Estão querendo transformar os mortos em culpados pela tragédia da boate Kiss em Santa Maria.

Não sei se você que me lê recebeu alguns desses e-mails que estão correndo a rede e tratam da tragédia que na madrugada de sábado para domingo matou até o momento 235 pessoas e feriu mais de cem, várias delas em estado grave.

O que me espantou e me trouxe a esta postagem foi um deles, que teria sido escrito por um jovem de 19 anos - o que me pareceu ainda mais absurdo. Não vou revelar o nome dele, e reproduzo a seguir o teor da mensagem, que veio com o seguinte texto no assunto (subject): "Deu merda. Muita merda!".


BAGUNÇA

Quando eu digo que a universidade virou espaço de culto à bagunça, à vida desregrada e à irresponsabilidade, completamente desvirtuada de seus valores originais, dizem que sou cricri e antissocial, que sou chato e amargo. Mas deu merda. Alguém foi irresponsável e deu merda. Várias pessoas foram irresponsáveis e deu merda, muita merda. Teto de espuma, falta de sinalização, extintores mal inspecionados e não funcionando. Luzes de emergência que não funcionaram. Gente drogada e alcoolizada que não pôde reagir. Alguém disparando um sinalizador num ambiente fechado. Uma irresponsabilidade atrás da outra em nome de "curtir a vida" e "aproveitar a melhor fase da vida". E não me venham com "ah, mas foi um caso isolado, nem todos os lugares são assim". Bobagem. Essas duas frases resumem a concepção atual que, estimo, no mínimo metade dos jovens têm sobre a universidade: é o lugar de beber, de conhecer drogas, de “pegar” todo mundo, de ir a festas de arromba. Construir o conhecimento é bobagem, prestar serviço à humanidade através do saber é bobagem: o importante são as fotos no Facebook, as histórias para contar, o carpe diem moderno e o diploma fuleiro ao final do curso. A palavra de ordem é curtir. Curtiram. Curtiram 234 corpos queimados frutos não deste ou daquele erro de fulano ou ciclano, mas de um comportamento e um valor difundido entre os jovens. Não sou conservador. Não acho que aproveitar a vida faça mal. Não há problema nenhum em fazer uma festa ou gostar de uma balada. Mas é um problema quando a responsabilidade é posta de lado em nome de um estilo de vida. O problema é quando este é o único objetivo, o norte que direciona toda uma vida. O problema é quando vivem em função da sexta-feira-à-noite e todo o resto perde o sentido. E é assim que, como eu vejo, muitos têm vivido. E pior ainda é quando tudo isso é defendido e divulgado pela mídia e pela sociedade. Eu aposto que boa parte dos sobreviventes vão estar em outra festa, muito parecida com essa, para comemorar a sobrevivência. E vão achar o máximo e suas famílias vão apoiar isso. E isso, meus caros, é de matar. Novamente: a causa real deste incêndio é um comportamento defendido por muitos. Ninguém ali pensou em sua própria segurança. Ninguém pensou no que poderia acontecer quando se reunissem tantas pessoas em um ambiente tão fora de controle. Mais de 2 mil pessoas, a maioria alterada devido ao álcool ou às drogas, em transe por conta da música, no mesmo espaço. Desta vez não deu certo.

Será que esse jovem (?) não leu que a culpa do acidente nada teve a ver com o comportamento dos mortos, mas dos vivos e muito vivos, que fizeram e deixaram funcionar uma arapuca?

Será que se esses jovens fossem religiosos, tementes a deus, caretas até a medula, numa festa religiosa comemorando por exemplo o evento mundial da igreja católica que acontecerá este ano no Rio, e o incêndio começasse do mesmo modo, todos se safariam?

O comportamento dos jovens não teve nada a ver com a tragédia. Estavam ali para se divertir, e poderiam ser coroas como eu - porque, sim, os coroas também se divertem. E morreríamos do mesmo jeito. Assim como morreriam intoxicados pela fumaça tóxica os religiosos do evento suposto.

A acusação, a culpabilização das vítimas, é muito semelhante àquela feita às mulheres estupradas: porque eram lindas, usavam roupas provocantes, passaram por uma rua perigosa, estavam em lugar ermo, era madrugada etc.

Quer dizer que as mulheres têm que ser feias, não podem usar a roupa que quiserem nem frequentar ou passear por onde desejarem, porque se forem estupradas a culpa será delas?

Todos temos direito de curtir a vida (embora isso parece uma coisa horrorosa para o autor da mensagem), com segurança. Passear, brincar, dançar, ir a shows com amigos, namoradas. Se não há segurança, se - como diz o subject do e-mail, der merda, muita merda! - temos que procurar os culpados lá do lado criminoso e não do lado das vítimas.

Mais uma vez, minha solidariedade aos amigos e familiares das vítimas de Santa Maria. Que vocês não deixem de curtir  a vida por causa desse terrível acontecimento. Cobremos punição para os responsáveis, e depois, passado o luto, quando der aquela vontade, divirtam-se, curtam a vida, carpe diem, enquanto outros preferem morrer de tédio.
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Maria Mariana e tantos outros: Sonhos e Vidas estupidamente interrompidas...



Maria Mariana e a nossa dor

Por Valdeci Oliveira*

O título acima poderia ser Alan Oliveira, Augusto da Silva, Carlos Alexandre Machado, Carolina Real, Emersom Paim, Lucas Teixeira, Shaiana Teixeira, Pedro Morgental e tantos outros nomes. Escolhi Maria Mariana porque, entre as vítimas fatais da tragédia que abala Santa Maria desde a madrugada do última domingo, ela era pessoa que mais conhecia. O sorriso sempre impregnado no rosto e a admiração pelo cantor Luan Santana disfarçavam a postura dedicada e engajada da jovem de 18 anos que cursava o segundo semestre do Curso de Medicina Veterinária da UFSM. Além da preocupação com os estudos, Maria Mariana acalentava o desejo de viver em um mundo mais justo. Por essa causa, militava ativamente na juventude do Partido dos Trabalhadores e, na última campanha eleitoral, destacou-se pela disposição e pela empolgação nas atividades.

