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EUA quase detonaram duas bombas atômicas sobre o próprio país - informa documento secreto divulgado pelo Guardian


Bomba H que quase provocou catástrofe


Três dias após o discurso de posse de John Kennedy como presidente dos Estados Unidos, em janeiro de 1961, um avião B-52 sofreu uma pane no ar, entrou em parafuso e liberou as duas bombas de Hidrogênio que carregava, sobre a Carolina do Norte. Uma caiu num rio e outra ficou presa numa árvore (imagem acima). Só não detonaram porque um dos cinco dispositivos de segurança não permitiu. Os outros quatro falharam. Cada uma delas com poder de destruição de 4 megatons, o equivalente a 4 milhões de toneladas de TNT, 260 vezes mais poderosas que as que arrasaram Hiroshima.

Elas poderiam ter dizimado Washington, Baltimore, Filadélfia e chegado até Nova Iorque, provocando a morte de milhões de pessoas.

A notícia foi divulgada pelo jornalista investigativo Eric Schlosser, no tradicionalíssimo The Guardian, no dia 20 de setembro de 2013, há quase duas semanas [íntegra aqui].

Você que me lê tomou conhecimento do fato em algum dos veículos de nossa mídia baba-ovo dos EUA?


Madame Flaubert, de Antonio Mello

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Vazamentos testam o nervo nuclear de Teerã

1/12/2010, Kaveh L Afrasiabi, Asia Times Online 


“WikiLeaks comprova que o mundo partilha as mesmas preocupações contra um Irã nuclear.”
Hillary Clinton, secretária de Estado, EUA

A secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton quer ganhar de um modo ou de outro; lamenta a divulgação não autorizada de milhares de documentos do governo dos EUA e promete fazer o que tiver de ser feito para conter os vazamentos e, simultaneamente, procura beneficiar-se do vendaval que sopra hoje sobre o Irã. 

Os 219 telegramas diplomáticos enviados por funcionários dos EUA e divulgados até agora, de um arquivo declarado de 251 mil telegramas obtido por WikiLeaks – estão sendo interpretados como autênticos por grande parte da mídia ocidental, embora não se possa comprovar que todos os telegramas sejam autênticos ou que não haja telegramas ‘plantados’ nos arquivos, o que configuraria mais um movimento de EUA e Israel preparando a guerra contra o Irã e suas supostas ambições nucleares. 

Algumas das revelações dos arquivos WikiLeaks foram recebidas como maná pelos falcões mais linha-dura dos EUA, Europa e Israel, que exigem ataque militar ao Irã. Por exemplo, os telegramas em que o embaixador dos EUA diz que o saudita rei Abdullah pressiona Washington para que ataque militarmente o Irã, pressão que se vê também feita por outros líderes do Conselho de Cooperação do Golfo; ou o telegrama que relata que Moscou traiu obrigação contratual com o Irã para entrega do sistema de defesa aérea S-300 para reforçar a posição russa em face dos EUA; ou notícias de que a Turquia, aliada do Irã nas conversações nucleares, estaria apoiando terroristas da al-Qaeda contra o governo xiita pró-Irã no Iraque; ou notícias de que o Irã pode ter recebido cerca de 19 mísseis de médio alcance da Coreia do Norte. 

A divulgação desses telegramas coincide com notícias terríveis vindas de Teerã, de que um físico nuclear, Majid Shahriari, foi assassinado nas ruas de Teerã a caminho do trabalho, e outro, Fereydoon Abasi, foi ferido por bomba semelhante jogada em seu carro por assassinos em motocicletas. São fatos que depõem contra a segurança iraniana, quando, depois de outro ataque contra outro cientista, Masoud Ali Mohammadi, em janeiro, o Irã jurou proteger a vida de seus cientistas nucleares. 

Somados à admissão, por Teerã, de que seu programa de enriquecimento de urânio sofrera grave ataque cibernético, os vazamentos com certeza abalam a confiança dos iranianos, às vésperas de entrarem em nova rodada de conversações nucleares com “os seis do Irã” (EUA, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha) marcadas para o início de dezembro em Genebra. 

Com uma combinação de terrorismo cibernético, ataques a cientistas iranianos e a guerra psicológica alimentada pelos vazamentos de WikiLeaks – que mostram ativo front diplomático dos vizinhos árabes contra o Irã –, para não falar das sanções que estão afetando o investimento estrangeiro no Irã, inclusive no setor de energia solar, os inimigos do Irã estão ante o que lhes parece ser oportunidade perfeita para encurralar o país e forçá-lo à rendição. 

