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Conflito na fronteira entre a ALBA e o império

Tá rolando um conflito na América Central que não é notícia nos EUA, por isso não é notícia por aqui.

Costa Rica e Nicarágua estão disputando fronteiras. A Costa Rica é alinhada aos EUA, a Nicarágua pertence à Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA). É claro, o Pentágono considera a ALBA um obstáculo aos seus interesses na região.

A Costa Rica já foi usada pelos EUA durante os anos 1980s.

A disputa envolve o rio San Juan, o qual forma parte da fronteira entre os dois países. A Nicarágua está dragando-o para torná-lo navegável. Isso é fundamental para desenvolver o país, permitindo que itens exportáveis sejam levados do interior do país para o litoral. No entanto, a Costa Rica acusou falsamente a Nicarágua de invadir seu território, e enviou tropas para a fronteira. A Organização dos Estados Americanos (OEA) investigou denúncias da Costa Rica, e não encontrou nenhum indício que as corroborasse.

Os EUA entram em cena, enviando 46 navios com 7000 tripulantes à região, em julho de 2010. O pretexto é o combate ao tráfico de drogas. Na prática, a Costa Rica está servindo de base militar dos EUA. Seus soldados podem circular livremente pelo país, armados, e com garantias legais de que não serão punidos pelos seus crimes. O contrato de patrulha vai até o final de 2010, mas não é raro que os militares dos EUA se recusem a sair, uma vez que tenham entrado.

As informações são de Berta Joubert-Ceci para Workers World.
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OS DESAFIOS DE DILMA – O BRASIL E A ORDEM MUNDIAL

Laerte Braga


As perspectivas de derrota eleitoral do Partido Democrata e por extensão do governo do presidente Barack Obama, há dois anos das eleições presidenciais nos EUA, são uma dificuldade de monta para a presidente eleita do Brasil Dilma Roussef. Não que Obama signifique alguma coisa, mas pelo que Republicanos representam numa escala de gradação do terrorismo político, econômico e militar dos EUA.

Se antes dos oito anos de Lula éramos figurantes no contexto da chamada Nova Ordem Mundial, hoje somos protagonistas dessa ordem. E a América Latina é decisiva em todo esse processo.

Mais que nunca vale a frase do ex-presidente Richard Nixon dita em plena ditadura militar, ao buscar encontrar justificativa para as notícias de sistemáticas violações de direitos humanos pelo regime dos generais. “É uma pena, mas o Médice é um bom aliado e para onde inclinar-se o Brasil, inclina-se a América Latina”.

Quer queiramos ou não o atoleiro que George Bush meteu o seu país diz respeito ao Brasil, ao mundo inteiro. A presença de governos independentes de Washington no continente político latino-americanos é um momento histórico de afirmação, mas pode vir a ser de queda.

A economia mundial globalizada faz com que um espirro no pólo norte seja sentido em qualquer canto do mundo, que dirá no Brasil, um país com dimensões continentais e agora, com um caminho aberto para um processo de integração latino-americana numa fase aguda.

Dilma Roussef vai enfrentar de saída duas frentes de combate. Impedir que a crise econômica mundial (ainda forte e viva) afete esses anos Lula de prosperidade e segurança. Os olhos postos do grande irmão do norte sobre o Brasil e a importância, para eles, de domar essa onça que surge com um vigor impressionante.

Uma eventual vitória republicana em 2012 vai significar que à frente de uma situação de declínio a boçalidade suba de tom nos EUA.

Isso sinaliza para mais que a integração latino-americana. Ultrapassa esses limites e se estende a partes outras do mundo numa luta que se ainda não deixou claros esses contornos, é de sobrevivência das nações independentes ou que se pretendem assim.

No aspecto interno Dilma vai sofrer a feroz oposição das forças de extrema-direita (se mostraram com todas as garras nessa campanha eleitoral), aliadas incondicionais desse contexto internacional e subordinadas a interesses de nações que mais e mais vão se tornando grandes conglomerados empresariais. É o caso dos EUA.

É indiscutível que tem estatura para esse desafio, mas não é Lula e vai ter que construir seu próprio caminho, abrir sua picada em mata fechada e afirmar-se como líder desse espaço fundamental para o Brasil e imediatamente a América Latina.

Em todo o processo de destruição levado a cabo pelos EUA nos últimos anos, mesmo no período Clinton, onde a ALCA –ALIANÇA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS – era a palavra de ordem para essa parte do mundo, se olharmos o resto do mundo, são poucos os países que conseguiram preservar-se intactos ou escapar incólumes do desvario neoliberal.

A morte de Néstor Kirchnner é outro complicador.  O futuro da Argentina, país essencial para e como o Brasil para a América Latina, é incerto.

As cunhas do neoliberalismo e da estupidez militar dos EUA já estão plantadas por aqui. Colômbia e Chile.

Os desafios das elites econômicas no Brasil, latifundiários, banqueiros e grandes empresários tem um componente complicado. São forças de natureza golpista, agarradas a privilégios, o que significa que reformas são indispensáveis para que se possa mexer na infra-estrutura política e econômica do Pais, abrindo perspectivas para uma independência completa e real, consumando o processo iniciado no governo Lula.

Dilma vai ter que enfrentar essa batalha para além dos caminhos tradicionais da política brasileira.

Vai ter que lutá-la nas ruas ampliando os canais de participação popular e alcançar através dessas forças os objetivos que os brasileiros que a elegeram sonham e desejam.

A própria configuração de sua vitória mostra isso. Perdeu as eleições em estados onde predomina o agro-negócio e onde são fortes as elites de extrema-direita. Tem a seu desfavor a mídia privada que tece loas à liberdade de expressão para garantir o controle do processo que é alienante e o domínio de poucas famílias num modelo em que curiosamente essa liberdade de expressão tem mão única.

As eleições mostraram sem disfarces essa face perversa do modelo.

São desafios que combinam políticas de fortalecimento da integração latino-americana, de ampliação dos mercados brasileiros com nações de outras partes, modelo pacientemente construído pelo governo Lula através do chanceler Celso Amorim – um dos grandes brasileiros de sua geração e da história de nossa diplomacia – com a preservação dos níveis de crescimento econômico e políticas sociais que permitam as reformas necessárias a que essa infra-estrutura perversa que ainda habita entre nós, possa se transformar de fato num governo popular.

Onde o cidadão fale, onde o povo seja o principal ator.

É como matar uma onça por dia. Os adversários são fortes, já mostraram não ter escrúpulos e deixaram claros os seus interesses e objetivos.

De saída a política externa traz desafios que têm largos reflexos na política, na economia e no social. Enfrentar a ação golpista dos EUA via Colômbia e Chile contra Venezuela, Bolívia, Equador, Uruguai, Paraguai e o esforço que farão para recuperar a Argentina.

Não aceitar as imposições quanto ao Irã, opor-se às políticas terroristas no Afeganistão, no Iraque e na Palestina, ampliar a integração com países de língua portuguesa e buscar formas de relacionamento com países da Comunidade Européia (uma espécie de protetorado dos EUA) que impliquem em equilíbrio político e econômico sem concessões que não resultem de consenso que possam beneficiar a ambos.

Se os governos da maioria dos países da Europa subordinam-se aos EUA, os povos das nações européias começam a perceber a armadilha travestida para além da economia, seja em cerco militar, ou em reformas neoliberais.

Ampliar as relações com a Rússia, estabelecer premissas novas para com a China, enfim, afirmar-se como potência mundial que, a permanecerem os números, em breve terá ultrapassado Itália, França e estará nos calcanhares de um semi falido Reino Unido.

A vitória de Dilma tem esse sentido, esse significado. E a certa altura com certeza irá passar por um momento de união nacional das forças progressistas em torno dessas questões básicas (vai ser necessária a maturidade dessas forças), sob pena de nada do que foi conquistado valer.

Nossos adversários internos e externos jogam o jogo em estreito acordo e com objetivos bem claros.

Dilma não vai encontrar e nem pode pensar em tratar o governo como um clube de inimigos e amigos cordiais. É só olhar as dificuldades enfrentadas por Lula e perceber que a dimensão de estadista do atual presidente se deveu, entre erros e acertos, à coragem de resistir.

E uma resistência que o Brasil excluído percebeu com clareza tal que elegeu Dilma.

Se os primeiros passos foram dados, os próximos serão em terreno bem mais pantanoso, pois os inimigos do Brasil sabem que um descuido e vamos ao chão.

Abraçar os movimentos populares, reciclar o caráter corporativo de boa parte do movimento sindical, evitar aparelhamentos pelegos, abrir as portas do processo à participação popular.

Trazer ao debate temas como o monopólio da informação (decisivo) e não se deixar encantar pelo canto do jogo institucional montado sobre estruturas que atendem apenas aos interesses dos donos.

Aprofundar a reforma agrária é de tal ordem importante, diz respeito à própria soberania nacional em vários campos. 

