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SERRA ABRIU AS PORTAS DO INFERNO

Apesar de todas as baixarias praticadas e acabar a eleição como líder do esgoto da política brasileira, não se pode dizer que Serra não tenha feito nada digno de nota. Seu grande feito, no pleito de 2010, e que vai garantir-lhe um lugar especial na história, foi o de abrir as portas do inferno.

É que durante o transcurso do Governo Lula, de forma sensível e continuada, foram ocorrendo profundas transformações na sociedade brasileira. Milhões de pessoas que até então apenas assistiam a burguesia e a classe média verem seus sonhos e necessidades atendidas, passaram a  vivenciar também a sensação da cidadania e ter acesso a coisas que jamais pensariam que um dia iriam experimentar.

A expectativa real da obtenção de um emprego, o acesso ao ensino superior, à casa própria, aos bens de consumo básicos e até mesmo a um automóvel, somente passou a ser realidade para estes milhões de brasileiros a partir das políticas certeiras de Lula, tanto no plano social como no econômico, a ponto do Brasil alçar, no cenário internacional, reconhecimento e respeito nunca dantes vistos por aqui.

No entanto, enquanto estas transformações virtuosas ocorriam, um bolsão de inconformidade se formava de forma sub-reptícia: a velha classe média burguesa passou a se sentir constrangida pelas hordas de pobretões que agora passaram a se arvorar em querer coisas que iam além das suas chinelas. Para aquela, as desigualdades sociais são naturais e, portanto, quem nasceu rico, tem o direito de nesta condição permanecer, mas quem nasceu pobre deve se resignar com a miséria e aguardar a redenção num paraíso futuro, mesmo que para obter o passaporte para o Éden seja necessário morrer antes.

Quem já não ouviu coisas do tipo "há engarrafamentos no trânsito porque agora qualquer um pode ter automóvel", "os aeroportos estão lotados porque agora qualquer um pode viajar". "As quotas tiraram vagas dos alunos que realmente estudam e podem passar no vestibular". Com referência ao Bolsa Família, é comum ouvir: "eu não pago impostos para sustentar vagabundos" e outras tantas barbaridades.

O prof. André Marenco, professor de Ciência Política da Universidade Federal do RS citando, em artigo recente publicado na imprensa gaúcha, o economista americano Albert Hirschmann, registrou com precisão que "períodos de grande mobilidade social costumam ser seguidos por ondas conservadoras, marcadas por uma retórica de intolerância em relação à mudança e à concessão de benefícios aos pobres."

Para a classe média tradicional, os pobres passaram a competir com os mais ricos, mas de forma "desleal": o governo Lula tomou partido de apenas uma parte da população e está dando um "empurrão" nestes segmentos sociais, ofendendo os adeptos da igualdade meramente formal, perante a lei, cunhada pelo liberalismo. Mas que não se envergonham em ver seus filhos ocupando vagas nas universidades públicas exatamente porque podem pagar uma educação preparatória que um jovem da periferia jamais poderá alcançar. Neste caso não há deslealdade. Os pobres que tratem de estudar como possam. Isto explica as ondas de ódio contra o governo Lula e contra os habitantes das regiões que seriam mais beneficiados pelo "paternalismo" do governo federal.

Assim, como bem observa o prof. Marenco, a questão do aborto não foi o elemento crucial na disputa eleitoral, nem deverá ganhar espaço no debate político que se seguirá. Segundo ele, "conflitos distributivos" é o nome do processo que separou os eleitores nas diversas regiões do País e isto poderá representar o combustível de um novo conservadorismo.

Nesta perspectiva, o grande feito de Serra nestas eleições, com sua agenda mesquinha e retrógrada, foi abrir as portas do inferno, deixando que saíssem para fora demônios e monstruosidades que estavam adormecidas. Mas não mortas. Faltava só alguém apertar o botão.
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Twitter e eleição 2010

Nem Huck, nem Sato, nem robôs, nem trolleiros preconceituosos venceram militância pró-Dilma no Twitter

Por Conceição Oliveira no Maria Frô


Bastante interessante o artigo que reproduzo a seguir analisando o comportamento das hashtags sobre Dilma e Serra no twitter dia 31/10, dia da votação do segundo turno.
Lembrando que todas as webcelebrities – indivíduos que têm alta exposição na tevê em diferentes canais e vão para o twitter disputar entre si a fogueira das vaidades e uns trocos em publicidade -, são pró-Serra.
Marcelo Tas do CQC e seu meninos* amestrados e preconceituosos, por exemplo, além de  se declararem pró-Serra  na timeline, têm episódios clássicos de campanha detratora em relação à candidata, a seus partidários, aos políticos do PT e até mesmo ao presidente da República,  acusando-os de corrupção, censura e  os tornando alvos de toda a sorte de preconceitos. Danilo Gentili, por exemplo, tem um vídeo no youtube que poderia ser facilmente enquadrado pelo MP: da aparência da candidata até sua sexualidade tudo é posto à prova com piadas sexistas e, como tal, de extremo mau gosto. O presidente é ‘corrupto’, ‘analfabeto’, ‘cachaceiro’… Mas as críticas ao seu vídeo são tidas por eles como críticas de petistas que não entendem ‘humor’, como de gente comunista que é a favor de ‘censura’.
Há ainda os que se tornaram famosidades via twitter como @OCriador que igualmente declarou seu voto a Serra. Há os fakes criados pela campanha de Serra imitando celebridades como o que se passou por Ronaldo, jogador do Corinthians e que durante a campanha enganaram incautos e ajudaram a bombar tags negativas com o nome de Dilma. E houve ainda vários jornalistas que abertamente fizeram campanha diária contra a candidata e também contra os jornalistas que não embarcaram na onda de detratação.
Pensando que a campanha de Serra no twitter foi coisa de profissional, planejada muito antes de Serra sequer ser candidato ( Serra um ano antes da campanha já estava no twitter), que Graeff, Soninha Francine e outros  que coordenaram na rede uma campanha agressiva e detratora contra a candidata Dilma Rousseff seu partido e aliados, é realmente surpreendente que  a presidenta eleita tenha tido resultado positivo no twitter.
Ponto para a militância e ponto para o projeto político defendido por Dilma Rousseff que mobilizou uma militância espontânea de não filiados e até mesmo de não petistas. Ponto para a blogosfera progressista sempre atenta que denunciou todas as tentativas de ataques desonestos disseminados no twitter.
Infelizmente o mesmo não podemos dizer para a campanha oficial do PT na rede, sem investimento, sem coordenação, sem foco. Espero imensamente que o PT, para as próximas campanhas, tenha aprendido que o mundo off line e o mundo on line estão conectados. #ficaadica.
*PS. Eu havia visto a declaração de Rafinha Bastos no twitter de que não votaria em Serra, não vi a de que ele disse que a vida dele e dos brasileiros melhoraram nos últimos oito anos. De todo modo, não vi sua declaração explícita de que votaria em Dilma, como fez, por exemplo, Tas e outras famosidades twitteiras tucanas que declararam abertamente seu voto em Serra.


