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Suplente
Eu sei, é uma piada despolitizada, preconceituosa, estereotipada, talvez até machista... Mas não deu pra resistir! Dizer o quê de um sujeito desses?
E se Demóstenes fosse senador nos EUA?
Antes de continuar, pensem no que teria acontecido se isso tivesse sido dito nos EUA. O líder dos republicanos no Congresso vai na Suprema Corte e diz:
"Olha, eu não sei quanto à vó do Obama lá na África, mas as pretas que mandaram pra cá queriam era dar pra gente. Elas liked it rough."
A reação pública a isso faria a Guerra Civil parecer uma briga entre as torcidas organizadas do Boavista e do Duque de Caxias. Mas aqui só rendeu uma corajosa matéria na Folha e a coluna redentora do Gaspari de hoje, além, é claro, das citações nos blogs de esquerda de sempre (como este).
Piada do ano: Impeachment do Lula por uma “reportagem” da Veja
Bruno Galvão dos Santos
A piada é tão grande e tem tantos episódios que eu não sei da onde eu começo: se é pela falta de credibilidade da Revista Veja (Luis Nassif ), ou da recorrência das falsas denúncias de grampos com os mesmo responsáveis , ou da piada que é o partido herdeiro da ditadura (Blog Democrata) falar que a democracia está a beira do precipício, ou da hilariante “reportagem” que o conteúdo de um grampo favoreça tão descaradamente os grampeados, ou da ausência de provas dessa “reportagem” (Luis Nassif) , ou do escândalo de pedir a demissão de toda a diretoria da Abin e ameaçar o impeachment do Lula, ou do ridículo Demóstenes chamar o Paulo Lacerda de monstro ou da impossibilidade de alguém acreditar que a oposição seria suicida de levar o caso para frente justamente na defesa de alguém tão impopular quanto o Gilmar Mendes e contra o Lula no auge de sua popularidade. A resposta é que o objetivo dessa piada toda é derrubar o Paulo Lacerda e tirar a credibilidade da denúncia contra o Dantas e contra futuras investigações de pessoas de colarinho branco. A oposição não é burra o suficiente de achar que existe a menor possibilidade de derrubar o Lula.
Pela enésima (Idelberavelar) vez, os mesmos personagens - Gilmar Mendes, Demóstenes Torres e Veja -denunciam um suposto Estado policial. Fernando Barros, da Folha, faz uma excelente constatação de que não havia qualquer denúncia de Estado policial que 30% da população carcerária esperava julgamento com prisões preventivas ou temporárias. Vejam essa excelente reportagem no blog do Nassif (Blog do Nassif). Alias, esse é o blog que mais vem denunciando esse absurdo.
A denúncia da Veja é hilária, é a primeira vez que vejo que uma divulgação do conteúdo de um grampo santifica os grampeados. Sugiram que olhem no final da reportagem (Veja) a suposta conversa grampeada. Vocês verão que são dois freis caputinos e extremamente defensores da lei e da democracia conversando. O Blog do Mello também faz uma ótima argumentação de qual não é de interesse da direção da ABIN grampear o Gilmar Mendes. “Por que a ABIN grampearia Mendes, se por mais que descobrissem algo gravíssimo sobre ele, não seria nada, comparado ao fato de ter sido grampeado o presidente de um dos Três Poderes?
(…)Admitindo-se que o governo grampeasse o ministro apenas para obter informações de seu interesse, sem divulgá-las, vem a seguinte pergunta: Precisaria o governo grampear o presidente do STF para saber o que ele pensa, que apito toca, que camisa veste, se isso está claro, claríssimo, em toda a trajetória de Gilmar Mendes, desde antes de ser ministro do Supremo, quando foi advogado-geral da União no governo FHC e defendeu tudo aquilo que foi praticado no “limite da irresponsabilidade”? O que descobriria de novidade, que não estivesse contido no já famoso artigo do jurista Dalmo Dallari?” Eu acrescentaria ainda que, depois do grampo LEGAL que presenciou o aliado do Dantas afirmando que não há motivos para preocupações para o julgamento no Supremo, pois lá o Dantas tinha “facilidades”, não havia mais necessidade de saber o posição do Gilmar em relação ao Dantas.
Não posso esquecer que Stanley Burburinho (Projeto) detectou incoerências de datas na reportagem. De qualquer forma, o pedido de impeachment do Lula não faz o menor sentido. E a oposição não é maluca de pedir o impeachment por causa que a Veja fez uma denúncia que diz que Gilmar Mendes é vítima do Lula. As pessoas sabem da falta de credibilidade das denúncias da Revista Veja.
Se a população sair nas ruas será para pedir a saída do Gilmar Mendes. É suicídio para a oposição, Gilmar Mendes e Veja incluídos nesta categoria, levar isso para frente. Como o Nassif disse, o objetivo disso é minar a credibilidade das investigações da Polícia Federal, principalmente no caso do Dantas. “É sabido que a Satiagraha flagrou jornalistas, advogados, juizes e parlamentares. Cria-se uma crise do nada, ameaça-se com o impeachment do presidente - como se tivessem essa bola toda. Mas resolve-se tudo numa boa se o presidente afastar Paulo Lacerda, fornecer os elementos para a absolvição de Daniel Dantas e livrar todos os pobros cidadãos flagrados pela Satiagraha. Volta a paz, acaba o incômodo com o grampo de Gilberto Carvalho e a lei - ora a lei! A palavra final sobre a lei é do presidente do Supremo, ora”.
Comentário do blogueiro: O artigo do Bruno é muito bom, expressa muito bem mais um factóide. A metodologia é simples, está cada vez mais "manjada", sem credibilidade. Só convence a galera do quanto pior melhor, o direitismo golpista que não concordam com a evolução social do país. A metodologia pode ser assim resumida: (1) algum deputado, senador ou assessor, seja lá o que for, passa informações supostamente escandalosas para a revista Veja com a oposição como vítima (detalhe: a vítima da oposição é sempre beneficiada); (2) o Jornal Nacional e os jornalões (O Globo, Folha de São Paulo e Estadão) reproduzem a reportagem da revista com mais alguns ingredientes dramáticos; (3) começam a aparecer contradições que colocam em xeque as versões da mídia, mas essa não arreda o pé (mantém-se no erro); (4) a oposição como aparecer como suspeita de produzir o factóide; (5) nesse instante, o Jornal Nacional e os jornalões perdem completamente o interesse pelo assunto, e misteriosamente o assunto some da pauta política. O roteiro é sempre o mesmo. Falta criatividade para a oposição política, o que inclui essa coisa nojenta chamada grande mídia brasileira.
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