Se Dilma tem dimensão para isso? Claro que tem, vai ter que mostrá-la em cada dia de seu governo.

Existem momentos que enfrentar desafios se torna questão de sobrevivência. Esse é um deles. O nível da campanha eleitoral mostrou que é assim. 
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A entrevista do Lula que o JN não vai dar

Entrevista do presidente Lula à revista Carta Maior:







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A TENTATIVA DE GOLPE NO EQUADOR – OU O GOLPE?

Laerte Braga


Polícias com características de militar têm tendência ao autoritarismo, à prepotência, a se imaginarem acima do bem e do mal e acumulam privilégios em relação a outras categorias. No caso do Brasil são escandalosos em relação, por exemplo, à Polícia Civil. Falo dos privilégios.

É um dos motivos dos altos índices de criminalidade. É só olhar o número de atos ilícitos cometidos por policiais militares. A média de expulsão de PMs no Rio de Janeiro é de um por dia. Via de regra ligados ao tráfico.

Todos os servidores públicos do estado de Minas Gerais, o tal do “choque de gestão” Aécio/Anastasia, recebem seus vencimentos no quinto dia útil do mês seguinte. Todos? Não. Policiais militares recebem no último dia útil do mês. É uma pálida amostra de vantagens em relação a todos os outros servidores públicos.

É um quadro que se repete de forma pouco diferenciada em todos os estados brasileiros.

A proposta de unificação das polícias e de acentuar o caráter civil da instituição foi barrada no Congresso Nacional Constituinte com um lobby dos mais impressionantes e caros dentre todos que atuaram à época.

O ex-governador do Pará, Almir Gabriel, quando senador, tinha entre seus assessores policiais militares que mais tarde participaram do massacre de camponeses em Eldorado do Carajás. Aquele que FHC, era o presidente, negou às 17 horas e aceitou correndo às 19 horas, quando soube da condenação expressa por vários governos e instituições européias.

Uma das decisões mais amargas para policiais militares no Brasil foi durante a ditadura militar. O comando dessas corporações seria de um oficial do Exército. À exceção de Minas, a fidelidade era canina, todas as outras PMs do País eram comandadas por militares do exército.

É que na revolução de 1930 e ao longo de todo o processo político até 1964, as polícias militares eram o “exército” dos coronéis/governadores. Foram decisivas no movimento de 30.

A partir de 1964 foram transformadas em pitt bulls prontas a devorarem qualquer manifestação pública contra os de cima. Seja de camponeses, seja de professores paulistas contra as mentiras de Arruda Serra.

A insubordinação de policiais no Equador, a tentativa de seqüestro do presidente Rafael Corrêa não decorre só dos desvios de função do que conhecemos como polícia. Vai mais além.

Militares equatorianos e policiais daquele país foram cúmplices por omissão no bombardeio realizado pela força aérea colombiana contra um acampamento de estudantes que participavam de um congresso latino-americano e onde se encontrava Raúl Reyes, então chanceler das FARCs. Foi em 2008.

São outros quinhentos.

Militares em sua imensa e esmagadora maioria têm ou trazem em si o gene do golpe de estado. A convicção que patriotismo é tomar o poder, arrebentar com os que se lhes opõem, mesmo que isso signifique tortura, morte, toda a sorte de barbaridades. No Brasil chamaram isso de “democracia” e houve um coronel que quis convencer o jurista Sobral Pinto que era “democracia a brasileira”.

Não entendeu nada quando Sobral respondeu que “democracia não é igual a peru, não existe a brasileira, a francesa, ou é democracia, ou não é”.

A situação no Equador ainda está sem controle. A despeito das forças armadas através de seu comandante manifestarem publicamente respeito ao presidente eleito do país, nenhuma atitude concreta foi tomada – até agora quando escrevo – para colocar fim à tentativa de seqüestro de Corrêa, à insubordinação de policiais e a repressão contra civis que se juntam em número cada vez maior para tentar resgatar o presidente no hospital onde foi socorrido depois da agressão sofrida e pratica por golpistas.

A condenação à tentativa de golpe veio até do presidente golpista de Honduras (farsante é um negócio complicado). Do governo espanhol. Dos países integrantes da OEA – Organização dos Estados Americanos -. Vacilante, tíbia, mas pública do governo norte-americano (Corrêa não permitiu que mantivessem a base de Manta em seu país).

Elites econômicas no mundo inteiro estão atemorizadas com a crise do capitalismo que se mostra maior e mais devastadora do que se podia imaginar. Na América Latina, onde ainda procedem como na Idade Média, os ventos dos furacões que destroem a economia norte-americana (mas sustentam a máquina de guerra e terrorismo), assustam empresários, latifundiários e banqueiros controlados por Wall Street.

São sinais para a mídia privada mentir descaradamente ao sabor das conveniências de quem paga.

O Banco Central dos EUA, que é uma instituição privada, anunciou hoje que “a recuperação da economia foi decepcionante nesses últimos anos”. Os anos Obama. Uma espécie de relações públicas, ou boneco negro por fora, branco por dentro, mas que não tem nem o apito para começar ou encerrar o jogo, que dirá marcar falta. Pênalti? Nem pensar.

Partícipe ou não da tentativa de golpe no Equador (foi agente direto em Honduras) os EUA se constituem hoje na maior ameaça a democracia em todo o mundo. O que Hans Blinx chama de “embriaguez com o arsenal que têm”, é tão somente a barbárie com requintes de tecnologia de ponta.

E nos dias atuais privatizada. Forças armadas privatizadas.

Esse vento de estupidez e boçalidade acaba soprando por todos os cantos. A guerra é uma necessidade intrínseca a norte-americanos e seus aliados israelenses. É da gênese da “democracia” deles o terrorismo em forma de “operação choque e pavor”. Nome da última ação militar para derrubar Saddam Hussein.

O que torna óbvio que o que acontece no Equador não é um fato isolado. Todo o caráter golpista de militares (policiais militares também) vem à tona nessa banda do mundo, ainda mais quando governos populares são eleitos e começam a trilhar caminhos de mudanças políticas, econômicas e avanços sociais.

O escravagismo dos “donos” reage como reagem os irracionais.

“Dança com famosos” não é necessariamente um quadro do Faustão, tampouco BBB é algo isolado, um simples programa de tevê. É uma opção por alienar, desinformar e vai por aí afora.

Mais ou menos “só dói quando eu mexo”.

O governo brasileiro através do chanceler Celso Amorim manifestou-se contra o golpe, pela legalidade constitucional e o respeito ao mandato, conquistado nas urnas, do presidente Rafael Corrêa.

Amorim é um dos mais brilhantes diplomatas latino-americanos em todos os tempos, sabe o que há por trás de tudo isso e os riscos que esses pequenos, aparentemente pequenos, golpes (Honduras, Equador) representam para a América Latina, o que vem por trás desse tipo de movimento, conhece a História (a FOLHA DE SÃO PAULO, por exemplo, quer apagar ou arrancar essas páginas do livro de História do Brasil) e tem consciência do papel do Brasil, do que representa o nosso País com as suas dimensões continentais e hoje, potência mundial.

É o delírio do império privatizado. E muitas vezes o cordão é rompido pelas elites, ou por esbirros das elites (caso das polícias militares), no afã tanto de manter privilégios, como de mostrar às próprias elites que há um preço a ser pago para cada massacre ou golpe em cada canto latino-americano.

Aliança com bandido dá é nisso. Instituição sem sentido, repleta de privilégios, resulta nisso. O que Corrêa fez foi cortar exatamente privilégios, inclusive o da boçalidade contra a população civil.

É necessário deter o golpe. Atinge a todos nós. 

O jornalista Jean-Guy Allard revela que é “profunda” a presença na polícia do Equador de agentes da CIA. Phillip Agee, ex-agente da agência privatizada no governo Bush, antes de deixar a função e denunciar terrorismo, corrupção e trapaças em vários países do mundo, estava servindo na embaixada dos EUA no Equador.

O artigo pode ser visto em

 
É o jeito de ser dos “libertadores” do mundo. Se antes “libertavam” do “jogo” comunista, hoje “libertam” do “jugo” terrorista. E ficam com o petróleo todo. Tomam conta para iraquianos, sauditas, aqui querem “tomar conta” do da Venezuela, do Equador e do Brasil.  
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Chomsky: “Os EUA são o maior terrorista do mundo”


Noam Abraham Chomsky, intelectual estadunidense, pai da linguística e polêmico ativista por suas posturas contra o intervencionismo militar dos Estados Unidos, visitou a Colômbia para ser homenageado pelas comunidades indígenas do Departamento de Cauca. Falou com exclusividade para Luis Angel Murcia, do jornal Semana.com, em 21 de Julho de 2010.

