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2012 APITA NA CURVA, E O PT DE PORTO ALEGRE NÃO PODE PERDER ESTE TREM!

Rumo à Estação Porto Alegre
   As lideranças petistas começam, felizmente, a se dar conta de que – sim, o PT pode e deve! – ter candidatura própria na eleição para a prefeitura de Porto Alegre.
     Após um período pensando que a única saída seria entregar a cabeça de chapa para algum aliado da esfera estadual (PCdoB, PSB e, pasmem, o PDT), os petistas começam a acordar para uma realidade que se impõe: o PT é a maior força política da Capital, já governou Porto Alegre por 16 anos, tem a maior bancada de vereadores, e ainda detém os governos estadual e federal. Além disso, como se abordará adiante, os aliados não estão com esta bola toda para que o PT se rebaixe a uma posição de mero coadjuvante em 2012.
     Na verdade, a tonteira inicial deveu-se ao imenso trabalho realizado para a recomposição da antiga Frente Popular, visando a reagregação – com sucesso – do PCdoB e do PSB ao bloco de esquerda para enfrentar a eleição estadual. Como sabido, estes partidos, queixosos sobre a forma como o PT os teria tratado ao longo do tempo, relegando-os a posições secundárias nas candidaturas majoritárias e nos governos, não vinham acompanhando o PT nas últimas eleições, levando este a um isolamento que gerou resultados eleitorais desfavoráveis nos últimos anos. E, de quebra, o ingresso do PDT no governo estadual, depois de disputar a vaga, através da candidatura Fogaça, com o próprio Tarso. Sinal dos tempos...
     Nesta esteira, desde a eleição de 2010 passou a vigorar um estranho quase-consenso de que o PT deveria abrir mão da cabeça de chapa em favor de algum dos aliados estaduais, havendo quem, inclusive, defendesse o apoio à reeleição de José Fortunati, o ex-petista que herdou a Prefeitura de Porto Alegre após a desastrada renúncia de José Fogaça para tomar uma surra de Tarso Genro ainda no primeiro turno da eleição estadual. A maluquice foi tamanha que já tinha gente (grande) do PT se escalando para cargos no Governo Fo-Fo (Fogaça-Fortunati), pois o apoiando este último, o PT receberia, como hors d’oeuvre, cargos já no atual governo, este coberto de escândalos.
     Mas parece que a razão começa a sua – às vezes lenta e acidentada – jornada rumo ao triunfo.
     Em primeiro lugar, começa a se diluir a convicção (absoluta, logo após a eleição de 2010) de que a deputada federal Manuela D’Ávila, do PCdoB, seria imbatível na eleição de 2012, mercê dos quase 500 mil votos obtidos na eleição do ano passado. Esta votação estupenda disseminou verdadeiro pânico entre os políticos com base em Porto Alegre, chegando-se ao extremo de considerar a eleição como já resolvida!
     Mas Manuela, que tinha feito uma votação espetacular na sua primeira candidatura à Câmara dos Deputados, em 2006 (mais de 270 mil votos), foi candidata à Prefeitura da Capital gaúcha em 2008 e, numa aliança esquisita, na qual teve como vice o ex-deputado Berfran Rosado, membro da tropa de choque das privatizações do execrado governo estadual de Antônio Britto (1995-1998), sequer foi para o segundo turno e ainda por cima não fez nenhuma cadeira na Câmara de Vereadores. Ademais, o PCdoB é praticamente inexistente em Porto Alegre, Manuela não tem atuação pública na Capital, não conhece os problemas da cidade e, quando foi vereadora, por apenas dois anos, entre 2005 e 2006, dava a impressão de que continuava no grêmio estudantil. Também na Câmara Federal não tem atuação de destaque. Assim, já não tão estreante na vida pública, pois detém mandatos desde 2005, Manuela ainda não superou a condição de apenas mais um rostinho lindo a figurar na propaganda eleitoral e na urna eletrônica. E isto dá voto em eleição proporcional, especialmente quando grande parte dos eleitores não se sente atraída pelas candidaturas decorrentes de um sistema partidário fracassado como o atualmente existente no Brasil. Prova disso são alguns colegas da Manuela que fizeram votações igualmente espetaculares...
     Quanto a Fortunati, então, a idéia de um apoio – desculpem – é digna de jerico. Herdeiro de um governo incompetente e carregado de denúncias de irregularidades, este se afunda a cada dia pela degradação dos serviços públicos e pelos escândalos que vicejam em seu entorno. Apenas para dar um exemplo, a CPI instalada na Câmara de Vereadores para investigar denúncias do desvio de milhões de reais do PROJOVEM, programa desenvolvido com recursos do Governo Federal destinado à formação de jovens para o mercado de trabalho, tem origem numa briga de foice no escuro travada entre dois vereadores do PDT que ocuparam sucessivamente a Secretaria da Juventude, criada por Fogaça especialmente para os trabalhistas. Apenas para se ter uma idéia do tamanho da coisa, os adjetivos utilizados pelo vereador Mauro Zacher e pela ex-vereadora e atual deputada estadual Juliana Brizola, neta do próprio, para se acusarem mutuamente, vão de “quadrilheiros” a “assassinos”!
     Fortunati também herdou os escândalos da saúde, objeto também de CPI municipal – esta temporariamente suspensa pela Justiça -; de irregularidades envolvendo obras do Programa Socioambiental  - PISA e, de quebra, viu seu governo se transformar em valhacouto dos derrotados na eleição de 2010 – recentemente teve que trazer para o seu secretariado o ex-deputado Luiz Fernando Zácha, do PMDB, ex-secretário do governo Yeda e antipetista ferrenho; a também ex-secretária do governo tucano, Ana Pellini, e Edmar Tutikian, espécie de tarefeiro dos governos Yeda e Fogaça para a privatização do cais do porto. E dizer que havia petistas defendendo a entrada do PT neste ajuntamento que alguns teimam em chamar de “governo”.
     Felizmente, começa se consolidar, com vigor, a tese de que o PT precisa ter candidatura própria na eleição de 2012 à prefeitura da Capital. E a lição dada pela eleição de Tarso Genro aponta para a necessidade do início do encaminhamento da questão com larga antecedência, de forma a eliminar disputas fratricidas como as já ocorridas anteriormente. Além disso, o PT porto-alegrense precisa urgentemente iniciar um debate sobre a precária situação dos serviços públicos da cidade e apresentar propostas para a sua recuperação. Ônibus lotados e atrasados, lixo pelas ruas, escassez de médicos em postos de saúde, a selvageria que começa a revestir as obras da Copa, com a ameaça de expulsão de populações pobres para as periferias, são alguns dos temas que devem constar de um plano de governo decente para Porto Alegre. E cancha para enfrentar estas questões, o PT tem de sobra.
     Mas o PT da Capital gaúcha precisa começar a se movimentar, pois embora o trem da eleição de 2012 ainda não tenha chegado à estação, seu apito começa a ser ouvido cada vez mais forte. Depois, não adianta correr atrás da máquina...
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NOTA DOS VEREADORES SOBRE A CPI DA SECRETARIA DA JUVENTUDE NA CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE

Nós, vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre, preocupados com a divulgação, pelos meios de comunicação, de uma provável “operação-abafa”  em relação ao requerimento formulado pela vereadora Juliana Brizola – adendado pelo vereador Mauro Zacher – , queremos manifestar o seguinte:

- A Câmara Municipal de Porto Alegre tem uma longa história de respeitabilidade e, nesse momento, somos os fiadores dessa trajetória;

- O instituto da CPI é definido, constitucionalmente, como instrumento da minoria e, no caso em questão, a CPI já conta com a assinatura da maioria dos parlamentares;

- Entendemos que devem ser apuradas e investigadas as irregularidades apontadas em TODAS as gestões da Secretaria Municipal da Juventude;

-  Não julgamos correto, neste momento, qualquer recuo no sentido de barrar a instalação da CPI, tanto quanto avaliamos como inaceitável a tentativa de colocar “panos quentes” sobre o assunto. Neste sentido, independentemente de qualquer questão formal, e apesar de os documentos serem desconexos, nós, vereadores, pedimos uma CPI para averiguar desvios de recursos na Secretaria Municipal de Juventude em todo o período.

- De acordo com o artigo 68 do Regimento Interno da Câmara Municipal de Porto Alegre, bastam 12 (doze) assinaturas para que uma CPI seja instalada de imediato – número amplamente superado no requerimento original.

Pelo exposto, exigimos que a CPI para investigar as denúncias de irregularidades na Secretaria Municipal de Juventude seja instalada de imediato.

Ver. Engenheiro Comassetto          Ver. Pedro Ruas
Ver. Maria Celeste                           Ver. Aldacir Oliboni                        
Ver. Adeli Sell                                   Ver. Airto Ferronato
Ver. Mauro Pinheiro                         Ver. Carlos Todeschini
Ver. Juliana Brizola                          Ver. Fernanda Melchiona
Ver. Sofia Cavedon                           

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VEREADORES DO PDT SE ACUSAM MUTUAMENTE DE QUADRILHEIROS E ASSASSINOS




O barraco, inédito na história da Câmara de Municipal de Porto Alegre, envolve os vereadores Mauro Zacher, líder da bancada e a vereadora Juliana Brizola, neta do fundador do PDT. E as denúncias, as gestões de ambos, mais a do marido de Juliana, Alexandre "Rambo", na Secretaria da Juventude da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.


