.

Cretinice não é bem a palavra, nem canalhice, difícil mensurar.  

Deve estar pensando em servir em São Paulo, em posição de sentido para o esquema FIESP/DASLU. Só pode. Ou então nas pessoas que comem por conta do “governo espúrio”. Medo de faltar caviar.

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Sobre a política de isenção de IPI dos automóveis, uma boa leitura crítica pode ser feita no Diário Gauche AQUI.

E sobre o "Caso Prates" leiam o Raul Longo e o Mirgon.

Atualizado às 2h10min.
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Serra consegue o inimaginável: exumar o cadáver da CPI do Banestado

A desastrada campanha de Serra, que inclui desde a criação de uma marca [avatar] para campanha da Dilma, até a ridícula armação da bolinha de papel, agora, consegue o inimaginável: traz, para o centro da disputa política, o escândalo do Banestado. Esse episódio mereceu uma CPI, que foi devidamente varrida para baixo do tapete pelo Senador Antero Paes de Barros [PSDB/MT].

Do Tijolaço:

As relações perigosas de Serra



O material que o jornalista Amaury Ribeiro Jr entregou aos jornalistas após seu depoimento na Polícia Federal, desejando que fizessem bom proveito, mostra relações perigosas entre vários personagens-chave do processo de privatização das empresas públicas brasileiras no governo de Fernando Henrique Cardoso, com destaque para três deles: Gregório Marin Preciado, Ricardo Sérgio de Oliveira e José Serra.

Se a imprensa realmente fizer bom proveito dos documentos inéditos da CPMI do Banestado, que apurava a evasão de mais de US$ 84 bilhões do Brasil para paraísos fiscais, entre 1996 e 2002, terá material suficiente para dias seguidos de manchetes, do jeito que fazem quando encontram algo contra Dilma, mesmo que sejam apenas acusações sem provas e não documentos oficiais. A CPMI do Banestado terminou sem votar o relatório final pela manobra do senador tucano Antero Paes de Barros, que a presidia, como mostra o vídeo acima.

Entre os anos de 1998 e 2002, uma série de depósitos foram feitos nos bancos JP Morgan Chase e MTB Bank, de Nova York.

Na base de dados da conta Beacon Hill, no JP Morgan, aparecem nove lançamentos, totalizando US$ 1.475.583,93, entre 2 de outubro de 2001 e 15 de outubro de 2002, beneficiando a off-shore Franton Interprises. Sete deles feitos por Gregório Preciado, os mais volumosos, variando de US$ 150 mil a US$$ 375 mil, entre junho e outubro de 2002, período de eleições à Presidência no Brasil, no qual José Serra era o candidato dos tucanos. Dos recursos recebidos pela Franton Interprises via Beacon Hill, 82% foram depositados por Gregório Preciado.
A CPMI do Banestado constatou em matérias de jornal, portanto todos os jornalistas devem saber disso, que Preciado seria casado com Vicência Talan Marin, prima de José Serra, e que foi sócio de Serra em um terreno em São Paulo.

O imóvel de Serra e Preciado foi dado como garantia a um empréstimo que as empresas Aceto Vidros Ltda e Gremafer Comercial e Importadora Ltda, de propriedade de Preciado, fizeram no Banco do Brasil, em São Bernardo do Campo. Serra e Preciado venderam o terreno no valorizadíssimo bairro do Morumbi por irrisórios R$ 140 mil quando o bem estava arrestado para o pagamento da dívida.

Gregório Preciado, segundo a CPMI, teria obtido perdão de dívida de R$ 74 milhões sobre saldo de empréstimos feitos junto ao Banco do Brasil, quando Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor do banco.
Por conta disso, o procurador Luís Francisco de Souza propôs ação cautelar de improbidade, pois “além das renovações ilícitas, houve dois perdões indevidos, totalizando R$ 73,79 milhões. “E houve também desídia por permitirem a venda de bens com ações de aresto já ajuizados e por não ajuizarem ação para recuperar o imóvel, que, estranhamente, durante as novas negociações com as empresas, em 1995, escapou do arresto já ajuizado e foi vendido por apenas R$ 140 mil.”

Documento anexado à ação mostra petição do Banco do Brasil afirmando que os executados fugiam da Oficial de Justiça. O Banco do Brasil pediu prazo de mais 15 dias para o arresto, até 26 de setembro de 1995, mas no dia 19 de setembro de 1995, Preciado e Serra registraram o contrato de venda.

O Banespa também concedeu empréstimos de mais de R$ 20 milhões à Gremafer. O vice-presidente de operações do Banespa era Vladimir Antônio Rioli, que foi sócio de Serra na firma Consultoria Econômica e Financeira Ltda, cuja existência Serra omitiu na declaração feita à Justiça Eleitoral, em 1994. Serra foi sócio de Rioli de 1986 a 1995.

As firmas de Rioli, como constatou Amaury, continuaram recebendo recursos públicos. A Pluricorp, com atuação no mercado financeiro, estava construindo nove condomínios em São Bernardo do Campo, com 1.100 casas e apartamentos, com financiamento da Caixa Econômica Federal.

“Em seu currículo, o sr. Rioli faz questão de mostrar aos clientes sua afinidade com o poder público. O mesmo informa, por exemplo, que fez parte da comissão do governo que definiu as regras da privatização”, diz a ação cautelar.

Também é destacado que “a Gremafer, apesar de estar em pleno estado de falência, conseguiu trazer em 1995, por exemplo, US$ 1,2 milhão do Caribe, através da firma Socimer International Bank Limited, instituição financeira que atuava no paraíso fiscal quando foi liquidada pela Corte de Bahamas depois de prejudicar correntistas espanhóis e chilenos.”