O mais provável é que todos esses esforços tenham efeito oposto ao desejado por EUA e Israel e forcem o Irã a seguir o modelo da Coreia do Norte – ou seja, que o Irã construa, sim, uma bomba atômica, algo que até agora o Irã sempre negou que esteja fazendo. Essa medida implicaria menor, não maior cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), e até a possibilidade de separar-se do Tratado de Não-proliferação Nuclear, com o fim das visitas de inspeção pela IAEA e adoção de postura militar mais bélica, em vez de, como hoje, o Irã manter posição de defesa no Golfo Persa e para além dele.

Inúmeros analistas iranianos têm dito, em contatos pessoais comigo, que há importantes lições a extrair da Coreia do Norte, a qual, como o Irã, está também sob o fogo de sanções internacionais. Uma dessas lições é que o poder “hard” [duro] é útil para gerar alavancagem; outra, é que há momentos em que é necessário jogar duro e negar ao outro lado o conforto da posição de perpétua defesa, mais benigna. 

Segundo um professor de teoria política da Universidade de Teerã que pediu para não ser identificado, o Irã não deve continuar “como alvo passivo dos golpes da guerra econômica de sanções impostas injustamente ao país, ou corre o risco de ser convertido em outro Iraque” – referindo-se às sanções pré-guerra impostas ao Iraque, que enfraqueceram o regime do partido Ba’ath em 2003, “e prepararam o país para ser invadido”. 

O problema de um Irã em posição mais beligerante é que destruirá os planos preparados para garantir combustível nuclear para o reator médico de Teerã, que garante tratamento por radisótopos a dezenas de milhares de doentes de câncer. Essa questão será discutida em Genebra e há esperanças de que se encontrem minibrechas negociáveis, com o Irã disposto a algumas concessões em termos de transparência nuclear, com passos que visem a construir confiança, em troca da manutenção do projeto de fornecimento de combustível nuclear. 

Contudo, no caso de as negociações não gerarem nenhum proveito tangível para o Irã, o mais provável é que o impasse nuclear se agrave, e os dois lados revertam a posições e abordagens mais confrontacionais, o que criará grave risco para a paz regional e para a saúde da economia global – porque ninguém duvida que, em caso de guerra contra o Irã, os preços do petróleo, segundo várias projeções já existentes, literalmente explodirão. Mesmo no caso de não haver pleno ataque militar ao Irã, escaramuças e confrontos que ocorram no Golfo Persa terão também efeitos mortais sobre o preço do petróleo e a recuperação da economia global. 

Seja como for, nem todos estão convencidos de que se deva desconsiderar automaticamente a possibilidade de jogar uma carta “Coreia do Norte” contra EUA atualmente super exigidos em duas guerras e frente a uma nova crise na Península Coreana. Isso, à luz dos ataques incessantes contra o Irã e independente do fato de que, diferente de Piongueangue, que conta com a proteção da China, o Irã não mantém nenhum relacionamento especial com nenhuma grande potência. 

Por outro lado, alguns analistas iranianos já avaliam as vantagens de construir laços mais estreitos com a China, grande parceiro comercial que recebe do Irã cerca de 13% de todas as suas importações de petróleo e enfrenta graves preocupações quanto à própria “segurança energética” –, motivo pelo qual é possível que o mundo assista a um estreitamento das relações bilaterais entre Irã e China em futuro próximo. De fato, têm aumentado as preocupações da China quanto às intenções estratégicas dos EUA que se constatam na aproximação estratégica EUA-Índia e no estreitamento da cooperação OTAN-Rússia, em detrimento de relações de solidariedade dentro da Organização de Cooperação de Xangai. 

Pequim começa a engajar-se em novas sérias rodadas de conversações geoestratégicas com Teerã, novidade, se se considera a antiquada antipatia dos chineses contra cooperação estratégica com poderes externos à sua área de influência (Ver “A China base in Iran?” [Uma base chinesa no Irã?], Asia Times Online, 29/1/2008, http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/JA29Ak03.html). 

De fato, se se considera a irritação dos chineses com os jogos de guerra e provocação dos EUA com a Coreia do Sul, tão próximos de sua zona econômica reservada, há motivos para o cauteloso otimismo dos iranianos, de que a China não aceitará novas pressões sobre o Irã. 

