As reais razões do PSB para entregar cargos e desembarcar do governo


Notícia saída no fim de semana no Painel político da Folha de S.Paulo: o cálculo eleitoral contribuiu decisivamente para apressar o desembarque do PSB do governo. É que o partido negocia alianças com o PSDB em 21 Estados em 2014.
Um alinhamento com os tucanos, frisa bem a editora do Painel, Vera Magalhães, em colégios eleitorais importantes, como São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul, e em três dos seis Estados governados pelo PSB, Pernambuco, Paraíba e Piauí. Só em seis dos 27 Estados, acentua a nota, a aliança preferencial do PSB é com o PT para 2014.
A notícia traz uma boa análise, mas essa constatação do Painel é o óbvio e há muito tempo é um fato mais do que conhecido. Começando por São Paulo, Minas e Paraná, onde os socialistas são e sempre foram aliados dos governos tucanos de Antônio Anastasia (MG), Geraldo Alckmin (SP) e Beto Richa (PR).
Em São Paulo, aliás, o PSB só deixou a aliança preferencial com os tucanos por um curto interregno no ano passado, quando aliou-se ao PT para a eleição, na capital paulista, do prefeito Fernando Haddad (PT).
São fatos que a Folha de S.Paulo e a mídia em geral sempre esconderam, ou nunca deram maior destaque, porque para elas ruins e susceptíveis de críticas são sempre as alianças fechadas pelo PT no plano federal.
Criticam alianças partidárias feitas pelo governo Dilma Rousseff com determinados partidos, mas passam batido, escondem quando estes mesmos partidos se aliam ao tucanato no plano estadual.
*Por José Dirceu - via http://www.zedirceu.com.br
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O que mais é necessário para que se declare o impeachment de Gilmar Mendes?




Em maio de 2011 o advogado Alberto de Oliveira Piovesan entrou no Senado da República com um pedido de impeachment do ministro do STF Gilmar Mendes. Entre outros motivos, o advogado apontava:

Os fatos divulgados pela referida reportagem (documento nº 4, em anexo), são comprometedores. Revelam recebimento de benesses e outros fatos que põem em dúvida a isenção, a parcialidade do julgador, configurando violação a dever funcional, e em consequência a incidência do item 5 do artigo 39 da Lei Federal 1079/1950.

(...) A referida reportagem informou, dentre outros fatos, que o Advogado Sergio Bermudes hospeda o Ministro Gilmar Ferreira Mendes quando este vem ao Rio de Janeiro, e que já hospedou-o em outras localidades, além de fornecer-lhe automóvel Mercedes Benz com motorista.

A citada reportagem informou também que o Ministro Gilmar Ferreira Mendes recebeu de presente, do mesmo Advogado Sergio Bermudes, uma viagem a Buenos Aires, Argentina, quando deixou a presidência do Supremo Tribunal Federal no ano passado (2010). E que o presente foi extensivo à mulher do Ministro, acompanhando-os o Advogado nessa viagem.

A citada reportagem informou ainda que o referido Advogado emprega e assalaria, acima do padrão, a mulher do Ministro. Evidente que no recesso do lar pode ela interferir junto ao marido a favor dos interesses do escritório onde trabalha, e de cujo titular é amiga intima (sempre segundo a citada reportagem). É o canal de voz, direto e sem interferências, entre o Ministro e o Advogado. [Fonte]

O pedido não foi adiante, como costuma acontecer, graças ao famoso conchavo das elites no Brasil. Mas a esses fatos vêm se juntar dois novos, recentes e gravíssimos.

O primeiro, o voto de Gilmar Mendes contrário aos embargos infringentes, sendo que o ministro sabia que esses embargos foram mantidos pelo Congresso, quando se manifestou em resposta a um pedido do governo Fernando Henrique Cardoso, que queria acabar com eles, segundo se dizia, para dar agilidade ao Supremo.