Outro envolvido no imbroglio é Ronaldo de Souza, que aparece como testa de ferro de Ricardo Sérgio. Em 1998, 10 meses antes de comprar os prédios da Petros, que comentei em post anterior, Ronaldo abriu a empresa Antares Participações Ltda, para atuar em compra e administração de imóveis, e no mesmo dia foi nomeado procurador de uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, também do ramo imobiliário, chamada Antar Venture. Ronaldo de Souza passou procuração para Ricardo Sérgio dando amplos poderes para administrar os negócios da Antares. “Ou seja, o sr. Ricardo Sérgio não aparece nos registros da Antares nem da Antar Ventures, mas é quem de fato administra as empresas”, diz a ação.

No MTB Bank, a Franton Interprises recebeu recursos por meio da off-shore Kundo. A movimentação vai de junho de 1998 a março de 2001, no total de US$ 7,5 milhões. Dois dos depósitos, no valor total de US$ 400 mil, foram feitos pela Infinity Trading, do Grupo Jereissati. Carlos Jereissati liderou o consórcio que comprou parte da Telebrás, cuja formatação teve a participação direta de Ricardo Sérgio.

Movimentações de Gregório Preciado no exterior tiveram como destino a Franton Interprises, que também recebeu recursos de Ricardo Sérgio e de Ronaldo de Souza.
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Movimento em apoio ao Jornal JÁ


Do boletim do Sindicato dos Jornalistas RS:

Criado o movimento em apoio ao Jornal JÁ de Porto Alegre

Um público de 50 pessoas composto por jornalistas e representantes de entidades sindicais e da sociedade civil se reuniu na manhã de sábado, 11 de setembro, em apoio ao Jornal JÁ de Porto Alegre, cuja saúde financeira está ameaçada por uma indenização de100 mil reais cobrada judicialmente pela família Rigotto.

Na mesma sala da Associação Riograndense de Imprensa onde, em agosto de 1974, foi realizada a assembléia de fundação da CooJornal - iniciativa que entrou para a história do Jornalismo e que foi um modelo de organização em plena ditadura militar - foi fundado o Movimento Resistência JÁ, cujo objetivo é impedir a extinção do veículo comunitário de 25 anos.

"A situação que vive o JÁ atualmente guarda muitas semelhanças com a forma que terminou a CooJornal. No mínimo, conta também com o amplo silêncio da mídia", criticou o diretor da JÁ Editores e editor do JÁ, Elmar Bones. O Jornal JÁ foi condenado pela Justiça a pagar uma indenização de 100 mil reais à viúva Julieta Vargas Rigotto, mãe do ex-governador do Rio Grande do Sul e atual candidato ao Senado pelo PMDB, Germano Rigotto.

O motivo da ação é uma reportagem publicada em 2001 - vencedora do Prêmio ARI de Jornalismo daquele ano - que resgata documentos e aponta o envolvimento de Lindomar Rigotto, filho de Julieta e irmão do ex-governador gaúcho, em uma fraude que desviou cerca de 800 milhões de reais, em valores atualizados, da antiga CEEE.

"Germano Rigotto tenta se isentar dos problemas que nos causa essa ação. Mas a verdade é que sofremos um tremendo efeito político com essa condenação, pois é a família de um ex-governador que está processando um jornal. Não conseguimos anúncios, pois as grandes agências não querem se indispor", revelou Bones.

Sentenças contraditórias marcam o processo

Elmar Bones chamou atenção para o fato de que a própria Justiça havia considerado improcedentes as acusações pretendidas pela família Rigotto em um processo análogo. Julieta Vargas Rigotto ajuizou duas ações, uma penal contra o jornalista e outra, cível, contra a editora responsável pelo jornal.

Apesar de o conteúdo de ambas ser idêntico, Elmar Bones foi absolvido porque, segundo a juíza Isabel de Borba Lucas, "não se afastou da linha narrativa e teve por finalidade o interesse público, não agindo com intenção de ofender a honra do falecido Lindomar Vargas Rigotto". Entretanto, a editora foi condenada.

"Não acho justo pagar a indenização - ainda que na época tivéssemos dinheiro para isso. Mas trata-se de uma matéria correta, bem apurada e que teve como motivação o interesse público no assunto", protesta o diretor do JÁ. Em agosto, a Justiça determinou a presença de um interventor na redação do JÁ para garantir o repasse de uma verba mensal à viúva. E, mais recentemente, bloqueou as contas correntes dos dois sócios da editora - Elmar Bones e Kenny Braga.

Matéria apontou a maior fraude da história gaúcha

A matéria em questão parte do assassinato de Lindomar, em fevereiro de 1999, quando saía da boate Ibiza na praia de Atlântida, da qual era sócio, após contar a féria da última noite de Carnaval. Dois meses antes de ser assassinado, havia sido indiciado pela morte de uma garota de programa que caiu da janela de seu apartamento na rua Duque de Caxias, no Centro de Porto Alegre. O empresário da noite também estava com seus bens declarados indisponíveis pela Justiça por ser suspeito de desviar verbas públicas. Foi esse processo que o jornal JÁ resgatou na matéria, fruto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembléia Legislativa e de uma investigação conduzida pelo Ministério Público.

Lindomar foi considerado o protagonista de um desvio de cerca de 800 milhões de reais da CEEE, através do direcionamento de uma licitação. Segundo o depoimento à CPI do secretário de Minas e Energia do governo Pedro Simom, do PMDB, Alcides Saldanha, o cargo que Lindomar ocupava na estatal de energia havia sido criado sob medida para ele, por pressão do então líder governista na Assembléia, Germano Rigotto.

O processo que derivou dessas investigações vai completar 15 anos em fevereiro, e está em segredo de Justiça, embora tenha sido gerado a partir de uma ação civil pública.