O morro El Bosque, um pedaço de vida natural ameaçado pela riqueza aurífera que se esconde em suas entranhas, desde a semana passada tem uma importância de ordem internacional. Essa reserva, localizada no centro da cidade de Cauca, muito próxima ao Maciço colombiano, é o cordão umbilical que hoje mantêm aos indígenas da região conectados com um dos intelectuais e ativistas da esquerda democrática mais prestigiados do planeta.

Noam Abraham Chomsky. Quem o conhece assegura que é o ser humano vivo cujas obras, livros ou reflexões, são as mais lidas depois da Bíblia. Sem duvida, Chomsky, com 81 anos de idade, é uma autoridade em geopolítica e Direitos Humanos.

Sua condição de cidadão estadunidense lhe dá autoridade moral para ser considerado um dos mais recalcitrantes críticos da política expansionista e militar que os EUA aplica no hemisfério. No seu país e na Europa é ouvido e lido com muito respeito, já ganhou todos os prêmios e reconhecimentos como ativista político e suas obras, tanto em linguística como em análise política, foram premiadas.

Sua passagem discreta pela Colômbia não era para proferir as laureadas palestras, mas para receber uma homenagem especial da comunidade indígena que vive no Departamento de Cauca. O morro El Bosque foi rebatizado como Carolina, que é o mesmo nome de sua esposa, a mulher que durante quase toda sua vida o acompanhou. Ela faleceu em dezembro de 2008.

Em sua agenda, coordenada pela CUT e pela Defensoria do Povo do Vale, o Senhor Chomsky dedicou alguns minutos para responder exclusivamente a Semana.com e conversar sobre tudo.

Quê significado tem para o senhor esta homenagem?

Estou muito emocionado; principalmente por ver que pessoas pobres que não possuem riquezas se prestem a fazer esse tipo de elogios, enquanto que pessoas mais ricas não dão atenção para esse tipo de coisa.

Seus três filhos sabem da homenagem?

Todos sabem disso e de El Bosque. Uma filha que trabalha na Colômbia contra as companhias internacionais de mineração também está sabendo.

Nesta etapa da sua vida o que o apaixona mais: a linguística ou seu ativismo político?

Tenho estado completamente esquizofrênico desde que eu era jovem e continuo assim. É por isso que temos dois hemisférios no cérebro.

Por conta desse ativismo teve problemas com alguns governos, um deles e o mais recente foi com Israel, que o impediu de entrar nas terras da palestina para dar uma palestra.

É verdade, não pude viajar, apesar de ter sido convidado por uma universidade palestina, mas me deparei com um bloqueio em toda a fronteira. Se a palestra fosse para Israel, teriam me deixado passar.

Essa censura tem a ver com um de seus livros intitulado ‘Guerra ou Paz no Oriente Médio?

É por causa dos meus 60 anos de trabalho pela paz entre Israel e a Palestina. Na verdade, eu vivi em Israel.

Como qualifica o que se passa no Oriente Médio?

Desde 1967, o território palestino foi ocupado e isso fez da Faixa de Gaza a maior prisão ao ar livre do mundo, onde a única coisa que resta a fazer é morrer.

Chegou a se iludir com as novas posturas do presidente Barack Obama?

Eu já tinha escrito que é muito semelhante a George Bush. Ele fez mais do que esperávamos em termos de expansionismo militar. A única coisa que mudou com Obama foi a retórica.

Quando Obama foi galardoado com o prêmio Nobel de Paz, o quê o senhor pensou?

Meia hora após a nomeação, a imprensa norueguesa me perguntou o que eu pensava do assunto e respondi: “Levando em conta o seu recorde, este não foi a pior nomeação”. O Nobel da Paz é uma piada.

Os EUA continuam a repetir seus erros de intervencionismo?

Eles tem tido muito êxito. Por exemplo, a Colômbia tem o pior histórico de violação dos Direitos Humanos desde o intervencionismo militar dos EUA.

Qual é a sua opinião sobre o conceito de guerra preventiva que os Estados Unidos apregoam?

Não existe esse conceito, é simplesmente uma forma de agressão. A guerra no Iraque foi tão agressiva e terrível que se assemelha ao que os nazistas fizeram. Se aplicarmos essa mesma regra, Bush, Blair e Aznar teriam de ser enforcados, mas a força é aplicada aos mais fracos.

O que acontecerá com o Irã?

Hoje existe uma grande força naval e aérea ameaçando o Irã e, somente a Europa e os EUA pensam que isso está certo. O resto do mundo acredita que o Irã tem o direito de enriquecer urânio. No Oriente Médio três países (Israel, Paquistão e Índia) desenvolveram armas nucleares com a ajuda dos EUA e não assinaram nenhum tratado.

O senhor acredita na guerra contra o terrorismo?

Os EUA são os maiores terroristas do mundo. Não consigo pensar em qualquer país que tenha feito mais mal do que eles. Para os EUA, terrorismo é o que você faz contra nós e não o que nós fazemos a você.

Há alguma guerra justa dos Estados Unidos?

A participação na Segunda Guerra Mundial foi legítima, entretanto eles entraram na guerra muito tarde.

Essa guerra por recursos naturais no Oriente Médio pode vir a se repetir na América Latina?

É diferente. O que os EUA tem feito na América Latina é, tradicionalmente, impor brutais ditaduras militares que não são contestados pelo poder da propaganda.

A América Latina é realmente importante para os Estados Unidos?

Nixon afirmou: “Se não podemos controlar a América Latina, como poderemos controlar o mundo”.

A Colômbia tem algum papel nessa geopolítica ianque?

Parte da Colômbia foi roubada por Theodore Roosevelt com o Canal do Panamá. A partir de 1990, este país tem sido o principal destinatário da ajuda militar estadunidense e, desde essa mesma data tem os maiores registros de violação dos Direitos Humanos no hemisfério. Antes o recorde pertencia a El Salvador que, curiosamente também recebia ajuda militar.

O senhor sugere que essas violações têm alguma relação com os Estados Unidos?

No mundo acadêmico, concluiu-se que existe uma correlação entre a ajuda militar dada pelos EUA e violência nos países que a recebem.

Qual é sua opinião sobre as bases militares gringas que há na Colômbia?

Não são nenhuma surpresa. Depois de El Salvador, é o único país da região disposto a permitir a sua instalação. Enquanto a Colômbia continuar fazendo o que os EUA pedir que faça, eles nunca vão derrubar o governo.

Está dizendo que os EUA derruba governos na América Latina?

Nesta década, eles apoiaram dois golpes. No fracassado golpe militar da Venezuela em 2002 e, em 2004, seqüestraram o presidente eleito do Haiti e o enviaram para a África. Mas agora é mais difícil fazê-lo porque o mundo mudou. A Colômbia é o único país latinoamericano que apoiou o golpe em Honduras.

Tem algo a dizer sobre as tensões atuais entre Colômbia, Venezuela e Equador?

A Colômbia invadiu o Equador e não conheço nenhum país que tenha apoiado isso, salvo os EUA. E sobre as relações com a Venezuela, são muito complicadas, mas espero que melhorem.

A América Latina continua sendo uma região de caudilhos?

Tem sido uma tradição muito ruim, mas, nesse sentido, a América Latina progrediu e, pela primeira vez, o cone sul do continente está a avançando rumo a uma integração para superar seus paradoxos, como, por exemplo, ser uma região muito rica, mas com uma grande pobreza.

O narcotráfico é um problema exclusivo da Colômbia?

É um problema dos Estados Unidos. Imagine que a Colômbia decida fumigar a Carolina do Norte e o Kentucky, onde se cultiva tabaco, o qual provoca mais mortes do que a cocaína.

Fonte: Agência de Notícias Nova Colômbia. Original em espanhol.
Imagem: Luis Ángel Murcia, Semana

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¿Dónde será la guerra?

Venezuela: La ofensiva de EU es total

Frida Modak para ALAI, América Latina en Movimiento

ALAI AMLATINA, 09/08/2010.- En las últimas semanas hemos presenciado una serie de hechos que no son lo que aparentan, sino que forman parte de los preparativos de una acción militar de gran envergadura destinada a ponerle término al gobierno constitucional de Venezuela. Como señalamos la semana pasada, Estados Unidos está aplicando su vieja estrategia del Track 1 y el Track 2, que implica derrocar a un gobierno desestabilizándolo hasta provocar su caída en términos ?constitucionales o derrocarlo por la fuerza si eso no es posible.

En Venezuela se ha estado aplicando el Track I desde que el presidente Hugo Chávez ganó las elecciones presidenciales en 1998 y al asumir la presidencia de la república en 1999 puso en práctica un programa de gobierno que no le gusta ni conviene a Estados Unidos, que ya el año 2002 logró que un grupo de militares lo secuestrara y anunciara que el mandatario había renunciado.

