Mostrando postagens com marcador Mudança. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mudança. Mostrar todas as postagens

Cantando pela mudança


What a Wonderful World | Playing For Change from Playing For Change on Vimeo.


Playing For Change is proud to present a new video of the song "What A Wonderful World" featuring Grandpa Elliott with children's choirs across the globe. In these hard times children and music bring us hope for a better future. Today we celebrate life and change the world one heart and one song at a time!!
Clique para ver...

Bigardi: "Desejo de mudança se tornou esperança em Jundiaí"

Eleito com a maior votação da história das eleições municipais, o deputado estadual do PCdoB-SP, Pedro Bigardi, conquistou no último domingo (28) a Prefeitura de Jundiaí com 139.614 votos. Em entrevista ao Vermelho, o prefeito eleito afirmou que a campanha de 2012 foi a mais especial de sua vida. 

Mariana Viel

“Não foi apenas o voto, mas o carinho e a esperança que a cidade tem nas nossas propostas. Percebemos em cada olhar uma vontade de que as coisas sejam melhores. Essa é mais uma possibilidade de transformarmos as vidas das pessoas.”

Pedro explicou que a expressiva votação – que totalizou 65,57% dos eleitores de Jundiaí – é fruto da vontade de mudança da população da cidade. “Antes de a campanha começar fizemos uma pesquisa qualitativa na cidade e percebemos que a população queria mudança, mas tinha um certo receio de uma mudança que não fosse responsável ou boa para a cidade.”

Ele disse que o trabalho liderado por sua equipe e pelos representantes dos partidos que integraram a coligação Jundiaí para Todos (PCdoB, PSD, PT, PSL e PPL) foi mostrar para a população a responsabilidade com que promoveriam essas mudanças. “Jundiaí tem uma riqueza, uma estrutura, um histórico de investimentos que é bom, mas está travado. O que fizemos na campanha foi passar justamente o que a gente tinha de melhor que é a minha experiência, a maturidade, o momento que estou vivendo, a união entre os partidos que nos apoiaram. Conseguimos mostrar para a população que iríamos fazer as mudanças que eles queriam, mas com uma responsabilidade muito grande. E isso pegou. No final da campanha percebemos uma euforia impressionante na cidade. O que era desejo de mudança se transformou em uma grande euforia em favor da esperança.”

Programa de governo e participação popular

A construção de um programa de governo com propostas sólidas e com a participação de especialistas, técnicos e moradores de todas as regiões da cidade foi um dos fatores mais importantes para viabilizar a vitória. “Nosso programa de governo foi construído com a participação direta de quase duas mil pessoas. Fomos os únicos que fizeram reuniões amplas com o envolvimento de toda a comunidade. Nesse processo surgiram muitas pessoas interessantes em todas as áreas – do povo, das igrejas, do empresariado e de todos os demais setores da cidade. Aquilo foi ganhando consistência porque as propostas que a gente apresentava tinham relação direta com a realidade.”

“Na saúde, por exemplo, mostramos que iríamos organizar o sistema de saúde a partir das Unidades de Pronto Atendimento (UPAS), do governo federal e a população entendeu isso. Apresentamos o Programa Brasil Carinhoso, da presidenta Dilma Rousseff, sobre construção de creches e explicamos como implantaríamos esse programa para a população. Assumimos também a responsabilidade de discutir a questão da segurança pública a partir de uma Secretaria e com uma proposta de descentralização da Guarda Municipal e comunicação entre as forças policiais. O processo foi muito rico e as propostas ficaram muito afinadas com o que pensa a sociedade”.

Uma das principais características que fazem de Jundiaí uma cidade de grande expressão no estado de São Paulo é a industrialização e a diversificação de produtos e serviços. No entanto, ele destacou a necessidade de investimentos que aprofundem esse processo de desenvolvimento.

“Jundiaí tem a diversidade no seu desenvolvimento econômico. Com isso, quando há uma crise em um setor, os outros compensam. Na questão tecnológica ainda faltam investimentos em pesquisa, a criação de um centro tecnológico, a Universidade Pública. Queremos que no nosso governo isso aconteça de fato.”

PCdoB forte

A conquista da Prefeitura de Jundiaí mostrou também o fortalecimento regional do Partido e a capacidade política de aglutinar forças em torno de novos projetos. “O PCdoB tem uma grande história de luta no Brasil e no mundo. Nosso Partido agora aparece também como uma grande força na região. No estado de São Paulo essa é a maior cidade que vamos governar.”

Depois de conquistar o apoio de cinco partidos no 1º turno das eleições – quando o candidato comunista também obteve um índice histórico, com 48,98% dos votos – , a campanha de Pedro ampliou sua influência política no 2º turno com a adesão do PMDB, do PSOL e do PTN.

Na Câmara Municipal, a principal base do governo de Pedro será composta pelos vereadores eleitos Rafael Purgato (PCdoB), Paulo Malerba, Gerson Sartori e Marilena Negro (PT). “Com todo respeito pelos demais, esses quatro vereadores eleitos pela nossa coligação são muito bons. O Rafael, por exemplo, é um cara formado no Partido e muito ideológico. Já estamos conversando com os outros vereadores para criar uma base de sustentação muito forte na Câmara.”