Movimento Resistência JÁ cria duas frentes de atuação

O movimento em apoio ao Jornal JÁ definiu duas frentes prioritárias de ação para os próximos dias. A primeira é ampliar ao máximo a divulgação dos fatos, e a segunda é buscar recursos emergenciais para garantir a circulação da próxima edição do jornal.

Aqueles que tiverem interesse em integrar-se ao grupo ou que desejarem receber informações sobre o caso podem escrever para comite.resistenciaja@gmail.com. Também é possível entrar em contato com a redação do Jornal JÁ a través do telefone 3330-7272.
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Movimento Resistência JÁ luta pelo direito à informação


Foi deflagrado na manhã deste último sábado o movimento “Resistência JÁ”, em alusão à ação movida pela família do ex-governador Germano Rigotto, agora candidato ao Senado pelo PMDB do Rio Grande do Sul e supostamente alheio ao processo aberto em 2001 por sua mãe, dona Julieta, contra o Jornal JÁ, de Porto Alegre.

Segundo Elmar Bones, jornalista e proprietário da publicação, “o processo não é contra o jornal ou contra o Elmar, mas contra toda uma escola de jornalismo”. Ele admite a resistência para evitar que aconteça com o JÁ o que aconteceu com o Coojornal no passado que, por pressões do Serviço de Informações do Exército (SIEX), durante o governo do general Ernesto Geisel, acabou fechando.

“Me recusei a pagar porque a matéria foi absolvida em outros processos. Isso seria uma confissão de culpa, e não fiz nada errado. Pelo contrário. Produzimos uma reportagem bem feita, correta e de interesse público, que ganhou os maiores prêmios. Como posso aceitar pagar por isso?”, indaga-se. “Seria contra a minha própria profissão”, emenda.

Sem condições de sobrevivência pela retirada dos anúncios, Elmar acredita que o jornal ficou queimado na praça, afinal, perdeu um processo para a mãe de um ex-governador. “Estamos sofrendo um efeito político colateral muito grande”, resume, pois o governo é o maior anunciante dos veículos de comuncação. “Nosso problema hoje é fazer o jornal se reabilitar perante os anunciantes”.

A idéia, a partir deste primeiro encontro - realizado na sede da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) - é executar uma série de atividades que tratem do direito à informação.

Apoio

“Somos culpados porque não discutimos a imprensa. Aos poucos estamos tendo mais coragem para debater. Mas precisamos de mais ênfase”. Ercy Pereira Torma, presidente da ARI.

“Esse processo é contra o exercício da profissão e não contra o JÁ”. Adroaldo Correa, jornalista.

“Estão querendo massacrar a informação de cima para baixo. Quero ter o direito de ir na banca e escolher o que quero ler”. Marcia Camarano, diretora de Comunicação do Sindsep.

“O judiciário se ajoelha perante à grande mídia. A questão aqui não é contra o jornalista, mas contra a informação”. Vania Barbosa, diretora aposentada da Escola do Legislativo da AL-RS.

Entenda o caso

A família Rigotto atacou em duas frentes, indignada com uma reportagem de quatro páginas, publicada em maio daquele ano num pequeno mensário (tiragem de 5 mil exemplares) de Porto Alegre, o JÁ, que jogava luzes sobre a maior fraude da história gaúcha e repercutia o envolvimento de Lindomar Rigotto, filho de Julieta e irmão de Germano.

Uma ação, cível, cobrava indenização da editora por dano moral. A outra, por injúria, calúnia e difamação, punia o editor do JÁ e autor da reportagem, Elmar Bones da Costa, hoje com 66 anos. O jornalista foi absolvido em todas as instâncias, apesar dos recursos da família Rigotto, e o processo pelo Código Penal foi arquivado. Mas, em 2003, Elmar Bones, jornalista e dono do jornal, acabou sendo condenado na área cível ao pagamento de uma indenização de R$ 17 mil.

Em agosto de 2005 a Justiça determinou a penhora dos bens da empresa. O JÁ ofereceu o seu acervo de livros, cerca de 15 mil exemplares, mas o juiz não aceitou. Em agosto de 2009, quando a pena ascendera a quase R$ 55 mil, a Justiça nomeou um perito para bloquear 20% da receita bruta de um jornal comunitário quase moribundo, sem anúncios e reduzido a uma redação virtual que um dia teve 22 jornalistas e hoje se resume a dois – Bones e Patrícia Marini, sua companheira.
Cinco meses depois, o perito foi embora com os bolsos vazios, penalizado diante da flagrante indigência financeira da editora.

Até que, no mês passado, no maldito agosto de 2010, a família de Germano Rigotto saboreou mais um giro no inacreditável garrote judicial que asfixia o jornal e seu editor desde o início do Século 21: o juiz Roberto Carvalho Fraga, da 15ª Vara Cível de Porto Alegre, autorizou o bloqueio on-line das contas bancárias pessoais de Elmar Bones e seu sócio minoritário, o também jornalista Kenny Braga.

Assim, depois do cerco judicial que está matando a editora, a família Rigotto assume o risco deliberado de submeter dois dos jornalistas mais conhecidos do Rio Grande ao vexame da inanição, privados dos recursos essenciais à subsistência de qualquer ser humano.

