ÁFRICA SERÁ CELEIRO QUE ALIMENTARÁ O MUNDO.


O Banco Mundial e a ONU estão convencidos de que a África poderá se transformar no grande celeiro que alimentará o resto do planeta. Entretanto, algumas vozes alertam que isso poderia ter implicações negativas para a segurança alimentar da própria população africana. A pergunta que soa cada vez mais em determinados círculos políticos e econômicos é: uma região onde a fome e a escassez continuam presentes deve vender quantidades maciças de alimentos?
A reportagem é de Miguel Ángel García Vega, publicada no jornal El país e reproduzida pelo Portal Uol, 13-10-2013.
O continente africano, e em particular a África subsaariana, é uma zona de amplos contrastes. Enquanto a seca extrema e a fome atingem países como a Namíbia, um recente trabalho da Fundação Mo Ibrahim, que promove o bom governo na região, destaca que dos 15 países do planeta onde a produção agrícola mais cresceu entre 2000 e 2008 sete são africanos: Angola (13,6%), Guiné (9,9%), Eritreia (9,3%), Moçambique (7,8%), Nigéria (7%), Etiópia (6,8%) e Burquina Fasso (6,2%). Como interpretar situações tão díspares? Em 2050, a população africana duplicará e serão 2 bilhões de pessoas a atender. A África terá capacidade para alimentar os 54 países que a formam e ao mesmo tempo um planeta que exige cada vez mais alimentos?
"É claro que a África poderia ser o celeiro do mundo!", exclama Mercy Wambui, perita da Uneca (Comissão Econômica da ONU para a África). "Mas antes tem de ocorrer uma série de mudanças internas. Começando por uma gestão mais eficaz dos recursos." No entanto, o terreno é sólido. "A África possui 60% das terras [a maior extensão do mundo] potencialmente cultiváveis do planeta", explica Aaron Flohrs, sócio especializado nessa região da consultoria McKinsey. De fato, segundo o Anuário Estatístico da FAO (Organização da ONU para Alimentação e Agricultura), 79% dos campos que poderiam ser cultivados no continente estão sem trabalhar. E a administradora de fundos de investimento Fidelity afirma que só são explorados 10% dos 400 milhões de hectares de terra cultivável situados entre o Senegal e a África do Sul. O suficiente, segundo essa firma, não só para alimentar os africanos como para satisfazer a crescente demanda mundial.
"O potencial é enorme, mas é preciso promovê-lo com políticas de desenvolvimento sustentável", reflete Wambul. Dizem os especialistas que para consegui-lo é preciso romper o ciclo da agricultura de subsistência (85% das explorações africanas ocupam menos de dois hectares), investir em infraestrutura que apoie o crescimento do setor (estradas, pontes, represas) e atingir economias de escala. Mas essas são ideias que parecem tiradas de um manual de economia; a vida na África impõe seus próprios ensinamentos.
A África gera por ano 700 milhões de toneladas de produtos agrícolas, que lhe trazem US$ 313 bilhões, segundo o Banco Mundial. Ou seja, a agricultura representa 15% de sua riqueza.
Entretanto, a exportação de alimentos básicos caiu de 3,8% em 2003 para 3,5% em 2012. É o que revela a Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês).
Um dos países africanos com maior desenvolvimento agrícola, a África do Sul é um importador líquido de alimentos. Como é possível? Thabo Ncalo e Humphrey Gathungu, responsáveis pela administradora de fundos Stanlib Africa Equity Fund Managers, dão várias pistas. "Muitas explorações ainda dependem da chuva e carecem de sistemas de irrigação próprios. Além disso, a produção aumentaria drasticamente se utilizassem fertilizantes e melhores técnicas de plantio", afirmam. Mas nem tudo é questão de rendimentos, mas também de economia. As perdas que ocorrem no final da colheita se transformaram em um mal endêmico. Só em cereal oscilam entre 15 e 20% de tudo o que é colhido. É uma quebra que conta. "Uma redução de 1% nesse tipo de perda pode se transformar em um ganho anual de até US$ 40 milhões", calculam os analistas Ncalo e Gathungu.
Há tempo que a FAO avisa que no mundo são desperdiçadas 1,3 bilhão de toneladas de alimentos por ano. Um terço do total. Além disso, a organização adverte que em 2050 o planeta precisará de 71 milhões de hectares de plantações adicionais para alimentar-se. A África e seu celeiro terão então que entrar em cena premidos pela necessidade. Poderão responder ao desafio?