Criada pelo ex-prefeito José Fogaça (PMDB) como uma das contrapartidas para o apoio do PDT nas eleições municipais de 2004, a Secretaria da Juventude passou a ser foco de denúncias. Na gestão de Zacher, o primeiro titular da pasta, houve denúncias de desvio de recursos do Programa Nacional de Inclusão do Jovem - Projovem, desenvolvido com recursos do governo federal, através da contratação, sem licitação, de uma fundação envolvida no escândalo do DETRAN gaúcho, o qual arrastou para a vala o governo de Yeda Crusius.

Quando do estouro do escândalo, Mauro Zacher, abatido no ar, deixou a Secretaria, sendo substituído por Juliana Brizola e, quando esta desligou-se da pasta para concorrer à vereança, deixou em seu lugar o próprio marido, Alexandre "Rambo", na gestão de quem, agora, surgem novas denúncias envolvendo o desvio de recursos públicos.

Nos bastidores da Câmara de Porto Alegre sabia-se que as coisas estavam esquentando entre os grupos de Zacher e Juliana, que já haviam se enfrentado na campanha eleitoral, na qual ambos concorreram à Assembléia Legislativa, tendo Juliana sido eleita como a mais votada da bancada do PDT.

Na semana passada foi a vez das gestões de Juliana e do marido serem acusadas publicamente de irregularidades envolvendo o desvio de dinheiro público, a partir de investigações e gravações telefônicas realizadas pelo MP e pela Polícia.

Mas foi durante a sessão desta segunda-feira (06/12) que o caldo entornou, bastando trazer-se à colação trechos dos elegantes pronunciamentos trocados pelos nobres edis trabalhistas para que se constate a que nível a coisa chegou:

Juliana Brizola: (...) esta Secretaria, sim, foi alvo de uma quadrilha. Quadrilha essa que foi denunciada pela Polícia Federal - por formação de quadrilha e enriquecimento ilícito. Foram nove pessoas indiciadas. Não é uma denúncia, não é mais uma investigação; foram nove indiciados. Talvez, para esse grupo isso não tenha muita importância, porque eles caminham por aí, pelos corredores, fazem política como se nada tivessem nas costas. Realmente para eles não deve ser nada, porque muitos desses nove, que estão indiciados pela Polícia Federal, têm um homicídio nas costas, já foram processados por um homicídio! O que esperar dessa gente? Vejam com quem eu estou me metendo! E, nesse sentido, eu quero fazer aos meus colegas Vereadores, pelos quais eu tenho muito apreço e muita admiração, um registro: se algo acontecer comigo, com a minha família ou com alguém que trabalha comigo, podem ter certeza de que veio desse grupo.

Mauro Zacher: V. Exa. tem todo espaço que quiser para dizer o que quiser, vir aqui a esta tribuna, se explicar, trazer o seu esposo, que é o Secretário, e vir aqui. Agora, não fique tocando, não fique me acusando. Vocês já fizeram isso demais! ... (Expressões retiradas do texto por Requerimento do Ver. Mauro Zacher.)...quase matou um assessor meu, na campanha! Quase matou um assessor meu! Então, quem vai ter que responder por tentativa de homicídio é V. Exa. e seu esposo! Ou não é verdade que, na campanha, vieram com um pedaço de pau pelas costas dele, de uma maneira covarde?  De maneira covarde! Porque tinham dinheiro! Tinham dinheiro para contratar gente como ninguém! Era uma campanha vistosa! Agora, V. Exa. não vai me acusar! Este Vereador está aqui para dizer o que tiver de dizer. E se V. Exa. quer uma CPI, não tem importância, nós também queremos. Não adianta me olhar com essa cara de deboche; isso não é postura de Vereadora: isso é coisa de criança mimada!

Depois desta troca de gentilezas, a revelar o elevado nível dos debates na Câmara da Capital gaúcha, Juliana encaminhou pedido de abertura de CPI para investigar a gestão de Zacher na Secretaria. Este, prontamente, encaminhou pedido idêntico, mas visando investigar os períodos em que Juliana e o marido estiveram à frente da pasta.

Aonde a coisa vai dar, ninguém sabe. Mas o certo é que a coisa respingará, além das carreiras políticas da dupla de petizes do PDT, também na administração chinfrim de José Fortunati (PDT), o qual deve amanhecer o dia com a cabeça de “Rambo”, atual secretário e consorte da netinha do homem, na bandeja.

(segundo uma velha ratazana do Legislativo portoalegrense, que presenciou o fato,  quando do envio do projeto da criação da Secretaria da Juventude, no início de 2005, houve uma reunião no jurídico do Legislativo onde, às tantas, uma das figuras interessadas na criação da pasta tascou uma pergunta fatal: “doutor, será que dá para a secretaria receber e gerir recursos diretamente, sem passar pela Secretaria da Fazenda?” Os advogados da Câmara ficaram estupefatos).  Nem precisava dizer mais. O resto é só conseqüência.
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