Por Tatiana Feldens, Asscom PT-POA, com informações de Luiz Claudio Cunha, do Observatório da Imprensa.
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O jornalismo punido

Por Ayrton Centeno no Brasília Confidencial

Jornalismo, assim com J maiúsculo, não depende necessariamente do poderio econômico do veículo. Um pequeno e audacioso jornal de Porto Alegre possui um troféu que nenhum diário dos grandes conglomerados da mídia do Rio Grande do Sul pode ostentar: é dono, na categoria nacional, de um Prêmio Esso de Jornalismo, o mais disputado da imprensa brasileira. Sua trajetória soma muitas outras premiações, prova da excelência do seu trabalho, malgrado seus parcos recursos. Entre suas vitórias figuram, por exemplo, o prêmio da Associação Riograndense de Jornalismo (ARI) e outro Esso, este regional, ambos em 2001. Naquele ano foi premiado por narrar, com começo, meio e fim, a mais alentada falcatrua da história do Rio Grande do Sul e uma das maiores do Brasil. Porém, se de um lado foi premiado, de outro foi condenado. Acabou punido pela prática de jornalismo, aparentemente um crime hediondo naquele estado outrora “o mais politizado do Brasil”, hoje carcomido pela autocomplacência.

O pecado do jornal Já e do seu editor, Elmar Bones da Costa – piloto do lendário Coojornal, alternativo que se tornou referência jornalística nos anos de chumbo ao lado de O Pasquim, Opinião, Movimento, Ex e Versus – foi fazer aquilo que os flácidos jornalões não fizeram. Cedendo à tentação de uma pauta arrebatadora com fôlego de romance policial, desbravou uma monumental papelada, checou versões e realizou entrevistas para contar uma fraude ocorrida no fim dos anos 1980 que surrupiou R$ 800 milhões – em valores atualizados – dos cofres de um Estado empobrecido.

Como condimento da trama, duas mortes brutais: uma garota de programa jogada nua do 14º andar de um edifício, no centro da capital gaúcha, e o assassinato, com um balaço no olho direito, daquele que é apontado como o arquiteto da falcatrua. Mais um assalto à mão armada, uso de drogas, uma CPI e a letargia do Judiciário que há uma década e meia ainda não responsabilizou ninguém pela pilhagem. E, como se fosse necessário mais um tempero, a vítima fatal e artífice do rombo era diretor da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), nomeado por exigência de seu irmão, o então deputado estadual Germano Rigotto (PMDB). Deputado federal por três legislaturas, Rigotto seria, mais tarde, líder do Governo Fernando Henrique Cardoso na Câmara Federal e governador do Estado. Em 2010, é o candidato de seu partido ao Senado.

E é a família Rigotto, na pessoa de sua matriarca, dona Julieta Rigotto, mãe de Lindomar e Germano, que levou às cordas o Já e seu jornalismo destemido. Os Rigotto atacaram em dois fronts. À luz do Código Penal, o editor, que também assinou a reportagem, foi acusado de “calúnia e difamação”. A juíza Isabel de Borba Lucas, da 9ª. Vara Criminal, afirmou que o jornal visou “o interesse público” e “em nenhum momento” teve por intenção “ofender o falecido Lindomar Rigotto” e concluiu pela absolvição. No cível, após vencer em primeira instância, o jornalista sofreu um revés no Tribunal de Justiça, em 2003, sendo condenado por “dano moral” por atingir “a memória do falecido”. Desde então, o torniquete em torno do Já e do seu editor aperta-se cada vez mais. Perdeu sede, profissionais e anunciantes, sofreu uma intervenção judicial e, em meio a aperto tão grande, as contas bancárias dos dois sócios foram bloqueadas no mês passado. A ideia, presume-se, é matar não só o jornal como os jornalistas à míngua.

Com 40 anos de profissão, é o segundo processo na carreira de Elmar Bones da Costa. O primeiro levou-o à prisão por publicar no Coojornal documentos secretos do Exército sobre as guerrilhas do Vale do Ribeira e do Araguaia. Era 1980, o Brasil vivia sob a ditadura militar e o absurdo tornava-se, vamos dizer, auto-explicável pelas circunstâncias históricas. Agora, em plena democracia, Elmar Bones não consegue entender como, sem que seja apontado qualquer erro na reportagem, sua veracidade resulte penalizada. O absurdo, portanto, é de grandeza superior.

Tudo acontece sem que a mídia regional emita uma vírgula sobre o assunto. Como se fosse decisivo sufocar sob o silêncio qualquer registro do que está se passando. Mas este muro tem suas fissuras e, através delas, as agruras do Já ganharam a internet e se reproduzem em e-mails, blogs e sites. E, agora, nesta semana, os jornalistas gaúchos estão lançando o movimento “Resistência Já” para levar a campanha às ruas, envolvendo também atores, músicos, fotógrafos, cineastas, escritores e outros profissionais da palavra e da expressão. Na percepção deles, não se trata apenas de um pequeno jornal com tiragem de 5.000 exemplares e de seu editor. A carga simbólica dos acontecimentos informa que existe muito mais em jogo.
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Quem é Sandra Terra, a jornalista envolvida no caso do sargento araponga?

Alguém sabe nos dizer? Só  sabemos, que ela é assessora de Yeda Crusius e Coordenadora de Comunicação da representação do Governo RS em Brasília. Mas ela já apareceu em manchete na blogosfera. Confira abaixo as últimas notícias sobre o araponga do Piratini.


Do ColetivaNet:

MP levanta suspeição em relação aos telefonemas trocados por Sandra Terra e o militar do Palácio Piratini

Reportagem da edição desta quarta-feira, 8, do jornal Zero Hora relata que a investigação do Ministério Público (MP) que resultou na prisão do sargento César Rodrigues de Carvalho, lotado na Casa Militar do Palácio Piratini, encontrou indícios de que ele faria parte de uma rede de interesses que envolvia espionagem de adversários políticos do governo estadual e proteção a aliados, além de negócios com contraventores visando a benefícios financeiros para o grupo. ZH registra que nas interceptações telefônicas feitas pelo MP, “Rodrigues aparece falando com pelo menos uma assessora do Piratini, a jornalista Sandra Terra. Quando a investigação em relação a ele já era de conhecimento da cúpula da Brigada Militar e do governo, foram captadas ligações em que o sargento trata com a assessora sua permanência na Casa Militar. Também há ligações em que é citada outra assessora de Yeda, Walna Vilarins Meneses. O monitoramento do MP detectou que a exoneração de Rodrigues chegou a ser adiada por interferência de assessores do Piratini”.