Dilma venceu Serra também no Twitter
Por: Risoletta Miranda, no IdgNow
Na espera do início da campanha e entre elaborações de projetos e trabalhos, tinha uma certeza: o Twitter seria a rede “estrela” das Eleições 2010.
Não era uma dedução difícil: os políticos estavam adotando, os jornalistas idem (usando e se pautando) e a curva de adesão no Brasil cresce em números impressionantes (23% de penetração) mundial). Também há a parte conceitual, pois o microblog faz uma interessante mistura de rede social (há divergências) com uma rede de informação em tempo real. Bons ingredientes para a campanha.
O fato é que assim o foi. Esses itens combinados e potencializados pela convergência com a imprensa clássica deram para o Twitter um papel de protagonista. Tenho lido boas análises sobre isso, e as mais recentes foram do blog Interney, escrita por Gilberto Consoni , que fala sobre a preocupação quanti, quali e a presença de hashtags no Trending Topics. Da mesma forma a pesquisa de Marcelo Coutinho quando mostra que o microblog foi o segundo meio de informação mais importante na campanha para mobilizar o eleitorado, logo depois da televisão.
O que eles abordam são duas boas questões. Neste momento, a primeira é mais instigante para mim é: funcionou o “barulho” feito pela veiculação de hashtags? No Twitter prevalece o “fale bem ou mal mas falem de mim”?
Novamente fomos (a equipe da @fsprdigital) a campo com ferramentas e recursos humanos atrás de algumas respostas. Escolhemos a trajetória das hashtags no dia do voto, 31/10.
Quando as urnas estavam liberadas para o voto, a campanha de Dilma Rousseff pedia para que a militância e eleitores da candidata usassem as hashtags #dilmaday e #13neles. Do lado da campanha de José Serra houve um foco maior em #euquero45. A hashtag #bra45il também foi divulgada, mas não “pegou”.
A seguir, o resultado quantitativo quando comparamos #dilmaday e #euquero45, considerando o que foi postado apenas no dia 31/10, entre 8 e 17 horas:
1. #dilmaday teve 127 mil tweets postados por 43 mil pessoas. Essa atividade de postagem alcançou 3,7 milhões de pessoas e foi repetida na rede 73 milhões de vezes. Lembrando que exposição pode contar mais de uma vez.
2. No caso do #euquero45 foram 43 mil tweets postados por 24 mil perfis. O alcance foi 4,4 milhões e o número de impressões ficou em 24 milhões de vezes.
Pelos números dá para dizer que Dilma ganhou na “disputa” das hashtags? Que isso contribuiu para a qualidade das mensagens que falavam sobre ela? Afinal, ela teve quase 3 vezes mais tweets do que Serra e quase o triplo em exposição (número de impressões).
E sobre Jose Serra? Quem contribuiu para sua divulgação no dia da eleição o fez como? Que tipo de mensagem usou? Quem foram os multiplicadores mais ativos?
A avaliação da qualidade desses tweets é bem interessante. Tirem conclusões pelos dados abaixo. Consideramos os 50 maiores multiplicadores das mensagens dos candidatos. Ou seja, aquelas pessoas que possuem elevado número de seguidores, que, por sua vez, fazem retweets de suas mensagens:
• Dilma teve 51% de exposição negativa contra 5% de Serra.
• Todos os 51% dos perfis negativos usam palavrões ou expressões preconceituosas contra a candidata. Foi o que se chama na rede de “trollagem” pesada.
• Serra teve 69% de multiplicadores que possuem características de robots ou fakes (classificamos no gráfico abaixo como “neutros”).
• Dilma teve 39% de exposição positiva e Serra 26%. Eram mensagens de apoio.
• No caso de subtrair os 51% de presença negativa de Dilma – provocada pelos eleitores e militantes do outro candidato -, ainda assim seus apoiadores teriam feito uma campanha mais positiva no Twitter. Inclusive porque não identificamos o uso de robots ou fakes no caso do #dilmaday.
• Os 10% de “neutros” alocados na conta do #dilmaday foram pessoas que fizeram apenas piadas sem tomar partido.
• O perfil de Luciano Huck – com um tweet pedindo para dar RT’s em #euquero45, por volta de 12h – gerou quase 3 milhões de exposição para Serra. Ele é uma espécie de horário nobre do Twitter, nesse quesito. Foi assim no 1º turno.
• Embora nos principais influenciadores de audiência de José Serra o principal fato tenha sido os robots/fakes, nos tweets negativos sobre ele não há ofensas como no caso de Dilma. Mas foi muito veiculado e com grande exposição uma possível indicação (fake) de que Marina Silva, do PV, teria dito para não votar em Dilma.
twitterEleicao
Entre tantas, uma conclusão possível: os “tuiteiros” contra Dilma foram muito hostis (audiência negativa de 51%) e entre os de Serra parece que prevaleceram os robots (69%). Sobre as celebridades (caso de @sabrinasatoreal e @huckluciano): eles realmente alavancam qualquer idéia que publicam.
Ainda assim, o saldo de 39% positivo de #dilmaday (muita militância partidária) e 26% de #euquero45 (idem militância) podem ser retirados desse contexto e mostrar um dado peculiar: o Twitter espelhou o mundo real, pois a diferença entre um e outro ficou muito parecida com a diferença nas urnas: 13% na web e 12,1 nos votos.
Fontes:
Os dados apresentados neste artigo foram coletados e analisados com a ferramenta TweetReach no dia 31/10/10.
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A DIREITA VAI SE REARMAR PARA COMBATER DILMA

Ao se despedir, no domingo, Serra tentou dar um recadinho: "Para os que nos imaginam derrotados, eu quero dizer: nós apenas estamos começando uma luta de verdade" e que "minha mensagem de despedida neste momento, não é um adeus, mas um até logo. A luta continua, viva o Brasil." 