Mientras tanto, Chávez era llevado a un recinto militar desde el cual lo iban a sacar del país en una avioneta con registro estadunidense que, según se informó, era de propiedad del grupo venezolano Cisneros, dueño entonces de Venevisión y de Ediciones América. Cualquier parecido con lo sucedido en Honduras no es casual y en ambos casos las renuncias de los presidentes nunca existieron.

El próximo 26 de septiembre habrá elecciones parlamentarias en Venezuela y el Pentágono y el Departamento de Estado se están moviendo por toda América Latina para crear las condiciones que justifiquen un golpe de estado si la oposición venezolana vuelve a perder los comicios, así como perdió los comicios y referendos realizados los años 1998, 1999, 2000, 2004, 2005, 2006, 2008 y 2009. El único revés del gobierno venezolano, y relativo, fue el de la reforma constitucional del 2008.

Las encuestas le dan ventaja hasta ahora al gobierno del presidente Chávez para las elecciones parlamentarias de septiembre y Estados Unidos quiere revertir esa situación y, si no puede, hay todo un engranaje militar que sugiere una intervención armada, de lo que es parte lo dicho por el ya ex presidente colombiano Alvaro Uribe sobre la supuesta presencia de guerrilleros de las FARC en Venezuela.

Intervencionismo político latinoamericano

En el intento por lograr que el presidente Chávez pierda esta elección parlamentaria hay sectores políticos latinoamericanos involucrados y dinero estadunidense y europeo. Pero empecemos por la intervención política.

El 26 de junio el diario chileno El Mercurio informó que el lunes 21 de ese mes, habían llegado a ese país 16 dirigentes de la oposición venezolana que pertenecen a la llamada Mesa de Unidad Democrática, para participar en "un programa especial de trabajo", con personeros de la Concertación de Partidos para la Democracia, que gobernó Chile desde la salida de Pinochet hasta el triunfo del actual presidente, cuyo período de inició en marzo de este año.

Los opositores al gobierno venezolano buscaban que los chilenos les dieran "capacitación", por las semejanzas que según ellos habría "entre la realidad venezolana y la de Chile de fines de los años 80", cuando surgió la Concertación, que derrotó al dictador Pinochet en un plebiscito. Los "instructores" fueron altos ex-funcionarios de gobiernos de la Concertación, pertenecientes a los distintos partidos que la integran.

Estuvieron, entre otros, el democristiano Mariano Fernández, último canciller de la presidenta Bachelet y ex-embajador en Estados Unidos; el socialista Enrique Correa, ex Secretario General de Gobierno del ex-presidente Aylwin y Sergio Bitar, dirigente del Partido por la Democracia, quien fue senador, ministro de Educación en el gobierno de Ricardo Lagos y de Obras Públicas en el de Michelle Bachelet. Bitar fue también ministro de Minería del Presidente Allende.

Esto provocó críticas en sectores del partido Socialista en particular, mientras otros concertacionistas se unían a la derecha para cuestionar al presidente venezolano y sus parlamentarios se autodesignaron observadores electorales para septiembre próximo, creando un conflicto que llegó a niveles gubernamentales hasta que el presidente chileno relegó el asunto al parlamento.

El detalle es importante, porque si bien no aparece involucrado José Miguel Insulza, sí lo está su amigo y colaborador en la Secretaría General de la OEA Enrique Correa, al que generalmente designa como observador de ese organismo en las elecciones de la región. Insulza fue responzabilizado por el canciller ecuatoriano de la ruptura de relaciones entre Colombia y Venezuela, por no haber postergado, como se lo pidió, la sesión en la que Colombia formuló sus cargos.

Dinero y preparativos militares

Como es habitual en estos casos, Estados Unidos destina fuertes cantidades de dólares a financiar sus acciones intervencionistas en otros países. Contra el presidente Allende invirtieron muchos millones, como documentó el congreso estadunidense y en Venezuela están haciendo lo mismo, aunque los concertacionistas chilenos no lo quieran recordar

La Fundación Nacional para la Democracia, NED por sus siglas en inglés, fue creada por Ronald Reagan para legalizar lo que antes se hacía sólo bajo el ropaje de la Agencia Central de Inteligencia. El dinero, que se aprueba en el congreso, se reparte a través de las fundaciones republicana y demócrata, y de organismos empresariales y sindicales del país del norte a sus similares de los países a desestabilizar.

En 1999, la NED repartió en Venezuela un millón 273 mil 408 dólares, según se lee en su página de internet. Pero eso no es lo único que se ha enviado, de acuerdo a un informe del instituto FRIDE de España, también se da financiamiento por medio del Movimiento Mundial para la Democracia, creado por la NED.

A esto se agrega lo que se manda por medio de la Agencia Internacional para el Desarrollo, USAID, de Estados Unidos;la Freedom House, la Comision Europea y las fundaciones Konrad Adenauer y Friederich Ebert de Alemania, cada una ha girado alrededor de 500 mil euros anuales a los partidos venezolanos de oposición. La embajada de Estados Unidos en Venezuela usa la valija diplomática para otros envíos y todo se lavaba en el mercado paralelo, lo que determinó que el gobierno venezolano dictara una nueva legislación cambiaria.

Si todo esto que hemos descrito no conduce a una derrota electoral del gobierno del presidente Chávez en Septiembre, todo indica que el plan "B" está en marcha. A Costa Rica, el país ?"in ejército", llegarán este año 43 barcos de guerra estadunidenses artillados. En las calles de Panamá ya se encuentran militares estadunidenses uniformados incluso, lo que no se veia desde que se cerraron las bases de EU el año 2000. Dicen que van a combatir el narcotráfico a través de 15 nuevas instalaciones militares.

En Colombia son 13 las bases estadunidenses autorizadas por Uribe. En Perú se acaban de realizar ejercicios navales con participación de diez países sur y centro americanos encabezados por Estados Unidos. ¿Dónde será la guerra?

- Frida Modak, periodista, fue Secretaria de Prensa del Presidente Salvador Allende.
Imagem: Latuff
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Gordinhos pediram representante dos EUA


É asqueroso o show da mídia internacional com a libertação dos sete ex-prisioneiros cubanos. Não economizam palavras para descrever Cuba como a mais feroz ditadura do planeta, e a turma de gordinhos mercenários como vítimas do “sanguinário” Fidel. Não poderiam ser mais hipócritas. Divulgam cotidianamente as mais estapafúrdias notícias, de fontes sempre duvidosas, celebrando o “necessário” combate ao terror mundial, onde principalmente a população de origem islâmica é presa e encarcerada por meras suspeitas, mofando em prisões por anos sem direito a defesa, sofrendo torturas e humilhações.

Bem fez o La República da Espanha, “no sois bienvenidos al Estado español”, publicaram. E ainda relataram um fato relevante, que o restante da mídia escondeu: alguns dos dissidentes logo ao chegar pediram representante da embaixada americana. Nada mais explícito para entender o fato.

Mercenarios del capitalismo: No sois bienvenidos al Estado español

Lustrosos, ofreciendo una imagen que desmiente historias sobre las terroríficas cárceles cubanas, arribó a Barajas el primer grupo de mercenarios cubanos acogidos por el Estado español. Poco tiempo llevaban cuando comenzaron a revelarse comportamientos. Unos clamaban por la presencia de un miembro de la embajada estadounidense. Pobre diablos... deseosos de hacer la genuflexión ante el representante del amo para que los despachen rumbo a Estados Unidos.

Alojados en un hotel, muy lejos del centro de Madrid, que supondrían suntuoso, pronto surgieron las críticas: Que si era un poco incómodo, que por suerte sólo estarían 3 días en ese lugar, que si sólo había un baño en la habitación... ¡Llegar al idílico mundo y recibir semejante bazofia! Ellos requieren lujo, boato, que son, en la democracia de los millonarios, exclusividad de la Gran burguesía. Alguno aspira a trabajar en España... con 60 años de edad. Es posible que consiga, por caridad, lo que se les niega a tantos africanos forzados a emigrar por culpa del Sistema que él defiende.

De momento el régimen de Juan Carlos I se hará cargo de sus tratamientos médicos (quienes lo precisen, porque alguno luce gordito), necesidades sanitarias y educación. Y lo aceptan por inconsecuentes. La clase obrera consciente, no da la bienvenida a mercenarios defensores del capitalismo privatizador, criminal y explotador.
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Memória da Guerra do Paraguai

O canhão "cristão", feito a partir de sinos de igreja, símbolo da vitória brasileira na Guerra do Paraguai, vai ser devolvido ao país vizinho. O presidente Lula anunciou a decisão depois de um pedido emocionado do vice-presidente paraguaio, Federico Franco, feito durante seu discurso comemorativo aos 140 anos do fim da Guerra do Paraguai, no início da semana.

"O país nunca vai cicatrizar a ferida se o Brasil não devolver o arquivo militar e o canhão cristão, que devem retornar ao Paraguai para que se inicie a cicatrização do povo paraguaio", discursou ele, na cidade de Cerro Corá, onde o ditador Solano López foi morto pelas tropas brasileiras em 1870.