Em seguida, a reportagem registra que no pedido de prisão preventiva feito pelo MP à Justiça, há o seguinte questionamento: “Ora, o que pode ligar um sargento às duas assessoras diretas da governadora? Por qual motivo Rodrigues é tão protegido pelo alto escalão do governo?”. Segundo o jornal, a assessoria do Piratini informou que apenas o comandante da Brigada Militar, João Carlos Trindade, se manifestaria sobre o caso. Contatado por Zero Hora, ele não atendeu às chamadas.


Sandra Terra é funcionária do governo do Estado e está lotada na representação de Brasília, da qual é coordenadora. Integra também o Comitê Executivo de Comunicação Social, cujo objetivo é gerenciar a área de comunicação do governo estadual.

Mais informações AQUI.

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Em 20 de agosto de 2008, Weissheimer fez a seguinte postagem em seu blog:

As muitas viagens e funções de Sandra Terra



Aug 20th, 2008 by Marco Aurélio Weissheimer.


A paixão da jornalista Sandra Terra por viagens vem de longa data. A assessora da governadora Yeda Crusius (PSDB) na “embaixada” do Rio Grande do Sul em Brasília gastou em oito meses mais diárias do que aquelas a que um deputado estadual tem direito em um ano, conforme informou hoje a jornalista Rosane de Oliveira, em Zero Hora. Já foram 98 viagens, de janeiro até aqui. Coordenadora da comunicação da campanha de Yeda, Sandra Terra ganhou a fama de “lobista da Monsanto”, por suas freqüentes incursões na Assembléia Legislativa quando os transgênicos começaram a ser introduzidos no Rio Grande do Sul.


Em um artigo publicado no site No Mínimo, em 29/09/2003, Xico Vargas destacou a paixão da jornalista pelas viagens e pelos transgênicos. Apresentando-a como “testemunha” do fenômeno da introdução dos transgênicos no país, Vargas descreveu assim a atuação de Terra:

“A jornalista Sandra Terra, que há 20 anos percorre áreas de plantio de grãos geneticamente modificados no país, garante que as diferenças que observa têm sido sempre para melhor. Com a redução no uso de agrotóxicos, relata, ‘as lavouras estão limpas. Os lagos e açudes estão repovoados e os pássaros estão de volta’, entusiasma-se”.


Segundo o chefe da Casa Civil do governo Yeda Crusius, José Alberto Wenzel, Terra ocupa uma função estratégica no governo. Wenzel não explicitou que função seria esta. Assessora direta e confidente da governadora Yeda Crusius, a jornalista é vista como uma eminência parda no governo, sem uma função determinada, mas encarregada de resolver “problemas especiais [grifo nosso].

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Afinal, o que o Estado quer com um escritório na cidade do Roriz - Arruda? Quanto custa manter essa estrutura para nossos cofres? Que ganhos culturais, políticos, financeiros o RS obteve com esta representação? E para que mesmo serve este escritório?

Esse governo Yeda Crusius é uma desgraça! Ainda bem que está com seus dias contados!
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O "jornalismo" sórdido da Time

Por Chico Villela em NovaE

O governo BHObama estimula campanha antiTaleban na mídia grande dos EUA para compensar os estragos das revelações do coletivo WikiLeaks.

Tudo indica que as revelações do Diário da Guerra Afegã, do coletivo de ativistas políticos WikiLeaks, continua fazendo estragos sem conta. A revista Time deu a partida da reação do governo BHObama com uma capa de rara indignidade: uma moça afegã bonita, 18 anos, de véu, com o nariz semidecepado e a orelha (oculta) mutilada, obra de seu marido apoiado por líder taleban em reação a sua vontade de deixar o lar após abusos e ofensas.

A apelação foi e vem sendo questionada da parte de críticos e analistas até mesmo afinados com as posições da revista. Mas a indignidade está mais no título, algo como: é o que acontece se os EUA saírem do Afeganistão.

E o assassinato pelo Taleban de uma dozena de médicos e assessores ocidentais deflagrou uma onda de notícias repetitivas sem fim. Há vários subtextos nestas demonstrações da capacidade da grande imprensa de superar recordes de canalhice.

A moça de nariz mutilado acha-se nos EUA para ganhar plástica facial. Pena que milhões de mutilados pelas armas aliadas em suas guerras sem fim não tenham a mesma compensação.

1 O primeiro subtexto é o racismo e a manifestação de superioridade: se os EUA saírem do Afeganistão, o país voltará a mergulhar na barbárie mais abjeta. Ou seja: a presença das tropas invasoras é garantia de civilização e outras banalidades afins.

Idéia 1 Substituir a moça da capa por uma grande foto de um casamento que uniu há uns quatro anos duas aldeias e duas famílias tradicionais. Uma festa rara no Afeganistão, em que os clãs se fecham em suas tradições e pouco se abrem para outros clãs, inda mais de etnias diversas. A cerimônia, confundida pelos invasores com uma reunião do Taleban (uma prova da eficácia dos seus serviços de Inteligência), foi severamente bombardeada. Morreram mais de 140 pessoas, a maioria mulheres e crianças, inclusive a noiva. Quase não havia cadáveres, apenas pedaços de corpos misturados. A Time perdeu uma boa capa.

