O que Herzog ensina sobre Genoino

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao apresentar o pedido de transferência para o regime de prisão domiciliar, o deputado José Genoino coloca uma questão complicada para o presidente do STF, Joaquim Barbosa, que terá a palavra final sobre a decisão.

A solicitação de Genoino, apoiada em vários laudos médicos, deixa nas mãos do Estado toda responsabilidade por qualquer problema que possa lhe acontecer.

Se essa situação já fora juridicamente estabelecida no momento em que Genoino se tornou prisioneiro, como ocorre com todo cidadão encarcerado, ficou ainda mais clara depois do pedido de transferência, que serve como um alerta para sua condição médica.

Cardiopata grave, segundo médicos que o examinaram, qualquer problema que o deputado possa enfrentar na prisão – como uma arritmia grave, ou mesmo um enfarto – pode transformar-se numa tragédia política de consequências imprevisíveis.

A jurisprudência firmada é conhecida. Em 1975, o jornalista Vladimir Herzog foi massacrado pela tortura no DOI-CODI paulista. Três anos depois, o juiz Márcio José de Moraes assinou uma
sentença que teria um peso importante na democratização do país, responsabilizando a União pela tortura e morte de Herzog.

Do ponto de vista da conjuntura política, não há semelhança entre as duas situações. O Brasil vive hoje sob o mais prolongado regime de liberdades de sua história, preparando-se, pela primeira vez desde 1930, para a sexta eleição presidencial resolvida pelo voto direto, em urna. Não há tortura nem execução de adversários políticos.

A semelhança se encontra na responsabilidade do Estado. É a mesma, num caso ou em outro.

A gravidade do estado de saúde de Genoino é um fato difícil de contestar. No final de julho ele se encontrava entre a vida e a morte quando fez uma operação de emergência na artéria aorta, que foi parcialmente substituída por um tubo de material sintético.

Dois meses depois, quando apresentou o pedido de aposentadoria por invalidez apresentado ao Congresso, Genoino incluiu uma avaliação da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre sua doença:

“As doenças da aorta,” mencionou, “são patologias com morbi-mortalidade elevada. Tanto o tratamento clínico como o cirúrgico ainda estão relacionados a elevadas taxas de mortalidade,
tornando esse grupo de patologias alvo de extrema importância no tópico das patologias graves.”

No laudo que assinou depois de uma consulta de madrugada no presídio da Papuda, o doutor Daniel França registrou riscos provocados pelos problemas de coagulação de Genoino, que
podem produzir trombose ou sangramento.

Se você entrar no melhor hospital da cidade, do bairro, do mundo, irá comprovar que a medicina mais avançada não abandonou o estágio de filosofia pré-socrático – quanto mais sabe, mais sabe que nada sabe. Como sabe qualquer paciente que já visitou um cardiologista, em particular, o grau de certeza dos prognósticos para doenças do coração é um dos mais incertos que se conhece.

Os casamentos entre medicina e política são antigos mas nem sempre trazem bons frutos, o que recomenda às autoridades assegurar uma autonomia respeitável aos veredictos médicos.

Para ficar na legislação trabalhista, as audiências da Justiça do trabalho estão cheias de casos que envolvem empresas que desprezaram recomendações determinadas por seu
departamento médico. Não é só.

Um dos traços mais vergonhosos do regime militar consistiu em subordinar os médicos a seus interesses. Doutores que hoje escondem a verdadeira identidade dos vizinhos, dos parentes e também de filhos e netos eram chamados a aconselhar torturadores na aplicação de eletro-choques e outros maus tratos.

Em sua ausência absoluta de compromissos com a vida humana, doutores alimentavam a ilusão megalomaníaca de que haviam descoberto a fronteira científica entre a vida e a morte, definindo exatamente a hora em que a violência deveria ser interrompida – e quando poderia ser reiniciada. Em sua agonia, que envolve mistérios profundos até hoje, o ex-deputado e empresário Rubens Paiva teve a companhia de um médico dessa categoria, a quem disse o nome, momentos antes de desaparecer.

Não há, obviamente, a mais leve relação entre estes universos, de 1970 e 2013. Nenhuma.

O perigo se encontra num eventual namoro com situações de risco. O problema, aqui, não é médico, mas político.

Vivemos num país onde a noção demagógica de que a delinquência de toda natureza – inclusive no universo político -- se resolve com violência aberta e punições cada vez mais duras. Essa visão costuma ser estimulada 24 horas por dia por autoridades policiais e políticos conservadores.

São pessoas que consideram direitos humanos como sinônimos de mordomia para criminosos e garantias constitucionais como eufemismo para a impunidade. O ibope para ideias selvagens – como pena de morte – é altíssimo nesses círculos. O mesmo vale para a proposta de redução da maioridade penal.