Retirado da Fortaleza do Humaitá, no Rio Paraguai, o canhão está no Museu Histórico Nacional, na Praça XV, no Rio. A direção do museu não quis comentar a decisão. Quem vai cuidar da transferência para Assunção, sem data definida, é o Ministério da Cultura.
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¡Fuerza Chile!

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Cuba, daqui a alguns anos

Daqui a alguns anos, depois que a gerontocracia comunista cubana tiver se dissolvido no mesmo saco de poeira e maldade onde estão Leonid Brejnev, Nicolau Ceausescu, Erich Honecker, János Kádár, Robert Mungabe, Enver Hoxha, e muitos outros; daqui a alguns anos, quando o povo cubano tiver conquistado o direito de divergir dos seus governantes, de eleger novas lideranças, de acessar livremente a Internet e de escolher os livros que deseja ler; daqui a alguns anos, quando as crianças cubanas não tiverem mais a obrigação de jurar “por Chê” e quando os cidadãos da ilha não precisarem da autorização do Estado para sair do paraíso; daqui a alguns anos, quando o mar azul que envolve a ilha for apenas o mar e não a imensidão plena de ameaças aguardando os balseiros e quando tudo não for mais aprovado pela unanimidade seguida de aplausos efusivos; daqui a alguns anos, quando não houver mais presos de consciência e quando os membros das “Brigadas de Resposta Rápida” não estiverem mais nas ruas, reprimindo qualquer manifestação de discórdia em nome de uma “Revolução” que só existe no discurso da burocracia corrupta a que servem, então a memória de Orlando Zapata Tamayo será reverenciada e o povo cubano poderá homenagear sua coragem e altivez.
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Negócios de brasileiros em Cuba

The state-controlled Brazilian oil giant Petrobras is studying whether to drill for oil off Cuban shores, while the Odebrecht construction firm is heading a huge revamp of the port of Mariel, west of Havana, into the island's main commercial port.

Brazil's state-run National Development Bank has given $300m (£196m) to Odebrecht to build new roads, rail lines, wharves and warehouses at Mariel, best known as the site of a 1980 exodus in which thousands of Cubans fled to the US in boats.
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Uma perfeita idiotice dita por um latinamericano (Mundo)

Tá aqui: Vargas Llosa dizendo que Chávez vai atacar a Colômbia. É uma perfeita idiotice dita por um latinamericano.

Caso queira leituras mais sérias, recomendo:
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EUA: 100 anos de farsas contra Zelayas


Não há mais dúvidas, se é que em algum momento existissem motivos para tal: os EUA alinham-se aos golpistas de Honduras com seu respaldo às eleições fajutas do próximo dia 29. É apenas mais um capítulo de sua longa história de intervenções na América Latina. E contra o nome Zelaya, é apenas uma repetição do mesmo teatro.

Há 100 anos, em 18 de novembro de 1909, navios americanos cercaram a costa caribenha para depor o presidente da Nicarágua, José Carlos Zelaya. A desculpa alegada foi a prisão e execução de dois mercenários americanos que atuavam em ações terroristas para desestabilizar o governo. A mídia americana fez seu papel, demonizando o ditador nicaragüense a apoiando seus fuzileiros.

Não disse, claro, que o incômodo americano era com as pretensões de Zelaya em transformar o Caribe em um Estados Unidos da América Central. Contra os interesses americanos, planejava concorrer com um novo canal ligando o Pacífico ao Caribe, via o Lago Manágua, e para isto negociava com Alemanha e Japão.

Zelaya exilou-se no México e morreu em Nova York dez anos depois. Os EUA dominaram militarmente a Nicarágua até 1933, em uma ditadura repressiva que nada lembra a tal democracia que os EUA dizem representar.
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Jungmann e a política externa brasileira


Enquanto o funcionário de Daniel Dantas viajava para Honduras, com dinheiro da União, divulgando declarações simpáticas ao golpista, como a de que ele tinha apoio do povo, e que o governo brasileiro errou em ceder sua embaixada, vejam o que a revista The New Foreign Policy publicava:


O melhor ministro das relações exteriores do mundo*


Este pode ter sido o melhor mês para o Brasil desde, aproximadamente, junho de 1944. Foi quando o Tratado de Tordesilhas foi assinado, garantindo a Portugal tudo no Novo Mundo a leste de uma linha imaginária que se declarou existir a 370 léguas a oeste do arquipélago de Cabo Verde. Isso assegurou the aquilo que viria a se tornar o Brasil seria português e, portanto, desenvolveria uma cultura e uma identidade muito diferentes do resto da América Latina Hispânica. Isso garantiu que o mundo tivesse samba, churrasco, a “Garota de Ipanema” e, por uma série de eventos incrivelmente fortuita, posto que tortuosa, Gisele Bündchen.

Embora tenha levado algum tempo para o Brasil corresponder à máxima dúbia de que era “o país do futuro e sempre o seria”, restam poucas dúvidas de que o amanhã chegou para o país, mesmo que ainda reste muito por fazer para superar suas sérias contingências sociais e aproveitar seu extraordinário potencial econômico.

As evidências de que algo novo e importante estava acontecendo no Brasil começaram a se acumular anos atrás, quando o então presidente Cardoso engendrou uma mudança rumo à ortodoxia econômica que estabilizou um país sacudido por ciclos de expansão e queda e assombrosa inflação. Elas ganharam vulto, entretanto, no decurso do extraordinário mandato do atual presidente do País, Luís Inácio Lula da Silva.

Parte desse vigor se deve ao compromisso de Lula com a manutenção dos fundamentos econômicos lançados por Cardoso, uma manobra política corajosa para um líder trabalhista de longa data que pertence ao Partido dos Trabalhadores, até então na oposição. Parte se deve à sorte, uma mudança global do paradigma energético que ajudou os trinta anos de investimento brasileiro em biocombustíveis a começar a valer a pena – e de novas e importantes formas -; descobertas de jazidas de petróleo de grande porte no mar territorial brasileiro; e a demanda crescente da Ásia que permitiu ao Brasil se tornar um líder nas exportações agrícolas globais e assumir o papel de “provedor da Ásia”. Porém, muito dessa pujança se deve à grande tarimba dos líderes brasileiros em aproveitar uma conjuntura que muitos de seus predecessores teriam provavelmente desperdiçado.

Dentre esses líderes, muito do crédito vai para o presidente Lula, que se tornou meio que um astro do rock no cenário internacional, ao amalgamar energia, iniciativa, carisma, intuição incomum e sensatez de forma tão eficaz que sua falta de educação forma jamais foi um empecilho. Algum mérito vai para membros de seu gabinete, como sua ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, antes titular das Minas e Energia, que se tornou uma chefe de gabinete durona e possível sucessora de Lula. Mas acredito que um bom quinhão deva caber a Celso Amorim, que orquestrou uma transformação do papel mundial do Brasil quase sem precedentes históricos. Ele é o chanceler de Lula desde 2003 (tendo ocupado o cargo nos anos noventa), mas creio ser possível demonstrar que ele é, atualmente, o ministro do exterior mais bem sucedido do planeta.

É impossível identificar apenas um momento crucial nos esforços de Amorim em metamorfosear o Brasil, de poder regional dormente de proeminência internacional questionável, em um dos mais importantes protagonistas do cenário global, reconhecido por consenso como possuidor de um papel de liderança inaudito. Pode ter sido quando o ministro teve um papel central em arquitetar a rejeição, pelos países emergentes, de uma jogada de poder do tipo “nada de novo”, por parte dos Estados Unidos e da Europa, durante a rodada de tratativas comerciais de Cancun em 2003.
Pode ter sido o modo arguto como os brasileiros têm usado distinções como sua liderança em biocombustíveis para estabelecer novas pontes de diálogo e influência, seja com os Estados Unidos, seja com outras potências emergentes. Certamente, esse processo envolveu a determinação de Amorim em abraçar a idéia de converter os BRICs, antes apenas um acrônimo, numa importante instância geopolítica de colaboração, trabalhando com seus colegas na Rússia, na Índia e na China para institucionalizar o diálogo entre os países e harmonizar suas declarações. (Pode-se discutir a afirmativa de que o BRIC que mais ganhou com essa aliança seja o Brasil. Rússia, China e Índia merecem lugar à mesa em função do poderio militar, do peso demográfico, da força econômica ou dos recursos naturais. O Brasil possui todos esses atributos… mas em menor grau que os outros.) Também envolveu outras incontáveis peças de estratégia diplomática, que vão dos laços aprofundados e estreitados do Brasil com países como a China e o fomento tanto do fluxo de investimentos como de uma reputação de porto comparativamente seguro na turbulência econômica global; à afinidade mútua entre o novo presidente dos Estados Unidos e seu colega brasileiro – a ponto de o primeiro incentivar o último a servir de mediador, por exemplo, com os Iranianos. Concorde-se ou não com cada um de seus lances em searas como Honduras ou a OEA na questão cubana, o Brasil continua a desempenhar um papel regional importante, ainda que seja evidente que seu foco se deslocou para a cena global.