Assim como outros jovens, Maria Mariana, com seu jeito e suas atitudes, representava o novo Brasil, pelo qual muitos lutam e constroem. Neste novo Brasil, os jovens, mesmo os de origem humilde como ela, estudam, frequentam os bancos universitários, se especializam, trabalham e escalam a íngreme pirâmide social nacional. Neste novo Brasil, os jovens são engajados com o mundo em que vivem, independente da visão política que tenham. Pois o novo Brasil dela, do Alan, do Carlos, da Carolina, do Lucas, da Shaiana, do Pedro e de tantos outros que estavam dentro da Kiss, foi interrompido justamente, no último domingo, pelo velho Brasil que queremos distância. O velho Brasil é o país do jeitinho e é o país onde a ganância se sobrepõe à segurança. É o pais que, em tragédias evitáveis, perde mais de 230 vidas - que logo ali adiante estariam contribuindo para o futuro da nação como médicos veterinários, engenheiros agrônomos, zootecnistas e pedagogos.

Nos próximos dias vamos debater muito se o culpado é quem soltou o foguete, quem barrou a saída dos frequentadores, quem não abasteceu os extintores ou se a falha foi de fiscalização ou controle. Melhor seria afirmar: não existe um responsável, o conjunto da sociedade é culpado. Quem apoia o Poder Público, quando este amplia o rigor fiscalizatório contra estabelecimentos destinados à diversão pública, como as boates? Eu fui prefeito municipal e lembro bem que quando, por diversas vezes, exigimos o cumprimento da lei e embargamos casas de diversão locais fomos alvo de pressões e de diversas liminares junto à Justiça para reabertura de espaços problemáticos.

Quem, afora o público frequentador de casas noturnas, sabia que “sputniks” são espocados de forma natural e frequente em meio a um show musical realizado em um ambiente fechado e superlotado? Quem, antes da tragédia, defendia e clamava por pentes-fino nas casas noturnas para saber se os estabelecimentos tinham saída de emergência iluminada e adequada? São poucos, melhor, muito poucos os que defendem essas atitudes enérgicas como prática cotidiana. Em geral escutamos que fiscalizar boates pode inibir a geração de empregos, pode desaquecer a economia ou pode incomodar o dono da boate, que, em geral, é uma pessoa influente na sociedade.

Inevitavelmente, o jeito agora é pouco a pouco juntar os cacos da nossa auto-estima que estão espalhados um bem longe do outro. Não há outra forma. Vamos ter de aprender a lição enquanto sociedade da forma mais dolorosa possível, assistindo impotentes 235 vidas acabarem em um local que deveria ser de diversão, de risada, de beijo (em inglês, kiss) e de abraço. O que a tragédia não pode nos impor é a resignação ou a prostração. Dentro de algum tempo nossas cabeças terão de ser reerguidas para prosseguirmos a construção do novo Brasil que a Maria Mariana, o Alan, o Carlos, o Lucas, a Shaiana, o Pedro e tantos outros seriam protagonistas inevitavelmente.

*Valdeci Oliveira (PT/RS) é  deputado estadual e líder do governo gaúcho na Assembleia Legislativa. Foi, por duas vezes, prefeito do município de Santa Maria/RS.

-Com  http://blogdovaldeci13.blogspot.com.br/
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Governador Tarso Genro quer inquérito exemplar sobre tragédia em Santa Maria



O governador Tarso Genro visitou o Hospital de Caridade de Santa Maria, nesta segunda-feira (28), local que acolhe 82 sobreviventes do incêndio na boate Kiss, que vitimou 231 jovens na madrugada de domingo. Acompanhado do secretário da Saúde, Ciro Simoni, Tarso reuniu-se com a direção do hospital para avaliar junto aos médicos e administradores o andamento das ações de responsabilidade do Estado, de modo a evitar novos óbitos. 

Segundo o secretário Ciro Simoni, que acompanha ativamente todo o processo, sete jovens deverão ser removidos nas próximas horas para hospitais da rede em Porto Alegre. Ciro Simoni destacou o trabalho conjunto com o Governo Federal, que acelerou o fornecimento de medicamentos e o transporte das vítimas para a Capital. 

Os pacientes mais graves estão sendo transferidos para Porto Alegre e Canoas, em transporte aéreo, em helicópteros e aeronaves da Força Aérea Brasileira, com suporte terrestre das ambulâncias do Samu. Além da transferência dos pacientes, a ação conjunta também já garantiu o envio de respiradores, medicamentos, soro, luvas e outros materiais hospitalares para o reforço da estrutura dos estabelecimentos de Santa Maria. 

No final da manhã, o chefe do Executivo estadual participou dos velórios de uma vítima na Igreja Nossa Senhora de Fátima e de outras quatro no Centro Desportivo Municipal de Santa Maria. Durante cerca de uma hora, Tarso prestou homenagens e se solidarizou com os familiares.

***
Inquérito exemplar

Já em Porto Alegre, na sede da Delegacia de Polícia, o Governador, acompanhado do procurador-geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, do secretário Airton Michels, e do chefe de polícia Ranolfo Vieira Júnior,  falou para a imprensa sobre as questões relacionadas às investigações. 

"Vim fazer esta visita para tomar conhecimento do inquérito. Queremos um inquérito exemplar e que indique as responsabilidades". Tarso destacou o trabalho das equipes (Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Brigada Militar e Instituto Geral de Perícias) que, em 24 horas, identificaram todas as vítimas. O trabalho também foi elogiado pelo procurador-geral Eduardo de Lima Veiga. 

Após a entrevista coletiva, o governador visitou a sede municipal do Ministério Público em Santa Maria. Ao demonstrar orgulho do trabalho realizado pelas equipes de saúde, resgate e perícia, Tarso afirmou estar confiante na investigação da polícia. "A partir das lições dessa tragédia, o Ministério Público poderá apresentar sugestões para melhorar a legislação vigente, para que acontecimentos como esse não se repitam". 

*Fonte http://www.estado.rs.gov.br   Edição final deste blog
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A velha receita

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Tragédia em Santa Maria/RS



*O Rio Grande e o Brasil estão de LUTO. Sem mais palavras.
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Após tragédia, Fruet anuncia encontro para fiscalizar casas noturnas

 A tragédia que matou 232 pessoas em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, na madrugada deste domingo (27), repercutiu nas redes sociais dos políticos paranaenses. O prefeito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT), por exemplo, disse que pretende rever os alvarás concedidos às casas noturnas da capital.