Essa visão inclui atitudes de desrespeito pelos direitos mais elementares dos presos da ação penal 470 – e aqui também o caso de Genoino tem semelhança com os piores momentos de nosso passado.

“Morra!!!,” escreveram cidadãos com nome e endereço nas redes sociais, quando leram a notícia de que o deputado havia ingressado com o pedido de prisão domiciliar. “Morte aos terroristas,” berravam cidadãos comuns quando equipes do porão militar prendiam militantes da luta armada para encaminhá-los para salas de tortura.

O pedido de Genoino certamente irá provocar reações desse tipo.

Mas tem a utilidade de mostrar ao Brasil o caminho do Direito e da Democracia, que todos aprendemos a valorizar após um aprendizado longo e difícil.
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Joaquim Barbosa é um fora-da-lei

Por Breno Altman, no sítio Vermelho:

O ministro Joaquim Barbosa tem oferecido fartas provas que seu comportamento, no curso da Ação Penal 470, destoa dos preceitos legais que jurou cumprir e defender. Mas foi às raias do absurdo nos últimos dias, ao ordenar a prisão de determinados réus através de medidas que confrontam abertamente as próprias resoluções do STF.

A decisão sobre os petistas José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, entre outros apenados, foi cristalina: deveriam começar a cumprir imediatamente sentenças sobre as quais não há embargos infringentes em discussão. Como nenhuma dessas condenações excede oito anos, as punições deveriam ser aplicadas, desde o primeiro minuto, em regime semiaberto. Mas os presos estão sendo vítimas de uma aberrante ilegalidade, submetidos ao sistema mais drástico de execução da pena, em regime fechado.

O mandado de prisão assinado pelo chefe do Poder Judiciário simplesmente não especifica a modalidade carcerária. Como é de supor que o ministro Barbosa seja mais capacitado que um estudante de Direito, somente se pode concluir que o país assiste a uma solerte manobra, cujo objetivo é humilhar os réus e açular a alcateia de lobos famintos que serve de fã-clube ao douto juiz.

Essa não foi, porém, a única arbitrariedade recentemente cometida por Joaquim Barbosa. Ao obrigar o traslado dos presos para Brasília, atropelou norma da Lei de Execuções Penais, que concede a qualquer réu o direito de cumprir pena em local próximo a sua moradia, ao seu trabalho e a sua família. O ministro não esconde, também nesse ato, sua vontade de criar obstáculos e constrangimentos contra cidadãos pelos quais nutre o ódio dos déspotas.

Não há crime maior, na democracia, que a violação da Constituição e de direitos dos cidadãos por autoridades que têm obrigação de zelar e proteger o bem público. Cabe ao presidente da Corte Suprema o papel de guardião máximo dessas garantias constitucionais. Caracteriza-se crime de Estado quando, no desempenho de suas funções, autoridade desse naipe abusa do poder, rompe a legalidade, comanda perseguições e estabelece conduta de exceção.

Os advogados dos réus já ingressaram com petições contra estes ultrajes, que esperam ver revogados nas próximas horas. O que está em jogo, no entanto, são mais que prerrogativas das vítimas de um tirano togado. A democracia brasileira não pode aceitar atos dessa natureza e deve punir duramente os responsáveis por atentados contra o Estado de Direito.

O ministro Joaquim Barbosa passou dos limites. Associado ao que há de pior na imprensa e na sociedade brasileiras, produziu um processo farsesco, a revelia de provas e testemunhos, forjando uma narrativa que servia aos interesses da casa grande. Havia, contudo, alguma preocupação em manter as aparências e em respeitar ao menos as formalidades legais. Dessa vez mandou às favas qualquer cuidado com a lei, a Constituição e o decoro.

A gravidade da situação vai além das obrigações técnicas de defensores profissionais. Diante da tirania, só cabe a repulsa e a indignação. Se necessário, a rebeldia. Oxalá os pares de Barbosa não subscrevam suas atitudes torpes. Se a coragem fosse um atributo da vida política brasileira, esse homem deveria estar respondendo por seus malfeitos.

Quanto mais passa o tempo, maior a sensação de que falta alguém lá na Papuda. O país não pode conviver com um fora-da-lei na presidência da Corte Suprema.

* Publicado originalmente no sítio Brasil-247
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"Mensalão" e a gaiola das loucas

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

A apresentação dos condenados na Ação Penal 470, ocorrida na sexta-feira (15/11), destampou a caixa de Pandora da imprensa e produz uma catarse que avança até esta segunda-feira (18/11) nas páginas dos jornais e nos campos de comentários de suas versões digitais.