Nada ilustra tão bem a distância percorrida pelo Brasil ou a eficácia do time Lula-Amorim do que os eventos das últimas semanas. Primeiro, a decisão pelos países do mundo de descartar o G8 e abraçar o G20, assegurando ao Brasil um lugar permanente na mais importante mesa de negociações do mundo. Depois, o Brasil se tornou o primeiro país na América Latina a ganhar o direito de sediar os Jogos Olímpicos. O Financial Times de ontem noticiou que “A Ásia e o Brasil lideram o crescimento na confiança do consumidor”, um reflexo da reputação que o País tem vendido com sucesso (com a maior parte do mérito indo para o ressurgente setor privado brasileiro). Acrescente-se a isso as reportagens desta semana sobre o encontro FMI-Banco Mundial em Istambul, que demonstram, com a concordância em mudar a estrutura do Fundo Monetário Internacional, uma institucionalização ainda maior do novo papel do Brasil. Segundo o Washington Post de hoje, “As nações também concordaram, em caráter preliminar, em reformular a estrutura de votos nacionais do Fundo, prometendo um arcabouço que aumente a representatividade de gigantes emergentes como o Brasil e a China por volta de janeiro de 2011.”

Nada mal para alguns dias de trabalho. E conquanto seja o Ministério da Fazenda brasileiro que tenha assento no encontro de Istambul, o arquiteto inconteste desta notável transformação do papel do Brasil é Amorim.

Muito trabalho resta por fazer, é claro. Parte dele tem a ver como o novo papel que foi moldado. O Brasil quer um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas e um papel de liderança maior em outros organismos internacionais. Pode ser que os consiga, mas tem de manter seu crescimento e sua estabilidade para chegar lá. Ademais, o Brasil parece inclinado a minimizar ameaças regionais tais como a venezuelana. (Brasileiros tendem a tratar com condescendência os vizinhos ao norte quase tanto quanto os amigos argentinos ao sul… e assim eles subestimam a habilidade que têm homens como Hugo Chávez de cometer grandes estragos.) E eles terão uma eleição em breve que pode mudar o elenco de líderes e, naturalmente, mudar a atual trajetória de várias maneiras – boas e ruins.

Mas é difícil achar outro ministro das relações exteriores que tenha orquestrado com tanta eficácia uma transformação de tal magnitude do papel internacional de seu país. E é por isso que, se me pedissem hoje que depositasse meu voto para melhor chanceler do mundo, ele seria provavelmente para aquele filho nativo de Santos, Celso Amorim.

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* Texto traduzido por H. C. Paes no blog do Luis Nassif.
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Fujimori foi condenado. E o Fujinando?


Alberto Fujimori aceitou nesta última segunda-feira a acusação para um processo por espionagem eletrônica, suborno de parlamentares e jornalistas, inclusive usando verba do estado para comprar irregularmente um canal de TV. Esta prática criminosa lhe garantiu três mandados presidenciais sucessivos.

Pergunto: nossa mídia, que hoje sataniza Chávez por suas reeleições, alguma vez dedicou editoriais com críticas ao nipo-peruano por ter sido reeleito? Nunquinha. Muito ao contrário. Para ela, Fujimori era o paradigma do “novo político”, um moderno, expoente do neoliberalismo, exemplo a ser imitado. Reproduziam os jornalões a babação de ovos que Fernando Henrique Cardoso fazia ao seu colega peruano. Foram tantas as homenagens prestadas que até a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul, maior condecoração da república brasileira, foi dada ao meliante.

Pouco importavam as evidências de crimes, inclusive o massacre de opositores, em demonstração clara do que pensam estes “democratas”.

Pois, foi seguindo a fórmula Fujimori, que FHC tentou seu segundo mandato. Comprou deputados, jornalistas, espionou adversários e calou o Congresso para impedir uma CPI que tentava investigar as irregularidades de seus atos.

Por essa identidade, FHC foi chamado de “Fujinando” pelo já falecido senador Lauro Campos, em discurso histórico que está nos anais do Senado Federal.

Para lembrar a identidade de Fujinando com Fujimori, vale publicar o discurso de tiete que FHC proferiu em Lima, no Peru, em banquete da posse do segundo mandato de Fujimori. Serve para quem sofre de insônia. Impossível lê-lo sem dormir após o terceiro parágrafo. Usem com moderação:

Discurso do Presidente Fernando Henrique Cardoso em resposta ao Presidente Alberto Fujimori, durante o banquete no Palácio de Governo.

Lima, 27 de julho de 1995.

Estamos reunidos em Lima, Presidentes de países irmãos latino-americanos, para testemunhar uma vez mais o ritual mais elevado da democracia consolidada em nosso continente: o início de uma nova fase de Governo, produto da vontade livre e soberana do povo.

Quis o protocolo que coubesse a mim a honra de cumprimentá-lo esta noite, Senhor Presidente, e ao povo peruano, em nome de todos os Chefes de Estado da América que aqui se encontram.

Esta é uma das muitas ocasiões memoráveis para todos os democratas latinoamericanos: mais uma vez, em um país irmão e da mesma maneira renascido para a democracia, um ciclo de Governo chega ao final e outro se inicia, legitimado pelo voto popular. Reconduzido à suprema magistratura da Nação, o Senhor reveste, Senhor Presidente, a vontade própria do seu povo, e com ele assume o compromisso mais nobre que um ser humano pode receber, o de ser agente e guardião da soberania popular.

Falando em nome de nossos amigos, trago-lhe a palavra de uma América intrinsicamente democrática, à qual o Peru fortalece e dignifica. E essa América, Senhor Presidente, faz hoje o elogio do exemplo da cidadania e da maturidade política que outra vez um povo latino-americano – o povo peruano – nos deu. Quero falar em nome de uma América que sabe que não há alternativa fora da democracia. Porque a democracia é o instrumento fundamental que nos assegurará a paz, o desenvolvimento e a estabilidade política e econômica, sobre uma base firme e insubstituível de uma sociedade mais justa e equilibrada, e de um povo cidadão.

Senhor Presidente,

Sua recondução à Presidência se dá em um momento particularmente cheio de promessas para a nossa região, que renasce para a paz e para o desenvolvimento. Não ignoramos que alguns dos nossos países atravessaram um período de tensões nos primeiros meses do ano. Mas, acredito interpretar o sentimento de todos ao redor desta mesa ao dizer que, a determinação dos nossos Governos em perseguir nossos objetivos de paz, de estabilidade e de permanente concertação regional, foi a garantia de que essas ameaças se afastassem e voltássemos às nossas ocupações: o exercício da cidadania, o desenvolvimento com justiça social, a participação no crescimento e no comércio mundial.

A confraternização dos povos e Governos, em que se transforma essa cerimônia, é uma prova de que a América Latina está unida em seus ideais de paz, de convivência fraternal, de desenvolvimento e de integração.

Talvez nenhuma força ilustre melhor a natureza e a extensão das mudanças ocorridas em nossa região, do que a integração que vem se tornando realidade em nossos dias, e que se reafirma como prioritária.

A integração transformou-se na interseção das forças que atuam em nosso continente e, portanto, é paradigma dos tempos que nos conduzem ao início do século XXI e terceiro milênio.

Entre essas forças, quero assinalar a democracia, porque sem identidade política as relações econômicas não avançam; a participação crescente de nossas sociedades e dos agentes econômicos dos assuntos internacionais dos Estados, a consciência de que a globalização da economia nos cria oportunidades e riscos sem os quais somente podemos responder por meio da competitividade de nossas economias, e a consciência de que o sonho político da integração continental, que inspirou o processo de nossa independência política, somente é possível a partir de processos sub-regionais que vão se cumprindo porque estavam dadas as condições básicas para a integração – existência de importantes correntes de comércio, a proximidade e a inter-conexão física.

Nossa América conta com um patrimônio expressivo de realizações no campo da integração, como o Pacto Andino e o Mercosul. À essas realizações se juntam um patrimônio também impressionante de mecanismos de concertação política e diplomática, como o Grupo do Rio e o Tratado de Cooperação Amazônica. O nosso fortalecimento como região é uma condição insubstituível em nossa luta por uma melhor inserção no processo decisivo internacional e por uma participação mais intensa dos benefícios gerados pelo crescimento a nível global. Acredito que este é um dos motivos de nossa presença em Lima. Encontramo-nos aqui também como uma forma de demonstrar que alcançamos um grau de maturidade política que nos permite falar efetivamente de nossa região como de uma comunidade de Nações.

