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Funcionamento

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E a Dalila, governador?


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Alckmin toma medidas radicais contra a violência em São Paulo


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• Violência em SP

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Dilma ofereceu ajuda para conter violência; Governo de SP recusou


Dilma ofereceu ajuda para conter criminalidade em São Paulo 
por Vera Magalhães

Canal interrompido 
Diante da escalada na criminalidade em São Paulo, Dilma Rousseff enviou emissários para conversas com o secretário de Segurança do Estado, Antonio Ferreira Pinto, há cerca de 40 dias. Segundo interlocutores do Planalto, foi oferecida ajuda na capital, além de informações de inteligência, mas o diálogo não prosperou. Representantes de Geraldo Alckmin acusam o governo federal de omissão no combate ao narcotráfico e contrabando de armas nas fronteiras, suas prerrogativas.

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O avanço de Dilma no reduto tucano

Da Coluna de Maria Inês Nassif, do Valor Econômico

O avanço de Dilma Rousseff, a candidata do PT à Presidência, no reduto tucano paulista, é um dado muito delicado para o grupo de José Serra dentro do PSDB. O partido nacional não se sairá bem das eleições de outubro, mas o tucanato paulista estará em maus lençóis mesmo que ganhe as eleições para o governo do estado.

Em São Paulo, a candidata do PT já tem votos para suplantar seu adversário tucano. Isso significa que Dilma conseguiu furar o bloqueio de uma forte rejeição petista no estado, que tem garantido eleições sucessivas de candidatos do PSDB ou apoiados pelos tucanos, no momento em que as lideranças nacionais do PSDB paulista declinam. Para o PT, este é um acontecimento.

Mário Covas, que foi o grande articulador da criação do partido e o único elemento agregador desse núcleo original do PSDB, faleceu em 2001. Fernando Henrique Cardoso foi eleito presidente duas vezes na onda do Plano Real e de uma ideia genérica de “Brasil moderno” trazido pela hegemonia liberal, do qual acabou se tornando o grande artífice no país, com a inestimável ajuda do eleitorado conservador paulista, dos votos conservadores da região Sul e dos grotões sob a influência do PFL no Nordeste e no Norte. Saiu do governo desgastado por sucessivas crises econômicas e não assumiu qualquer papel de liderança interna. Se as pesquisas se confirmarem, José Serra perderá, já no primeiro turno, para Dilma Rousseff.

Sem líderes, PSDB ficará muito parecido com PMDB

O grupo serrista tinha forte influência sobre o partido nacional e assumiu as rédeas do PSDB estadual, até então sob a órbita de influência do herdeiro de Covas, Geraldo Alckmin, um político de prestígio regional, mas afeito à política tradicional de alianças com chefes políticos locais. A máquina tucana no estado foi montada por Alckmin; o chefe da Casa Civil de Serra, Aloysio Nunes, trabalhou muito para cooptá-la. O fato, no entanto, é que Alckmin ainda tem mais votos no estado do que Serra.

Houve, portanto, um movimento claro do governador José Serra para assumir a liderança regional do partido, ao mesmo tempo em que mantinha forte influência sobre o partido nacional, apesar de emersões episódicas do governador de Minas, Aécio Neves.

Enquanto tinha o governo estadual e era tido como o preferido nas eleições presidenciais, o candidato tucano a presidente se manteve no controle das duas máquinas partidárias — a paulista e a nacional.

Se perder a eleição, Serra acumulará duas derrotas nas eleições presidenciais — foi candidato em 2002 e perdeu para Lula; é candidato em 2010 e pode perder para a candidata de Lula, num partido que depende desesperadamente de uma vitória para manter o nariz para fora da água. Está sendo cristianizado pelos candidatos tucanos ao governo e ao Senado quase no país inteiro. Dificilmente conseguirá se manter como liderança nacional sem cargo político e sem aliados internos de peso.

Além disso, apesar das aparências, manteve-se em rota de colisão constante com o DEM. Uma estratégia de articulação oposicionista, no caso de vitória de Dilma Rousseff, tem poucas chances de ter o ex-governador como elemento de coesão — interna ou com aliados.

Por força do seu estilo, e das disputas locais, o candidato a governador tucano no estado, Geraldo Alckmin, jamais alçou voos nacionais. Não se pode dizer que os grupos de Serra e de FHC tenham facilitado a vida de Alckmin, mesmo quando ele foi candidato à Presidência, em 2006. Alckmin entra pela porta da sala na política estadual; tem acesso apenas à porta da cozinha na política nacional. Se vencer a eleição, ele deterá o controle da maior parcela de um PSDB em crise. É duvidoso que consiga, no entanto, ser convidado para entrar na sala de visitas da cúpula nacional.

O PSDB, que sempre sobreviveu como partido de quadros, está com severos problemas — de quadros. Ao longo de sua existência, o partido se manteve em torno de personalidades que se desgastaram politicamente com o passar dos anos, ou estão velhas, ou morreram. A exceção é o governador Aécio Neves, uma geração abaixo da do grupo original e que, por manobras de Serra ou por esperteza, guardou-se do desgaste que o embate com um governo altamente popular traria e retirou a sua pré-candidatura a presidente da República.

São Paulo deve ainda contribuir fortemente para a bancada federal do PSDB, mas, sem líderes que sustentem essa hegemonia, o partido deve ficar muito parecido com o PMDB: cada um cuida de seus interesses eleitorais e todos brigam pelo controle regional porque isso facilita o trânsito de suas necessidades imediatas. Se Aécio não assumir o papel de líder nacional, já que chegará ao Senado com uma votação avassaladora, o PSDB estará condenado a ser uma federação de partidos regionais, a exemplo da legenda de Michel Temer.

Para o diretor da Sensus, Ricardo Guedes, a eleição foi definida, em favor de Dilma, no momento em que Serra alcançou 40% de rejeição. Do penúltimo CNT/Sensus, coletado de 31 de junho a 2 de agosto, para o último, feito de 20 a 22 de agosto, Serra passou de cerca de 30% de rejeição para 40%. Isso torna qualquer candidatura inviável, segundo Guedes.

Para Marcos Coimbra, do Instituto Vox Populi, Dilma tem grandes chances de vencer no primeiro turno porque o período de propaganda eleitoral gratuita tem sido absolutamente eficiente no trabalho de associação entre ela e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A campanha no rádio e na televisão tem servido mais como informação a um eleitor pré-disposto a votar na continuidade do que propriamente como instrumento de captação de votos.