Parte da fala do líder da "Marcha-à-Ré" (a versão atual da "Marcha com Deus e a Família") , tem explicação no senso comum da política: é muito difícil para políticos profissionais, como Serra, admitir uma derrota definitiva. Para eles, sempre haverá a expectativa de um retorno triunfal num amanhã qualquer.

Mas o que importa é a mensagem principal veiculada do pronunciamento do derrotado: ele dá a senha para a organização de um enfrentamento ao governo Dilma que vai além da simples e natural postura oposicionista. Com a ajuda da velha mídia golpista e das forças reacionárias que conseguiu ressuscitar, eles vão partir para cima.

Mas o que explicaria esta postura, que tem tudo para seguir com a mesma fúria vista na campanha eleitoral? A resposta é simples: jamais passou pela cabeça da direita perder esta eleição.

Pensavam eles que o ciclo se encerraria com o fim do mandado de Lula, pois pela primeira vez a foto do presidente mais popular da história do Brasil não estaria na urna eletrônica, e que seria absolutamente impossível ao PT encontrar um candidato à altura de Lula. Portanto, para a direita, seu retorno tinha dia a hora marcados para ocorrer.

Detalhe: só faltou combinar isto com o povo brasileiro detalhe. 

Quando se deram conta de que Dilma seria um páreo duro, partiram para o tudo ou nada, porque eles tinham a percepção - correta, diga-se - de que a vitória da candidata de Lula poderá estender o ciclo de governos petistas para bem mais além do que apenas mais um mandato. E com um agravante: Dilma seria "mais de esquerda" do que Lula (que bom!), o que significaria um aprofundamento das medidas de caráter mais socializante, o que horroriza a aristocracia atrasada de Pindorama, que se vê diante não apenas mais uma era sem poder servir-se do Estado e do patrimônio público, mas ainda o estreitamento do seu espaço de operação.

Isto explica a aglutinação das forças reacionárias em torno de Serra, com vigor nunca visto na história recente da política brasileira: até setores do reacionarismo tupiniquim que pareciam definitivamente sepultados, como a sociedade Tradição, Família e Propriedade - TFP, ponta-de-lança do golpe de 64 e a parcela ultra-reacionária da Igreja Católica, encarnada na figura do bispo-panfleteiro de Guarulhos, reapareceram. Somaram-se a estas forças a representação do neopentecostalismo atrasado.

Nesta esteira, as palavras do "até logo" de Serra ganham significado mais profundo. Haverá uma pequena (pequeníssima) trégua por conta do embalo do tamanho da vitória de Dilma e do tempo que a direita necessita  para se reorganizar. Mas não nos enganemos: vem chumbo grosso pela frente.
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HOJE É O DIA DELES!


Flores podem ser enviadas para para o comitê de Serra no Ed. Joelma que, graças a eles, incendiou pela segunda vez no dia 31.
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AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES PÓS ELEITORAIS

Laerte Braga


Um dos comentários de desvairados “observadores” e “analistas” da REDE GLOBO, a principal rede de tevê do Brasil, tangenciou para além da dor de cotovelo, a linha fronteiriça entre a razão e a loucura.

O dito “comentarista” falou em “ditadura nos moldes da China”.

Num clima de velório com a derrota de José FHC Serra o principal veículo da mídia privada no Pais, tanto em seu canal aberto, como no canal fechado GLOBONEWS, mostrou o desconforto de jornalistas e “analistas” preocupados em falsear a verdade, cobrindo com o chantili do espetáculo com o aparato tecnológico para diminuir o impacto das besteiras ditas.

O importante não são nem os números, nem os resultados, mas todo aquele show tipo águas dançantes que aparece na telinha para embevecer o telespectador e achar que William Waack quer alguma coisa diferente das políticas colonizadoras de grupos internacionais. Ou faz idéia do que seja de fato liberdade de expressão.

Deve pensar que é montagem a la Ali Kamel/William Bonner para bolinha de papel virar rolo de fita adesiva e terminar em tomografia.  


É a síntese do estado de espírito da mídia privada no Brasil. Não houve uma única discussão séria, só o chororô e o trololó serrista derrotados nas urnas com uma diferença de 13,06%.

É difícil entender e explicar como essa mídia sobrevive nesse nível de mediocridade.

O lance – GLOBONEWS – de um carro entrando na garagem da presidente eleita do Brasil e depois saindo para uma pequena manobra é antológico, entra para o festival de besteiras dessa mídia.

“Entrou para pegar a Dilma. Ah! Está saindo. Ah! é uma simples manobra”.

À falta do que falar, por faltar a capacidade de pensar, dá no que dá.

Parece “compromisso de alto nível” do patético senador mineiro Itamar Franco. Toda vez que faz um acordo político implicando em futuras nomeações de seus parceiros, pouco mais de meia dúzia, o ex-presidente usa a expressão “compromisso de alto nível”. Vai daí que quando perde a turma fica desempregada e as vantagens vão para o espaço.

O que ele fez certa feita com o senador Albano Franco no Senado é o exemplo pronto e acabado de política rastaqüera. Albano nomearia companheiros de Itamar para seu gabinete – eram senadores os dois – e Itamar os de companheiros de Albano, assim o fisiologismo não daria na pinta. Albano nomeou e Itamar não, furou na hora agá. Mas quase acabou prefeito de Aracaju passando por Niterói.

Para compensar nomeou Léa Franco, mulher de Albano para um ministério em seu governo.

Há quem diga que já esteja usando babador.

São vários os aspectos a serem considerados neste momento imediatamente após a eleição de Dilma. O primeiro deles é que tucanos tinham a certeza que perderiam. FHC no sábado declarou que “fiz tudo o que Serra pediu”. Foi a confissão não só da derrota, como o lamento de quem se acha criador do céu e da terra e quis deixar implícito que poderia ter feito mais e aí, quem sabe (só na cabeça dele) mudar o resultado.