Fonte:http://www.bandab.com.br/jornalismo/politica/apos-tragedia-fruet-anuncia-encontro-para-fiscalizar-casas-noturnas-48876/
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Tragédia em Santa Maria/RS - III





Santa Maria/RS - O Instituto-Geral de Perícias (IGP) do RS  realizou a identificação de 233 vítimas fatais do incêndio que aconteceu na madrugada deste domingo (27), conforme postagens abaixo. A lista das vítimas da tragédia ainda é preliminar. Mais de 100 feridos estão sendo tratados nos hospitais do município de Santa Maria, da região e em Porto Alegre.

Clique Aqui para ver a relação  divulgada pela SSP (via blog 'O Boqueirão Online').

(Atualizado às 21,09 h)
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Tragédia em Santa Maria/RS - II




* Presidenta Dilma  suspende visita ao Chile, retorna ao Brasil, fala sobre a solidariedade e  providências  tomadas pelo governo em relação a tragédia em Santa Maria/RS - e emociona-se.  Veja no vídeo.
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Tragédia em Santa Maria/RS



  
Santa Maria/RS - Sul21 - Pelo menos 233 pessoas* morreram em um incêndio em uma boate na cidade de Santa Maria na madrugada deste domingo (27), segundo informações preliminares das autoridades locais. As causas do acidente ainda estão sendo investigadas, mas relatos iniciais indicam que as vítimas morreram por asfixia, e não queimadas.

Informações da imprensa e de autoridades locais dão conta de que o fogo teria começado por volta das 2h da madrugada, durante um show da banda Gurizada Fandangueira. Depoimentos de sobreviventes e trabalhadores da boate Kiss informam que teria ocorrido o uso de equipamentos pirotécnicos durante o show. Até o momento, a informação mais precisa é a de que faíscas teriam atingido o teto e incendiado a espuma de isolamento acústico do local.

A casa noturna tem capacidade para receber 1,5 mil pessoas. De acordo com depoimento de um segurança que trabalhava no local, a boate estava com até 2 mil pessoas nesta madrugada. O público era majoritariamente universitário. O Corpo de Bombeiros garante que o local possuía plano de prevenção de incêndio, mas um segurança que trabalhava na boate disse que os extintores de incêndio não teriam funcionado.

Vítimas que sobreviveram contam que o fogo começou nas proximidades do palco onde estava a banda. No tumulto, muitas pessoas correram para os banheiros, acreditando que era a porta de saída. Em entrevista ao Esporte Espetacular, da Rede Globo, a sobrevivente Luana Santos Silva disse que os bombeiros não demoraram a chegar. “Um amigo meu viu o fogo em cima dos cantores e começamos a sair. Minha irmã caiu, quando eu consegui chegar na rua já tinha muita fumaça. Foi muito desespero, as pessoas iam saindo queimadas e pretas de fumaça”, contou.

No começo, um caminhão do Corpo de Bombeiros levou 40 corpos para o Centro Desportivo Municipal. Em seguida, outros 70 corpos foram encaminhados ao local. É lá que os peritos do Instituto Médico Legal estão fazendo a identificação dos mortos, já que a sede do IML não tem capacidade para receber todos os corpos. Até o momento, são mais de 180 mortos confirmados. Extraoficialmente, a imprensa local fala em 240 corpos no Centro Desportivo Municipal. Neste momento, corpos continuam sendo retirados de dentro da boate.

Presidenta Dilma, governador e ministros se encaminham a Santa Maria

A tragédia em Santa Maria mobiliza as autoridades nacionais e regionais. O governador Tarso Genro chegará à cidade por volta das 11h30, acompanhado de secretários. A presidenta Dilma Rousseff, que está no Chile, deverá antecipar seu retorno. Em entrevista a uma correspondente da Rede Globo no Chile, a presidente teria dito que irá a Santa Maria para acompanhar os trabalhos.

Os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, também se encaminham para Santa Maria. A assessoria do governador Tarso Genro divulgou um depoimento seu em vídeo na manhã deste domingo. “A tragédia em Santa Maria enluta o Rio Grande e o Brasil”, disse Tarso, visivelmente abalado.

CLIQUE AQUI  para assistir ao pronunciamento do Governador Tarso Genro.

*Levantamento realizado até as 11,10 h

**Via http://www.sul21.com.br/   e   Blog 'O Boqueirão Online' 

 - Foto: Deivid Dutra/Jornal A Razão
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'Um trovador ... cheio de estrelas...'




* Luiza - Tom Jobim
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Projetos diferentes


Por Wladimir Pomar*

Virou chavão, tanto de setores da direita quanto de esquerda, reclamar da falta de um projeto para o Brasil. Todos reclamam dessa ausência, como se isso fosse tarefa de outros. Porém, de forma aberta ou mascarada, cada um à sua maneira, colocam em pauta suas próprias propostas.

À direita, por exemplo, o que existe é a tentativa, disfarçada, de retomar o projeto neoliberal, que entrou em colapso, mas ainda mantém seus restos fazendo estragos. Propostas de choque de gestão não passam da pretensão de remodelamento neoliberal, embora isto possa impressionar alguns setores sociais. Ao centro, a burguesia liberal procura um projeto de capitalismo sustentável, de alta rentabilidade e pequena turbulência, como se o capitalismo fosse capaz de unir esses dois aspectos irreconciliáveis de sua natureza.

À esquerda, em princípio, podemos distinguir três grandes projetos. Um, que poderíamos chamar de socialista revolucionário, que pretende liquidar imediatamente o capitalismo e instaurar o socialismo pleno. Outro, de um socialismo socialdemocrata de feição europeia, que supõe possível domesticar o capitalismo, seja através da democracia liberal, ou de uma democracia mais participativa. E um terceiro, que poderíamos chamar de socialismo realista, na ausência de uma melhor classificação, que não considera esgotado o papel histórico do capitalismo no desenvolvimento das forças produtivas, mas supõe possível edificar o socialismo, na condição de possuir um Estado capaz de construir a propriedade social paralelamente à propriedade privada.