Não há, nos documentos vazados por WikiLeaks – que estão sendo utilizados como arma de guerra psicológica contra o Irã – nem uma palavra que comprometa ou macule o comportamento dos chineses. Quanto aos líderes russos, há evidências, nos documentos vazados, de que traíram interesses de longo prazo com vizinho confiável, para promover interesses russos no ocidente. 
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“COM PEDAÇOS DE PAU E PEDRAS”


Laerte Braga

O presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad disse em discurso na inauguração da usina nuclear de Bushehr, em presença de autoridades russas e de seu país (a usina tem tecnologia russa e se destina à produção de energia) que a defesa da revolução islâmica no caso de um ataque norte-americano ou por parte de Israel, que “nossas opções não terão limites, envolverão todo o planeta”.

Documentos liberados pelo site WikiLeaks e criados pela unidade especial da CIA – CENTRAL INTELIGENCY AGENCY – apontam casos em que cidadãos norte-americanos financiaram atividades terroristas. [1]

Em documentos anteriores o mesmo site, perto de noventa e dois mil documentos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão, mostra que o governo dos Estados Unidos exporta terrorismo na forma de seqüestros, assassinatos seletivos, prisões indiscriminadas em qualquer parte do mundo, práticas acentuadas no governo de George Bush como reação ao ataque às torres gêmeas do World Trade Center.

Uma das grandes dificuldades do atual presidente dos EUA Barack Obama é desmontar esse aparato repressivo, bárbaro, que, no todo, acaba se vendo presa fácil de quadrilhas de grande porte no tráfico de drogas, de mulheres e agora tráfico de petróleo a partir do México.

As políticas de terceirização de atividades de inteligência e militares postas em curso por Bush geraram distorções de tal ordem que nem a Casa Branca sabe mais a real extensão de todo o conjunto de insensatez do governo anterior.

Essas dificuldades se apresentam visíveis na reação de republicanos comandados agora pelo senador John McCain, derrotado nas eleições presidenciais por Obama e deixam claros os novos contornos do que era uma nação e hoje é um conglomerado de interesses privados de bancos, corporações do petróleo, das armas, com tentáculos capazes de paralisar o Estado e transformar a maior nação do mundo numa grande empresa voltada para o terrorismo.

Obama até agora não conseguiu entrar no salão oval.

A guerra global é uma realidade e pode ser entendida na afirmação feita por Hans Blinx, mês passado, sobre as advertências feitas a Bush que não existiam provas da presença de armas químicas e biológicas no Iraque. Blinx fala que os norte-americanos estavam “em estado de embriaguez pelo poder do arsenal que dispunham”. E continuam a dispor. Blinx foi um dos inspetores da ONU no Iraque à época que precedeu a invasão daquele país pelos EUA, à revelia do Conselho de Segurança da ONU.

Só que agora boa parte do que se convencionou chamar de forças armadas é controlada por empresas privadas e muitas ações pertinentes àquelas forças, são executadas por essas empresas. Generais norte-americanos são fachadas para executivos de companhias que tanto operam contra os Talibãs no Afeganistão, como traficam drogas, mulheres, armas, petróleo, lavam dinheiro, toda a sorte de operações criminosas de grande porte e possíveis.

A união de todas as máfias sonhada e desejada por cada chefe mafioso na história dessas organizações criminosas. Chegaram ao topo. Vendem democracia, drogas, mulheres, lavam dinheiro e têm milhares de ogivas nucleares capazes de destruir o planeta pelo menos cem vezes.

A vala com corpos de cidadãos latino-americanos que foi encontrada no México exibe o estado de caos que permeia aquele país. Ou “ex-país”. Colônia dos EUA desde a assinatura do NAFTA (tratado de livre comércio entre EUA, Canadá e México).

Uma das conseqüências ou exigências para que o conglomerado terrorista formado pelos EUA e por Israel opere é a presença de governantes dóceis e isso se consegue com corrupção. Foi o caso de FHC no Brasil, Menem na Argentina, Uribe na Colômbia e é agora com Calderón no México. Para citar apenas latino-americanos.

O chamado mundo institucional é a face visível em cor laranja dos operadores do terrorismo de estado.

No Brasil trabalham a partir do PSDB, DEM, PPS, mídia privada (GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, RBS, VEJA, ÉPOCA, etc) e corporações de banqueiros, empresas nacionais e multinacionais e latifúndio. Se abrigam simbólica e realmente na sigla FIESP/DASLU.