Conforme se torna conhecida como a candidata de Lula, Dilma consolida posição. A rejeição a Serra, na opinião de Coimbra, é grande, mas decorrência da definição de voto por Dilma. Por essa razão, Coimbra duvida da eficiência da campanha negativa de Serra.

Maria Inês Nassif escreve todas as quinta-feiras.
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Chalita vai ao PSB com a benção de Aécio e para ser o plano B de Geraldo Alckmin

Do Blog do Fernando Rodrigues

O tucano e geraldista Gabriel Chalita está entrando no PSB. Essa é a informação conhecida. O bastidor é mais apimentado.

Chalita conversou reservadamente com Aécio Neves para receber a benção do tucano mineiro a respeito da troca da canoa tucana pelo PSB paulista. Foi abençoado. Ontem (16.set.2009), bateu o martelo com o principal cacique do PSB, o governador de Pernambuco Eduardo Campos.

Geraldo Alckmin tem em Chalita um de seus mais fortes puxadores de votos na região metropolitana da capital paulista. Em 2008, Chalita foi o mais bem votado vereador na cidade de São Paulo, com 102.048 votos.

Alckmin esboçou no final de 2008 um desejo de ele próprio pular para o PSB. Não deu certo. Lula não se animou em vê-lo num partido de sua base. O petista detesta Alckmin. Credita ao tucano alguns ataques que considera além do aceitável na disputa presidencial de 2006.

Mesmo assim, Alckmin estava determinado a sair do PSDB no final do ano passado. Achava que não teria espaço no partido para ser candidato a governador em 2010, pois não se dava com José Serra. Por essa razão o próprio Serra ficou com medo de ter um candidato como Alckmin fora do PSDB em 2010. Trouxe Alckmin para seu secretariado estadual e acorrentou o antigo adversário à sigla.

Alckmin sabe o que se passa. Não tem mais como sair do PSDB. Resolveu então mover pedras importantes no tabuleiro de 2010. Se Serra acabar mudando de ideia mais adiante e não deixá-lo ser candidato ao Palácio dos Bandeirantes, Alckmin terá uma excelente opção dentro do PSB para apoiar na disputa pelo governo estadual paulista: Gabriel Chalita.

Ainda mais agora que Aécio Neves também está ciente da estratégia e já deu seu nihil obstat para a entrada de Chalita no PSB. Aliás, se tudo der errado para Alckmin e Aécio no PSDB, Chalita pode tranquilamente subir em São Paulo no palanque presidencial da petista Dilma Rousseff. Seria um tucano avançado no campo adversário, com o objetivo de minar as chances de vitória de Serra na disputa pelo Planalto.

Como se observa, o jogo entre os tucanos ainda está longe de ser um jogo jogado.

Comentário do Blogueiro: Na política, não existe espaço para os inocentes. Uma mexida no tabuleiro do xadrez, por mais despretensiosa que pareça, sempre procura esconder o verdadeiro jogo. E o caso de Chalita é exemplar.

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Assim é a política

"A política é a arte de conciliar interesses próprios, fingindo conciliar os dos outros".

Menotti Del Picchia (1892-1988)

A frase acima diz tudo. Alckmin não ganharia nada com a derrota de Serra para Aécio dentro do PSDB. Isso porque Serra partiria para a reeleição no governo estadual, mantendo-se o controle sobre o PSDB paulista, enquanto Alckmin teria que se contentar com uma cadeira parlamentar, pois nem mesmo um mandato de senador seria oferecido a ele. Dessa forma, a aliança com o desafeto Serra representa não só interesses do pré-candidato José Serra, como também os interesses mais imediatos de Geraldo Alckmin.

Aécio não tinha muito para oferecer a Alckmin, a não ser integrá-lo futuramente à sua equipe de governo, caso vencesse a batalha eleitoral, primeiro contra Serra dentro do partido, e depois contra o candidato do presidente Lula. Todavia, a posição de Alckmin no PSDB paulista ficaria complicada caso Serra vencesse Aécio nessas condições. No entanto, Serra pode oferecer a Alckmin sua reabilitação política, o que inclui está entre os cotados para o Palácio dos Bandeirantes. Alckmin aliou-se a Serra porque isso representa o melhor para seus interesses próprios. Assim é a política. Uma sábia frase de Del Picchia.

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A jogada de mestre de José Serra

A nomeação do ex-governador Geraldo Alckmin para a Secretaria de Desenvolvimento do governo paulista unifica o PSDB no Estado mais importante da federação. É uma demonstração de habilidade política do governador, deixando Aécio Neves sem aliados em São Paulo nas suas pretensões de obter a candidatura presidencial. Se alguém ainda tinha dúvidas de qual candidato o PSDB deverá lançar em 2010, cada movimento de José Serra fica mais evidente sua candidatura. Aécio Neves encontra-se encurralado dentro do próprio partido, e precisa logo encontrar uma saída política. Serra, por outro lado, deve preservar Aécio, do contrário corre o risco de ter dificuldade no segundo maior colégio eleitoral do país.

Até pouco tempo Serra colecionava erros na articulação política. Após perder a queda-de-braço com Alckmin em 2006, Serra parecia disposto a esmagar o grupo político do oponente no PSDB paulista. A imagem de desagregador só reforçava. A aposta de risco na campanha eleitoral do município de São Paulo só confirmava o DNA Serra. O cálculo político de Serra provou-se correto. Antes disso, Serra consolidou o apoio à candidatura presidencial dentro dos partidos aliados tradicionais (DEM e PPS). Tal movimento deslocou seu concorrente, o governador Aécio Neves, para buscar apoio nos partidos que orbitam em torno do lulismo. Ou seja, enquanto Serra aumentava o controle sobre seu futuro político, Aécio flertava no campo adversário, uma missão bem mais difícil para se obter o sucesso.

O primeiro grande acerto de Serra foi trazer o PMDB de Orestes Quércia para o seu consórcio de poder. De fato, os preciosos minutos do PMDB garantiram a vitória eleitoral de Gilberto Kassab (DEM), um fiel aliado para sua candidatura. Desta vez, Serra surpreende novamente, trazendo para sua órbita um possível dissidente dentro do PSDB paulista, o ex-governador Geraldo Alckmin. Dessa forma, Serra unifica o partido dentro de São Paulo, fechando as portas para uma dissidência pró-Aécio em São Paulo.