Os socialistas revolucionários não reconhecem qualquer avanço ou melhoria nas condições de vida dos trabalhadores e das grandes massas da população brasileira. Além disso, o neoliberalismo e a crise econômica e financeira do sistema capitalista norte-americano e europeu seriam uma demonstração cabal de que o capitalismo teria esgotado sua viabilidade histórica, seja nos países desenvolvidos, seja nos subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Portanto, o único projeto viável para o Brasil seria a liquidação de todos os mecanismos de funcionamento do capital e sua substituição por mecanismos sociais.

Nessa linha de raciocínio, esses socialistas se opõem a qualquer projeto governamental que represente reforçar o capitalismo, seja nas áreas energética e de transportes, seja nas áreas industrial, de construção civil e outras. Qualquer um desses projetos não somente representaria danos ao meio ambiente, como se destinaria a proporcionar maiores lucros às empresas capitalistas. Portanto, governos de esquerda que promovam tais projetos, e coloquem as empresas estatais para realizá-las em parceria com empresas privadas, estariam traindo os ideais socialistas e se transformando em capachos da burguesia.

Os socialistas da socialdemocracia acreditam que o Brasil já não está naquela fase capitalista em que a selvageria econômica era protegida pela ditadura militar. Eles se contentam com os avanços sociais por meio de políticas públicas, do aumento do salário mínimo legal, da criação de milhões de empregos com carteira assinada, da ampliação do sistema previdenciário, da expansão do crédito de consumo e do controle inflacionário. Por esse caminho, com a participação ativa do Estado, passo a passo, o capitalismo seria cada vez mais domesticado, e se tornaria um sistema capaz de suportar uma distribuição menos desigual da renda.

Os socialistas realistas supõem que a selvageria do capitalismo ainda está presente, expressando-se através dos preços administrados e lucros máximos dos oligopólios. O capitalismo selvagem continuaria sobrevivendo mesmo sem a proteção ditatorial. Mas eles reconhecem os avanços sociais das políticas públicas dos últimos anos. Constatam, porém, que nada disso mudou o capitalismo, nem criou uma força social de contenção dos aspectos destrutivos e degenerativos de funcionamento do sistema capitalista. Tal sistema continuaria acumulando, concentrando e centralizando o capital, muito mais rapidamente do que a parte da renda que pode ser apropriada pela classe trabalhadora assalariada e pela pequena burguesia.

Além disso, o sistema capitalista, por sua própria natureza, continuaria se impondo ao consumo, produzindo mais mercadorias-objetos e mercadorias-dinheiro do que a capacidade social de consumo. E corroeria constantemente tal capacidade devido à sua propensão ao avanço técnico e ao aumento da produtividade, expelindo trabalhadores das atividades produtivas. Para piorar, na busca de recursos naturais mais baratos, o capitalismo continuaria demonstrando uma sanha destrutiva sem paralelo na história, tanto na produção industrial, quanto na produção agrícola. E na busca de novas fontes de lucros, persistiria em sua tendência de abarcar setores cada vez mais amplos dos serviços públicos, privatizando-os e tornando-os inacessíveis a grandes parcelas da população.

Nesse sentido, eles se acercam dos socialistas revolucionários e se distanciam dos socialistas socialdemocratas. No entanto, ao contrário dos primeiros, eles consideram que o capitalismo, tanto nos países capitalistas desenvolvidos quanto nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, ainda não esgotou seu papel histórico de desenvolver as forças produtivas a um ponto em que a propriedade privada se torne uma excrescência ou um absurdo. E consideram que quando as forças produtivas chegarem a esse nível, tornando possível superar completamente o capitalismo, a sociedade daí resultante deverá ser uma sociedade sem classes, cooperativa, possível de suprir totalmente as necessidades de cada indivíduo.

Nessas condições, o socialismo, como tem mostrado a experiência histórica, deve ser uma sociedade de transição, na qual os diferentes aspectos do capitalismo serão paulatinamente superados, enquanto os diferentes aspectos de uma sociedade cooperativa serão reforçados. É nesse sentido que o socialismo se apresenta como uma questão atual. As mudanças sociais e políticas nem sempre esperam que o capitalismo esteja completamente maduro para que possam ocorrer. A conquista de parcelas do Estado, por via eleitoral, ou do Estado como um todo, por via de reformas políticas ou de transformações democrático-revolucionárias, pode introduzir mudanças de caráter socialista, paralelamente à presença do capitalismo, introduzindo um processo de transição.

Em geral, a luta política de classes impõe tarefas que podem ir além das condições econômicas e sociais presentes, criando uma situação em que tais condições não podem ser mudadas no mesmo ritmo das mudanças políticas, e mesmo impõem limites a estas. Sem considerar a realidade, ou as contradições do desenvolvimento capitalista, seja em termos globais, seja em termos nacionais, os socialistas parecem destinados a continuar apresentando projetos diferentes, em especial quando se apresentam situações inusitadas, como as que vivem vários países do mundo atual. O Brasil inclusive.

*Wladimir Pomar é escritor e analista político.

 Fonte: http://www.correiocidadania.com.br
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Aniversário de Tom Jobim. Águas de Março. A melhor música, com o melhor compositor e a melhor cantora, Elis

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Redução da tarifa de energia elétrica no Brasil: os 'do contra' são chamados 'às falas' até pela ... FIESP




*Esclarecedora entrevista realizada pelo Jornal do Terra com Carlos Cavalcanti, Diretor de Infraestrutura da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).  Assista na íntegra clicando no vídeo acima.
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Diretor da FIESP mostra de forma didática como tucanos jogam contra o país na questão da energia por motivos eleitorais

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'O Brasil não é racista'


*Charge d@ Laerte

(Clique na charge para ampliar)
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PEN Paraná irá iniciar nomeações e filiações municipais

Foto: Cesar Rozek, no Escritório do Presidente Estadual PEN Paraná - Deputado Federal Fernando Francischini

Em comunicado aos membros do PEN Paraná Cezar Rozek diz que as nomeções e filiações municipais iniciaram em breve e convoca a todos aqueles que tiverem interesse a se cadastrarem no site do PEN no endereço http://www.partidoecologiconacional.com.br