Trabalha com ficção política.

Um dado que escapou à maioria dos jornalistas e deve ser observado nas próximas eleições pelo tucanato. Quando forem tomar aulas de princípios religiosos e fé devem arranjar professores competentes. D. Luís Gonzaga Bergonzini, OPUS DEI, esqueceu de dizer ao ateu José FHC Serra que quando se pega a imagem de Nossa Senhora o beijo é aos pés da imagem e não na boca. O JORNAL NACIONAL de sábado, em plena decadência desde a montagem do rolo de fita adesiva, deixou escapar essa falha.

D. Bergonzini entende de “negócios”, conspiração, panfletos falsos, essas coisas assim, de fé católica não sabe nada.

O senador eleito Aécio Neves leva para casa uma lição. Havia dito no auge de sua revolta contra os expedientes usados por José FHC Serra para afastá-lo da disputa presidencial dentro do seu partido, que o “primeiro compromisso é com Minas e os mineiros”.

Saiu Minas afora e ainda apareceu no Rio, onde reside, tentando arrastar José FHC Serra. O resultado das eleições no seu estado mostrou que os mineiros não lhe deram um cheque em branco. Foi o contrário. A derrota de José FHC Serra em Minas foi acachapante considerando que Aécio entende que o estado é uma espécie de latifúndio.  

Numa dessas rodas de apostas comuns em quase todas as cidades brasileiras é difícil quem queira apostar num futuro político para Marina da Silva. O máximo que concedem é aceitar a eleição para vereadora em Rio Branco, Acre. Embrulhada num papel verde de vários matizes, a moça termina a eleição como a grande derrotada do segundo turno.

Não influenciou coisa alguma, ficou em cima do muro, tentou colocar-se na posição de vestal e termina solitária num canto sem bem saber o que fazer.

A banda podre de seu partido foi para José FHC Serra e outra banda para Dilma. Pelo que tem dito Marina imagina que vá descer dos céus cercada de anjos do GREENPACE e ONGs que financiaram sua campanha para evitar a catástrofe.

Qual não sei. Deve ser a própria.

O futuro de José FHC Serra? O tucano não deve correr o risco de vir a ser candidato a prefeito de São Paulo sabendo que, outra vez, não vai terminar o mandato. A despeito de ser um Jânio abstêmio não pensa em pendurar as chuteiras e sonha ser candidato em 2014. Se não abre a Copa do Mundo vai tentar ser o presidente das Olimpíadas.

Em todo caso vai poder assistir aos jogos do Palmeiras nas últimas rodadas do campeonato brasileiro em paz e sossegado.
É muito difícil ressurgir entre os mortos políticos. Sai dessa eleição com a imagem de cínico, de político mentiroso, capaz de qualquer coisa para se eleger. E essas características não são novidade. Mas são comuns agora a boa parte dos brasileiros.

Pior é Índio da Costa, o vice. Sem mandato, vai ter que dar outro golpe do baú para segurar até as próximas eleições. Esse com certeza vai tentar ser candidato a vereador na cidade do Rio de Janeiro sonhando vir a ser o próximo governador do estado.

Dilma Roussef pega uma parada duríssima. A oposição vai querer de todas as formas possíveis, com a cumplicidade da tal mídia privada, criar um clima golpista no País. E acentuar cada vez mais a divisão entre o Brasil dos chamados ricos e o Brasil dos chamados pobres. Provocar o confronto pela via do preconceito, como historicamente tem sido feito.

De uma mudança ficamos livres. O nome do País continuará a ser grafado com “s” e não com “z” – BRAZIL –, o sonho dourado dos defensores da PETROBRAX, idéia de FHC para privatizar a empresa petrolífera.

Outras mudanças, no entanto, precisam ser feitas. E não é necessariamente cassar o mandato de Tiririca. Pior que Tiririca, se é que Tiririca é pior, é Weslian Roriz. Dose de leão varrida do mapa pelo eleitor de Brasília.

A turma do “compromisso de alto nível” de Itamar Franco vai ter que se contentar com vagas no governo de Antônio Anastasia, o fantoche de Aécio. E olhe lá.

E se não conseguir ser vizinho de Sarney, vai ser difícil trocar de cozinheira.


Imagem: #dilmanarede
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Resultado do 2º turno para Presidência no RS


JOSÉ SERRA (PSDB) 3.237.207 50.94%
DILMA (PT)                3.117.761 49.06%
DIFERENÇA*                119.446   1.88%


VOTOS BRANCOS 148.409 2.22%
VOTOS NULOS       168.223 2.52%
TOTAL*                    316.632 4.74%

O que dizer do eleitorado guasca? 

Definitivamente, o mito do RS como sento o estado mais politizado do país, está sepultado. Pois o que dizer de um povo que elege Tarso Genro no 1º turno e José Serra no 2º?

A Presidenta eleita Dilma Rousseff perdeu, no estado, por 1.88% dos votos válidos. Podem ter sido votos migrados da Verde Marina ao Serra, de gente não teve coragem de votar nele no 1º turno, adiando a decisão para o 2º. Mas 4.74% da população, que saiu de casa para votar, disse, nas urnas, que estavam em disputa os mesmos projetos políticos. 

Não se importou com a virulência da campanha, nem com a possibilidade de voltarem, à cena política, junto com o Serra, as forças mais reacionárias como Opus Dei, TFP, neopentecostais fundamentalistas e militares golpistas. Ou, quem sabe, até seja pior que isso: essa massa de brancos e nulos comprou da mídia o discurso da "baixaria" e, por isso mesmo, acreditou que o melhor caminho seria a isenção da tomada de posição, "já que é tudo a mesma coisa".

Temos nossas dúvidas em relação aos votos ideologizados brancos e nulos, categoria legítima defendida por anarquistas e certos setores de esquerda, em relação à eleição do 2º turno/2010. Essa campanha eleitoral foi muito tensa, carregada, com o recrudescimento do conservadorismo de extrema direita e seu fascismo despudorado. 

