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Memória da Guerra do Paraguai

O canhão "cristão", feito a partir de sinos de igreja, símbolo da vitória brasileira na Guerra do Paraguai, vai ser devolvido ao país vizinho. O presidente Lula anunciou a decisão depois de um pedido emocionado do vice-presidente paraguaio, Federico Franco, feito durante seu discurso comemorativo aos 140 anos do fim da Guerra do Paraguai, no início da semana.

"O país nunca vai cicatrizar a ferida se o Brasil não devolver o arquivo militar e o canhão cristão, que devem retornar ao Paraguai para que se inicie a cicatrização do povo paraguaio", discursou ele, na cidade de Cerro Corá, onde o ditador Solano López foi morto pelas tropas brasileiras em 1870.

Retirado da Fortaleza do Humaitá, no Rio Paraguai, o canhão está no Museu Histórico Nacional, na Praça XV, no Rio. A direção do museu não quis comentar a decisão. Quem vai cuidar da transferência para Assunção, sem data definida, é o Ministério da Cultura.
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América do Sul e Brasil por Bruce Sterling (Igualdade e liberdade)

O escritor Bruce Sterling fez comentários sobre a América do Sul e o Brasil no seu blog na revista Wired. Sobre a esquerda governante do nosso subcontinente, ele escreveu:
Estes esquerdistas se revelaram como grandes democratas que trouxeram estabilidade e prosperidade às suas sofridas populações, ao invés de comunistas sanguinários inclinados à destruição da propriedde privada.
Ele se espanta com o fato do Brasil, com tanto potencial a tanto tempo, só ter se tornado uma potência mundial nas mãos de um torneiro mecânico. Como é do seu costume, o texto de Sterling trata do que é sério de maneira leve:
[...] não entendo como o Brasil de alguma maneira evitou se tornar uma superpotência até que um sindicalista fosse eleito. Afinal de contas, um colosso como esse ter um perfil global tão discreto por tantos séculos, sem ter perdido uma grande guerra territorial, nem nada... Os brasileiros devem ser seus próprios piores inimigos. Ou isso, ou as caipirinhas, admito.
Também não entendo muito bem como isso aconteceu, sr. Sterling, e acho que você está na pista certa. Não todos, mas alguns brasileiros, aqueles que se adonam de recursos públicos, e são bem ricos, são nossos piores inimigos. A relação dos bens declarados e não declarados desses brasileiros, e a história de como foram adquiridos, ajuda a entender como o Brasil evitou, por tanto tempo, vir a ser a potência que agora é.

A história de usurpação de recursos e concentração da renda começa a mudar, e também começa a mudar o perfir global do Brasil. Com mais justiça, o Brasil está vindo a ser o que deve ser, para a população e para o mundo.
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