Matéria por JB Martins
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O Brasil vai ter energia cada vez melhor e mais barata, afirma a Presidenta Dilma




*A presidenta Dilma Rousseff afirmou, em pronunciamento, que, a partir desta quinta-feira (24), passará a vigorar a redução de 18% na tarifa de energia para os consumidores residenciais. Para o comércio e a indústria, a diminuição será de até 32%. O corte é ainda maior do que o anunciado pela presidenta em setembro de 2012: 16,2% para residências e até 28% para a indústria. Dilma também disse que o Brasil é um dos poucos países que ao mesmo tempo reduz a tarifa de luz e aumenta a produção de energia.
“Esse movimento simultâneo nos deixa em situação privilegiada no mundo. Isso significa que o Brasil vai ter energia cada vez melhor e mais barata, significa que o Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento ou de qualquer tipo de estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazo”, afirmou Dilma.
Dilma ressaltou que os investimentos permitirão dobrar, em 15 anos, a capacidade instalada de energia elétrica. A presidenta disse ainda que a redução vai permitir a ampliação do investimento, aumentando o emprego e garantindo mais crescimento para o país e bem-estar para os brasileiros.
“Temos baixado juros, reduzido impostos, facilitado o crédito e aberto, como nunca, as portas da casa própria para os pobres e para a classe média. Ao mesmo tempo, estamos ampliando o investimento na infraestrutura, na educação e na saúde e nos aproximando do dia em que a miséria estará superada no nosso Brasil”.
A presidenta esclareceu que todos os brasileiros serão beneficiados pela medida, mesmo os atendidos pelas concessionárias que não aderiram ao esforço feito pelo governo federal para a redução da tarifa.
“Neste novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás, pois nosso país avança sem retrocessos, em meio a um mundo cheio de dificuldades. (…) Porque somente construiremos um Brasil com a grandeza dos nossos sonhos quando colocarmos a nossa fé no Brasil acima dos nossos interesses políticos ou pessoais”, finalizou. (via Blog do Planalto).
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Herzog e os Poncio Pilatos Brasileiros


Pilatos lavando as mãos...


Uma amiga querida, no tuiter, questiona-me se não cabe à Justiça decidir a revisão da Lei de Anistia.

E ela não deixa de ter razão: cabe sim.

Mas nesta questão todos os governos posteriores à Lei de Anistia agiram como Poncio Pilatos: lavaram as mãos do sangue destes justos.

E até nestes 10 anos de governo chamado de "esquerda" lavaram-se as mãods sobre o fato transferindo-o para a  Justiça.

A mesma que carnavalizou o "Mensalão".

Compete à Justiça, mas compete às lideranças populares mobilizar as bases, militância e povo, para exigir a revisão desta Lei.

Compete às tais lideranças pronunciar-se forma clara sobre a punição dos crimes da Ditadura, e não ficar tirando o corpo fora enrolando com o papo de que isto se trata na esfera da Justiça.

Se houver vontade política e não acordos estranhos, feitos nas catacumbas da Ditadura, então caminharemos para uma posição mais digna no concerto das Nacões Civilizadas.
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Fantasma de Herzog Põe em Cheque o Estado Brasileiro





Não entendo por que o Estado Brasileiro não processa e pune os agentes privados e públicos que cometeram crimes de tortura e  assassinato durante  a Ditadura Militar.

Vários países da América Latina - A Argentina que teve uma Ditadura com muito mais vítimas, o Chile onde  a Ditadura teve mais apoio do povo já o fizeram, menos o Brasil.

Gostaria de entender em que porões, em que esgostos foi pactuado este acordo que torna intocáveis estes criminosos nacionais.

Porém agora o caso Herzog, vai afinal ser investigado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos. A Própria ONU e a OEA já recriminaram o Brasil por não tomar atitudes de punição de tais crimes que mesmo com Anistia são imprescritíveis, pois são crimes contra a Humanidade.

Vamos pagar a maior vergonha internacional: condenados nternacionalmente por não apurarmos e punirmos tais criminosos.

Nem mesmo de governo dito de esquerda, do PT, partiu qualquer atitude que ciorresponda á recomendação das Leis Internacionais e menos ainda à dignidade e justiça que a Nação exige.

O assunto parece tabu. Parece ter sido tratado em cerim^}onias e rituais secretos de confrarias  de ajuda mútua.

À tal responsabilidade o Governo Dilma, o PT, o arco de alianças partidárias, a Oposição dita democrática, a Sociedade Brasileira, não podem se furtar.


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Brasil Perde a Atriz Lídia Mattos




Não provenho de uma família exatamente de "intelectuais".

Meus pais e irmãos eram gente  com curso superior, mas sem grandes veleidades quando se tratava de entretenimento.

Por isso lá em casa quando ver tv  era uma coisa simples, e por eles eu tiro o público de hoje: ou gostávamos ou não gostávamos de algum ator ou  atriz.

Não tinha essa de : "esse é muito bom por causa disso ou daquilo."

Não descíamos ao nível de uma crítica mais apurada, metida a explicar ou a procurar cabelo em ovo.

Distinguíamos os bons atores, mas era sobretudo o carisma e a simpatia que despertavam em nosso lar que nos fazia amar este ou aquela  intérprete.

Funcionava muito mais selecionada pela óptica  do carinho e  e afabilidade.

Foi o caso de Lídia Mattos. todos éramos fãs incondicionais dela. Ela era nossa íntima amiga que entrava sempre em nossa casa em pedir licença.

"Pode entrar Dona Lídia, a sra. é muito boa atriz, mas é sobretudo uma pessoa muito bacana! A ca sa é sua e estamos felizes por te-la aqui!"

Hoje recebo a notícia de seu falecimento.

Lamento sua partida. Mas saiba todos que com ela tinham ligações parentais ou amigáveis que ela me deixa com um baita sentimento de perda  e de saudade.

Não tive oportunidade de contracenar com ela, mas confirmo: boa atriz, afável, simpática, tipo mãezona...cativou todos nós durante sua carreira  e vida.

Esta - a vida por aqui -  passa muito rápida. Após a morte não sei para onde vamos, ou se vamos.