O golpe militar em Honduras e a farsa democrática montada com o governo terrorista de Pepe Lobo (mais um jornalista foi assassinado hoje, quinta-feira, dia 26 de agosto, o nono neste ano), não difere de ações na Colômbia a partir do governo central, ou no México, tanto quanto o massacre de palestinos por Israel e as guerras do Iraque e do Afeganistão.

Despejam seus dejetos em containers democráticos no mar da Somália, ou em navios que enviam ao Brasil.

São perto de quinhentas bases militares dos EUA em todo o mundo e uma série de operações em todo o planeta para manter intato o poder dos grupos que controlam a mega empresa EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Ahmadinejad não disse nada diferente do que acontece na prática, disfarçada de democracia cristã e ocidental. Quis apenas mostrar que seu país está pronto para reagir a esse terrorismo e tem condições militares de fazê-lo.

O Irã detém a terceira maior reserva de petróleo do mundo. Ao transformar-se numa potência coloca em risco os “negócios” das grandes corporações que detêm o controle acionário de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

São assassinatos de civis no México, na Colômbia, em Honduras, no Iraque, no Afeganistão, ou de líderes de movimentos de resistência por agentes de Israel com documentos oficiais, mas nomes falsos, de países controlados pelos EUA (Grã Bretanha, Itália e Alemanha) e tudo isso mostrado ao mundo em forma de torta de maçã com canela pela mídia privada e corrompida.

Ou como disse a um grupo de professores e alunos de uma universidade paulista em visita à redação do JORNAL NACIONAL, o apresentador do dito cujo, sobre determinada notícia. “Esta não, pois contraria os nossos amigos americanos”.

Um dos fatos mais significativos desse estado de terrorismo oficial está no último discurso do presidente Lula ao referir-se ao diretor da FOLHA DE SÃO PAULO como alguém que queria saber se ele falava inglês. Se não fala, como vai governar o País? É que a FOLHA pensa em inglês, e empresta caminhões para que mortos por tortura sejam desovados em pontos de São Paulo. Preconceito puro, estampado em cores vivas na imbecilidade dos subordinados ávidos de poder.

O que tem uma coisa a ver com a outra? O discurso de Lula, o Irã, a guerra global?

Todos os fatos se encadeiam num projeto terrorista gerado em Washington desde o fim da guerra fria, para controle do resto do mundo, o que Fidel Castro chamou de “governo mundial”.

Quem acha que Hitler perdeu está equivocado. Por enquanto, em boa parte do mundo está ganhando e levando. Só mudou de bandeira. Tem as estrelas do Tio Sam e a de Davi.

E de nome.
Quem tiver boa memória vai se lembrar dos momentos que antecederam ao anúncio da invasão do Iraque. O terrorista George Bush apareceu em rede mundial de tevê sendo maquiado. Transformado por pós e cremes em anjo de guarda da democracia. Dias depois, quando ainda era viva a resistência iraquiana à invasão, proclamou que se necessário fosse “para evitar a destruição em massa do planeta, os EUA usarão armas atômicas no Iraque”.

Essa destruição em massa está acontecendo desde que Ronald Reagan assumiu o governo dos EUA. O papel de presidente bonzinho vivido por Jimmy Carter terminou com o próprio.

No filme DOCTOR STRANGELOVE, do extraordinário cineasta Stanley Kulbrick, um general comandante de uma base nuclear norte-americana decide por conta própria atacar a ex-URSS. Afirma que o comunismo está chegando ao seu país “pela água”.

O terrorismo norte-americano/sionista chega por bases militares (a Europa Ocidental hoje é colônia dos EUA), por golpes de estado, pela mídia privada vendendo idéias e factóides montados para transformar o ser humano em mero objeto.

Reduzir o Irã, a Venezuela, a Coréia do Norte, a Bolívia, Cuba, Nicarágua e alguns outros países a classificação de “ditaduras” é parte desse jogo de dominação, é a guerra global em curso.

Assassinar civis latino-americanos e jogá-los em covas rasas (México, Colômbia e Honduras) é apenas construir outras formas de muros para que o genocídio de palestinos se transforme em algo corriqueiro.

E palestinos restamos sendo todos nós.

Comemorar a morte de civis iraquianos com expressões como “matamos os bastardos”, quer dizer apenas que boçais fardados tomaram o petróleo do Iraque. Que os “negócios” vão continuar prosperando.