O Congresso negou o pedido, feito e defendido pelos ministros da Justiça e da Casa Civil de FHC à época, respectivamente Iris Rezende e Clóvis Carvalho. E quem era o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil? Gilmar Mendes [Fonte]. Logo, ele sabia que os embargos ainda vigem e, portanto, votou contra a lei.

O segundo e novo desvio de Gilmar Mendes foi denunciado pelo ex-presidente do STF Nelson Jobim, numa entrevista ao IG, em que ele afirma que Gilmar Mendes mentiu quando disse há tempos que teria sido assediado pelo ex-presidente Lula, numa reunião em que se encontravam apenas os três, Lula, Jobim e Mendes:

Jobim: É falso, absolutamente falso. Esta versão é a versão apresentada pelo ministro Gilmar. Não é verdadeiro. Na época em que houve um café da manhã no meu escritório, Lula queria me visitar. Eu tinha saído do Ministério da Defesa na época e ele queria me fazer uma visita. E o Gilmar foi convidado para ir também. Foi uma conversa tranquila, sem nenhuma dificuldade. Eu que perguntei ao Gilmar sobre o andamento do mensalão, se ia votar ou não ia votar. Ele disse que achava melhor votar logo para resolver o assunto e foi isso. Trinta dias depois desse café da manhã é que houve essa indignação do ministro Gilmar fazendo uma versão que não era verdadeira e que, na época, eu neguei. Continuo negando.

iG: Então, a bola foi passada para o senhor? 

Jobim: Aquilo tudo era falso. Aquela exaltação que foi manifestada. Curiosa exaltação. Trinta dias depois você fica furioso. A conversa não foi em nada naquele sentido. Não houve absolutamente nada daquilo. Foi uma conversa amigável. Ele não estava muito bem com um problema de perna, tinha até uma escada no escritório. Depois, eu e o ministro Gilmar ficamos conversando um pouco. E 30 dias depois é que eu recebo a notícia de uma matéria da Veja. Mandei uns SMS que eu tenho guardados ao ministro Gilmar. E ele disse que houve uma série de coisas, que ele havia conversado com A, com B, com C. E que a versão que tinha saído na Veja vinha de terceiros. E eu então disse, mas é curioso. Como assim de terceiros, se éramos só nós três? E depois disso nunca mais falei com o ministro Gilmar. 

iG: Isso, então, abalou sua relação com ele. 

Jobim: Desapareceu. Não falei mais, nem falarei.[Fonte]

A isso se soma também o famoso episódio do grampo sem áudio, da suposta arapongagem da Abin, que teria gravado uma ligação em que o probo Gilmar Mendes dialogava com o probo senador Demóstenes Torres (ambos envolvidos até o pescoço com o caso Daniel Dantas), onde os dois saem na fita de tal modo puros, pios, honestos e angelicais, como se fosse um copy & paste de um diálogo entre o papa e madre Teresa de Calcutá...

A bola está quicando na área do Senado, à procura de um senador que dê a Gilmar Mendes o remédio amargo que ele empurrou garganta abaixo do país, quando num gesto de bufão "chamou às falas" o então presidente Lula. A partir daí, estranhamente, houve mudança na cúpula da PF, constrangimento da Abin e fim da Operação Satiagraha, que havia levado à cadeia e posterior condenação a 10 anos de prisão o banqueiro Daniel Dantas.

É preciso que um senador chame Gilmar Mendes às falas, que ele explique seus procedimentos, e tenha um julgamento justo, durante a análise do pedido de seu impeachment, por não estar à altura do cargo que exerce, na mais alta corte do país.