Mas com ego ou sem ego sei que partimos para a eternidade.
 Logo, afirmo que para mim e para muitos que compreendem desta forma,   a eternidade já começou.

E Lídia, como sempre,  foi à frente!
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Por que Lula apoia Dilma e não será candidato



Ricardo Kotscho*  escreve:
Na falta de um candidato competitivo da oposição até agora, setores da mídia resolveram lançar dois candidatos do PT, Dilma e Lula, em mais uma tentativa de jogar um contra o outro.
Estão perdendo seu tempo. Dilma é a candidata de Lula à reeleição desde a sua vitória em outubro de 2010, quando já começavam as especulações na imprensa sobre a sua possível volta em 2014.
Numa das últimas conversas que tivemos no Palácio da Alvorada, logo após a vitória de Dilma, o então presidente Lula apresentou dois bons argumentos para justificar sua decisão de não mais disputar eleições.
"Em primeiro lugar, quem me garante que seria eleito? Em segundo lugar, se eleito, quem me garante que teria condições de fazer um bom governo e sairia com a mesma aprovação popular de agora?".
Podem chamar Lula de tudo, menos de burro. Nenhum outro presidente da República deixou o cargo com mais de 80% de aprovação depois de eleger para sucedê-lo sua ministra Dilma Rousseff, que nunca havia disputado uma eleição. Para que arriscar, se já havia passado para a História?
A alta aprovação popular de Dilma e de seu governo até agora é também uma vitória de Lula e nada indica que ele tenha mudado de posição após a nossa conversa no Alvorada.
Mil vezes ele já desmentiu a intenção de se candidatar, mas não adianta. Qualquer movimentação de Lula é apontada como tentativa de voltar em 2014.
Ainda nesta segunda-feira, este foi o tema mais tratado pelos jornalistas com os principais assessores do ex-presidente no Instituto Lula. Todos negaram que Lula tenha intenção de se candidatar na próxima eleição presidencial.
"Na disputa federal, Lula vai gastar toda sua energia para a manutenção da aliança entre PT, PMDB e PSB", disse o ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos e diretor do Instituto Lula, Paulo Vanucchi. Segundo o ex-ministro, Lula também não pretende disputar a eleição de 2018 e não se opõe a apoiar uma candidatura de aliados do PT.
Na mesma linha, o diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, também negou que Lula tenha qualquer plano de se candidatar novamente.
"A nossa candidata em 2014 chama-se Dilma Rousseff. Vamos trabalhar pela sua eleição, para que a gente continue neste governo extraordinário que, apesar das dificuldades, pode fazer muita coisa pelo Brasil.
O fato de Lula descartar qualquer candidatura, não quer dizer que ele tenha se aposentado da política.
Ao contrário, como um dos principais líderes políticos do país, Lula continua em plena atividade, como mostrou ainda hoje ao abrir o seminário sobre os rumos da América Latina promovido pelo seu instituto com a participação de membros do governo e autoridades convidadas de outros países da região.
Da mesma forma como não deixou de participar de debates e reuniões políticas aqui e no exterior, empenhando-se para valer na última campanha municipal, apesar do duro tratamento contra um câncer na laringe, Lula voltará a percorrer o país a partir de fevereiro para discutir com segmentos e grupos sociais as mudanças que ocorreram nos dez anos de governos petistas.
O que Lula quer é defender em contato direto com a população o legado do seu governo, duramente atacado pela mídia desde o julgamento do mensalão e com as revelações da Operação Porto Seguro.
Assim ele se prepara para ser, em 2014, o maior cabo eleitoral da candidatura de Dilma à reeleição. O resto é poesia ou má-fé.
*Jornalista, editor do blog Balaio do Kotscho 

 http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/
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'OS NOVOS RUMOS DA ADVOCACIA NO SÉCULO XXI'



Por J-F. Rogowski*

Segundo previsão de importantes ícones do mercado financeiro mundial, como o Citibank, por exemplo, o Brasil deverá ocupar o 5º lugar entre as maiores economias do mundo já em 2013 com um crescimento previsto a taxa de 3,9  e 4% em 2014. (...)

O faturamento do mercado jurídico é de R$ 3 bilhões por ano e continua em franca expansão acompanhando o crescimento da economia brasileira, porém, este mercado é dominado por uma minoria, a grande maioria dos 700 mil advogados brasileiros não vai tão bem assim financeiramente, ao contrário, há evidências do empobrecimento da classe na última década.

As causas disso são muito variadas e bem conhecidas e foram debatidas no II Congresso e Feira de Gestão Jurídica (Congrejur), ocorrido em Porto Alegre em agosto de 2012[**], entre elas sobressai o despreparo dos advogados a começar por cursos universitários desatualizados, fora da realidade, que ainda dão toda ênfase no processo judicial, preparando profissionais para a guerra, para o litígio, e não para a paz social. (...)

A advocacia brasileira vive um surto de esquizofrenia, com dupla personalidade, alguns segmentos são supervalorizados enquanto outros são maltratados e até perseguidos. (...)

Geralmente os advogados do governo, nas esferas federal, estadual e municipal são bastante valorizados, a começar pela nomenclatura das chefias, “procurador-geral” e etc., o advogado chefe do escritório de advocacia do governo federal, o Advogado Geral da União, também é Ministro de Estado por força de lei, além das prerrogativas de Advogado-Geral, ainda usufruiu as benesses do cargo de Ministro.

O mesmo glamour acompanha os advogados de grandes bancas de advocacia privada, assim como de departamentos jurídicos de grandes conglomerados empresariais.

Entretanto, há uma maior dificuldade da luz dos holofotes banharem àqueles profissionais que defendem outros segmentos da sociedade, máxime, os menos ricos e os mais pobres.

Não é necessário muito esforço para compreender isso, quem defende os ricos e poderosos é bem tratado, quem defende os pobres e fracos não é valorizado.A própria Ordem dos Advogados do Brasil, tão combativa no passado, sempre de pé e à ordem na defesa da sociedade, a sentinela da liberdade, hoje parece estar passando por um processo de retraimento e elitização. (...)

Clique Aqui  para ler a íntegra do artigo.