O setor agrícola africano cresce a um índice limitado entre 2% e 5% anuais. Parte desses níveis baixos ainda tem um forte potencial de melhora. E terra onde fazê-lo não falta. "Moçambique, Nigéria e Zâmbia dividem as maiores extensões de campos subutilizados do continente", explicam na Fidelity.
As possibilidades se estendem aos territórios do sul, centro e leste. Países como República Democrática do Congo contam com um vasto celeiro (52% de todas as terras do país são cultiváveis) não utilizado devido às guerras civis e aos conflitos sociais. E isto nos leva a outra consideração. As estratégias agrícolas, para que tenham êxito, devem ser respaldadas por boas políticas de governança, e aqui o continente falha. Também fraqueja na gestão da água, que segundo os especialistas do banco Citigroup "é o verdadeiro desafio na África subsaariana", onde só 4% das plantações são irrigadas. Um desafio que, por exemplo, exige realizar investimentos em infraestrutura para ampliar a irrigação.
É uma leitura do problema que combina com a que o Banco Mundial registrou no trabalho "Growing Africa: Unlocking the Potential of Agribusiness" [África em Crescimento: Destravando o potencial do agronegócio], publicado em março passado. A instituição pensa que a África poderia criar um mercado de alimentos em 2030 de US$ 1 bilhão se abrisse as portas para a entrada maciça de capitais, empresas e tecnologia estrangeiras. Mas a proposta encontra a oposição de várias organizações não-governamentais, já que essa ideia, segundo afirmam, transita justamente na direção contrária. "A quem beneficia esse mercado, se for controlado por especuladores financeiros de Londres, Nova York ou Pequim?", pergunta-se Henk Hobblink, coordenador da organização Grain. "Utilizar prioritariamente as terras agrícolas para exportar, enquanto há pessoas que passam fome no continente, é um crime. E expulsar os agricultores de seus campos para dá-los a investidores estrangeiros para que produzam mais também é um erro."
Esta última frase de Hobblink transfere o texto para o fenômeno do acúmulo de grandes extensões de terras (e de água) na África. A ONG Grain denuncia que 60 milhões de hectares do continente (pouco mais que o tamanho da Espanha) foram postos nas mãos de estrangeiros para exploração, deixando de fora as populações rurais que tradicionalmente trabalharam as terras como meio de subsistência. É muito recomendável para entender a magnitude do problema dar uma olhada no detalhe das mesmas em landmatrix.org, o único portal do mundo que compila as transações. Há 819 registradas em todo o planeta. Nada menos que 383 correspondem à África, 46% do total. A Espanha só aparece em uma operação de 15 mil hectares, no território de Moçambique.
Uma em cada oito pessoas no mundo passa fome
"O monopólio das terras e os investimentos estrangeiros para transformar a África no celeiro do mundo não são novidade. É um disfarce de neocolonizadores de gravata a cavalo do livre mercado: cultivam açúcar, cacau, café, borracha - diziam então - e sairão da miséria. Cultivem soja, palma africana ou qualquer coisa que a agroindústria ou nossos automóveis precisem - dizem hoje - e verão como o progresso choverá. Mentiras criminosas", afirma categoricamente Gustavo Duch, coordenador da publicação "Soberania Alimentar".
Sem dúvida a África precisa de investimento em seus campos, mas com um modelo que inclua seus agricultores, e não que os exclua. Os consultores da McKinsey calculam que na África subsaariana são necessários 38 bilhões de euros por ano para que o sistema agrícola funcione melhor. Apesar de tudo, há otimismo. "Chegou a hora de a agricultura africana ser um catalisador do fim da pobreza", observa Makhtar Diop, vice-presidente do Banco Mundial para a região africana.
Essa instituição acredita que a África poderia ser um dos principais exportadores do mundo de açúcar, milho, soja, arroz e biodiesel e ter o mesmo êxito que tiveram em uma época a América Latina ou o Sudeste Asiático. Também dá sua lista para a África subsaariana: óleos vegetais, cereais para o gado, horticultura, aves de granja e arroz.