A nossa hipótese é a de que muitos votos brancos e nulos, nesta eleição, são pertencentes ao grupo dos conhecidos "cansadinhos", que acreditam que todos os políticos são ladrões, um discurso preparado via programas de televisão, que desqualificam, a todo momento, a carreira política, seja por notícias descontextualizadas, novelas e programas de TV ditos humorísticos. Em suma, produtos midiáticos elaborados para confundir parte da população desavisada. A considerar algumas trocas de mensagens eletrônicas e conversas com amigos e conhecidos sobre política, acreditamos estar corretos na nossa hipótese. 

Ou seja, se estivesse em disputa duas candidaturas da mesma vertente ideológica, seja de direita, ou de esquerda, ainda seria aceitável o desconforto do eleitorado, o que não foi o caso desta eleição em 2010.

Fonte: MSN
*Grifo nosso.
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TSE: 99,99% das urnas apuradas

Presidente

Seções: 400.001
Seções Apuradas: 399.978 (99,99%)

Eleitorado: 135.804.433
Apurado: 135.798.761 (99,99%)
Abstenção: 29.194.309 (21,50%)
Comparecimento: 106.604.452 (78,50%)

Votos: 106.604.452
Brancos: 2.452.588 (2,30%)
Nulos: 4.689.293 (4,40%)
Válidos: 99.462.299 (93,30%)

1 13 DILMA PT - PRB / PDT / PT / PMDB / PTN / PSC / PR / PTC / PSB / PC do B
55.751.918 (56,05%)

2 45 JOSÉ SERRA PSDB - PTB / PPS / DEM / PMN / PSDB / PT do B
43.710.381 (43,95%)

Fonte: TSE
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SERRA E AS “MENININHAS BONITAS”

Laerte Braga


O desespero do candidato José FHC Serra diante dos números revelados pelos quatro maiores institutos do País em suas pesquisas sobre intenção de votos do eleitorado, somado a absoluta falta de princípios, programa e respeito pelo ser humano, que são características tucanas, foram as razões do pedido alucinado e degradante que José FHC Serra fez às “menininhas bonitas”.

Que cada uma delas mande um mail a quinze de seus pretendentes e peça o voto para ele sugerindo que aquele que assim o fizer terá mais chances.

Como entregar a presidência de um País como o Brasil, com dimensões continentais, em franco processo de crescimento, hoje potência mundial a um político com essa visão, se é que isso é visão?

É claro que o candidato tucano não imagina transformar o Brasil num imenso bordel, mas é óbvio que isso, se acontecer, não faz a menor diferença para ele.

Importante são os “negócios”. Mais que a ambição desmedida de ser presidente a qualquer custo, José FHC Serra segue a máxima de Paulo Maluf (a quem supera). Investir na conquista de um mandato, ainda mais o de presidente, representa quadruplicar o capital em quatro anos.

José FHC Serra fez esse pedido em Uberlândia, uma das mais prósperas cidades do estado de Minas Gerais (o de Aécio Neves e Itamar Franco), num comício onde a maior parte do público chegou de ônibus, foi recrutada em Belo Horizonte e recebeu em média 25 reais pela viagem, além das despesas de alimentação.

Como ficam Aécio Neves e Itamar Franco nessa história?

Não ficam, caiaram de quatro.

O ex-governador de Minas e agora senador eleito, sugeriu em meados de 2009 que o candidato do PSDB à presidência deveria ser escolhido em prévia interna e colocou seu nome. A candidatura de José FHC Serra está colocada desde o dia seguinte ao da eleição de 2002, quando foi derrotado por Luís Inácio Lula da Silva. Em 2006, prefeito de São Paulo, pré-candidato a presidência, percebeu que seria derrotado na convenção pelo então governador paulista Geraldo Alckimin. Renunciou à Prefeitura para candidatar-se a governador, desistindo da presidência.

A derrota de Alckimin fez renascer a candidatura José FHC Serra para 2010. Aécio era um empecilho desde o dia que rompendo o domínio paulista sobre o partido – PSDB – elegeu-se presidente da Câmara dos Deputados derrotando Inocêncio Oliveira, candidato do então presidente Fernando Henrique.

Em sua trajetória em direção à candidatura presidencial o mineiro elegeu-se e reelegeu-se governador do seu estado.

Construiu uma base política que lhe valeu agora, em 2010, uma esmagadora vitória para o Senado. De quebra arrastou o senador da segunda vaga, o patético ex-presidente (pensa que foi) Itamar Franco – na cidade de Itamar Franco, mais de 120 mil eleitores não votaram para senador, a cidade tem 330 mil eleitores). Teria sido mais negócio ter sido prefeito de Aracaju. Cama, comida e roupa lavada e passada, para chilique das “itamaretes”.

Nos meses que antecederam a escolha de José FHC Serra como candidato tucano em aliança com o DEM e a empresa PPS (o sócio majoritário é Roberto Freire), o ex-governador de São Paulo viu-se às voltas com situação semelhante à de 2006. Aécio ia comendo as bases tucanas pelas beiradas, José FHC Serra corria o risco de ser suplantado nas prévias e na convenção partidária pelo governador de Minas.

No velho estilo mafioso montou um dossiê contra Aécio Neves e enviou um recado claro ao seu adversário. O fez através do jornalista Juca Khfoury, seu amigo pessoal, na coluna do mesmo. Segundo Kfhoury, o ex-governador de Minas descontrolado deu um tapa em sua namorada num evento num hotel no Rio de Janeiro. Em comentários sobre a nota o jornalista sugere semelhanças entre Collor de Mello e Aécio Neves e deixa no ar a acusação que Aécio é usuário de drogas.

Aécio acusa o golpe, desmente a notícia, mas desiste de sua candidatura. Monta um dossiê contra José FHC Serra, onde, por exemplo, aponta as ligações de sua filha com o banqueiro Daniel Dantas e vários episódios de corrupção.

Renuncia ao governo de Minas para concorrer ao Senado, viaja para a Europa. mas antes declara que o seu primeiro compromisso é com “Minas e os mineiros”.

Retorna e ignora os apelos de José FHC Serra e do comando tucano para vir a ser o companheiro de chapa do presidenciável. Num dado momento, como José FHC Serra, na tentativa de seduzi-lo afirma que seria a salvação da chapa, declara –“se sou o salvador eu deveria ser o candidato a presidente” –.