Além de unificar o partido no Estado, trazer Alckmin para seu governo melhora a imagem de José Serra. Da mesma forma que reconciliou com um antigo adversário, Orestes Quércia do PMDB, Serra agora reconcilia com um adversário dentro do próprio partido. O desagregador torna-se agora o político da reconciliação. Por fim, Serra ganha mais uma opção para a sucessão do governo paulista. Ter uma candidatura forte ao governo estadual, o que o PSDB ainda não tinha, torna-se mais fácil seu caminho para obtenção da cadeira presidencial. Assim, caso a candidatura de Aloísio Nunes Ferreira não decole, Alckmin é uma opção com densidade eleitoral no Estado.

O ex-governador Geraldo Alckmin, com a secretaria do governo paulista, obtém visibilidade para manter-se no páreo. Com a derrota presidencial e a eleição municipal, o grupo político de Alckmin ficou enfraquecido. Sua entrada no governo Serra o coloca novamente entre os postulantes para o governo paulista em 2010. Mesmo que a indicação do partido recaia para alguém mais próximo a Serra, Alckmin poderá reunir-se condições para lançar-se a uma cadeira no Senado. Ou seja, Serra encurtou a reabilitação de Alckmin, e ganhou mais um aliado. É um futuro bem mais promissor que entrar na aventura política de Aecinho.
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O que houve de errado na campanha petista na eleição de São Paulo?

Uma primeira observação diz respeito à própria dinâmica eleitoral. Existem três tipos de campanhas eleitorais na ótica do candidato: (i) eleições perdidas, em que só um grave erro do adversário pode levá-lo à vitória (é o caso da candidatura petista em Curitiba); (ii) eleições possíveis de ganhar, mas deve contar com o erro do adversário e não errar na campanha, ou seja, o ganhador é aquele candidato que errar menos na formação de alianças e na campanha eleitoral; e (iii) eleições vencedoras, em que só um grave erro pode levar o candidato à derrota (Curitiba também é o melhor exemplo para o caso da candidatura de Beto Richa). Para complicar esse quebra-cabeça, existem ainda eleições que podemos chamar de continuidade (situação) e outras de mudança (oposição).

Tal cenário torna-se ainda mais complexo com o instituto da reeleição, que beneficia enormemente o candidato que tem a caneta na mão. Um ditado comum é que o candidato a um cargo executivo no Brasil é eleito para oito anos, mas com um referendo popular na metade do mandato quando a população tem a opção de repensar sua escolha, confirmando a escolha inicial ou escolhendo outro mandatário. Uma prova da força da reeleição para o candidato-mandatário é que todos eles conseguiram melhorar a imagem de suas administrações com as eleições. Mesmo as candidaturas perdedoras (é o caso de Serafim Almeida em Manaus), a avaliação do governo melhorou ao longo da campanha eleitoral. A construção de ampla aliança com grande tempo de televisão colaborou para melhorar a imagem de seus governos.

Como poderíamos classificar a eleição da capital paulistana? Sem dúvida nenhuma tratava de uma eleição possível de ganhar, mas com grandes dificuldades para um partido de oposição ao governo local. Uma dos complicadores é que também a eleição paulistana poderia ser enquadrada como de continuidade, muito embora a aprovação regular do governo local no início do período eleitoral.

No cenário da eleição paulistana, a candidatura da Marta não tinha o menor direito de errar. E ainda tinha que contar com o erro do adversário. A campanha de Marta começou bem, trabalhou com competência a redução da rejeição à candidata nas primeiras semanas de campanha. Foram os acertos de sua campanha que levaram a atingir 41% nas pesquisas em certo momento do primeiro turno, sendo que sua taxa de rejeição estava em 26%, contra 33% do prefeito naquela pesquisa. A pergunta a ser respondida é: o que mudou a partir desse pico eleitoral? De forma bastante simples, a campanha petista começou a errar sistematicamente, e a campanha de Kassab mostrou grande competência de exposição do candidato, exaltando suas realizações, minimizando suas fragilidades e reduzindo sua rejeição. Amparado por um grande tempo de televisão, Kassab melhorou significativamente a aprovação de sua administração, o que traduziu em votos para o candidato.

A campanha petista começou a errar bem antes da polêmica com relação às perguntas “é casado? Tem filhos?”. A campanha de Marta sabia que era muito difícil vencer no primeiro turno, e tal fato não mudou quando ela obteve uma taxa de intenção de votos recorde. Mas foi justamente a partir dessa época que a campanha de Marta perdeu seu eixo (que nunca mais foi encontrado). A constatação era de que Kassab era mais fácil de ser vencido que Alckmin no segundo turno. O problema era que ele estava em terceiro lugar e poderia ficar de fora do segundo turno. A campanha de Marta passou então a polarizar com Kassab, como forma de minar o candidato Alckmin. Esse movimento favoreceu enormemente o candidato Kassab destruindo a campanha alckmista. Ou seja, a forma que a campanha petista encontrou para minar o segundo colocado na época fortaleceu a candidatura anti-Marta de Gilberto Kassab. Marta e Kassab trouxeram realizações de suas gestões para estabelecer comparações, mas Alckmin só podia dizer que tinha sido bom governador e poderia ser bom prefeito. De fato, Alckmin tinha pouco a oferecer para o tipo de candidato que o eleitor paulistano buscava naquele momento.

O grande erro da campanha da candidata Marta foi abandonar uma estratégia eleitoral que a tinha levado ao maior patamar que obteve nas pesquisas, redução de sua taxa de rejeição e a conseqüente melhora em sua imagem. Além do mais, naquele instante ela pela primeira vez aparecia vencendo os adversários no segundo turno. A clara mudança na estratégia eleitoral com o intuito de enfrentar um candidato supostamente mais frágil no segundo turno (retrospectivamente já sabemos que a tese não era verdadeira) foi um erro colossal. A candidata petista precisava era chegar ao segundo com uma boa imagem pessoal e a campanha estava conseguindo esse resultado. A estratégia adotada não assumidamente naquele instante era de alto risco. Provou-se ao longo do resto da campanha que a polarização com Kassab elevou a avaliação de seu governo, e a conseqüente subida nas pesquisas, e aumentou consideravelmente a rejeição da petista, o que traduziu em queda em sua intenção de votos.