Mas tem capacidade de exportar quem ainda não é capaz de alimentar toda a sua população? A região é um dos maiores consumidores e importadores do planeta de um cereal tão básico quanto o arroz. A metade do que consome vem de fora e os africanos pagam um preço muito alto por ele, cerca de US$ 3,5 bilhões por ano. A África fez um esforço produzindo 5% a mais (26,6 milhões de toneladas em 2012) em relação a 2011. Entretanto, não é suficiente. Também haverá 25 milhões de hectares adicionais de milho em 2013. Mas também não parece bastante.
Em Zâmbia esse cereal já proporciona a metade das calorias da dieta de seus habitantes, que consomem 133 quilos de cereais per capita por ano. Sua dependência é enorme. O que fazer? Recorrer a plantações geneticamente modificadas e sua proposta de agricultura intensiva?
Carlos Vicente Alberto é responsável por Sustentabilidade na Europa e Oriente Médio da Monsanto, principal fabricante de sementes geneticamente alteradas do planeta e também uma das empresas com pior imagem no mundo. Para ele está claro: "As plantações geneticamente modificadas podem contribuir para incorporar tecnologias agrícolas mais eficientes no uso dos recursos (solo, água, energia). Quer dizer, mais produtivas e sustentáveis". Uma visão totalmente refutada pelos grupos de ecologistas. Mas não só por eles. Antonio Hernández, sócio de Internacionalização da KPMG, descarta algumas dessas ideias. "A agricultura intensiva em grande escala também tende a ser intensiva em capital, e não cria postos de trabalho. Ao mesmo tempo, desaloja as pessoas. A consequência? Perdem seu emprego na agricultura de subsistência", avisa. Sem que necessariamente obtenham um posto de trabalho alternativo na exploração agrícola intensiva.
Crianças mal nutridas simbolizam a fome invisível na África
Poucos duvidam, como afirma Mercy Wambul, de que "a África precisa de um milagre para promover sua produtividade agrária e equipará-la ao aumento da população, mas até agora não há consenso de que o uso das sementes biológicas seja a solução".
Os cultivos geneticamente modificados põem sobre a mesa a fragilidade da agricultura na região. Apesar de tudo, muitos economistas veem no continente, e portanto em seu potencial agrário, o último grande mercado do planeta. Além disso, conta com "a classe de consumidores que cresce mais rapidamente no mundo", afirma Michael Lalor, diretor do Centro de Negócios da África em Joanesburgo da auditoria Ernst & Young.
A afirmação leva a uma das questões mais discutidas na África. Está surgindo uma classe média real, em parte como resposta a esse florescimento do consumo?
Em abril de 2011 o Banco Africano de Desenvolvimento publicou um polêmico trabalho (A Metade da Pirâmide: Dinâmica da classe média na África) em que definia essa classe média africana como as pessoas que tinham um consumo per capita diário entre US$ 2 e 20. Com esses parâmetros, eram 313 milhões de africanos. Claro que teve de admitir que 60% de sua classe recém-descoberta gastava entre US$ 2 e 4 por dia. Uma "classe flutuante", disse então, que se desloca acima do limite da pobreza (menos de US$ 2 diários).
O Banco Mundial, por sua vez, assim como algumas das grandes consultorias do mundo, como Deloitte ou McKinsey, admitem a existência dessa classe média estimando-a entre 200 e 300 milhões de pessoas. Outros organismos, como a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômicos), reduzem o entusiasmo para 32 milhões de pessoas. Embora haja olhares mais céticos. O economista-chefe para a África do banco Citigroup, David Cowan, afirma que "não existe uma classe média africana como tal. Há uma elite emergente e um grupo muito forte de consumidores, que está crescendo sem parar".
Seja qual for a estimativa mais correta, o que parece inegável é que a emergência dessa classe média tem uma repercussão direta sobre a agricultura. "Com maiores rendas", observa Sebastian Kahlfeld, gestor do fundo de investimentos DWS Invest Africa, pertencente à entidade financeira Deutsche Bank, "a demanda de alimentos de maior qualidade crescerá de forma proporcional. De fato, um maior consumo de proteínas, primeiro com carne branca e depois vermelha, precisa de mais produção de rações para a criação de gado. Isto aumenta a pressão dirigida a melhorar as condições de cultivo e da agricultura em geral". Será suficiente para encher o celeiro da África e do mundo? Dentro de poucos anos o saberemos.
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POLÍTICA - Campos e o escorpião.