Petistas e antipetistas chegam ao paroxismo nas redes sociais, enquanto alguns colunistas e blogueiros que se notabilizaram nos últimos anos pelo uso indiscriminado de adjetivos celebravam como se a decisão do Supremo Tribunal Federal fosse uma vitória definitiva do bem contra o mal.

As reportagens dos jornais e a versão resumida das revistas semanais de informação representam uma espécie de capítulo final de uma novela da televisão, com as costumeiras lições de moral e a repetição do olhar parcial que marcou a atuação da imprensa hegemônica durante todo o processo. O resultado é apenas muita histeria.

Isolada em sua opção centrista, Carta Capital tende a considerar a prisão dos condenados uma precipitação do STF, e levanta a hipótese de uma candidatura do presidente do Supremo, ministro Joaquim Barbosa, à presidência da República.

A revista Época, dada ultimamente a brados retumbantes, sai-se com a afirmação de que a decisão judicial “inaugura uma nova era na democracia brasileira – a Era dos Corruptos na Cadeia”.

IstoÉ dá uma no cravo e outra na ferradura, acompanhando o vozerio geral mas lembrando que há muito mais a ser apurado e punido para que se possa celebrar alguma mudança nos hábitos da política – cita o caso da máfia dos fiscais na capital paulista e vasculha a gaveta do procurador do estado Rodrigo De Grandis, que quase anulou o esforço das autoridades da Suíça para condenar os acusados em desvios em obras do metrô e do sistema de trens, e é apanhado protegendo agentes públicos, empresários e lobistas envolvidos no escândalo.

A revista Veja, que há muito trocou o jornalismo pela panfletagem, faz o que se espera dela: transformou a expedição dos mandados de prisão de doze dos condenados em tema de comício para o que há de mais conservador entre seus leitores, com sua peculiar interpretação da história recente.

A Folha de S. Paulo, que nas últimas semanas faz um esforço por dividir a clientela de Veja, tem abrigado alguns dos textos mais destemperados que o público pode apreciar.

Espalhados pelos principais órgãos de comunicação do país, alguns desses autores celebram os fatos como uma vitória pessoal, num despudor de jornalismo marrom.

O zoológico de Brasília
A imprensa brasileira, que nos dias anteriores parecia à beira de um ataque de nervos, inicia a nova semana com um desafio a ser observado: como qualificar o que virá depois da catarse.

Como num zoológico, os presos têm sua rotina devassada, revelando-se que comem com talheres de plástico, dormem em colchões vagabundos e não têm banho quente na prisão em Brasília.

Se, como afirma Época explicitamente, começou a era da honestidade na democracia brasileira, é de se questionar quando o leitor vai conhecer os detalhes daquela denúncia de cartel sem culpados e o caso do esquema de desvios que minou a capacidade de investimento da prefeitura de São Paulo durante quase dez anos.

Curiosamente, é na Folha, onde passaram a se abrigar alguns dos mais alucinados representantes do pensamento reacionário, que sai o artigo mais explícito em defesa dos líderes do PT enviados para a prisão. “Num país onde Paulo Maluf e Brilhante Ustra estão soltos, enquanto Dirceu e Genoíno dormem na cadeia, até um cego percebe que as coisas estão fora de lugar”, diz o texto.

Interessante observar também que tanto esse articulista, como aqueles que hoje aparecem em posições conservadoras, militaram, durante a juventude, na mesma tendência trotskista, que no movimento estudantil se chamava Liberdade e Luta.

A prisão dos antigos dirigentes do Partido dos Trabalhadores não terá, necessariamente, grande influência nas eleições do ano que vem, porque o desgaste maior ocorreu durante o longo processo, e de lá para cá a aliança governista permanece no poder. O fim do processo deve reduzir o nível de histeria geral na “gaiola das loucas” em que se transformou o noticiário político.

Daqui para a frente, o leitor atento deve caprichar em suas anotações, registrando diariamente o esforço que a imprensa hegemônica certamente vai fazer para cobrar o rigor dos “novos tempos da Justiça” também nos outros casos corrupção.
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Todas as ilegalidades de Barbosa

Do Conversa Afiada:

Se Dantas não pode ser algemado, Dirceu e Genoino também não !

Lei 4898/65: Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:

a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder;

b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;

Num julgamento em que se condenou sem prova, tudo é possível.

Em que exatamente a falta de prova foi o motivo da condenação.
Onde a verdade foi uma quimera.

E “até o Ban-co do Bra-sil, senhores, até o Ban-co do Bra-sil, senhores !”.

Em que o “domínio do fato” vestiu o turbante da Carmen Miranda e tropicalizou-se.

Se o fato de pegar dinheiro no caixa com a carteira de identidade é prova de crime.

