Uma carta do filósofo René Descartes que havia sido roubada nos anos 1840s pelo matemático italiano Guglielmo Libri foi recuperada, e devolvida à França. A carta, datada de 27 de maio de 1641, dá indicações para que alguns textos não sejam incluídos na edição final das Meditações de filosofia primeira. A motivação para a publicação dos mesmos era responder a um suposto crítico, Pierre Petit. Mas, quando Descartes descobre que Petit fez as críticas de boa-fé, decide retirar a parafernália em resposta às suas supostas críticas da versão final das Meditações.
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O conteúdo da carta, o qual era desconhecido até o momento, é importante por nos dar detalhes sobre a publicação de uma das maiores obras de filosofia de todos os tempos. E também por confirmar a teoria que o texto das Meditações está todo voltado ao diálogo com os filósofos da época, buscando responder às suas críticas, e fazê-los mudar de ideia. Esse tipo de leitura "externa" das Meditações tem sido defendido pelo comentador John Carriero. A carta confirma sua hipótese de leitura, a qual já contava com outras bases de sustentação bem sólidas.
A notícia me emocionou. Meu mestrado foi sobre Descartes, autor pelo qual tenho muito carinho e respeito, embora eu não concorde com quase nada do que ele pensa. A notícia também me trouxe satisfação, pois eu sempre defendi a ideia básica de John Carriero.
PS - Esta carta dá uma boa camiseta!