Sustentar governos de fachada como na Colômbia, no México, em Honduras, Costa Rica (“sem a polícia, sem a milícia...” A canção cantada por Milton Nascimento já não tem mais sentido, só saudades, uma base militar dos EUA já está sendo montada em San José), Afeganistão, Iraque, etc, controlar os países europeus, avançar sobre a América Latina, matar a África de fome, isso é a guerra global.

A barbárie capitalista. Tem sede em Washington e em Tel Aviv e filiais em todos os cantos do mundo.

No Brasil a mídia privada vende vinte e quatro horas por dia a idéia que Hollywood é o paraíso.

Se você conseguir pular o muro e escapar dos “grupos organizados de extermínio”.

A não ser que seu nome seja William Bonner, Boris Casoy, ou outros menores como Miriam Leitão, Lúcia Hipólito, Pedro Bial, Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi, um monte. E lógico, o tal Frias da FOLHA da ditabranda.

Com sorte, consegue virar ex-BBB e escapar para as cavernas, pois a próxima guerra, a quarta, a terceira está em curso, como dizia Einstein, será travada “com pedaços de pau e pedras”.

O que Ahmadinejad disse foi apenas que seu povo resistirá. E está pronto para isso.



[1] Leia também o Ficha Corrida: VEJA quem defende o terrorismo de estado no Brasil

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Usina nuclear de Bushehr: o Irã revida


24/8/2010, Kaveh L Afrasiabi, Asia Times Online – http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/LH24Ak04.html

No sábado, 21/8/, a usina nuclear na cidade de Bushehr, no sul do Irã, projeto várias vezes adiado, foi abastecida com combustível atômico. Foi o primeiro passo para a usina, construída pelos russos, entrar em funcionamento em setembro. É a realização de objetivo há muito buscado pelo Irã e que várias vezes foi ameaçado por custosos adiamentos e pelo esforço de EUA e Israel para convencer Moscou a impedir que a usina começasse a operar, pelo menos até que o Irã aceitasse render-se às resoluções da ONU e respectivas sanções.

A secretária de Estado Hillary Clinton disse várias vezes que, na opinião de Washington, Bushehr só poderia começar a operar, se o Irã convencesse o mundo de que não enriqueceria urânio, ou que mudasse de atitude, por efeito das sanções internacionais.

Pelo que se vê, o Irã continua a desafiar essas ‘ordens’. Alaedin Boroujerdi, presidente da Comissão de Segurança Nacional e Política Exterior do Parlamento, disse categoricamente que “as duas questões, do enriquecimento de urânio e de segurança nacional são questões interconectadas”. Em outras palavras, congelar a atividade de enriquecimento de urânio implicaria riscos à segurança nacional do Irã.

“Os russos têm dado sinais de que são confiáveis”, disse Boroujerdi. “Pode estar próxima a hora de reparar nossas relações, para os dois lados, de modo que se possam extrair melhores resultados do potencial que há para atender objetivos das duas nações.” Essas palavras implicam que poderá haver acordo de mais ampla cooperação nuclear entre russos e iranianos, à luz de vários memorandos de entendimento que Teerã e Moscou já assinaram, para outras usinas a serem construídas no Irã.

Agora, dadas as considerações políticas globais e internas na Rússia – onde o primeiro-ministro Vladimir Putin capitalizou os louros por ter apoiado a decisão de construir Bushehr, apesar da resistência do presidente Dmitry Medvedev, mais 'ocidentalizante' –, caberá ao Irã dar sinais de flexibilidade nas negociações nucleares, para diminuir a pressão, sobre a Rússia, que virá das nações ocidentais.

Políticos iranianos, entre os quais Ali Akbar Velayati, conselheiro do Líder Supremo Aiatolá Ali Khamenei, manifestou uma nova disposição dos iranianos para engajarem-se em negociações nucleares com Washington no contexto do Grupo de Viena – EUA, Rússia, França e a Agência Internacional de Energia Atômica [ing. International Atomic Energy Authority (IAEA) – e do grupo “Irã-6” (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha).

É muito provável que esse outono seja estação frutífera para a diplomacia nuclear, se o início das operações da usina de Bushehr for o primeiro passo para acordo multilateral com vistas à troca de combustível nuclear para o pequeno reator de pesquisas em Teerã – ou, em outras palavras, dois movimentos para construir confiança e tentar esvaziar uma crise nuclear. No início do mês, Fidel Castro, muito oportunamente, alertou para o risco de a crise nuclear evoluir para guerra nuclear (ver Castro: Nuclear sage or siren, Asia Times Online, 12/8/2010, em http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/LH12Ak01.html).