Ao reafirmar nossa condição de democracias atuantes e de economias dinâmicas, estáveis e abertas ao mundo, estamos também reafirmando o nosso direito, o direito da América Latina a uma participação decidida no aperfeiçoamento dos instrumentos e instituições que hão de garantir que, a um mundo mais globalizado corresponda a realidade de um mundo mais cooperativo, mais concertado, mais universalmente comprometido com a justiça, com o respeito aos direitos humanos, a proteção ambiental e ao desenvolvimento sustentável.

Senhor Presidente,

O Peru é a pátria de grandes homens latino-americanos e cenário presente de transformações. É um país aberto ao mundo, à contribuição de todas as raças, universal ao mesmo tempo que profundamente original.

A vida mais recente do Peru, os êxitos de seu Governo no campo econômico e a renovada confiança popular que o leva a um segundo mandato presidencial, com a promessa de novos êxitos e realizações, juntam-se como uma contribuição peruana à história que juntos, os povos latino-americanos, estamos construindo, uma contribuição à projeção internacional de nossa região.

Portanto, ao cumprimentá-lo esta noite, Senhor Presidente, quero pedir a todos os presentes que me acompanhem em um brinde à prosperidade do povo irmão do Peru, à solidariedade fraterna entre os povos da América, à amizade que nos une e associa, à felicidade e ventura pessoal de Vossa Excelência e de sua família nesta nova jornada para conduzir o povo peruano ao seu melhor destino, ao destino que sonharam Bolívar, San Martin e Sucre.

Muito obrigado.

Fonte: UNB
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O golpe não foi contra Zelaya


A jovem hondurenha Wendy Elizabeth Ávila foi assassinada neste final de semana. Asmática, morreu em conseqüência de gases tóxicos jogados contra a embaixada brasileira. Não foi o gás lacrimogêneo, mas uma combinação de outras químicas que levou vários populares a vomitarem sangue, inclusive dentro da embaixada. Soldados foram vistos usando máscaras. Contraditoriamente, Honduras é um dos 188 países que assinaram a convenção mundial de proibição de armas químicas. Em 28 e setembro de 2005, ratificou a proibição. Não é estranho estar agora descumprindo uma norma internacional se não obedece nem a Constituição do seu país.

A Constituição de Honduras é clara em garantir o direito de participação do povo:

ARTICULO 2.- La soberanía corresponde al pueblo del cual emanan todos los poderes del Estado que se ejercen por representación.
La suplantación de la soberanía popular y la usurpación de los poderes constituidos se tipifican como delitos de traición a la Patria. La responsabilidad en estos casos es imprescriptible y podrá ser deducida de oficio o a petición de cualquier ciudadano.


E determina punição a quem a desrespeitar:

ARTICULO 45.- Se declara punible todo acto por el cual se prohíba o limite la participación del ciudadano en la vida política del país.


O artigo 3 é claríssimo em proibir um golpe de estado como o que foi praticado.

ARTICULO 3.- Nadie debe obediencia a un gobierno usurpador ni a quienes asuman funciones o empleos públicos por la fuerza de las armas o usando medios o procedimientos que quebranten o desconozcan lo que esta Constitución y las leyes establecen. Los actos verificados por tales autoridades son nulos. el pueblo tiene derecho a recurrir a la insurrección en defensa del orden constitucional.


Os solidários golpistas enrustidos daqui, alguns sem subterfúgios, gritam que o problema é Zelaya. Sua culpa? Ser chavista.

Não, meus caros, vamos parar de mentiras. Zelaya não é e nunca foi o problema. O grande problema, como sempre em nossa história, é que o povo hondurenho acreditava em sua Constituição. Imaginava poder expressar nas urnas sua vontade de mudanças. Queria em novembro, quando eleito um novo presidente (não poderia ser Zelaya, aprendam a ler e a entender, fascistinhas), dizer que desejava uma Constituinte.

O que fizeram as oligarquias e seus gorilas? Seqüestraram o presidente, forjaram uma carta de renúncia, assinaram agora um AI-5, cassando direitos dos cidadãos, fechando a mídia que ainda resistia (Alõ, SIP! Alõ ANJ, e agora?) e vem nossos especialistas, como o tucano Francisco Weffort, perguntar em recente artigo no Globo se “teria sido mesmo um golpe?”.

Vamos parar de asneiras. Não há jurista aqui ou acolá que vá nos engabelar. Onde está o direito de defesa, seriamente garantido na Constituição hondurenha? Diz ele:

ARTICULO 82.- El derecho de defensa es inviolable.
Los habitantes de la República tienen libre acceso a los tribunales para ejercitar sus acciones en la forma que señalan las leyes.


Chega! É um golpe clássico. Como tantos outros na história da América Latina. Não foi contra Zelaya, originado na mesma classe dos golpistas, mas contra o povo hondurenho, que acreditava, como a estudante de direito Wendy Elizabeth Ávila, que podia confiar na democracia de seu país. Não podem. Ela é uma fraude. Só funciona se o time dos donos do campo e da bola estiver ganhando. Era certo que perderia à frente. Este é o motivo verdadeiro do golpe. Que fique a lição para todos nós.

Foto: velório da jovem Wendy Elizabeth Ávila/AP
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Siete puñales en el corazón de América


Quantas lições para o momento atual neste texto do Grande Comandante. É uma aula sobre a América Latina e seus desafios. Algo para ser lido e guardado:


SIETE PUÑALES EN EL CORAZÓN DE AMÉRICA

Leo y releo datos y artículos elaborados por personalidades inteligentes, conocidas o poco conocidas, que escriben en diversos medios y toman la información de fuentes no cuestionadas por nadie.

Los pueblos que habitan el planeta, en todas partes, corren riesgos económicos, ambientales y bélicos, derivados de la política de Estados Unidos, pero en ninguna otra región de la tierra se ven amenazados por tan graves problemas como sus vecinos, los pueblos ubicados en este continente al Sur de ese país hegemónico.

La presencia de tan poderoso imperio, que en todos los continentes y océanos dispone de bases militares, portaaviones y submarinos nucleares, buques de guerra modernos y aviones de combate sofisticados, portadores de todo tipo de armas, cientos de miles de soldados, cuyo gobierno reclama para ellos impunidad absoluta, constituye el más importante dolor de cabeza de cualquier gobierno, sea de izquierda, centro o derecha, aliado o no de Estados Unidos.

El problema, para los que somos vecinos suyos, no es que allí se hable otro idioma y sea una nación diferente. Hay norteamericanos de todos los colores y todos los orígenes. Son personas iguales que nosotros y capaces de cualquier sentimiento en un sentido u otro. Lo dramático es el sistema que allí se ha desarrollado e impuesto a todos. Tal sistema no es nuevo en cuanto al uso de la fuerza y los métodos de dominio que han prevalecido a lo largo de la historia. Lo nuevo es la época que vivimos. Abordar el asunto desde puntos de vista tradicionales es un error y no ayuda a nadie. Leer y conocer lo que piensan los defensores del sistema ilustra mucho, porque significa estar conscientes de la naturaleza de un sistema que se apoya en la constante apelación al egoísmo y los instintos más primarios de las personas.

De no existir la convicción del valor de la conciencia, y su capacidad de prevalecer sobre los instintos, no se podría expresar siquiera la esperanza de cambio en cualquier período de la brevísima historia del hombre. Tampoco podrían comprenderse los terribles obstáculos que se levantan para los diferentes líderes políticos en las naciones latinoamericanas o iberoamericanas del hemisferio. En último término, los pueblos que vivían en esta área del planeta desde hace decenas de miles de años, hasta el famoso descubrimiento de América, no tenían nada de latinos, de ibéricos o de europeos; sus rasgos eran más parecidos a los asiáticos, de donde procedieron sus antepasados. Hoy los vemos en los rostros de los indios de México, Centroamérica, Venezuela, Colombia, Ecuador, Brasil, Perú, Bolivia, Paraguay y Chile, un país donde los araucanos escribieron páginas imborrables. En determinadas zonas de Canadá y en Alaska conservan sus raíces indígenas con toda la pureza posible. Pero en el territorio principal de Estados Unidos, gran parte de los antiguos pobladores fueron exterminados por los conquistadores blancos.

Como conoce todo el mundo, millones de africanos fueron arrancados de sus tierras para trabajar como esclavos en este hemisferio. En algunas naciones como Haití y gran parte de las islas del Caribe, sus descendientes constituyen la mayoría de la población. En otros países forman amplios sectores. En Estados Unidos los descendientes de africanos constituyen decenas de millones de ciudadanos que, como norma, son los más pobres y discriminados.