Madame Flaubert, de Antonio Mello

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RETRATO DO BRASIL DESNUDA "JUÍZO MEDIEVAL" DA AP 470




Mensalão AP 470, STF, Julgamento MedievalO vídeo acima mostra a cobertura do chamado caso Mensalão, AP 470, investigado pelos repórteres Raimundo Rodrigues Pereira e Lia Imanishi, da Revista Retrato do Brasil (publicação da editora Manifesto S.A) ao longo dos últimos dois anos.  Imperdível!
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Mais um capítulo de meu romance Madame Flaubert, neste primeiro dia de Primavera




Neste capítulo, a Ema Bovary de Antônio C. revive a cena da Madame Bovary original, na festa do castelo de Vaubyessard. Na atualização de Antônio C. a festa é na antiga embaixada de Portugal, em Botafogo (imagem acima). Na festa, ela se recorda de uma conversa com "o Fernando", o Collor...


10.
Para algumas pessoas, o melhor da festa é esperar por ela. Não para Ema. Definitivamente. Se a espera a deixou com febre e calafrios, a recepção, seguida de um baile, na antiga embaixada de Portugal, na rua São Clemente, levou-a ao delírio. Há muito não sentia todas aquelas emoções a um só tempo em seu corpo. Algumas vezes estava quente, sentia-se arder, imaginava possível acender um cigarro com o toque de sua pele. Outras, ao contrário, um frio descia pela espinha, ela sentia seu corpo congelar-se, do centro para as extremidades. Várias vezes teve vertigens. Mas nessas horas, como que só para servi-la - ela chegou a pensar que isso estivesse realmente acontecendo -, havia sempre um garçom solícito, uma taça de vinho, água Perrier... E também a dança. Após a apresentação da orquestra de câmara, houve o baile - em homenagem a o quê, ou a quem? e o que importa?... - e Ema não se cansou de dançar. Até mesmo o primeiro-ministro - ah, era ele o homenageado! -, um homem casado - como ela -, deixou a mulher de lado - como ela deixou o marido - e tirou-a para dançar.

        Ela saboreava cada instante daqueles. Mexia e ajeitava o colar, colocando o rubi corretamente em relação ao centro do pescoço, fazendo gestos de cansaço e excitação, que pareciam estar agradando em cheio aos burgueses presentes à recepção. Olhavam para ela e percebiam que ali estava alguém que parecia realmente se divertir com aquilo tudo. Não era um negócio, um sorriso pró-forma, uma simpatia de conveniência, mas uma felicidade que saía pelos poros, suava e tornava ainda mais atraente o perfume que ela usava.

        Muitos se insinuaram, tentaram uma abordagem mais íntima. Mas não era nada daquilo o que Ema queria quando comprou o vestido. Não era nada daquilo o que ela queria quando escolheu o colar. Nenhum daqueles homens. Nenhuma das personalidades. Mas a festa, o momento só dela, brilhar, brilhar, ser feliz, subir e realizar seu destino, como a borbulha numa taça de champanhe. Será que alguém entendia isso? Além do mais, após a conversa com “o Fernando” e o convite para a cerimônia de posse em Brasília, a recepção era apenas o primeiro degrau da longa escadaria que vislumbrava à sua frente e que a levaria da vida que vivia havia tempos para o mundo que imaginava desde criança, e para o qual se preparara como que para um baile.

       
Continue lendo, na página do romance no Facebook: https://www.facebook.com/MadameFlaubert. Aproveite e curta a página, com informações sobre os romances, inclusive reproduções do manuscrito de Madame Bovary, de Flaubert, que começou a ser escrito em 19 de setembro de 1851.


Madame Flaubert, de Antonio Mello

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Bons tempos, heim?!




* Cebola Cortada - De Clodô & Petrúcio Maia, com arranjo de Magro e execução do MPB4Show Bons Tempos, de 1980, do MPB4, época do lançamento do disco com o mesmo nome.


O orvalho da noite

brinca na luz do luar

Quem acredita em sereia

sabe os segredos do mar

A cachoeira cantando

é a canção natural

Sempre lembrando prá gente

que amar nunca faz mal

Teu amor é cebola cortada, meu bem,

que logo me faz chorar

Teu amor é espinho de mandacarú

que gosta de me arranhar

Teu olhar é cacimba barrenta meu bem

Que eu gosto de espiá
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