Do ponto de vista do Irã, alcançar seus dois objetivos-gêmeos – inaugurar a usina de Bushehr e pô-la a funcionar depois de 12 anos de atrasos e adiamentos; e conseguir combustível para o reator de Teerã – é sucesso absoluto, estabelece um novo marco e serve de garantia de pensamento novo, no difícil tema do diálogo com Washington.

“A decisão final nessa questão virá do Supremo Líder Aiatolá Khamenei, o qual já enviou sinais positivos por seus conselheiros, ao ocidente. Se a proposta do ocidente, sobre o diálogo, for proposta séria, o Irã está pronto para dialogar”, disse um professor de ciência política da Universidade de Teerã, conhecido por ser do círculo pessoal de relações do presidente.

Mas permanece o principal desafio que Teerã enfrenta: como alcançar seus objetivos de converter-se em potência nuclear e como sobreviver à pressão das sanções, sem ser obrigado a fazer concessões substantivas?

Afinal, a capacidade para enriquecer urânio já deu ao Irã um status de potência ‘proto-nuclear’, que atende vários dos objetivos de segurança nacional do país, e ganho do qual, portanto, dificilmente o país abrirá mão em troca de algum outro tipo de ganho –, o que não impede que se considerem opções intermediárias. Entre essas opções está a chamada ‘opção de reserva’ e uma inspeção mais rigorosa, pela IAEA, das instalações iranianas. Teerã já negou várias vezes as acusações, por governos ocidentais, de que estaria construindo armas nucleares para aumentar seu poder ofensivo.

Os EUA já disseram que não veem “risco de proliferação” em Bushehr, apesar de Israel ter declarado “inaceitável” o suprimento de urânio enriquecido para combustível do reator nuclear fornecido pelos russos. O canal Fox News citou Yossi Levy, porta-voz do ministro de Negócios Exteriores de Israel, para o qual “A comunidade internacional deve aumentar a pressão para obrigar o Irã a aceitar as decisões internacionais e suspender as atividades de enriquecimento e construção de reatores.”

Isso posto, deve-se considerar também a decisão dos russos, os quais (i) ignoraram a pressão dos EUA para que a inauguração de Bushehr fosse adiada (alegadamente, para que se pudesse analisar melhor o ambiente geoestratégico, que poderia ter consequências também para a segurança da Rússia, se o ocidente decidir manter a estratégia de enfraquecer o Irã) –, (ii) resistiram à expansão da OTAN e (iii) resistiram ao intervencionismo norte-americano.

Em outras palavras, é possível que também se devam considerar, para analisar esse quadro, (i) a razão (geopolítica) pela qual Putin desafiou e derrotou os políticos mais ‘ocidentalizantes’ em Moscou; (ii) as obrigações contratuais que os russos assumiram; e (iii) interesses puramente econômicos.

Quanto a isso, os EUA e a União Europeia (além de Israel) são responsáveis pelas dificuldades geradas pela grandiloquência, pelo radicalismo e pelo exagero de suas posições, seja pela imposição de novas sanções econômicas, que Moscou e Pequim desmoralizaram, seja pelas ameaças excessivas, superdramatizadas, contra o Irã, que criaram cenário inaceitável, do ponto de vista dos interesses de russos e chineses.

Se a situação de ‘confronto’ nuclear não tivesse sido inflada até o ponto em que está hoje, a inauguração de um reator atômico para finalidades de pesquisa e sob total supervisão da IAEA jamais seria objeto de tantos discursos sobre ‘riscos’ e ‘perigos’ e ‘efeitos colaterais’ e respectivas implicações.

Mas, porque os EUA conduziram o processo como o conduziram, a inauguração da usina de Bushehr tem hoje o efeito de torpedo que atingiu em cheio os que defenderam a aplicação de mais sanções – e, isso, apesar de a usina de Bushehr aparecer como exceção nas resoluções da ONU que aplicaram sanções ao Irã.

“A inauguração da usina de Bushehr é prova de que as ameaças que tantos rugem contra o Irã não passam de propaganda e tentativas de intimidar psicologicamente” – disse Kazem Jalali, porta-voz da Comissão de Segurança Nacional e Política Exterior do Parlamento. Mesmo assim, além do efeito psicológico, o bem evidente efeito político da inauguração de Bushehr é sinalizar ao ocidente que nem sanções nem ameaças conseguirão deter o Irã, na marcha para converter-se em potência nuclear.