A lo largo de siglos esa nación reclamó derechos privilegiados sobre nuestro continente. En los años de Martí trató de imponer una moneda única basada en el oro, un metal cuyo valor ha sido el más constante a lo largo de la historia. El comercio internacional, por lo general, se basaba en él. Hoy ni siquiera eso. Desde los años de Nixon, el comercio mundial se instrumentó con el billete de papel impreso por Estados Unidos: el dólar, una divisa que hoy vale alrededor de 27 veces menos que en los inicios de la década del 70, una de las tantas formas de dominar y estafar al resto del mundo. Hoy, sin embargo, otras divisas están sustituyendo al dólar en el comercio internacional y en las reservas de monedas convertibles.

Si por un lado las divisas del imperio se devalúan, en cambio sus reservas de fuerzas militares crecen. La ciencia y la tecnología más moderna, monopolizada por la superpotencia, han sido derivadas en grado considerable hacia el desarrollo de las armas. Actualmente no se habla solo de miles de proyectiles nucleares, o del poder destructivo moderno de las armas convencionales; se habla de aviones sin pilotos, tripulados por autómatas. No se trata de simple fantasía. Ya están siendo usadas algunas naves aéreas de ese tipo en Afganistán y otros puntos. Informes recientes señalan que en un futuro relativamente próximo, en el 2020, mucho antes de que el casquete de la Antártida se derrita, el imperio, entre sus 2 500 aviones de guerra, proyecta disponer de 1 100 aviones de combate F-35 y F-22, en sus versiones de caza y bombarderos de la quinta generación. Para tener una idea de ese potencial, baste decir que los que disponen en la base de Soto Cano, en Honduras, para el entrenamiento de pilotos de ese país son F-5; los que suministraron a las fuerzas aéreas de Venezuela antes de Chávez, a Chile y otros países, eran pequeñas escuadrillas de F-16.

Más importante todavía, el imperio proyecta que en el transcurso de 30 años todos los aviones de combate de Estados Unidos, desde los cazas hasta los bombarderos pesados y los aviones cisterna, serán tripulados por robots.

Ese poderío militar no es una necesidad del mundo, es una necesidad del sistema económico que el imperio le impone al mundo.

Cualquiera puede comprender que si los autómatas pueden sustituir a los pilotos de combate, también pueden sustituir a los obreros en muchas fábricas. Los acuerdos de libre comercio que el imperio trata de imponer a los países de este hemisferio implican que sus trabajadores tendrán que competir con la tecnología avanzada y los robots de la industria yanki.

Los robots no hacen huelgas, son obedientes y disciplinados. Hemos visto por la televisión máquinas que recogen las manzanas y otras frutas. La pregunta cabe hacerla también a los trabajadores norteamericanos ¿Dónde estarán los puestos de trabajo? ¿Cuál es el futuro que el capitalismo sin fronteras, en su fase avanzada del desarrollo, asigna a los ciudadanos?

A la luz de esta y otras realidades, los gobernantes de los países de UNASUR, MERCOSUR, Grupo de Río y otros, no pueden dejar de analizar la justísima pregunta venezolana ¿Qué sentido tienen las bases militares y navales que Estados Unidos quiere establecer alrededor de Venezuela y en el corazón de Suramérica? Recuerdo que hace varios años, cuando entre Colombia y Venezuela, dos naciones hermanadas por la geografía y por la historia, las relaciones se volvieron peligrosamente tensas, Cuba promovió calladamente importantes pasos de paz entre ambos países. Nunca los cubanos estimularemos la guerra entre países hermanos. La experiencia histórica, el destino manifiesto proclamado y aplicado por Estados Unidos, y la endeblez de las acusaciones contra Venezuela de suministrar armas a las FARC, asociadas a las negociaciones con el propósito de conceder siete puntos de su territorio para uso aéreo y naval de las Fuerzas Armadas de Estados Unidos, obligan ineludiblemente a Venezuela a invertir en armas, recursos que podían emplearse en la economía, los programas sociales y la cooperación con otros países del área con menos desarrollo y recursos. No se arma Venezuela contra el pueblo hermano de Colombia, se arma contra el imperio, que intentó destruir ya la Revolución y hoy pretende instalar en las proximidades de la frontera venezolana sus armas sofisticadas.

Sería un error grave pensar que la amenaza es solo contra Venezuela; va dirigida a todos los países del Sur del continente. Ninguno podrá eludir el tema y así lo han declarado varios de ellos.

Las generaciones presentes y futuras juzgarán a sus líderes por la conducta que adopten en este momento. No se trata solo de Estados Unidos, sino de Estados Unidos y el sistema. ¿Qué ofrece? ¿Qué busca?

Ofrece el ALCA, es decir, la ruina anticipada de todos nuestros países, libre tránsito de bienes y de capital, pero no libre tránsito de personas. Experimentan ahora el temor de que la sociedad opulenta y consumista sea inundada de latinos pobres, indios, negros y mulatos o blancos sin empleo en sus propios países. Devuelven a todos los que cometen faltas o sobran. Los matan muchas veces antes de entrar, o los retornan como rebaños cuando no los necesitan; 12 millones de inmigrantes latinoamericanos o caribeños son ilegales en Estados Unidos. Una nueva economía ha surgido en nuestros países, especialmente los más pequeños y pobres: la de las remesas. Cuando hay crisis, ésta golpea sobre todo a los inmigrantes y a sus familiares. Padres e hijos son cruelmente separados a veces para siempre. Si el inmigrante está en edad militar, le otorgan la posibilidad de enrolarse para combatir a miles de kilómetros de distancia, “en nombre de la libertad y la democracia”. Al regreso, si no mueren, les conceden el derecho a ser ciudadanos de Estados Unidos. Como están bien entrenados les ofrecen la posibilidad de contratarlos no como soldados oficiales, pero sí como civiles soldados de las empresas privadas que prestan servicios en las guerras imperiales de conquista.

Existen otros gravísimos peligros. Constantemente llegan noticias de los emigrantes mexicanos y de otros países de nuestra área que mueren intentando cruzar la actual frontera de México y Estados Unidos. La cuota de víctimas cada año supera con creces la totalidad de los que perdieron la vida en los casi 28 años de existencia del famoso muro de Berlín.

Lo más increíble todavía es que apenas circula por el mundo la noticia de una guerra que cuesta en este momento miles de vidas por año. Han muerto ya, en el 2009, más mexicanos que los soldados norteamericanos que murieron en la guerra de Bush contra Irak a lo largo de toda su administración.

La guerra en México ha sido desatada a causa del mayor mercado de drogas que existe en el mundo: el de Estados Unidos. Pero dentro de su territorio no existe una guerra entre la policía y las fuerzas armadas de Estados Unidos luchando contra los narcotraficantes. La guerra ha sido exportada a México y Centroamérica, pero especialmente al país azteca, más cercano al territorio de Estados Unidos. Las imágenes que se divulgan por la televisión, de cadáveres amontonados y las noticias que llegan de personas asesinadas en los propios salones de cirugía donde intentaban salvarles la vida, son horribles. Ninguna de esas imágenes procede de territorio norteamericano.

Tal ola de violencia y sangre se extiende en mayor o menor grado por los países de Suramérica. ¿De dónde proviene el dinero sino del infinito manantial que emerge del mercado norteamericano? A su vez, el consumo tiende también a extenderse a los demás países del área, causando más víctimas y más daño directo o indirecto que el SIDA, el paludismo y otras enfermedades juntas.

Los planes imperiales de dominación van precedidos de enormes sumas asignadas a las tareas de mentir y desinformar a la opinión pública. Cuentan para ello con la total complicidad de la oligarquía, la burguesía, la derecha intelectual y los medios masivos de divulgación.

Son expertos en divulgar los errores y las contradicciones de los políticos.

La suerte de la humanidad no debe quedar en manos de robots convertidos en personas o de personas convertidas en robots.

En el año 2010, el gobierno de Estados Unidos empleará 2 200 millones de dólares a través del Departamento de Estado y la USAID para promover su política, 12% más que los recibidos por el gobierno de Bush el último año de su mandato. De ellos, casi 450 millones se destinarán a demostrar que la tiranía impuesta al mundo significa democracia y respeto a los derechos humanos.

Apelan constantemente al instinto y al egoísmo de los seres humanos; desprecian el valor de la educación y la conciencia. Es evidente la resistencia demostrada por el pueblo cubano a lo largo de 50 años. Resistir es el arma a la que no pueden renunciar jamás los pueblos; los puertorriqueños lograron parar las maniobras militares en Vieques, situándose en el polígono de tiro.

La patria de Bolívar es hoy el país que más les preocupa, por su papel histórico en las luchas por la independencia de los pueblos de América. Los cubanos que prestan allí sus servicios como especialistas en la salud, educadores, profesores de educación física y deportes, informática, técnicos agrícola, y otra áreas, deben darlo todo en el cumplimiento de sus deberes internacionalistas, para demostrar que los pueblos pueden resistir y ser portadores de los principios más sagrados de la sociedad humana. De lo contrario el imperio destruirá la civilización y la propia especie.



Fidel Castro Ruz
Agosto 5 de 2009
11 y 16 a.m.


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