Campos deu carona ao escorpião?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Mesmo na política brasileira, onde o interesse pessoal, com tanta frequência, é o centro das razões políticas, é difícil entender porque Eduardo Campos entregou sua candidatura, de maneira tão evidente, às mãos de harpia de Marina Silva.

Porque parece evidente que não havia entre ambos, até a semana passada, sequer uma relação de proximidade, quanto mais uma identidade política, passo inicial de qualquer lealdade política.

É certo que Eduardo Campos, com suas alianças com caiados, bornhausens e heráclitos, não mirava um “renovação ética” nos quadros da política, mas o estabelecimento de bases estaduais de que sua candidatura se ressentia.

Marina, ao contrário, jamais as procurou e demonstrava crer que seu sucesso eleitoral poderia apoiar-se uma nova “adoção” de seu nome pelas classes médias urbanas e na confusa e algo anárquica aliança evangélica, que poderia dar-lhe os votos populares.

A docilidade com que Campos se entrega às baboseiras de “transversalidades” e “horizontalidades” do discurso marinista e aceita deixar “em aberto” a cabeça de chapa não é, absolutamente, algo que pareça fruto de uma harmonia entre ambos.

Antes, parece a pantomima de um trato que já está feito e que precisa de um balé para que se torne “natural” o que foi acertado entre ambos.

E o que foi acertado?

Parece que, além dos dois, talvez só os que promoveram o “acordo” o saibam.

Mas, por favor, não nos peçam para engolir que é uma “relação aberta”, uma “amizade colorida”…

Uma pista é o coro quase unânime da grande mídia de que “se Marina não for a candidata, Dilma leva no primeiro turno”.

Esse é o objetivo possível, neste momento, e é por ele que a direita e sua ferramenta, a mídia, trabalharão.

Eduardo, ao que parece, é o dócil veículo para este projeto.

Aparentemente, apenas, porém, porque seu controle sobre a máquina partidária, indispensável para a formalização de uma candidatura de Marina, é dele.

E, portanto, vale muito politicamente, e não apenas politicamente.

O “frete” eleitoral vai ser custoso.

Mas será pago, à vista e a prazo.

A ambição de Campos e de Marina tem uma diferença.

A dela tem muita pressa.
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POLÍTICA - Chico Mendes

Bancada ruralista rejeita e critica homenagem a Chico Mendes na Câmara

A bancada ruralista se recusou a dar o nome de Chico Mendes ao plenário onde funciona a Comissão da Amazônia, na Câmara dos Deputados. Os representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária, que fazem parte da comissão, criticam duramente a homenagem. Alegam que o nome do líder seringueiro é uma ‘infeliz escolha’ e que a história de Mendes ‘é uma farsa’. 
A reportagem é publicada pelo jornal Brasil de Fato, 15-10-2013.
Os principais opositores são os deputados Moreira Mendes (PSD-RO) e Paulo César Quartiero (DEM-RR).
O projeto que batiza o espaço de Chico Mendes é da deputada Janete Capiberibe (PSB-AP). Ele foi aprovado no plenário da Câmara há cinco meses. No entanto, até agora, não foram instaladas placa e foto do seringueiro, nem houve qualquer celebração, como é de praxe nesse tipo de evento. Janete disse que vai recorrer para o cumprimento da decisão no plenário da Câmara.
Chico Mendes foi assassinado na porta de casa, em dezembro de 1988, pelos fazendeiros Darly Alves da Silva e Darly Alves Ferreira, em Xapuri, no Acre. À época, Mendes reuniu indígenas, pescadores e populações ribeirinhas para a criação de reservas extrativistas e lutar contra a derrubada da floresta para dar lugar às serrarias, ao pasto e aos latifúndios de monocultura.
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POLÍTICA - Esse é o Lula!


Lula recebe título de Honoris Causa em universidade argentina


O ex-presidente Lula participou nesta terça do Primeiro Congresso de Responsabilidade Social, em La Matanza, na Grande Buenos Aires. Na ocasião, ele foi agraciado com o título de doutor honoris causa pela Universidade de Buenos Aires.
Em seu discurso de mais de uma hora para uma plateia  lotada que incluía o ex-presidente espanhol Felipe González, Lula ressaltou a importância da relação bilateral entre Brasil e Argentina, afetada nos últimos meses por barreiras comerciais do país vizinho aos produtos brasileiros.