O Irã exibe sua musculatura militar

Simultaneamente, ante tantas ameaças de ataque externo às suas instalações nucleares, o Irã, nos últimos meses, tem cuidado de exibir melhor musculatura militar: já apresentou um avião-robô, que o presidente Mahmoud Ahmadinejad chamou de “embaixador da morte, contra os inimigos do Irã”. A expressão causou (outra vez!) excessivo ‘escândalo’ no ocidente: avião-robô semelhante ao iraniano, mas norte-americano, chama-se “Predador”, nome que jamais escandalizou alguém.

É a terceira geração de mísseis fabricados no Irã, parte do projeto estratégico de defesa do país, de preparar-se para uma “guerra de mísseis” contra alvos duros e “soft” em toda a região do Golfo Persa – e além –, no caso de o país ser atacado. O programa inclui produção em massa de minissubmarinos, barcos equipados com torpedos e mísseis, além de um míssil terra-terra, o Qiam 1. Esse míssil é descrito pelos militares iranianos como “de alta velocidade, invisível ao radar” e pode ser “lançado de vários tipos de plataformas”.

Sempre insistindo em que o Irã investe em melhorar sua capacidade militar para fins exclusivamente defensivos, Teerã tenta, ao mesmo tempo, abrir caminho para o mercado global exportador de armamentos. Semana passada, o ministro da Defesa do Irã Ahmad Vahidi anunciou que o Irã já pode exportar armamentos para cerca de 50 países.

Apresentando as novas armas como prova de que o Irã está cada vez mais “autoconfiante” e cada dia “mais acredita em si mesmo”, altos oficiais do exército têm chamado atenção para o quadro regional, que explica a atual orientação, no Irã, para preparar-se para o que se conhece como “guerra assimétrica”.

Essa estratégia exige, dentre outras coisas, veículos táticos de alta mobilidade; produção em massa de mísseis; capacidades para operar minas; além do que se chama “estratégia de contenção expandida” que visa a “expandir o teatro do conflito” – o que significa atingir os interesses do atacante, no Oriente Médio e em todo o planeta. Khamenei disse recentemente que “se o Irã for atacado, o contra-ataque não será só regional e alcançará cenário muito mais amplo”.

Não há como negar, no Irã, que o país tem grandes setores militares ainda extremamente vulneráveis, sobretudo nos sistemas de defesa antiaérea – motivo pelo qual o Irã espera ansiosamente que a Rússia entregue o sistema de defesa S-300, já comprado e pago, cuja entrega Moscou tem adiado por razões políticas, dentre outras, inclusive por pressão da Arábia Saudita. (...)

Seja como for, a verdade é que nem todos estão satisfeitos com a atenção que o Irã dá à própria postura exclusivamente defensiva. Nas comemorações do Dia da Indústria Militar Iraniana, Ahmadinejad disse que “o Irã jamais iniciará um ataque”. É ideia que talvez ajude a aplacar as angústias de alguns vizinhos árabes no Golfo Persa, mas, ao mesmo tempo, rouba do Irã as vantagens do “ataque preventivo”, tão essencialmente crucial na estratégia militar dos poderes ocidentais – EUA, França e Israel, com certeza.

Em outras palavras, há um fosso disfuncional entre os interesses da segurança nacional do Irã e, do outro lado, uma doutrina militar unidimensional, puramente defensiva, que se autolimita, ao excluir categoricamente a possibilidade de ataque preventivo. É fosso perigoso, que pode paralisar os esforços de contraterrorismo, sobretudo no que tenham a ver com as operações nas regiões fronteiriças, com Paquistão e Iraque.

Vários analistas da política iraniana disseram a esse autor que o Irã entra perigosamente fragilizado, na cada vez mais clara corrida armamentista na região, e não deveria atuar “unidimensionalmente” (o que está fazendo hoje, ao declarar-se “exército de defesa” e rejeitar por princípio o “ataque preventivo”). O “ataque preventivo” é instrumento que o Irã deveria manter acessível, no caso de haver informação sobre ameaça real de ataque ao país. A linha que separa “defesa” e “ataque” pode ter sido traçada com excessiva precisão (movimento que pode ter sido resultado da pressão do ocidente) – em detrimento dos interesses da segurança nacional do Irã.
Tradução: Vila Vudu
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O que o exército de Israel não quer que saibamos


por Noam Sheizaf no Amálgama* – Os vídeos do navio Mavi Marmara divulgados pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) estão dando o tom das notícias em Israel durante as últimas 48 horas. O efeito tem sido espantoso: eles silenciaram todas as perguntas sobre a operação e fizeram o público se alinhar junto ao governo e o exército, como mostra uma pesquisa do Maariv. Eles fizeram com que israelenses saíssem às ruas, protestando em frente à embaixada da Turquia e em protestos menores pelo país.

