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A lógica do preço da comida

Ao que parece, o presidente da Farsul raciocina da seguinte maneira:
(1) Se a decisão cabe ao Mercado, então a comida tem que ser cara
(2) A decisão cabe ao Mercado
(3) Logo, a comida tem que ser cara
Apesar dos méritos intrínsecos a um modus ponens, o raciocínio não é sólido, pois a conclusão é falsa. Não há nenhuma força cósmica que obrigue o alto preço da comida. Há várias opções de produção de alimentos que os mantém baratos, ou diminuem seus preços. Tudo depende da política econômica, ou da economia política, se me permitem o palavrão. Sendo assim, mantendo a triste verdade do condicional (1), vamos de modus tollens:

(1) Se a decisão cabe ao Mercado, então a comida tem que ser cara
(2') Não é o caso que a comida tem que ser cara
(3') Logo, não é o caso que a decisão cabe ao Mercado

Leia a história no RS Urgente.
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A postagem que eu queria ter escrito

Acho que nunca antes eu copiei e colei uma postagem de outro blog. Mas, desta vez, me sinto obrigado a fazê-lo. Primeiro, porque a postagem traduz o que eu senti no sábado, ao caminhar pelos pavilhões do nosso Cais do Porto. A sensação de que nem tudo está perdido. De que ainda é possível ir a um evento autêntico em Porto Alegre - e não a alguma picaretagem qualquer patrocinada por uma multinacional de refrigerantes, algum desses "Refri’s On Stage" que andam por aí. E, segundo, porque o RS Urgente, blog onde a postagem original se encontra, está fora do ar esta manhã. Segue a postagem que eu queria ter escrito:

"Uma feira do povo: “Eles não são de fora, são daqui”



No show inesquecível que reuniu sábado à noite, no Gasômetro, nomes antológicos do rock gaúcho (Wander Wildner, Julio Reny, Frank Jorge & cia), lá pelas tantas um dos músicos comentou ao microfone: “Tem que vir gente de fora para acontecer uma coisa legal assim na cidade”. A coisa legal não era apenas o show, mas toda a Feira Nacional de Agricultura Familiar, sucesso absoluto de crítica e público. O comentário foi imediatamente seguido de uma correção: “Eles não são de fora, são daqui”. Eles, no caso, eram os organizadores da Feira, o “pessoal do MDA” (Ministério do Desenvolvimento Agrário). Foi logo no início do primeiro governo Lula que o pessoal daqui assumiu o MDA com Miguel Rossetto. Quando Rossetto deixou o ministério, quem assumiu foi Guilherme Cassel, gente daqui também. A alegria estampada no rosto de organizadores, feirantes, visitantes e participantes do evento realizado no Cais do Porto, à beira do Guaíba, foi a maior prova de que a política pode ser feita para causar bem estar e felicidade.

Poucas vezes, nos últimos anos, viu-se uma atividade pública cercada por tão alto astral. Parecia uma Feira do Livro às margens do Guaíba. Lembrou os melhores dias do Fórum Social Mundial. E mostrou, acima de tudo, o acerto da política de valorização da agricultura familiar no Brasil. Diversidade, riqueza de sabores, cores, cheiros, formas e pessoas. De fato, foi uma coisa muito legal, feita por gente daqui que se mudou para Brasília e que se sentiu muito feliz e justificadamente orgulhosa ao ver a alegria no rosto de seus conterrâneos. Por sinal, um deles comentou: “a gente foi ali, mas já volta.”

Um governo como o de Yeda Crusius jamais oferecerá algo parecido para a população. Por uma razão muito simples: trata-se de gente que não gosta de cheiro de povo. "

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