A campanha de Marta deixou de pautar as eleições, o que explica que problemas como trânsito sumiram da campanha, enquanto temas que incomodavam a candidata petista passassem ao centro do debate eleitoral. Um exemplo disso foi ressurgimento da questão das taxas e da saúde pública. É fato que o governo Serra-Kassab não tem muito o que mostrar com relação à saúde em São Paulo, mas têm uma avaliação melhor que da ex-prefeita. O curioso dessa história é que Marta teve que construir todo o sistema de saúde pública de São Paulo, que inexistia até então. Quando dizem que ela não fez nada, é bom lembrar que ela só municipalizou a saúde em São Paulo, não é pouca coisa, como bem lembrou o Blog do Bruno. Ou seja, a Marta tirou São Paulo do atraso e recomeçou do zero a implantação do Sistema Único de Saúde em São Paulo. A tarefa da prefeita Marta foi incomparavelmente superior a essa invenção privatista chamadas AMA (Assistência Médica Ambulatorial). São unidades de atendimento de baixo grau de complexidade administrados por terceiros. O atendimento continua ruim e precário. Não houve investimento em programas mais estruturantes como Saúde da Família ou Unidades Básicas de Saúde.

De fato, as duas últimas eleições em São Paulo foram dominados pelos paradigmas estabelecidos na gestão de Marta Suplicy. Assim como na saúde, na educação a eleição se dá em torno dos CEU de Marta, embora houve piora significativa na qualidade na gestão Serra-Kassab, principalmente com redução dos espaços para cultura e diversão dos jovens da periferia. No trânsito, a mídia simplesmente sumiu esse tema do debate, até mesmo porque foram abandonados os projetos que valorizavam o transporte público da época de Marta sem que nada fosse colocado no lugar. Mesmo o projeto Cidade Limpa, menina dos olhos do prefeito do DEM, teve início na gestão de Marta com a recuperação do centro, mas sendo aperfeiçoado e ampliado na gestão seguinte. O fato é que os paradigmas para a cidade de São Paulo continuam sendo dados pela ex-prefeita Marta Suplicy, mesmo sendo esta derrotada nas urnas. O inusitado nessa história é que o vencedor não traz idéias novas para São Paulo, mas apenas representa um projeto de menor radicalização (isto é, menor inclusão) daquilo que ele promete continuar ou aperfeiçoar, mas que não foi definido por ele, mas pela candidata derrotada.

A candidatura de Marta ao forçar uma polarização, com comparações, perdeu a chance de apresentar novas idéias e projetos para São Paulo. Ela trouxe o passado, que não era bom para ela, em vez de focar no futuro, muito mais promissor. Não adianta ficar batendo em ponta de faca. Ela perdeu em 2004, o jeito é aceitar e conviver com aquela derrota. Trazer o passado para melhorar a avaliação daquela gestão que supostamente teria sido injusta não faz qualquer sentido. O eleitor não quer ser considerado burro. Se descobrir que errou em 2004, ficará mais puto ainda com quem fez perceber esse erro. A comparação só fazia sentido se tivesse sido vitoriosa, mas não foi esse o caso. Agindo assim, a campanha perdeu o rumo e o resultado foram quedas continuadas nas intenções de votos e subida de sua rejeição. Até mesmo quando quis trazer para o debate o nepotismo do candidato e de seu suposto amante, fez isso de forma atrapalhada. Não soube explorar uma fragilidade do adversário com competência. Marta perdeu a oportunidade de melhorar sua imagem perante o eleitor paulistano, mesmo que isso não levasse a sair vitoriosa das urnas. O melhor é esquecer mais esse round, mas tirar as lições para batalhas futuras dos motivos que a levaram à derrota.

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O Mantra

Do Blog do Luís Favre, de 27 de agosto de 2008

“A petista é, entre todos os candidatos à prefeitura, a que tem a maior taxa de rejeição.”

Hoje no Blog de Josias (jornalista Folha de São Paulo)

Pesquisa Datafolha - Rejeição e intenção de voto

Comentário deste blogueiro: A frase do Josias de Souza, da Folha de São Paulo, fala por si só. É mais uma demonstração cabal da tentativa de manipulação escandalosa do jornalismo engajado para a direita do espectro político. É mentira deslavada, na maior cara de pau, o que dispensa maiores comentários. Depois ficam reclamando que o povo não é mais influenciado pela mídia. Esquecem de dizer que o povo foi colocado de lado pela mídia há muito tempo. E o povo sabe das coisas, não é bobo. Enquanto o PSDB paulistano com a candidatura de Alckmin critica a administração Kassab, que não deixa de ser do PSDB, Marta Suplicy continua subindo. Se até eles já perceberam que a administração não é essa coca-cola que a Folha tenta vender, fica difícil defender o governo tucano-demo da prefeitura de São Paulo.

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Agora o jogo fica mais claro para o eleitor

A cientista política Fática Pacheco, em artigo publicado no Estado de São Paulo, faz uma análise do crescimento das intenções de voto da candidata Marta Suplicy (PT). Sua análise baseia-se na performance de Marta na mídia eletrônica e impressa no período pré-horário eleitoral quanto de sua sintonia com as preocupações dos eleitores paulistanos. Vale a pena conferir.

Agora o jogo fica mais claro para o eleitor

Fátima Pacheco Jordão

Embora só comece oficialmente depois de amanhã, o horário eleitoral no rádio e na televisão já teve um ensaio em agosto. A mídia, tanto impressa como eletrônica, fez uma opção diferenciada de cobertura, tratou de forma mais focada os problemas de eleitores nas suas regiões, elaborou diagnósticos e estimulou os candidatos a oferecer as soluções que propõem.

Em São Paulo esse processo foi ainda mais sofisticado, organizações civis até encaminharam aos candidatos perguntas sobre metas a serem alcançadas em cada distrito da cidade. Ou seja, há uma percepção geral de que o eleitor busca respostas mais precisas dos candidatos. E é nesse tom que o horário oficial eleitoral que começa vai ser formatado. A sintonia dos candidatos com esta pauta pôde ser acompanhada no noticiário de maior audiência na cidade - o SPTV2, da TV Globo. Na última semana, estimulados pela emissora, os candidatos discutiram saúde, coleta de lixo e segurança nos bairros.

Este ensaio prévio já rendeu resultados. Marta Suplicy, a primeira a apresentar programa completo de governo, virou o jogo antes da entrada do novo tempo da campanha. A pesquisa do Ibope, publicada ontem, mostra que ela ganhou pontos em quase todos os segmentos pesquisados e se coloca na perspectiva de poder ganhar a eleição no primeiro turno. O que seria inédito para essa complexa cidade, com seus graves problemas que todos sabem.

Os números mostram, efetivamente, uma forte aceleração das decisões na cabeça dos eleitores: os que não declinam nomes espontaneamente eram, em junho e julho, 40%. Caíram agora, nesta pesquisa Ibope, para 33%. Ou seja, cresce a parcela de eleitores com declaração de voto mais convicta, porque espontânea.

