Há alguns meses, fiz o desenho abaixo para o Sindiágua-RS. Ilustrava o texto “Lucro de 170 milhões, calote de poucos reais”, do jornal Berro D’Água de outubro/novembro de 2008. A primeira proposta era mais engraçadinha, mas não foi inteiramente aprovada. De qualquer modo, a ideia da ilustração era retratar a situação de constrangimento a que os funcionários mais humildes da Corsan são submetidos ao tentarem comprar coisas simples no comércio de suas cidades - como conexões, fitas veda-rosca, cola... Os comerciantes se recusam a vender fiado para quem faz a compra em nome da Corsan, porque sabem que não vão receber.
No texto, reproduzido abaixo, há também denúncias de empresas fornecedoras e prestadoras de serviço que sofreram calote da Corsan, em diversas cidades. Portanto, o fato relevante acontecido ontem não é um caso isolado, decorrente de possíveis irregularidades, investigadas por uma sindicância – que, aliás, se arrasta a mais de um ano – como quis fazer crer o diretor-presidente da estatal. Assim, cabe a pergunta óbvia: qual é o verdadeiro lucro da Corsan, descontando-se o calote institucionalizado? Aliás, qual é a vantagem da Corsan dar lucro, ao invés investir na prestação dos serviços que dela se espera?