Curioso é que esta não foi a primeira vez: desde 2001, dezenas de festas, reuniões e casamentos vêm sendo bombardeados. As tropas alemãs da OTAN patrocinaram recentemente outra carnificina. Dois caminhões de combustível roubados pelo Taleban atolaram num riacho. Centenas de moradores próximos acorreram para pegar um pouco de algo que, lá, é precioso e raro. O comando alemão entendeu que o Taleban se reunia em mais de centena e solicitou bombardeio dos aviões e helicópteros do governo BHObama, que foi agravado pela explosão dos caminhões. Resultado: alguns insurgentes talebans e mais de 150 mortos civis afegãos e um presidente alemão que renunciou em parte por isso.

2 O segundo subtexto é insistir nas diferenças culturais entre muçulmanos fundamentalistas e outras correntes religiosas, radicais ou não, e entre as incompatibilidades entre as concepções “ocidentais” e as muçulmanas, com privilégio para as “ocidentais” e desprezo pelas muçulmanas. (Para o Ocidente, é condenável cobrir o corpo e o rosto da mulher com túnicas. Mas para o Ocidente é lícito expor o corpo da mulher de todos os modos, de elegância a putaria, de uma forma que, para muçulmanos, é igualmente condenável.)

Idéia 2 Os fundamentalismos muçulmanos são tão odiosos quanto os cristãos (nascidos por perto dos anos 1920 nos EUA e hoje alastrados como erva maligna pela política e a vida social do país) , os judaicos (que favorecem invasão e ocupação de terras palestinas e elegem governos de extrema-direita como o atual) e outros menos votados. O marido muçulmano afegão que mutila a mulher tem tanto peso quanto o ex-combatente que volta da guerra do Afeganistão, não encontra espaço na sociedade, arrasta traumas e psicoses, não tem assistência adequada e um dia mata a família e suicida. Os índices de suicídio entre ex-combatentes do Iraque e do Afeganistão é superior ao de todas as outras categorias classificáveis. Mas eles apenas matam e suicidam, não mutilam os seres amados.

3 O terceiro subtexto é o pretenso desrespeito do Taleban aos colaboradores altruístas e desinteressados, como médicos missionários, que socorrem, em geral, os feridos de tropas invasoras. Mais uma demonstração da barbárie do “inimigo” e da superioridade do invasor, que socorre até mesmo famílias afegãs atingidas pelos combates (leia-se: atingidos pelo fogo maciço dos invasores).

Idéia 3 Se não tivesse havido invasão, os médicos não estariam presentes, a não ser que fizessem parte de entidades dedicadas ao socorro a sofredores, sejam talebans ou chineses. Mas estes são sempre bem-vindos pelos governos e pelos opositores. Para os cidadãos do país, como os da etnia pashtun que enforma o Taleban, há milênios instalados em seu espaço, tropas armadas e médicos que se locomovem junto são ambos invasores.

A leitura, do ponto de vista do combatente taleban, é absolutamente correta. Seria pedir demais ao guerreiro taleban separar uns de outros. Logo para ele, que assiste ao seu inimigo que não sabe separar sequer combatentes de civis, ou adultos insurgentes de mulheres e crianças.

4 O quarto subtexto é a gratuidade do ataque taleban à equipe de médicos e assessores, o que reforça a característica de barbárie dos atos do inimigo.

Idéia 4 Os registros do Diário da Guerra Afegã trazem milhares de relatos de mortes em postos de controle, em estradas, dos invasores e da polícia afegã. Assim como os explosivos caseiros respondem pela maior parte de mortes de militares invasores, os assassinatos em postos de controle avultam entre os principais responsáveis pelas mortes de civis. Os invasores chamam essa barbárie de “escalation of force”, que começa no medo do que não se conhece (uma família afegã num carro é um potencial atacante) e culmina com civis metralhados, muitas vezes dentro de ônibus. Gratuidade?

5 Infere-se da foto, da chamada de capa e da leitura do texto que a violência de fundamentalistas muçulmanos é pior que qualquer outra.

Idéia 5 As contagens variam, mas todas convergem para cifras abismantes. No Iraque morreram até agora, após a invasão de 1991 por Bush pai, do bloqueio econômico e dos bombardeios entre 2001 e 2003, e pela invasão e posterior carnificina de Bush filho em 2003, mais de 1.350.000 civis. Exilados, contam-se por volta de 4.500.000, mais da metade fora do país. Desde a invasão russa de 1980-1989 até agora, após nove anos de invasão dos EUA-OTAN, morreram no Afeganistão estimados 3.000.000 de civis.

Mas a violência dos fundamentalistas muçulmanos é inimaginável: assim reza a grande mídia obediente aos desígnios e aos dólares do governo e das corporações que o elegem e mantêm. Consegue ser pior que a brasileira.

Fato que, este, sim, é um feito memorável!

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Obama e o sorriso de Mona Lisa


Tradução: Caia Fittipaldi

14/8/2010, M K Bhadrakumar, Asia Times Online
http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/LH14Ak02.html

As interpretações que o pequeno grupo de jornalistas convidados para o briefing que o presidente dos EUA Barack Obama divulgou sobre o Irã, semana passada, são realmente impressionantes. Vem à cabeça a canção Mona Lisa, eternizada na doce voz de barítono que se ouvia há 60 anos, antes de Obama nascer, de outro afro-americano de Chicago, Nat King Cole:

“Você sorri para tentar um amante, Mona Lisa,
Ou é seu jeito de esconder o coração partido?
Quantos sonhos entregues aos seus pés!
Ali jazem, ali morrem...”[1].