Se valeu tudo, vale, então o presidente do Supremo pode cometer tantas e gritantes ilegalidade:

1) Barbosa mudou o regime dos réus.
Dirceu e Genoino foram condenados a semi-aberto e cumprem em regime fechado.
Como os dois se apresentaram – e não houve o espetáculo da prisão de pijama, em casa – foi preciso transportá-los num camburão (a jato), para garantir o Fantástico e a espetacularização;

2) Levar para Brasília foi apenas um expediente midiático.
Dirceu e Genoino vão voltar para São Paulo.
Faz parte do processo de ressocialização de um preso mantê-lo perto da família.

3) Os presos foram algemados e a Súmula Vinculante do Marco Aurélio (Color de) Mello, criada depois da prisão de Daniel Dantas, proíbe algemar presos como Dirceu, Genoino – e, sobretudo, Dantas.

Todas as referidas ilegalidades têm um nexo condutor: a espetacularização que desembarca numa atividade política eleitoral, como supõe o IG  e se discute abertamente nos corredores do Supremo.

Onde se diz, por exemplo, que o convite de Aécio para que Barbosa seja candidato a Vice foi feito há três meses.

E, pelo jeito, aceito.


Clique aqui para ler “Ataulfo Merval  põe a candidatura de Barbosa nas ruas”.

Paulo Henrique Amorim

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O MINISTRO A MELANCIA E AS JABUTICABAS - APARECENDO A QUALQUER CUSTO


Os antigos tinham um ditado: QUER APARECER PENDURE UMA MELANCIA NO PESCOÇO. Eram tempos diferentes, sem INTERNET, com a democracia ainda numa fase muito menos consolidada e ampla como ela hoje já consegue ser no Brasil. Tempos em que os jornais impressos, as RÁDIOS e um pouco depois a TV, faziam e desfaziam, informavam e deformavam a opinião pública, ao sabor do pensamento e interesse dos seus proprietários. Não havia quem lhes conseguisse contestar.

Hoje, quem quiser APARECER, tem de estar em evidência na MÍDIA, tem que ser amigo de "figuras globais" frequentar camarotes, além de atender aos "RECLAMES DO plim plim". Mas, felizmente, com o advento dos SITES  e BLOGS independentes na WEB, com a abertura das REDES SOCIAIS, já não é mais possível mostrar um só lado da moeda. Acabou o controle da informação, e diminuiu sensivelmente a capacidade de DEFORMAÇÃO dos fatos sem que sejam rebatidos.

É por isso, que apesar de apoiado por uma parte da grande imprensa partidarizada e monopolizada, o Ministro Joaquim Barbosa vê surgir de toda parte, o outro lado da moeda, a que lhe mostra não como um SUPER-HERÓI fabricado, como um PALADINO, como o REDENTOR DA MORALIDADE PÚBLICA, mas sim, como um uma pessoa que cheia de arrogância e sensação de superioridade, se acha mais capaz, íntegro, correto e perfeito que os demais. É por isso que a conduta ARBITRÁRIA, ILEGAL, VERGONHOSAMENTE EQUIVOCADA de Barbosa, está aí sendo NOTÍCIA, para todos que desejam conhecer não o personagem, mas sim o homem.

Mas, qual pode ser a intenção de um Ministro do STF em buscar tantos HOLOFOTES e tanta exposição na MÍDIA, contrariando a tendência e comportamento de todos que o antecederam, e mesmo de magistrados de outras instâncias da JUSTIÇA, e isso, no mundo todo. 

QUEM precisa aparecer na mídia é, artista ou quem quer vender algum produto, além dos políticos, é claro, que aspiram disputar alguma eleição. Do jeito que Barbosa tem se comportado, com as decisões que toma, com os espetáculos de BATE-BOCA que protagoniza rotineiramente no Plenário do STF, chamando para si todas as atenções, SUA EXCELÊNCIA deixa no AR uma forte SUSPEITA  de que, não sendo provável que vá trabalhar em novela da Globo e nem que deseje vender algum produto, visto que, apesar de sua empresa nos EUA, ele não é um comerciante, tudo indica que, cedo (muito cedo) ou tarde (não tão tarde), deixará a área da JUSTIÇA ?? e vai migrar para a POLÍTICA, candidatando-se a um cargo eletivo.

Se isso se confirmar, ficará evidente que o hoje ministro do STF, usou para APARECER, não uma MELANCIA, mas sim o JULGAMENTO da AÇÃO PENAL 470, fazendo campanha antecipada, e tirando no grito, do caminho, alguns dos seus prováveis adversários. Estará explicada amontanha de "NOVIDADES" e as JABUTICABAS introduzidas como forma de condenar sem provas.

ACREDITE SE QUISER, E NÃO DUVIDE, SE FOR INTELIGENTE. 


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