Quase todos os que consolidaram sua posição foram para Marta, que cresceu de 22% para 29%. Seus concorrentes mais diretos não mudaram. Alckmin fica no patamar anterior de 14% e Kassab no de 6%. Ou seja, apenas Marta Suplicy aproveitou as novas características da cobertura da mídia e consolidou, entre indecisos, boa parcela de votos. Ela respondeu mais convincentemente às questões sensíveis aos eleitores.

O mesmo ocorreu nas taxas de voto estimulado. Entre julho e agosto a dupla situacionista Kassab e Alckmin tinha 42% (média das pesquisas publicadas) e perdem agora 8 pontos (34%). Marta, com 41% agora, aumenta a distância de Alckmin para 15 pontos, claramente assumindo a liderança. Mais ainda, pela primeira vez na série publicada de pesquisas, ela tem taxas superiores a Alckmin nas projeções de segundo turno (47% a 42% respectivamente).

Os segmentos que mais mudaram de posição corroboram a hipótese de que a petista teve um desempenho, na mídia de massa, mais focado nos problemas da cidade e que fez uso mais produtivo do seu tempo na mídia. Seus concorrentes ainda perderam espaço para discutir quem tem o apoio de quem e vazaram para o eleitor tensões internas de seus partidos, gerando obviamente insegurança no eleitorado.

Observando o comportamento de diferentes segmentos através do voto espontâneo, a candidata do PT avança 5 pontos no total e soma 29% do eleitorado, cresce 13 pontos entre os menos escolarizados, segmento que já liderava - chega agora a 38%; cresce 8 pontos entre mulheres (antes liderado por Alckmin) e acumula 30% e ainda cresce 8 pontos (chega a 33%) entre jovens eleitores, até então majoritariamente indefinidos.

Quanto ao voto estimulado, em que o entrevistado lê um cartão com a lista de candidatos, a petista ganha 7 pontos, tirando-os de Alckmin e Kassab, e avança mais nos segmentos já citados. Estes saltos são coerentes com a ampliação da campanha na mídia de massa, a incorporação ao debate dos segmentos de mais baixa renda ou escolaridade e a falta de foco no eleitor dos seus principais oponentes.

Marta consegue uma superação notável, entre eleitoras, segmento que Alckmin ainda sustentava. Esta rodada da pesquisa Ibope mostra um giro importante entre as mulheres, passa de um empate anterior (Alckmin 35%, Marta 32%) para uma liderança considerável (Marta 43%, Alckmin 28%).

Os segmentos onde Marta mais cresceu são os mais estratégicos porque tradicionalmente mantêm taxas mais altas de indefinição até as vésperas da eleição e só consolidam sua escolha com o horário eleitoral no rádio e na TV. Neste ano não será diferente, pesquisas qualitativas em curso têm captado esta tendência. Ninguém brinca em serviço nesta fase da campanha. Marta e Kassab têm mais tempo de rádio e de televisão e ambos, administradores testados na cidade, têm mais o que defender, propor e contrapor. A comparação de suas administrações será o grande referencial na cabeça do eleitor.

Alckmin, com menos tempo, vai precisar ampliar para argumentos de ação e de propostas o pilar que mais o sustenta até o momento: uma boa imagem pessoal - o menos rejeitado dentre os candidatos. O jogo não está todo na mesa, mas vai agora depender da tela.

Publicado na edição do dia 17/08/2008 de O Estado de S. Paulo.
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Pesquisas do IBOPE para a disputa eleitoral das capitais

As pesquisas do IBOPE divulgadas nesta sexta-feira foram encomendadas pela TV Globo e pelo Jornal O Estado de São Paulo. Vejam os resultados:

Marta Suplicy (PT) dispara em São Paulo
A candidata Marta Suplicy (PT) disparou na disputa pela prefeitura paulistana, atingindo 41% das intenções de voto, um crescimento de 7% em relação à ultima pesquisa IBOPE. Geraldo Alckmin (PSDB) teve queda de 5% percentuais, passando de 31% para 26%. Gilberto Kassab (DEM) ficou com 8%, contra 10% da pesquisa anterior. Paulo Maluf (PP) com 9% ficou estável. Soninha (PPS) ficou com 2% e Ivan Valente (PSol), com 1%. Outros candidatos não atingiram 1% de intenções de votos.
A pesquisa mostra ainda simulações para o segundo turno em que Marta venceria o pleito em todos os cenários. Contra Kassab, a petista aparece com 55% contra 30% do prefeito. Contra Alckmin, a petista venceria com 47% das intenções de voto contra 42% do tucano. Na hipótese de segundo turno entre Alckmin e Kassab, o tucano venceria com 57% contra 20%.
A pesquisa também pesquisou o índice de rejeição dos candidatos. O candidato com maior índice de rejeição é Paulo Maluf (PP), com 50% que declaram que não votariam nele “de jeito nenhum”. Em segundo lugar, encontram-se empatados a candidata Marta Suplicy (PT) com 27% de rejeição, mesmo índice do prefeito Gilberto Kassab (DEM). O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin apresenta o menor índice de rejeição: 11% disseram não que não votariam nele. Ressalte-se, nesse caso, queda na rejeição de Marta e de Alckmin, enquanto a de Kassab permanece estável.
Jô Moraes (PC do B) lidera em Belo Horizonte
A candidata Jô Moraes (PC do B) oscilou positivamente 1% em relação à última pesquisa e aparece com 18% das intenções de voto, liderando a corrida pela sucessão da prefeitura de Belo Horizonte. Em segundo aparece Leonardo Quintão (PMDB), que perdeu 4% pontos percentuais, passando de 14% para 10% das intenções de voto. Tecnicamente empatado com ele encontra-se Márcio Lacerda (PSB), candidato da aliança Pimentel-Aécio, com 9% das intenções de voto, um ponto acima da última pesquisa. Vanessa Portugal (PSTU), oscilou um ponto para cima e chegou a 5%, Sérgio Miranda (PDT) permanece estável em 3%, Gustavo Valadares (DEM), também ficou estável com 2%, e André (PT do B) ficou com 1%. Jorge Periquito (PRTB) não pontuou.
O prestígio político do governador Aécio Neves (PSDB) e do prefeito Fernando Pimentel (PT) ainda não foram suficientes para alavancar a candidatura de Márcio Lacerda (PSB). O chamado fenômeno de transferência de votos na eleição de Belo Horizonte ainda não apresentou o resultado esperado. Todavia, Lacerda foi beneficiado pela queda de 4% de Leonardo Quintão (PMDB), e agora está tecnicamente empatado com ele.
A eleição continua completamente indefinida, um crescimento de 7 pontos no número de eleitores indecisos ou que preferiram não opinar. Na pesquisa espontânea, nada menos que 58% dos eleitores – 54% na última pesquisa - não sabem em quem votar, ou que preferem não opinar. Os votos brancos e nulos ficaram em 19%, quatro abaixo da última pesquisa. O elevado percentual de indefinição na eleição de Belo Horizonte favorece o candidato Márcio Lacerda (PSB), que tem ampla vantagem de tempo de horário eleitoral gratuito em relação a seus concorrentes, ainda pouco conhecido do eleitor do município.
A indefinição do eleitor de Belo Horizonte também aparece no índice de rejeição, que tem grande número de indecisos: 43% dos eleitores afirmaram que não sabem em qual nome deixariam de votar. Nas simulações para o segundo turno, Jô Moraes (PC do B) venceria Leonardo Quintão (PMDB), por 31% a 18%, e Márcio Lacerda (PSB), por 31% a 16%.
Marcelo Crivella (PRB) amplia vantagem no Rio
O candidato Marcelo Crivella (PRB) subiu 5 pontos e ampliou sua liderança, passando de 23% para 28% das intenções de voto. O candidato Eduardo Paes (PMDB) subiu 4 pontos e tem agora 12%, tecnicamente empato com a Jandira Feghali (PC do B), que oscilou negativamente 3 pontos e aparece com 11%. Solange Amaral (DEM) ficou com 6%, Fernando Gabeira (PV) e Chico Alencar (PSol) têm 4%. Alessandro Molon (PT), Eduardo Serra (PCB), Felipe Pereira (PSC) e Paulo Ramos (PDT) aparecem todos com 1% das intenções de votos. Os outros candidatos não chegaram a pontuar na pesquisa.
Nas simulações para o segundo turno, Marcelo Crivella (PRB) venceria Jandira Feghali (PC do B), por 36% contra 32%. Os brancos e nulos somariam 25% e não sabem em quem votar 7%. Entre o candidato Crivella (PRB) e Solange Amaral (DEM), o candidato do PRB teria com 38% contra 25% da adversária. Os brancos e nulos somariam 28% e não sabem, 8%. Com a disputa entre Crivella e Paes, o candidato do PRB teria 37% e do PMDB, 30%. Os brancos e nulos somariam 25% e não sabem, 8%. Entre Crivella e Gabeira, o candidato do PRB teria 42% e o do PV, 20%. Os brancos e nulos somariam 29% e não sabem, 8%. Entre Crivella e Chico Alencar, o candidato do PRB teria 41% e o do PSOL, 22%. Os brancos e nulos somariam 28% e não sabem, 8% Entre Crivella e Molon, o candidato do PRB teria 44% e o do PT, 15%. Os brancos e nulos somariam 31% e não sabem, 9%.
João da Costa (PT) sobe 10 pontos e ultrapassa Mendonça Filho em Recife
O candidato João da Costa (PT) subiu 10 pontos percentuais e atingiu 30% das intenções de voto, contra 27% de seu principal concorrente, Mendonça Filho (DEM). Os dois estão tecnicamente empatados. Eduardo Cadoca (PSC) aparece com 20%, Raul Henry (PMDB) com 6%, Edson Silva (PSol) e Kátia Telles (PSTU), ambos com 1% dos votos.
A quantidade de eleitores que informou voto branco ou nulo oscilou de 12% para 10% das intenções de voto. Além disso, 4% disseram que não sabiam em quem votariam ou preferiram não responder contra 6% na pesquisa anterior.
Nas simulações para o segundo turno, Mendonça Filho (DEM) venceria o petista, por 48% contra 38% (na pesquisa anterior o petista ficava com 28%). Entre Mendonça e Cadoca, o candidato do DEM venceria o adversário por 47% contra 33% das intenções de voto. Se a disputa fosse entre Cadoca e João da Costa, Cadoca venceria o petista com 44% das intenções de votos contra 40% do concorrente.
Outras capitais
Em Teresina (PI), o candidato Sílvio Mendes (PSDB) aparece com 67% das intenções de voto, contra 15% de Nazareno (PT). Os outros candidatos somam 1% ou menos. Na simulação para o segundo turno, o candidato tucano obtém 71% contra 18% do petista.
Em Manaus (AM), o ex-prefeito Amazonino Mendes (PTB) lidera a corrida eleitoral com 58% das intenções de voto. O candidato Omar Aziz (PMN) aparece com 16%. O prefeito e candidato à reeleição, Serafim Corrêa (PSB) aparece em terceiro lugar, com 8%, seguido de Francisco Praciano (PT), com 6% das intenções de voto. Os candidatos João Freire (PSol), Luiz Navarro (PCB) não pontuaram. Os votos brancos e nulos somam 3% dos entrevistados e 8% não souberam responder.
Segundo a pesquisa, Serafim tem o maior índice de rejeição entre os eleitores: 65%. Em seguida vêm Amazonino Mendes, com 16%, e Omar Aziz, com 12%. Bessa e Praciano registram 9% cada, enquanto Luiz Navarro fica com 8%.

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Marta Suplicy e a nova norma do TSE

A Folha de São Paulo destacou hoje que norma do TSE põe em risco a candidatura de Marta Suplicy à prefeitura de São Paulo. A primeira observação a ser feita é que o título da matéria poderia ser outro: “Norma do TSE põe em risco a candidatura de Alckmin em SP”. Explico. É que a nova norma do TSE fixa a aprovação da prestação contas em eleições anteriores como exigência para registro de candidatura no país. Acontece que tanto a candidatura de Marta Suplicy em 2004 quanto de Geraldo Alckmin em 2006 não foram aprovadas, portanto, os dois pré-candidatos estariam na mesma situação. É claro que a situação de Alckmin é mais confortável, pois não foram ainda rejeitadas, apenas o parecer é para sua rejeição. Mas também não foram aprovadas, como diz o texto da nova norma.