Mas, por mais incrível que pareça, já fazem quase três dias que o exército atacou o navio e ainda não sabemos nada sobre o ataque propriamente, fora o fato de que alguns homens no Mavi Marmara agrediram os soldados quando estes desceram por helicóptero no convés superior. Também temos razões para acreditar que esse ataque foi planejado com antecedência, mas que armas de fogo não estavam envolvidas.

Em outras palavras: sabemos apenas o que Israel quis que soubéssemos.

Neste ponto é extremamente importante dizer o que não sabemos: Não sabemos os nomes e nacionalidades dos passageiros mortos. Não sabemos por certo quantas pessoas foram feridas. Não sabemos onde elas foram mortas, quando e como morreram. Não sabemos se e quando foi prestado tratamento médico a essas pessoas. Haviam câmeras de segurança no convés, mas Israel não nos mostra o que foi filmado, exceto o material que serve a seus propósitos. Os clipes de visão noturna liberados pelo exército acabam bem antes dos tiros começarem.

Não sabemos o que aconteceu antes dos civis agredirem os soldados. Alguns passageiros alegaram que os soldados abriram fogo antes mesmo de pisarem no navio, mas não sabemos se isso é verdade.

Mais importante, não sabemos nada sobre a batalha em si – se foi mesmo uma batalha. Parece ter sido uma longa batalha, já que temos uma rápida gravação em que pode-se ouvir a deputada israelense Hanin Zoabi pedindo por ajuda e implorando aos soldados em inglês e hebraico para que parassem de atirar (é o segundo áudio nessa página). A essa altura, já haviam passageiros feridos e podemos supor que os ataques aos soldados tivesse parado. Mas o tiroteio continuou.

Algumas dessas informações poderiam ter sido disponibilizadas se as FDI não tivessem confiscado todo o material do Mavi Marmara. O que é ainda pior é que o exército está agora editando os filmes e os liberando de forma que se encaixem em sua própria narrativa. Esse filme, do convés superior, parece ter sido feito por um passageiro ou membro da tripulação. O filme abaixo, mostrando os passageiros se preparando para o ataque israelense, foi feito pela câmera de segurança do navio.

Há um ótimo post no blog The Lede, do New York Times, sobre os clipes liberados pelas FDI. Nele, Robert Mackey observa que as imagens que o exército liberou carecem de contexto. Minha única observação é que elas foram deliberadamente tiradas de contexto.

A forma como Israel está retendo informação é muito preocupante. Se o exército não tem nada a esconder, por que não liberar o material? Naturalmente, Israel também está se recusando a tratar das perguntas maiores, tais como por que a flotilha foi atacada em águas internacionais, e, se esse foi o caso, se os passageiros não tinham o direito de resistir à tentativa dos soldados de adentrarem seu navio.

O pior efeito dessa guerra de relações públicas ocorre no público israelense, que agora vê toda a flotilha como um empreendimento terrorista. Pode-se ver os efeitos desse humor nacionalista na maneira com que os membros do Knesset quase atacaram fisicamente a deputada Zoabi hoje (o vídeo, aqui). De fato, a campanha do governo foi tão bem sucedida que muitos protestaram após a liberação dos passageiros detidos, alegando que os terroristas deveriam ser “levados à justiça”.

Tudo isso leva à conclusão de que apenas uma investigação internacional poderia nos dar alguma luz sobre os eventos no Mavi Marmara. Mesmo assim, as chances das FDI darem acesso completo aos materiais disponíveis e aos soldados são pequenas, na melhor das hipóteses.

* Noam Sheizaf, Tel Aviv, nasceu em 1974, serviu por cinco anos no exército israelense e hoje é jornalista, tendo trabalhado em veículos como Ynet.co.il e Maariv. Seu blog em inglês, Promised Land, é parceiro do Amálgama, cedendo conteúdo para tradução e reprodução. [tradução: Daniel Lopes]

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