Havia um “sorriso místico” nos lábios de Obama, ao falar à mídia? David Ignatius, do Washington Post, garante que Obama “repôs firmemente sobre a mesa” a possibilidade de negociar com o Irã; Peter David, do Economist garante, com igual convicção, que Obama “não apontou qualquer política nova”.

Marc Ambinder e Jeffrey Goldberg de The Atlantic entenderam que Obama pavoneava-se, ante o público doméstico, do sucesso de sua política de engajamento associado ao simultâneo aperto econômico e político contra o Irã.

Robert Kagan, comentarista político conhecido, gostou de Obama ter indicado que “não há à vista qualquer nova iniciativa diplomática [que tenha a ver com o Irã]”. De modo geral, os neoconservadores nos EUA deliciaram-se por a luva de seu presidente deixar transparecer bem nítido o reforço oculto de aço de alta qualidade.

A seu modo, é possível que tenham acertado. Afinal, e à vista das eleições para o Congresso em novembro, o principal objetivo do briefing foi reafirmar diretamente a Israel e ao influente lobby pró-Israel nos EUA que a política do governo Obama, que tanto repete o mote ‘das conversações com o Irã’, absolutamente não implica qualquer ameaça real aos interesses do Estado judeu.

O xis da questão é que a política dos EUA para o Irã está outra vez numa encruzilhada. Obama diz que tentou atrair o Irã para a mesa de negociações no início do governo, e que Teerã não respondeu. Mas... será que tentou mesmo? OK. Obama ofereceu algumas aberturas a Teerã, mas, enquanto isso, serviços sob seu comando trabalhavam para uma “mudança de regime” no Irã e houve operações secretas. O Irã foi ‘convidado’ à mão armada, para negociar.

Num certo momento, depois das eleições presidenciais no ano passado no Irã, Washington meteu-se na cabeça que haveria vantagem em encenar mais uma “revolução colorida” em Teerã. Isso, num momento em que a prioridade teria sido negociar com o presidente Mahmud Ahmadinejad, muito firme e legalmente instalado no poder e em posição que lhe permitiria tomar decisões difíceis. Em vez disso, Obama tentou contato com o Líder Supremo Aiatolá Ali Khamenei, esquecendo completamente que Obama não passa de (mais) um Cesar.

Em segundo lugar, Obama insiste em que um dos pilares de sua estratégia para o Irã seria enfatizar sempre sua agenda de não-proliferação nuclear, para cumprir os deveres dos EUA nos termos do Tratado de Não-Proliferação Nuclear e organizar uma bem-sucedida conferência dos países do Tratado. Fato é que, como o mundo as vê, as políticas dos EUA são eivadas de contradições e, de fato, são elas que, hoje, já praticamente reduziram o Tratado a cacos.

Moscou corrige a rota

De fato, Obama apresentou sua política de “desligar-reiniciar” [ing. reset] os contatos com a Rússia como o terceiro e crucial pé do tripé da política dos EUA para o Irã. Em resumo, Washington gostou de ver que Moscou não só atraiçoou Teerã como, além disso, mexeu pauzinhos para estimular a China, a União Europeia e o Canadá a também golpearem o Irã.

A Rússia atacou economicamente o Irã por motivos fortemente oportunistas. Mas, oportunista uma vez, oportunista outras vezes; e os EUA parecem estar farejando novas ocasiões para novos oportunismos.

Nada, senão isso, explica a hilariedade que se viu na secretária de Estado Hillary Clinton, ao apelar ao Senado dos EUA, 4ª-feira, para que aprove o “novo tratado START” – Strategic Arms Reduction Treaty [Tratado de Redução de Armas Estratégicas] com a Rússia, que Obama assinou em abril com Dmitry Medvedev, e que tem de ser ratificado pelo Senado para viger.

Por seu lado, Moscou, que deposita grandes esperanças no tratado START com vistas ao retorno da Rússia aos palcos mundiais, calcula que são necessários 67 votos no Senado, para a ratificação; Obama terá de mobilizar todos os 59 deputados Democratas e os independentes e, além desses, ainda terá de encontrar pelo menos seis Republicanos; ou o “novo START” não será ratificado. Até agora, só Richard Lugar, Republicano de Indiana, comprometeu-se publicamente a votar a favor da ratificação.

Moscou parece convencida de que a mudança na sua política para o Irã foi longe demais, sem que os EUA lhe tenham pago qualquer correspondente compensação; alguma correção de rota parece útil. A retórica do Kremlin amainou. Volta a parecer viável o negócio pelo qual a Rússia fornecerá mísseis S-300 ao Irã.

Semana passada, a empresa russa Lukoil forneceu petróleo refinado ao Irã, ignorando as ameaças de retaliação dos EUA – e o petróleo foi fornecido em parceria com a empresa Zhuhai Zhenrong, chinesa. Moscou recebeu o ministro iraniano do Petróleo, para discutir os termos de uma cooperação bilateral; os funcionários russos falaram de encomendas prováveis, para a nova usina nuclear iraniana, Bushehr, a partir de agosto. O front diplomático também dá sinais de incômodo. A Rússia associou-se à China, para criticar os EUA e a União Europeia, por terem imposto sanções unilaterais ao Irã.

Desligar-reiniciar 2, depois do Desligar-reniniciar 1, entre EUA e Rússia?

Na 2ª-feira, o embaixador iraniano em Moscou Reza Sajjadi visitou o ministério russo de Relações Exteriores, para “uma frutuosa troca de ideias” com o vice-ministro Alexei Borodavkin, sobre “temas relacionados ao desenvolvimento da cooperação econômica e comercial Rússia-Irã, mutuamente benéfica”. Segundo o ministério russo de Relações Exteriores, “o mútuo interesse expressou-se pelo revigoramento da colaboração bilateral nessa esfera”.