Lança seu vice-governador Antônio Anastasia como candidato ao governo, declara apoio a Itamar Franco na segunda vaga para o Senado e vence as eleições em Minas, mas Dilma Roussef derrota José FHC Serra na composição chamada de DILMASIA. Mistura de Dilma com Anastasia, abertamente apoiada por Aécio.

Itamar Franco emerge dos escombros do cemitério de políticos e sai candidato ao Senado fiando-se no apoio de Aécio. É uma espécie de troca. Quando governador Itamar deu toda força a candidatura de Aécio já que não conseguiu ser indicado por seu partido de então, o PMDB, para disputar a reeleição.

A essa altura pela terceira ou quarta vez muda de partido e agora integra os quadros da empresa PPS, propriedade de Roberto Freire. Chegou a ter seu nome lembrado para a vice de José FHC Serra. Foi descartado, pois traria a lembrança que foi vice de Collor de Mello, no antigo PRN.

Por duas vezes José FHC Serra deixou de visitar Juiz de Fora (700 mil habitantes, duas horas do Rio, três de BH e seis de São Paulo, cidade pólo de boa parte da Zona da Mata mineira), sabedor que Itamar embora publicamente não o fizesse era hostil à sua candidatura.

Em seu twitter, em plena disputa entre José FHC Serra e Aécio pela indicação presidencial, Itamar faz critica direta ao ex-governador paulista por ter se apropriado da paternidade dos medicamentos genéricos, quando, de fato, foi o ministro Jamil Haddad quem teve a iniciativa. Registra a data inclusive, cinco de abril de 1993.

Critica FHC por ter se apropriado do Plano Real, idealizado e implantado a partir de seu governo, FHC era Ministro da Fazenda.

Terminado o primeiro turno das eleições Aécio e Itamar cujo compromisso de “Minas e os mineiros” foi reiterado em palanque diversas vezes, se atiram aos braços de José FHC Serra, caem de quatro e o compromisso com Minas e os mineiros vai para o espaço.

Na prática, servem Minas em bandeja de prata ao tucano.

Não foi por acaso que em Uberlândia, importante centro do agro-negócio, sede de uma Universidade Federal, uma das maiores cidades mineiras, que José FHC Serra conclamou as “menininhas bonitas” a se permitirem a concessões em troca de apoio a ele José FHC Serra.

Ato de desespero, de falta de respeito, de cinismo e dito num local onde os dois políticos vencedores das eleições no primeiro turno, Aécio e Itamar, mostraram absoluta falta de dignidade nas palavras e atos ditos e feitos no primeiro turno.

Fica claro que se merecem.

E claro também que ninguém joga Minas no lixo e trai os mineiros de forma impune.

Nem as “menininhas bonitas” de Minas e de qualquer outro estado do Brasil, se prestarão a esse papel sugerido por um político que almeja ser presidente da República.

Essa frase, esse pedido, essa sugestão, é a síntese do caráter de José FHC Serra. Deve ter sido abençoado por D. Luís Gonzaga Bergonzini e pela OPUS DEI, com a contribuição do pastor Malafia.                 

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BRINCADEIRA PARA O DOMINGO


charge do Hals, surrupiada do Sul21
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Serra vira motivo de chacota entre universitários

Para tornar mais interessante e descontraído o debate político, universitários e integrantes do grupo Brasil e Desenvolvimento produziram vídeos com possíveis propostas do candidato José Serra (PSDB). A idéia deu tão certo que os vídeos estão bombando na internet. O primeiro divulgado já ultrapassa mais de 200 mil visualizações no YouTube.
Até agora foram quatro versões do vídeo #VotoSerrapq. Nas inserções, estudantes, políticos e professores declaram “apoio” ao tucano e explicam suas razões. Até o senador eleito Cristovam Buarque e o filósofo Leonardo Boff entraram na brincadeira.
A idéia partiu de três estudantes da Universidade de Brasília, durante a apresentação de um dos maiores festivais de música, o SWU, Music and Arts Festival, em São Paulo. Eles ficaram um tanto incomodados com a opção de alguns jovens, que estavam no festival, pela candidatura de Serra.
Para eles, não fazia sentido um jovem estar no show do Rage Against the Machine, que é totalmente de esquerda, o guitarrista da banda chegou a declarar apoio à Dilma, votar em Serra. Então, resolveram usar a ironia como forma de protesto.
Depois do festival, os estudantes levaram a idéia ao grupo do qual participam – o Brasil e Desenvolvimento, que produziu, editou e publicou os vídeos na internet. Desde então, a campanha #VotoSerrapq virou sucesso!
Militantes – A galera da Dilma entrevistou dois dos criativos e militantes da campanha da nossa candidata, Dilma Rousseff. Quando perguntamos por que produziram o vídeo, os dois tinham a resposta na ponta da língua: “porque o Serra representa tudo o que tem de mais atrasado nesse país”.
Os dois foram protagonistas dos vídeos e também ironizam as propostas de Serra. (foto)
O estudante de Jornalismo Edemilson Paraná, 21 anos, fez parte da produção e conta que com a campanha as pessoas começaram a ficar com vergonha de dizer que votam em Serra.
“O objetivo é criar sempre idéias democráticas que atinjam as pessoas de uma forma descontraída e diferente. Agora falando sério, eu voto Dilma porque é uma maneira de continuar avançando numa série de conquistas do governo Lula, que devem permanecer com Dilma. Com o Serra é certeza o retrocesso”.
Já Gustavo Capela, 24 anos, formado em Direito, considera os vídeos uma forma inteligente de fazer campanha e de descontrair o tema política.
“Voto Dilma porque acredito no procedimento de abertura natural. Acho importantíssimo o fato de ela ser mulher e acho importantíssimo ela continuar ampliando a base democrática e o desenvolvimento do Brasil”, conclui Gustavo.



Fonte: Galera da Dilma
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AS DECLARAÇÕES DO PAPA BENTO XVI

Laerte Braga


O jornal O DIA, edição de hoje, 29 de outubro, reproduz declaração do candidato José FHC Serra pedindo a cada “menininha bonita” que consiga votos para ele declarando que quem votar no 45 “terá mais chances”.