"Temos que entender que Brasil e Argentina não podem entrar em confrontação, porque um é complementar ao outro", afirmou.

Lula disse que  América Latina progrediu muito e o Mercosul teve papel importante. "Estamos melhor agora que há dez anos. Quando chegamos aos Mercosul, o fluxo entre os países era de US$ 10 bilhões. No ano passado foi de 50", disse. "Sonho com uma América Latina integrada, mas há muito que ser feito, temos que ter ferrovias, estradas, desenvolvimento. O Brasil não pode ser rico sozinho."

Imprensa Nunca me deu trégua

Lula declarou  na Argentina que "os donos de jornais e canais de TV no Brasil  ganharam muito dinheiro em meu governo. Mas nunca me deram trégua. Nunca deram uma manchete positiva em meu governo. Não me lembro de momento algum em que falaram ''Lula é bom''". Lula fez  as declarações durante o discurso sobre Responsabilidade Social Empresarial (SER) no Primeiro Congresso Internacional de RSE da Argentina, no Hotel Holiday Inn de Ciudad Evita, distrito de La Matanza, na Grande Buenos Aires.


O auditório estava lotado de ministros do governo da presidente Cristina Kirchner, deputados, prefeitos, vereadores e acadêmicos. No discurso, o ex-presidente relatou que um dia disse à mulher, Marisa, que "se ficarmos lendo jornais e revista, vamos ter azia. Simplesmente parei de ler". Os ministros de Cristina, entre eles Julio De Vido, o homem forte de Cristina na área econômica, aplaudiram.

 Lula também disse que, como se ainda fosse presidente, que, "se alguém acha que um dia vou mexer um dedo para prejudicar a imprensa, esse dedo já caiu".

Lula avaliou as críticas que recebe: "muitas vezes aquele que fala mal da gente é mais honesto do que aqueles puxa-sacos das autoridades". "somente uma democracia permite que um negro seja eleito presidente dos Estados Unidos e que um índio governe a Bolívia e um homem como  Mujica que ficou seis anos em uma solitária (durante a ditadura militar) seja eleito presidente do Uruguai".

Argentina

Ao longo do discurso Lula afirmou várias vezes que  ama a Argentina. Lula destacou a necessidade de aprofundar a integração bilateral e recorreu ao exemplo futebolístico: "no Brasil só temos divergências com a Argentina no futebol". Na sequencia disse que não poderia ocorrer um remake do "Maracanaço" de 1950, quando o Brasil perdeu para o Uruguai no Rio de Janeiro. "Espero que a Argentina não vá à Copa do Brasil...e espero que o Brasil ganhe", disse em tom brincalhão.

Lula destacou que não falava inglês nem espanhol e que não conseguiu uma graduação em um universidade. No entanto, ressaltou que "duvidava" que na História do Brasil houve um presidente "que conversou tanto com empresários, negros, índios e sindicalistas como eu conversei".

O ex-presidente Lula recebeu o título doutor Honoris Causa da Universidade de Buenos Aires (UBA) durante o congresso de SER.
Boa sorte para Cristina

Lula também mandou um recado para a pronta recuperação de Cristina Kirchner. A presidente argentina se recupera de uma cirurgia feita há uma semana, na qual retirou um coágulo da cabeça.

"Queria aproveitar para dizer para a Cristina que eu sou um homem de muito fé, porque se não fosse Deus eu não chegaria aonde cheguei. E Deus deve cuidar para que Cristina se recupere logo e volte a governar a Argentina", disse antes de começar seu discurso no evento.

Em sua fala, Lula disse também que  Michelle Bachelet será eleita presidente do Chile na eleição de 17 de novembro.

Ao falar que jamais alguém havia pensado que a América Latina tivesse quatro mulheres presidentes, ele colocou a candidata ao lado de Dilma, Cristina Kirchner e Laura Chinchilla. "Sim, porque já estou contando que a Michelle Bachelet vai ganhar no Chile", afirmou.
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POLÍTICA - Dilma X Marina é o embate que abre a campanha