O curioso é que o TSE mais uma vez faz nova interpretação de lei antiga para as eleições. Ou seja, o Congresso não pode mudar a lei, mas o TSE pode reinterpretá-la constantemente, e sempre mudando de posição. A lei pode ser antiga, mas ninguém antes conhecia a nova interpretação, portanto, o TSE não deixa de ser uma espécie de legislador positivo. Para ver a matéria originalmente publicada pela Folha de São Paulo clique aqui.
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IBOPE: MARTA AVANÇA E ABRE 8 PONTOS DE VANTAGEM SOBRE ALCKMIN

Do Blog do Josias de Souza

* Petista obtém entre 31% e 35%, dependendo do cenário
* Intenção de voto atribuída a Alckmin vai de 23% a 27%
* Kassab tem 14%; num cenário sem Alckmin, vai a 19%
* Gestão municipal é avaliada como ótima ou boa por 32%
* Tucano pede rapidez ao PSDB e busca apoio em Brasília


Sob encomenda da Associação Comercial do Estado de São Paulo, o Ibope realizou uma sondagem eleitoral na cidade de São Paulo. Captou a intenção de voto dos paulistanos entre os dias 20 e 23 de março. O resultado é, sob todos os ângulos, desfavorável a Geraldo Alckmin (PSDB).

Montaram-se três cenários. Nos dois em que Alckmin figura na lista de candidatos, Marta Suplicy (PT) o supera com uma vantagem de oito pontos: 31% a 23% ou 35% a 27%, quando são excluídos do rol de candidatos Paulo Maluf (PP) e Luiza Erundina (PSB). Gilberto Kassab (DEM), figura com 14% num cenário e com 16% noutro. Abaixo, os números colecionados pelo Ibope e obtidos pelo blog:

Cenário um, com nove candidatos:
- Marta (PT): 31%
- Alckmin (PSDB): 23%
- Kassab (DEM): 14%
- Maluf (PP): 11%
- Erundina (PSB): 5%
- Paulinho da Força Sindical (PDT): 2%
- Soninha (PPS): 2%
- Zulaiê Cobra (PHS): 0%
- Aldo Rebelo (PCdoB): 0%
- Nulos e brancos: 9%

Cenário dois, sem Maluf e Erundina:
- Marta: 35%
- Alckmin: 27%
- Kassab: 16%
- Paulinho: 4%
- Soninha: 2%
- Aldo: 2%
- Zulaiê: 1%
- Nulos e brancos: 11%

O Ibope montou também um cenário em que o nome de Alckmin foi excluído da lista de postulantes à prefeitura. O maior beneficiário da exclusão é Kassab, que vai à segunda colocação, com 19% das intenções de voto. Candidato à reeleição, o prefeito fica, neste caso, 14 pontos percentuais atrás de Marta, com 33%. Eis os números:

Cenário três, sem Alckmin:
- Marta: 33%
- Kassab: 19%
- Maluf: 13%
- Erundina: 10%
- Paulinho: 5%
- Soninha: 2%
- Zulaiê: 1%
- Aldo: 1%
- Nulos e brancos: 13%

Os dados do Ibope diferem dos que foram levantados por outro instituto. Em sua última pesquisa, o Datafolha também detectara uma subida de Marta e uma queda de Alckmin. Com 29%, a candidata petista aparecera à frente de Alckmin, com 28%. Mas o quadro configura, do ponto de vista estatístico, um empate técnico. Algo que não se verifica na sondagem do Ibope.

A oscilação das pesquisas deixou inquieto o candidato tucano. Alckmin cobra pressa na definição do PSDB. Nesta segunda-feira (7), ele desembarca em Brasília. Na terça (8), reúne-se com deputados e almoça com senadores tucanos. Na definição de um grã-duque do PSDB, a visita se insere no esforço do candidato “de mostrar que está vivo”. Alckmin quer ver e, sobretudo, ser visto.

A pretexto de levar às últimas conseqüências a tentativa de composição com o DEM de Kassab, o PSDB paulistano retarda para o final de abril a formalização da candidatura de Alckmin. O que leva impaciência à alma do candidato e de seus adeptos. Em privado, o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), diz algo assim: “Não tem mais o que esperar. A demora só desfavorece o Alckmin e beneficia o Kassab e, principalmente, a Marta.”

A pesquisa do Ibope aferiu também a opinião do paulistano sobre a gestão de Kassab na prefeitura. Os números tonificaram na cúpula do DEM a convicção de que não há hipótese de o prefeito abrir mão de disputar a reeleição. Verificou-se que a administração municipal é considerada ótima por 5% dos entrevistados; boa por 27%; regular por 37%; ruim por 10%; e péssima por 19%. Não souberam ou não quiseram responder 2% dos entrevistados. Na avaliação do DEM, o volume de intenções de voto de Kassab tenderia a se mover rumo aos 32% de eleitores que consideram sua gestão ótima (5%) ou boa (27%).

Comentário do blogueiro:

Mais uma pesquisa para a prefeitura de São Paulo mostra o crescimento da candidatura de Marta Suplicy (PT). Enquanto continua a indefinição das candidaturas de Kassab (DEM) e Alckmin (PSDB), e segue o racha interno do PSDB, dividido entre as duas candidaturas, a ministra do Turismo aproveita o momento de crise no trânsito paulistano para subir nas pesquisas. De fato, apesar dos erros principalmente de comunicação de seu governo, Marta Suplicy fez um governo marcado por inovações na política paulistana – corredores de transporte, bilhete único, recuperação da região central da cidade, escola de tempo integral, programa de renda mínima, etc -, o que lhe garante continuar viva na memória de parcela significativa da população do município.

O símbolo da campanha anti-Marta chamado “Marta-Taxa” não é justo com seu governo. Primeiro, São Paulo de Marta Suplicy era um condomínio barato, quando comparado com outros municípios. Segundo, a tão criticada taxa de lixo existia em todos os outros lugares, a diferença é que estava escamoteada juntamente com o IPTU. Além disso, os setores de classe mais baixa da população eram isentos ou pagavam valores menores. E por fim, a gestão Serra-Kassab não reduziu as taxas, foram na verdade ampliadas e aqueles que criticavam uma suposta carga tributária excessiva da ex-prefeita não fazem o mesmo com as gestões seguintes. Ou seja, o embate era puramente político.

