Circulou, ontem, nos jornais da velha mídia golpista, escrito de Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais (aqui, os donos dos jornalões nem se dão ao trabalho de encabeçar pessoalmente a sua guilda: mandam uma empregada fazer a frente), tecendo loas à liberdade de imprensa a partir de declarações da presidente eleita Dilma Roussef, que afirmou preferir "o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras."
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Pegando uma carona na fala da presidenta, disse a garota de recados dos Frias, Mesquitas e Marinhos (antes que algum gaúcho reclame, não botei nesta lista os Sirotskys porque estes são lambaris no meio): "Parece até absurdo que numa democracia seja necessária tanta ênfase na defesa da liberdade de imprensa" ... "ameaças que teimam em se repetir contra o direito dos cidadãos em serem livremente informados" ... e outras baboseiras destinadas a ingrupir os néscios como se no Brasil, a velha mídia oligárquica fosse um primor de equilíbrio e respeito à cidadania.
Na verdade, a "liberdade de imprensa" a que se refere a celetista da Folha, nada mais é do que a prerrogativa arrolada pelos donos dos jornalões de não serem sequer admoestados na sua faina diária de destruir reputações sem provas, distorcer vergonhosamente fatos em defesa dos seus interesses (incluindo as candidaturas comprometidas com a manutenção dos seus privilégios), enfim, de publicar o que bem entendem da maneira que bem entendem sem serem importunados. Os atingidos que se lixem, que vão procurar os tribunais para tentar uma reparação moral que pode durar mais de dez anos (se ganharem), quando carreiras e honras já estiverem há muito destruídas.
Este oportunismo descarado da presidenta-que-não-é-dona-de-jornal da ANJ, que certamente será aplaudido por claques de empregados, acólitos e comensais da mídia golpista brasileira, não pode interditar o debate sobre a necessidade de uma "lei de meios", existente em muitos países, como a França (antes que digam que "isto é coisa do Chaves"), destinada não a exercer censura prévia à imprensa, como tentam atemorizar os cães de guarda dos donos de jornais, mas sim de estabelecer regras e responsabilidades para o exercício da atividade midiática.
Caso contrário, teremos que continuar submetidos a declarações como esta, da garota de recados do PIG, a respeito da tibieza da oposição ao governo Lula: "esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada."
Esta é a liberdade de imprensa que eles querem.