Dilma X Marina é o embate que abre a campanha


dilma ok Dilma X Marina é o embate que abre a campanha
A campanha eleitoral começou para valer nesta segunda-feira, bem diferente das últimas três eleições presidenciais. Para quem estava habituado ao Fla-Flu entre o PT e o PSDB, a grande novidade é que o embate central de 2014 se dá agora entre duas ex-ministras do governo Lula: a presidente Dilma Rousseff, do PT, candidata à reeleição, e Marina Silva, da aliança da sua Rede Sustentabilidade com o PSB de Eduardo Campos, outro ex-ministro do primeiro governo petista.
Dilma atirou primeiro, sem citar nomes, em Itajubá, Minas, mas Marina resolveu vestir a carapuça, rebatendo as declarações da presidente logo a seguir em entrevista coletiva no Recife, Pernambuco, terra do presidenciável Eduardo Campos, que não se manifestou.
Em entrevista a rádios mineiras pela manhã, Dilma negou mais uma vez que esteja em campanha, garante não ter subido no "salto alto" após as últimas pesquisas que lhe dão folgada liderança e recomendou aos seus concorrentes que "estudem o país" para apresentar propostas, dando início ao bate-rebate à distância com Marina, sem deixar espaço para os demais pré-candidatos (Aécio, Serra e Eduardo).
Dilma _ "Acredito que para as pessoas que querem concorrer ao cargo, elas têm de se preparar, estudar muito, ver quais são os problemas do Brasil, ter propostas. Eu passo o dia inteiro fazendo o que? Governando. Agora, o meu problema é governar, não é ficar preocupado com quem vai ser candidato. Até porque há indefinições..."
Marina _"Acho que ela deu conselho de professora. Fui alfabetizada aos 16 anos. Se tem uma coisa que gosto é valorizar aquelas que se dispões a estudar. E que pega as coisas com muita consistência. Aprender é sempre bom. Difícil aqueles que acham que não têm mais o que aprender e só conseguem ensinar".
Dilma _"Pelo décimo ano consecutivo a inflação vai fechar o ano dentro da meta. Nosso compromisso com o rigor fiscal não se alterou como mostra o fato de termos transitado pela mais grave crise da História desde 1929 com as nossas metas de endividamento sob rígido controle. Hoje, a nossa dívida do setor público sobre o PIB é uma das menores do mundo".
Marina _ "No que diz respeito à política econômica, temos que reconhecer que as dificuldades mundiais têm a ver com a crise. Mas tem a ver com alguma ansiedade política, a partir do segundo  governo de Lula, e sobretudo no atual governo que, no meu entendimento, está fragilizando a política econômica. Tudo o que conquistamos foi em função de termos compromisso com a meta de inflação, mas o seu teto está sendo extrapolado".
Dilma _ "Defendemos e praticamos uma política de flexibilidade cambial, o que tem nos permitido também fazer face a esse novo momento em que o mundo transita para uma modificação das políticas monetárias, notadamente da política monetária americana. Isso nos permite procurar sempre dar, dentro da variedade cambial, maior estabilidade ao país".
Marina _ "A marca do governo Dilma tem sido a do retrocesso. Não gostaria que a presidente tivesse essa marca. Ela cumpriu o seu papel, mas o modelo se esgotou, não tem mais para onde ir (...). Corremos o risco de ver o dinheiro do contribuinte sendo dado a um grupo que causa um prejuízo irreparável às finanças públicas. Imagine este dinheiro sendo dado a jovens empreendedores, a quantidade de oportunidades que poderíamos ter em termos de geração de novos empregos e novos negócios".
Dilma _ "Nós temos esse compromisso com a robustez econômica, mas também desenvolvemos paralelamente a esse cuidado toda uma política de redução de custos para a indústria. Reduzimos o custo da energia e desoneramos a folha de pagamentos.
Já o presidenciável tucano Aécio Neves, em nota distribuída à tarde, criticou a "postura de candidata" de Dilma em sua sexta visita oficial a Minas nos últimos três meses. "Se não tivesse se afastado por tantos anos de Minas, a presidente, e não a candidata, talvez estivesse respondendo a essas demandas do nosso Estado que estão sob a responsabilidade do governo federal". O outro pré-candidato tucano, José Serra, que disputa a indicação com Aécio, não se manifestou.

Para quem entrou no PSB, como coadjuvante da chapa liderada por Eduardo Campos, há apenas dez dias, Marina rapidamente vem assumindo o papel de protagonista na disputa com Dilma Rousseff, dando longas entrevistas quase todo dia e assim ocupando todos os espaços do noticiário político. Gostaria até de saber quem é o seu marqueteiro, mas tenho a impressão de que a própria Marina é sua melhor marqueteira.

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