E distribui com as bênçãos de D. Luís Gonzaga Bergozini, santinho com a estampa de Cristo de um lado e um recado dele José FHC Serra de outro lado.

E depois, com a cara mais cínica do mundo condenada o aborto e a prostituição.

Barack Obama sofreu o diabo na campanha eleitoral de 2008 nos Estados Unidos. As elites políticas e econômicas do país, ligadas aos Republicanos, não admitiam a vitória de um negro nas eleições presidenciais e toda a sorte de boatos, calúnias, infâmias foram dirigidos contra Obama.

Num dado momento os adversários de Obama recorreram ao tema religião. Espalharam a notícia que o candidato democrata, se eleito, transformaria os EUA numa república islâmica como o Irã, ou num país devastado como o Quênia.

Aborto foi um dos temas polêmicos da campanha nos Estados Unidos.

Há alguns anos atrás era impensável que manifestações públicas contrárias a um papa acontecessem num país de maioria católica. Mas aconteceram e na França. As acusações feitas ao término da Segunda Grande Guerra de conivência do papa Pio XII com o governo fascista de Benito Mussolini e depois com Hitler (que ocupou a Itália e transformou Mussolini num fantoche) custaram a ser aceitas e partiram de figuras de prestígio mundial, caso do pensador Jean Paul Sartre.

A história, implacável, provou ao longo desses anos que Pio XII fez um acordo com o governo nazista de Hitler para proteger bens (estou escrevendo bens e não pessoas) da Igreja Católica Apostólica Romana. A integridade territorial do Vaticano.

À época muitos padres e bispos não aceitaram e nem concordaram com as políticas do papa e foram decisivos na proteção de pessoas (judeus principalmente) perseguidas pelo nazismo.

Anos depois a Igreja reconheceu o erro e desculpou-se publicamente.

Os cardeais mantêm até hoje o precioso segredo que Pio XII vivia maritalmente com sua governanta. Era a pessoa mais poderosa do Vaticano. Nos momentos que antecederam a morte do papa, 1958, ela proibiu, pessoalmente, que qualquer dignatário da Igreja entrasse nos aposentos onde Pio XII agonizava. Chegou a bater a porta na cara de um cardeal.

A hipocrisia é marca registrada de vários setores da Igreja Católica Romana. O que se assiste desde a morte de João Paulo I é a desconstrução da Igreja como instituição voltada para princípios éticos que digam respeito ao ser humano. Nos papados de João Paulo II e agora Bento XVI, esse cinismo é a marca registrada. Recheado de marketing.

Todos os avanços obtidos e conquistados com João XXIII e Paulo VI estão sendo ou revistos, ou simplesmente banidos.

Dois dirigentes do banco do Vaticano já tiveram suas prisões decretadas por fraudes bancárias, um deles o cardeal Marcinkus, principal conselheiro de João Paulo II.

Os escândalos de pedofilia têm sido abafados com indenizações pagas às vítimas e suas famílias e permanecem intocados, como continuam a acontecer.

Arquidioceses como a de New York, uma das mais ricas do mundo, pagou milhões de dólares para esconder crimes dessa natureza.

Os protestos na França partiram de católicos. Aconteceram neste ano durante a visita de Bento XVI.

Bastaram dois papas, João Paulo II e o atual, para que a Igreja, por sua cúpula, iniciasse um caminho de regresso a era das trevas.

A Inquisição hoje tem outro nome. O poder na Igreja Católica é exercido por um grupo mafioso, a OPUS DEI.

O ex-senador Nelson Carneiro, já falecido, lutou anos a fio para aprovar a lei do divórcio no Brasil e seu sucesso eleitoral em dois estados, Bahia e Rio de Janeiro, se devia à percepção dos eleitores do significado do divórcio.

Permitia, principalmente a mulheres, romper relações que não passavam de prisões disfarçadas em sacramento para a eternidade, numa sociedade machista por excelência. Assassinos acusados de matar suas mulheres por “traição” ou suposta “traição” eram absolvidos escoimados na máxima de “lavar a honra pessoal atingida por um ato imoral”.

Na campanha eleitoral de 1950 o vice-presidente da República era eleito em votação distinta da feita para a escolha do presidente. João Café Filho, defensor do divórcio, sofreu uma sórdida campanha de difamação por conta disso, chegou a ser excomungado.

Getúlio Vargas foi eleito presidente e Café Filho eleito vice, mais tarde presidente com a morte de Getúlio.

Milhões de brasileiros e brasileiras divorciados ganharam a oportunidade de refazer suas vidas a partir da lei proposta por Nelson Carneiro e esses milhões de divorciados são até hoje proibidos de entrar em igrejas católicas e receber sacramentos como a comunhão.

A maioria não deixou de ser católica por um simples fato. A Igreja Católica é que deixou de ser pastora de almas e virou empresa nos dois últimos papados e empresa aliada aos setores de ultra-direita em todo o mundo. Finge que não vê, sabe que boa parte dos fiéis que confessam e comungam são divorciados e o fazem movidos pela fé e não pelo arbítrio de bispos criminosos como D. Luís Gonzaga Bergonzini. Responsável por documentos inverídicos contra a candidata Dilma Roussef.

A totalidade das religiões fundadas no Cristianismo condena o aborto.

É simples entender isso, o direito à vida é fundamental. Quem conhece o “manifesto dos não nascidos” do escritor Aníbal Machado, vê-se ou viu-se diante de um documento irrespondível. Pungente.

A vida como dom maior conferido a cada um dos seres que habitam o planeta.

E o livre arbítrio – expressão comum a espíritas – ou seja, o direito de escolha. Que, lógico, tem a contrapartida, a responsabilidade pelas conseqüências.

É lícito que a Igreja Católica condene o aborto, que as igrejas cristãs o façam. Não há nada de errado nisso.

Descriminalizar o aborto é um ponto de vista que foi transformado em decreto pelo candidato José FHC Serra quando ministro da Saúde. O estar errado ou estar certo é questão de interpretação de cada um.

João Paulo II pediu às mulheres muçulmanas que foram estupradas na guerra da Bósnia, antiga Iugoslávia, que tivessem os filhos, as que engravidaram por conta dos estupros, lógico.