*Fonte: http://rogowskiconsultoria.blogspot.com.br/
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Pesquisa Ibope que mostra desencanto com partidos é palhaçada que nenhum pesquisador sério assinaria

Que importância teria uma pesquisa que quisesse saber a opinião da população sobre a segurança das viagens marítimas, se fosse feita nos dias imediatamente posteriores ao naufrágio do Titanic?

E uma outra, se o Brasil deveria ou não adotar a pena de morte, feita imediatamente após casos que chocaram a opinião pública, como o assassinato de Daniela Perez, o do menino João etc?

A mesma pergunta vale para essa pesquisa contratada pelo Estadão ao Ibope, que revelou que "56% dos brasileiros afirmaram no final de 2012 não possuir preferência por nenhuma legenda política - eram 38% em 1988". Só que a pesquisa foi feita em outubro do ano passado, no auge do julgamento do mensalão...

Qual pesquisador sértio endossaria qualquer dessas pesquisas? É evidente que a comoção causada pelos fatos (Titanic, assassinatos cruéis e covardes, julgamento com altíssima repercussão na mídia) invalida qualquer dedução científica que se possa tirar dessas pesquisas.

A do Estadão, por exemplo, só se justificaria se estivesse incluída dentro de uma série de pesquisas do mesmo tipo - o que não foi o caso. A última pesquisa semelhante foi feita em março de 2010, final do segundo mandato de Lula.

O objetivo do Estadão é o mesmo da mídia corporativa brasileira: desestimular na população a participação política, desmoralizar partidos e políticos em geral, para que, ao final, possam mostrar a saída salvadora: o golpe moralizante e redentor.

Só que quebraram a cara. O PT, que em 2010, no auge de Lula, tinha 33% da preferência do brasileiro, no auge do julgamento do mensalão continuou sendo o partido preferido, com 24%.  Ou seja, mesmo com toda a campanha contra, o PT ainda é o partido de um em quatro brasileiros. Tem quatro vezes mais adeptos que o segundo colocado, PMDB - 6%. E quase cinco vezes mais que os tucanos - 5%.

Além de fabricar manchetes mentirosas (como a do processo que não houve de Gurgel contra Lula), vê-se que o Estadão patrocina também pesquisas idiotas. Não é à toa que está quebrado, segundo dizem.

Ah, se não fossem os anúncios do governo federal e da Caixa, Petrobras, BB etc. Hoje em dia sobraria apenas o governador Alckmin Pinheirinho para sustentá-lo.




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'Faculdade inexpressiva e sem prestígio apoia juiz comunista'


Do Blog do 'impagável'  Professor Hariovaldo Almeida Prado, mais esta 'pérola': "Não faltava mais nada. No âmbito da Academia, nada mais terrível do que vermos vozes se levantando em favor daqueles fracassados, mesmo que tais vozes venham de faculdades inexpressivas, de algum cantinho esquecido do país, não podemos aceitar como válido esse clamor descabido por quem não merece. A que se perguntar, talvez, em que edição do semanário dos homens bons ele apareceu positivamente na capa ou quantos outdoors foram feitos com sua imagem,  com qual herói marvélico ele foi comparado para ser merecedor dessa distinção? " (...)

CLIQUE AQUI para ler na íntegra.

Foto: Faculdade de Direito da USP em 1862 - São Paulo/SP
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Janis Joplin




* Summertime -  Janis Joplin (Live Gröna Lund  - 1969)

(Se viva estivesse, Janis  Joplin estaria comemorando hoje 70 anos...).
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Honestino Guimarães será o primeiro caso investigado pela Comissão da Verdade da UNE




Recife/PE – Agência Brasil - por Mariana Tokarnia - O estudante Honestino Guimarães (foto) foi homenageado na abertura do 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb) da União Nacional dos Estudantes (UNE). O desaparecimento de Honestino, atribuído à repressão da ditadura militar (1964-1985), será o primeiro caso investigado pela recém-criada Comissão da Verdade da UNE. A comissão vai investigar, apurar e esclarecer casos de morte e tortura de pelo menos 46 dirigentes da entidade.
Por diversas vezes, Honestino foi aplaudido por um auditório lotado. “É um momento carregado de muita emoção: Honestino Guimarães foi meu colega, começamos juntos na política estudantil, quando estudávamos em Brasília, no colégio Elefante Branco”, lembrou o coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Cláudio Fonteles. “A grande homenagem a Honestino e tantos outros é nunca mais permitir o retorno de uma ditadura”, acrescentou.
Líder estudantil, presidente da Federação dos Estudantes Universitários de Brasília e presidente da UNE, Honestino Guimarães foi preso cinco vezes, uma delas 20 dias após casar-se, em 29 de agosto de 1968, na Universidade de Brasília (UnB). Honestino integra a lista dos desaparecidos da ditadura de 1964. Os órgãos responsáveis pelas prisões admitiram que ele tinha sido preso, mas o estudante não foi visto por outros presos. A família não sabe o que aconteceu com ele.
Ele foi o primeiro colocado no vestibular da UnB antes de completar 18 anos, em 1965. Escrevua poesias. “Cara simples, humano, as únicas armas eram pensamentos e palavras”, disse o sobrinho do estudante, Mateus Dounis Guimarães.
Acima da mesa dos convidados estavam afixados cartazes com os rostos dos ex-dirigentes. Todos terão o desaparecimento investigado pela Une. Durante o depoimento de Mateus, a gravura de Honestino se desprendeu, caindo sobre a mesa. O presidente da Une, Daniel Iliescu, prontamente cedeu o lugar à imagem. “Ele repetiu o marcante ato em Salvador, quando a Une foi refundada após a ditadura: uma cadeira foi deixada vazia para Honestino”, recordou o ex-ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vanucchi.
A Comissão da Verdade da União Nacional dos Estudantes (UNE) foi lançada oficialmente sexta-feira (18). A comissão será formada por pesquisadores e familiares de 46 ex-dirigentes da entidade desaparecidos durante a ditadura militar (1964-1985). A comissão recebeu apoio da Comissão Nacional da Verdade (CNV), da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça e do ex-ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vanucchi. O último comprometeu-se a ajudar e acompanhar de perto o trabalho da comissão.
A comissão deverá finalizar as atividades em março de 2014, com a composição de um relatório. Esse relatório poderá servir de subsídio para o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), a ser entregue em maio de 2014. “Teremos com eles uma relação de troca. A Nacional da Verdade é a única comissão que tem o poder de requisição de documentos, por lei. Então se a Une precisar de algo protegido por sigilo, nós podemos conseguir”, afirmou o coordenador da CNV,  Cláudio Fonteles.
*Via http://agenciabrasil.ebc.com.br  - Edição final e grifos deste blog
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Assentamento Milton Santos

Por Carlos Latuff
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Argonautas




* Os Argonautas - de Caetano Veloso - canta: Maria Bethânia
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'A questão é política'...