Na 3ª-feira, Sajjadi voltou ao ministério, para encontrar-se com o secretário Andrey Denisov. Documento oficial russo diz que “as partes trocaram ideias sobre assuntos da agenda bilateral, regional e internacional, com especial atenção ao diálogo político Rússia-Irã e trabalho conjunto com vistas à solução de problemas internacionais e regionais chaves” (negritos meus.)

O ‘desligar-reiniciar 1’, dos EUA para a Rússia, parece ser a perna mais bamba do tripé da política dos EUA para o Irã. Curiosamente, aconteceu também de essa mesma perna problemática ter sido fundida numa liga pouco confiável, de metais russos e chineses.

Os sucessivos atos de provocação dos EUA contra a China no Pacífico asiático, durante as últimas semanas, podem também ter abalado a convicção dos chineses no que tenha a ver com a questão iraniana. Não por acaso, os EUA já deram puxão de orelhas público, na China. Robert Einhorn, conselheiro especial dos EUA para temas de não-proliferação e controle de armas, que irá a Pequim no final de agosto, disse:

“Queremos a China como parceiro responsável no sistema internacional. Isso significa cumprir as resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Isso significa não jogar pelas costas, não tirar vantagens da autocontenção responsável de outros países.”

Preocupação já manifestada por vários países, no que tenha a ver com tomar medidas contra o Irã é que “se aplicarmos sanções contra o Irã, a China logo aparecerá por lá e tirará vantagem de nossa autocontenção.”

Para o Irã, as apostas também são altas. O vice-ministro do Petróleo do Irã Hossein Noghrehkar disse semana passada que a China investiu 29 bilhões de dólares no setor de petróleo do Irã e outros 11 bilhões no oleoduto, inclusive para a instalação de sete refinarias.

Para garantir, entra em cena o desligar-reiniciar à moda chinesa. Pequim parece entender que o desligar-reiniciar EUA-Rússia não avançou muito além da “diplomacia de hambúrguer” de Obama com Medvedev. Na 2ª-feira, um comentário chinês examinava detidamente a política de Moscou para o Irã. Dizia:

“Como aliada do Irã com muitos interesses estratégicos e econômicos no país, dificilmente se manterá a visão pró-ocidente entre os russos. (...) O Irã é não apenas importante aliado regional dos russos; é também importante ferramenta de barganha nas relações diplomáticas com o Ocidente, sobretudo com os EUA. Aconteceu apenas que, num certo momento, a Rússia decidiu que suas relações com os EUA seriam mais importantes que suas relações com o Irã.

Aproximar-se de países ocidentais trouxe para a Rússia mais resultados negativos que positivos (...). A Rússia ganhou pouco com a atitude pró-ocidente. No período, os russos manifestaram mais dúvidas e críticas sobre Medvedev. Nesse quadro, a Rússia não se pode expor a perder o Irã. Assim sendo, é muito provável, no futuro próximo, que a Rússia suavize o tom, em relação ao Irã.”

Feitas as contas, o ‘sorriso de Mona Lisa’ de Obama tem de ser posto em perspectiva. Por um lado, dá a impressão de estar dizendo a Teerã que a “trilha” para solução pacífica do impasse nuclear permanece aberta; e que permanece aberta também para uma solução que garanta ao Irã o direito de conservar seu programa nuclear civil, desde que se possa negociar “um claro conjunto de passos” que sejam “suficientes para mostrar que eles não trabalham para construir armas nucleares.”

Ao mesmo tempo, Obama também propôs “trilha separada” de conversações sobre o Afeganistão, considerados os “mútuos interesses” de Irã e EUA em combater os Talibã. Disse que o Irã deve ser “parte”, em conversações regionais sobre a estabilização do Afeganistão e que “poderia ser um parceiro construtivo”. Foram palavras de conciliação.

Por outro lado, Obama insistiu que os EUA continuem no controle, que os iranianos haviam ficado diplomaticamente isolados, que as sanções estavam “mordendo” e que, no contexto geral, estaria apenas sendo lógico, no movimento de defender a vantagem no jogo, ao escolher reengajar o Irã. E ofereceu promessas vagas, dirigidas aos linhas-duras, de que não descartara o uso da força, onde a diplomacia falhe.

Volta-se à pergunta de Nat King Cole: “Você é quente, você é real, Mona Lisa?"
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[1] Do you smile to tempt a lover, Mona Lisa, / Or is this your way to hide a broken heart?/ Many dreams have been brought to your doorstep / They just lie there and they die there. No texto, em tradução aproximada, só para ajudar a ler. Pode-se ouvir, em arranjo grandiloquente mas com cantor perfeito, em http://beemp3.com/download.php?file=54851&song=Mona+Lisa [NT]

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O dia em que a Waldvogel ouviu quieta



A dica é do comentarista alex: acima, vídeo editado do programa “Entre Aspas”, onde o jornalista Paulo Moreira Leite e o cientista político Antônio Carlos Almeida debatem as pesquisas e campanhas eleitorais. O título do programa já entrega a rapadura: “Quais as chances de uma reversão na tendência das pesquisas eleitorais?”, texto pescado do blog Tijolaço. A íntegra do programa pode ser assistida AQUI.
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Eleições na FENAJ

Entre os dias 27 e 29 de julho, ocorrem as eleições na FENAJ - Federação Nacional dos Jornalistas.

Para se informar a respeito do processo eleitoral, clique AQUI.

Conheça as chapas:

Chapa 1, Virar o Jogo

Chapa 2, Luta, Fenaj!

PARTICIPE!

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Celso Schröder é eleito presidente da Fenaj


Atualizado em 30/07/2010 às 19h51min.
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