É uma decisão que devia caber a cada mulher vítima desse tipo de violência. Não está na gravidez em si, está na própria pessoa, sua vida, os desafios que lhe são impostos. Nem tem o papa, qualquer um, o direito de pedir semelhante sacrifício. É uma questão de consciência do ser. Não vai transformar as que abortaram fetos nessa condição em mulheres destituídas de caráter, pelo contrário. Imagino a dor que sentiram no estupro e no aborto.

A descriminalização do aborto não significa a liberação do aborto, como acontece em alguns estados dos EUA. É o direito da mulher estuprada que engravida, ou dos casos de gravidez de risco – para a mulher ou o feto – optarem por ter ou não o filho.

Mônica Serra, mulher de José FHC Serra fez um aborto quando estava no exílio. Ao final do primeiro turno usou o tema, aborto, para criticar Dilma Roussef. Não olhou para si, apenas para os interesses que a norteiam como mulher de um candidato a presidente da República.

Foi um ato de hipocrisia. Façam o que eu falo e não o que faço.

De falta de princípios, dignidade, meramente eleitoral.

Um dos grandes “negócios” no Brasil são as clínicas clandestinas de aborto. Causam milhares de mortes por ano e as estatísticas oficiais ignoram, pois não há registro dessas mortes, pelo menos pela causa geradora.

É difícil acreditar que mulheres tenham o aborto como meta em suas vidas. Não tem sentido. Há meses foi preso um médico dono de uma clínica de fertilização, onde milhares de mulheres foram buscar formas de engravidar, de ter um filho. A prisão do médico se deu por abuso contra as pacientes.

Um dos “negócios” mais prósperos nos Estados Unidos hoje é a da adoção. Máfias especializadas nisso seqüestram crianças em países da América Latina, África e Ásia e vendem, simplesmente vendem, a casais impossibilitados de terem filhos e ávidos por terem filhos.

Pagam fortunas para ter filhos.

Famílias normais, de cidadãos cumpridores dos seus deveres, íntegros, no afã de ter um filho, uma completude, arriscam-se a um “negócio” criminoso para ter exatamente esse filho.

Não existe quem de sã consciência entenda o aborto como algo natural, direito inalienável das pessoas.

Natural e inalienável é o direito à vida. É absoluto.

Mas traz em si a contradição de uma sociedade, em qualquer parte do mundo, violenta, dominada por um modelo bárbaro, cruel de competição, que transforma o ser humano em robô, em número, em parte de estatísticas e cria uma realidade dolorosa e lamentável para esse ser.

Há uma descaracterização do ser como humano. Transformou-se a vida num espetáculo, onde o importante é o sucesso e nada mais, não importa que o sucesso seja um crime bárbaro, ou um programa de televisão como o Big Brother (existe em vários países do mundo), onde a prostituição é estimulada como fator de hei de vencer.

O que se está perdendo é a sensibilidade de cada ser humano. Tanto pelos grandes bolsões de miséria (que diminuíram acentuadamente no Brasil nos últimos oito anos), como pela natureza orgíaca da sociedade vendida a cada dia pelos meios de comunicação privados.

Seja o sabão que lava mais branco, seja o perfume roubado à natureza, seja a mulher Melancia, ou a Melão, nos escândalos protagonizados por famosos, uma enormidade de situações assim.

A revolução feminista, considerada por Celso Furtado “a mais importante do século XX”, leva os donos desse modelo a tentar transformar a mulher num objeto. A aparente liberdade e a realidade torná-las, as mulheres, prisioneiras de outra “liberdade”.

Isso é preconceito. Nada além de preconceito.

Não reconheço em Bento XVI o direito de achar o que deve e o que não deve. A Igreja Católica Apostólica Romana, por conta de João Paulo II e dele Bento XVI marcha de volta para a Idade Média. Esconde suas vergonhas com milhões de dólares.

Ignora a realidade de fiéis, de seguidores, que preferem, como ouvi outro dia, seguir a Cristo lato senso, a ouvir um papa com passado nazista.

As declarações de Bento XVI são uma descarada intervenção de um chefe de Estado estrangeiro, ele o é, o Vaticano é um Estado, em negócios internos de um País cujo povo em sua maioria é católico, onde a religiosidade permeia a quase todos os brasileiros, mas aonde a Igreja, com exceções evidente, vai se transformando num instrumento de mentiras, opressão e terror.

Não por condenar o aborto, mas por tentar moldar um modelo político, econômico e social de desigualdades, violência, de desumanização do ser, mergulhada em jogos sórdidos de bispos como o de Guarulhos. Ou o arcebispo de João Pessoa.

A batina, como símbolo, já não se usa hoje mais, representava a certeza da dignidade.

Hoje? Nem tanto.

Traz consigo o cheiro da pedofilia, da hipocrisia, dos negócios, das perseguições a sacerdotes que não aceitam esse cinismo e fico a pensar se figuras acima do bem e do mal como D. Hélder Câmara, como Chico Xavier, dedicados à vida, teriam espaço nos tempos que vivemos.

O papa desrespeita o Brasil e desrespeita católicos com suas declarações. Deve ser por esse tipo de atitude que a cada dia diminui o número de seguidores de Roma e aumenta o dos que buscam professar sua fé – sem juízo de mérito – noutras religiões ou seitas.

Não vamos eleger um chefe religioso para o Brasil. Vamos eleger o presidente de todos os brasileiros para os próximos quatro anos e o papel desse presidente, como disse o atual governante brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, “somos um estado laico”.

Por que? Laico não significa ser sem Deus, mas que abraça a todos os que crêem em Deus, praticam e vivem sua fé no respeito à fé alheia, ou até na ausência de fé.

Isso é liberdade e como escrevi acima, cada qual tem o direito de escolher o seu caminho.

Os milhões e as milhões de divorciados e divorciadas, as milhares que se viram na contingência de um aborto.

Como Mônica Serra.

O que não pode é transformar a hipocrisia em bandeira eleitoral.

Não ouvi, não li Bento XVI protestar contra a execução de uma prisioneira, há um mês, no corredor da morte num estado norte-americano e dada pelos médicos como “retardada mental”.

É que o dinheiro vem de lá.
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