 A oposição e o terrorismo inflacionário

'A oposição de direita no Brasil tem usado de todas as armas à sua disposição no sentido de demarcar fronteira e radicalizar contra o governo e suas ações. Para isto conta com amplos espaços na mídia.'

Por Renato Rabelo*

Não era de se surpreender que a mesma oposição que governou o país e o levou ao FMI por três vezes hoje esteja na vanguarda de um movimento que acusa o governo de conivente com a escalada inflacionária. A inflação para o ano de 2012 ficou acima da meta de 4,5%, chegando a 5,8%. Ou seja, no teto da meta.

A questão é política e envolve uma tentativa de sabotagem ao projeto político da presidenta Dilma Rousseff. Do ponto de vista estratégico, é muito claro que o projeto dos governos Lula e Dilma não encontra sinal de igualdade com o projeto que elegeu FHC em 1994. Sempre bom lembrar que essa oposição toma para si o apanágio de ter acabado com a era da hiperinflação, porém esquece-se de dizer que o fim da hiperinflação deu-se da forma mais cruel e reacionária, pela via da elevação exorbitante dos juros básicos da economia, do arrocho salarial, do endividamento público e da abertura comercial indiscriminada.

Claro que a agenda atual é divergente da vitoriosa em 1994. Arrocho salarial foi substituído por ganhos salariais reais, endividamento público foi trocado por maior expansão do PIB, enquanto que a era da abertura comercial está sendo substituída por mais proteção à indústria e cobrança por mais conteúdo nacional nas obras em infraestrutura e nos investimentos de grandes empresas como a Petrobras. Trata-se de diferenças de fundo que estão sendo escancaradas na mesma proporção em que o rumo definido pelo governo obtém amplo respaldo popular diante de uma oposição sem voto, mas com grande força na mídia e nas altas instâncias do Poder Judiciário.

Mas o terrorismo inflacionário está aí posto. O próprio Copom, de forma unânime, decidiu pela manutenção das taxas de juros (Selic) na casa dos 7,25%. Para o PCdoB esta decisão já mostra uma atitude defensiva frente às violentas pressões dos monopólios financeiros diante das oportunidades que a crise internacional tem dado para o desenvolvimento nacional voltado ao mercado interno e na própria expectativa de investimentos futuros por parte dos empresários. Foi justa a reação imediata de trabalhadores e empresários contra esta política adotada pelo Copom numa hora em que os juros deveriam estar caindo mais ainda para estimular a retomada do desenvolvimento nacional.

O nível em que a batalha está chegando apenas demonstra o que para nós não é nada novo. A luta política está se acirrando, tornando-se renhida e em grande medida despolitizada. Na economia o desafio é o de manutenção dos avanços obtidos em 2012. Não será nada fácil, como o próprio Copom sinaliza.

*Renato Rabelo é presidente nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

Fonte: http://www.vermelho.org.br  -  Charge do Latuff - Edição final deste blog.
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Onde a dor não tem razão




* Paulinho da Viola - 'Onde a dor não tem razão'
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Publicidade Oficial: Por que o governo deve apoiar a mídia alternativa



"A mídia alternativa, por óbvio, não tem condições de competir com a grande mídia se aplicados apenas os chamados “critérios técnicos” de audiência e CPM (custo por mil). A prevalecerem esses critérios, ela estará sufocada financeiramente, no curto prazo.
Trata-se, na verdade, da observância (ou não) dos princípios liberais da pluralidadee dadiversidadeimplícitos na Constituição por intermédio do direito universal à liberdade de expressão, condição para a existência de uma opinião pública republicana e democrática.
Se cumpridos esses princípios (muitos ainda não regulamentados), o critério de investimentos publicitários por parte da Secom-PR deve ser “a máxima dispersão da propriedade” (Edwin Baker), isto é, a garantia de que mais vozes sejam ouvidas e participem ativamente do espaço público.
Como diz a Altercom, há justiça em tratar os desiguais de forma desigual e há de se aplicar, nas comunicações, práticas que já vêm sendo adotadas com sucesso em outros setores. Considerada a centralidade social e política da mídia, todavia, o que está em jogo é a própria democracia na qual vivemos.
Não seria essa uma razão suficiente para o governo federal apoiar a mídia alternativa?"
Venício Lima* escreve:
Em audiência pública na Comissão de Ciência & Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, realizada em 12 de dezembro último, o presidente da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom), Renato Rovai, defendeu que 30% das verbas publicitárias do governo federal sejam destinadas às pequenas empresas de mídia.
Dirigentes da Altercom também estiveram em audiência com a ministra da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR), Helena Chagas, para tratar da questão da publicidade governamental.
Eles argumentam que o investimento publicitário em veículos de pequenas empresas aquece toda a cadeia produtiva do setor. Quem contrata a pequena empresa de assessoria de imprensa, a pequena agência publicitária, a pequena produtora de vídeo, são os veículos que não estão vinculados aos oligopólios de mídia.
Além disso, ao reivindicar que 30% das verbas publicitárias sejam dirigidas às pequenas empresas de mídia, a Altercom lembra que o tratamento diferenciado já existe para outras atividades, inclusive está previsto na própria lei de licitações (Lei nº 8.666/1993). (...)
CLIQUE AQUI para ler na íntegra (via Observatório da Imprensa*).

http://www.observatoriodaimprensa.com.br
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Recall de Preservativos!!!! E agora?

Bom dia Jundiaí, 25/08/12.
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Boicote ao Ursinho TED

Jornal da Tarde, 26/09/12.
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