O que derrotou Marta Suplicy (PT) foram seus méritos, ao buscar uma sociedade mais justa e menos desigual – educação universal e de qualidade, renda mínima, transporte público de massa e de qualidade, etc. E isso a classe média paulistana não admite. Quando essa gente agora reclama dos congestionamentos no trânsito, deveriam questionar porque sempre bloquearam políticas de transporte público de massa. Sentem na pela a intransigência política. Ao não aceitarem políticas que beneficiam os pobres, ou seja, a maioria da população, levou para o caótico trânsito a classe média baixa, pois não tinha outra opção de transporte.
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Marta lidera corrida pela prefeitura paulistana

Pesquisa do Datafolha publicada na Folha de São Paulo neste domingo, 30 de março de 2008, realizada pelo Datafolha, aponta que a ministra do Turismo Marta Suplicy (PT) subiu 4 pontos, chegando a 29%, contra 28% de Geraldo Alckmin (PSDB) e 13% do prefeito Gilberto Kassab (DEM). A pesquisa é a primeira realizada após a definição da candidatura da ministra do Turismo, contando com o apoio do presidente Lula.

O Datafolha também apontou que o deputado federal Paulo Maluf (PP) teria 8% dos votos e deputada federal Luiza Erundina (PSB), 7%. Na pesquisa, Paulinho da Força (PDT) aparece com 3%, enquanto a vereadora Soninha (PPS) e o deputado federal Aldo Rebelo (PC do B) aparecem com 1% dos votos. Os postulantes Ivan Valente (Psol) e Zulaiê Cobra (PHS) ficaram abaixo de 1% das intenções de voto. Os votos brancos e nulos ficaram em 7% e 2% dos eleitores não souberam opinar.

Outros Cenários
A pesquisa Datafolha também apontou outros cenários. Sem a participação de Paulo Maluf (PP), Alckmin lidera com 30%, contra 29% de Marta Suplicy (PT). Kassab sobe para 15% e Erundina aparece com 9% das intenções de voto. Sem Luiza Erundina, Marta Suplicy sobe a 30%, Alckmin fica com 29% e Kassab aparece com15%, Maluf fica com 9%. Num cenário sem Maluf e Erundina, Marta e Alckmin aparecem com 32% das intenções de voto e Kassab fica com 17%. Na pesquisa espontânea, 15% dos eleitores escolheram Marta, 11% votariam em Kassab e 8% em Alckmin, 3% em Maluf e 1% em Erundina.

Segundo Turno

Segundo a pesquisa Datafolha, no segundo turno Alckmin derrotaria Marta por 53% a 41%. Kassab também seria derrota por Alckmin por 59% a 27%. Marta venceria Kassab por 53% a 37%. Marta Suplicy é a que apresenta maior índice de rejeição, 29%. Alckmin tem rejeição de 15%, e Kassab ficou com 27%. O maior índice de rejeição é Paulo Maluf, 51%. Erundina aparece com 23% de rejeição.

Aprovação do prefeito

Sobre a aprovação do prefeito Gilberto Kassab (DEM), a taxa de ótimo/bom ficou em 38%, contra 35% de 14 de fevereiro. É o melhor índice desde o início do seu governo. A porcentagem dos que avaliam seu governo como ruim/péssimo também cresceu, passando de 23% para 27%. Outros 31% consideram seu governo regular, ante 38% da última pesquisa.

A pesquisa entrevistou 1.089 eleitores nos dias 25 e 26 de março e a margem de erro é 3%, para mais ou para menos.

Avaliação da Pesquisa Datafolha

Segundo o diretor-geral do Instituto Datafolha, Mauro Paulino, “há um rigoroso empate entre os dois” (Marta e Alckmin). “Nas pesquisas anteriores, não era tão claro. Havia uma leve vantagem de Alckmin. Hoje, não existe mais”, completou Paulino, acrescentando em seguida que, “se a eleição fosse hoje, não seria possível fazer um prognóstico”.

Segundo Paulino, a tendência de crescimento de Marta pode ser expressa na evolução da pesquisa espontânea (sem apresentação dos nomes dos potenciais candidatos).

Em novembro, ela aparecia com 7% da preferência, enquanto Kassab contava com 10%. Agora, quatro meses depois, ela tem 15% contra 11% do prefeito. Em comparação com fevereiro, ela passou de 10% para 15%. De novembro para cá, Alckmin passou de 4% para 8%.“Esse crescimento revela que a exposição que a ministra teve no intervalo de duas pesquisas deu resultado”, avalia Paulino.
O Datafolha também apontou que Marta teve uma variação positiva em todos os segmentos de eleitores em comparação a fevereiro. O crescimento mais significativo aconteceu entre os eleitores com renda familiar mensal superior a dez salários mínimos. Marta passou de 15% para 24%, um aumento de nove pontos percentuais.
Também com 24%, Kassab teve a mesma variação (de nove pontos) entre esse eleitorado. Foi nesse estrato que Alckmin registrou sua maior queda: 12 pontos. Em fevereiro, o tucano tinha 40% entre os eleitores com renda familiar superior a dez mínimos. Agora, tem 28%. Marta teve uma variação positiva de quatro pontos entre os entrevistados com renda de cinco a dez mínimos. Alckmin, uma oscilação negativa de três pontos percentuais.

A pesquisa também registra um aumento significativo de Marta entre os eleitores com nível médio de escolaridade. Nesse segmento, ela passou de 26% para 34%. Alckmin, por sua vez, sofreu uma queda de cinco pontos, de 32% para 27%. Em comparação a fevereiro, a petista também apresenta um crescimento de seis pontos entre os eleitores de 16 a 24 anos, faixa em que tanto Kassab como Alckmin tiveram uma queda de cinco pontos.

Comentário do blogueiro: A melhora na avaliação da ministra Marta Suplicy era aguardada. O caos no trânsito de São Paulo é apenas o reflexo do abandono de políticas públicas de transporte público de massa – para os pobres e a baixa classe média – iniciadas na gestão de Marta Suplicy. A gestão Serra-Kassab (PSDB-DEM), ao abortar a política martista sem colocar outra no lugar, combinada com a ausência de investimentos nos corredores de transporte, é o principal responsável pelos congestionamentos gigantescos que assistimos nos últimos dias. Enfim, a Marta Suplicy não era tão ruim assim. A desastrada administração dos governos do PSDB e DEM a nível municipal e estadual, por mais que a imprensa tenta esconder e proteger, está cada dia mais evidente. Além da agenda negativa que assombrou as candidaturas de Alckmin (só falta fazer a conexão entre as obras apressadas do metrô de Alckmin e o caos no trânsito) e Kassab, o aumento da exposição da ex-prefeita funcionou. Dias atrás vazou que pesquisas qualitativas feitas sobre a candidatura Marta Suplicy mostram que ela venceria em qualquer cenário. Isso ainda não está refletido nas pesquisas. Mas o fato é que o desgaste administrativo do prefeito e as brigas internas no PSDB devem ajudar a candidatura de Marta.
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