Lula em Jundiaí

Um dos momentos mais emocionantes da campanha, segundo o prefeito eleito, foi a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da deputada estadual Leci Brandão (PCdoB). “Fizemos uma campanha perfeita, mas a vinda de Lula a Jundiaí foi o momento mais bonito do segundo turno. Foi muito especial subir no palanque e ver que várias gerações de luta do PCdoB e do PT estavam reunidas. Eram pessoas de todas as idades e isso foi muito emocionante.”

“Me emocionei muito com a presença da Leci e não contive as lágrimas – por tudo que vivemos na Assembleia, pela amizade que construímos e por tudo que ela representa para o Partido e para o movimento social. Ela representa o povo e o povo estava reunido ali. Emoção igual apenas na comemoração da vitória.”

Pedro assegurou que fará um governo de diálogo com os governos estaduais e federais. E disse que pretende também buscar apoios dentro da própria Assembleia. “Relaciono-me muito bem com os deputados, gosto muito da Assembleia e quero continuar vindo aqui. Os prefeitos vêm muito pouco aqui. O governo do estado é o cofre, mas a Assembleia é um poder muito interessante e importante nesse processo. Vou fazer uma gestão junto à Assembleia, ao governo do estado, e também junto ao governo federal. A Leci não vai ficar livre de mim”.
Clique para ver...

O tempo da decisão

De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

Os estudos internacionais de ciência política e sociologia do voto mostram que é sempre difícil generalizar a respeito do processo eleitoral, mesmo em países com longa experiência e tradição democrática. Mais complicado ainda naqueles como o Brasil, onde a realização de eleições amplas e livres só passou a ser regra nos últimos 25 anos. 

Sobre como esse processo se dá entre nós, existem perguntas importantes cujas respostas não conhecemos, até pela ausência de um número razoável de casos comparáveis. Tudo, por exemplo, que se refere às eleições presidenciais tem como referência apenas as cinco que fizemos mais recentemente. As quatro únicas que havíamos realizado entre a Proclamação da República e 1964 ficaram tão distantes que já não nos ajudam a entender o presente. 

Uma dessas questões é sobre quando se pode ser considerar que uma eleição está “resolvida”. Não no sentido de quando seu resultado se torna inexorável, pois isso, é óbvio, só acontece no momento em que o eleitorado vota. Até lá, temos que admitir que mudanças possam ocorrer, mesmo que sua chance seja pequena. Mas no de quando, pelo que se conhece do comportamento dos eleitores, elas adquirirem suas feições mais prováveis, aquelas que só se alteram se algo de extraordinário suceder. 

Essa é uma pergunta que passou a ser cabível depois que as pesquisas de opinião se tornaram parte de nossa realidade política. Antes, as pessoas especulavam sobre o que achavam que aconteceria baseadas em seu “faro”, sua “sensibilidade”. Era como adivinhar o sexo dos bebês pela forma do ventre da mãe, em que se podia acertar, mas com chances pouco maiores que 50%, taxa que as pesquisas (embora longe de fornecer certezas) costumam ultrapassar de longe. 

As eleições se resolvem quando uma maioria suficiente do eleitorado se decide por uma candidatura. À medida que transcorrem, as pessoas vão tomando contato com as opções existentes, até se fixar naquela que mais perto está do que desejam. Para algumas, é um processo simples: basta conhecer quem representa “seu lado”, seu partido. Eleitores com alto nível de identificação partidária raramente requerem mais que isso para se decidir. 

Essa, no entanto, não é a regra geral. Quem não tem (ou tem baixa) identidade político-partidária precisa saber mais sobre os candidatos. Quanto é que são elas. Ninguém sabe ao certo qual é a quantidade de informação que cada tipo de eleitor necessita para se decidir. Por consequência, ninguém é capaz de dizer quando a maioria do eleitorado resolve o que vai fazer. 

Uma hipótese que parece provável é que isso depende da eleição e do sentimento das pessoas a respeito do governo que se encerra. Se o sistema político oferece ao cidadão um cardápio com poucas opções, o tempo se reduz, pois ele só tem que resolver se prefere fulano ou beltrano. Se forem muitas, a decisão se complica e mais tempo pode ser necessário. 

Toda vez que o eleitor não está satisfeito com o governo, é lógico esperar que procure a mudança. Inversamente, quando gosta dele, que pense em continuidade. Se tiver elevado apreço pelo governo, quer que o seguinte seja o mais parecido com o cessante quanto possível (o que é máximo quando se pode reeleger o titular). 

Quando as pessoas querem mudanças e o número de candidatos é grande, os eleitores precisam ter mais tempo para se decidir. Afinal, são várias as possibilidades de mudar e é preciso compará-las. 

Quando querem continuidade e as candidaturas são poucas, tudo fica mais simples. Na hora que percebem quem representa melhor seu desejo, elas se decidem. Para elas, a eleição se resolve. 

Nas eleições deste ano, a disseminação da informação de que Dilma é a candidata de Lula foi lenta, mas constante. Suas intenções de voto cresceram do mesmo modo, sem sobes e desces, enquanto aumentava o número de pessoas que a identificavam com Lula e a continuidade. 

A eleição está resolvida? Para um contingente muito grande do eleitorado, tudo indica que sim. Mas, como aconselha a prudência, é bom lembrar que a eleição só acaba quando termina. 

Publicado no Correio Brasiliense, de 21/10/2010.
Clique para ver...
 
Copyright (c) 2013 Blogger templates by Bloggermint
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...