Jornal Nacional, O Globo e Folha ignoram propinoduto tucano em SP. Estadão dá uma notinha envergonhada e sem vergonha


Imagem copiada da reportagem da IstoÉ, link abaixo


Tem gente que não acredita no PIG. Tem gente que não acredita que eles trabalhem em conjunto, na base do um por todos, todos por um. Vou falar exatamente pra esse pessoal.

- Vocês leram reportagem da IstoÉ desta semana em que a multinacional alemã Siemens confessa esquema de corrupção em São Paulo, que atravessa todos os governos tucanos, de Mauro Covas a Alckmin, passando por José Serra?

Ao assinar um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a multinacional alemã Siemens lançou luz sobre um milionário propinoduto mantido há quase 20 anos por sucessivos governos do PSDB em São Paulo para desviar dinheiro das obras do Metrô e dos trens metropolitanos. Em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos, a empresa revelou como ela e outras companhias se articularam na formação de cartéis para avançar sobre licitações públicas na área de transporte sobre trilhos. Para vencerem concorrências, com preços superfaturados, para manutenção, aquisição de trens, construção de linhas férreas e metrôs durante os governos tucanos em São Paulo – confessaram os executivos da multinacional alemã –, os empresários manipularam licitações e corromperam políticos e autoridades ligadas ao PSDB e servidores públicos de alto escalão. O problema é que a prática criminosa, que trafegou sem restrições pelas administrações de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, já era alvo de investigações, no Brasil e no Exterior, desde 2008 e nenhuma providência foi tomada por nenhum governo tucano para que ela parasse. Pelo contrário. Desde que foram feitas as primeras investigações, tanto na Europa quanto no Brasil, as empresas envolvidas continuaram a vencer licitações e a assinar contratos com o governo do PSDB em São Paulo. O Ministério Público da Suíça identificou pagamentos a personagens relacionados ao PSDB realizados pela francesa Alstom – que compete com a Siemens na área de maquinários de transporte e energia – em contrapartida a contratos obtidos. Somente o MP de São Paulo abriu 15 inquéritos sobre o tema. Agora, diante deste novo fato, é possível detalhar como age esta rede criminosa com conexões em paraísos fiscais e que teria drenado, pelo menos, US$ 50 milhões do erário paulista para abastecer o propinoduto tucano, segundo as investigações concluídas na Europa. [íntegra da reportagem aqui]

Pois Jornal Nacional, O Globo e a Folha não acharam que seu público necessitasse dessa informação. Um escândalo de corrupção, denunciado por uma multinacional alemã ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para os brimos piguentos não é notícia.

O Estadão ainda tentou salvar a pele, com uma notinha de título melífluo e conteúdo ralo, com apenas 1500 caracteres, com espaço [confira aqui].

Uma entrevista com Alckmin, ou Serra, nada.

Pergunto a você que é fã desses veículos: E se fosse São Paulo governado esse tempo todo pelo PT e não pelo PSDB, o comportamento seria o mesmo?

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"Anota aí: eu sou ninguém"




Por Peter Pál Pelbart*

Slavoj Zizek reconheceu no "Roda Viva" que é mais fácil saber o que quer uma mulher, brincando com a "boutade" freudiana, do que entender o Occupy Wall Street.

Não é diferente conosco. Em vez de perguntar o que "eles", os manifestantes brasileiros, querem, talvez fosse o caso de perguntar o que a nova cena política pode desencadear.

Pois não se trata apenas de um deslocamento de palco - do palácio para a rua -, mas de afeto, de contaminação, de potência coletiva. A imaginação política se destravou e produziu um corte no tempo político.

A melhor maneira de matar um acontecimento que provocou inflexão na sensibilidade coletiva é reinseri-lo no cálculo das causas e efeitos. Tudo será tachado de ingenuidade ou espontaneismo, a menos que dê "resultados concretos".

Como se a vivência de milhões de pessoas ocupando as ruas, afetadas no corpo a corpo por outros milhões, atravessados todos pela energia multitudinária, enfrentando embates concretos com a truculência policial e militar, inventando uma nova coreografia, recusando os carros de som, os líderes, mas ao mesmo tempo acuando o Congresso, colocando de joelhos as prefeituras, embaralhando o roteiro dos partidos - como se tudo isso não fosse "concreto" e não pudesse incitar processos inauditos, instituintes!

Como supor que tal movimentação não reata a multidão com sua capacidade de sondar possibilidades? É um fenômeno de vidência coletiva - enxerga-se o que antes parecia opaco ou impossível.

E a pergunta retorna: afinal, o que quer a multidão? Mais saúde e educação? Ou isso e algo ainda mais radical: um outro modo de pensar a própria relação entre a libido social e o poder, numa chave da horizontalidade, em consonância com a forma mesma dos protestos?

O Movimento Passe Livre, com sua pauta restrita, teve uma sabedoria política inigualável. Soube até como driblar as ciladas policialescas de repórteres que queriam escarafunchar a identidade pessoal de seus membros ("Anota aí: eu sou ninguém", dizia uma militante, com a malícia de Odisseu, mostrando como certa dessubjetivação é condição para a política hoje. Agamben já o dizia, os poderes não sabem o que fazer com a "singularidade qualquer").

Mas quando arrombaram a porteira da rua, muitos outros desejos se manifestaram.

Falamos de desejos e não de reivindicações, porque estas podem ser satisfeitas. O desejo coletivo implica imenso prazer em descer à rua, sentir a pulsação multitudinária, cruzar a diversidade de vozes e corpos, sexos e tipos e apreender um "comum" que tem a ver com as redes, com as redes sociais, com a inteligência coletiva.

Tem a ver com a certeza de que o transporte deveria ser um bem comum, assim como o verde da praça Taksim, assim como a água, a terra, a internet, os códigos, os saberes, a cidade, e de que toda espécie de "enclosure" é um atentado às condições da produção contemporânea, que requer cada vez mais o livre compartilhamento do comum.

Tornar cada vez mais comum o que é comum - outrora chamaram isso de comunismo.

Um comunismo do desejo. A expressão soa hoje como um atentado ao pudor. Mas é a expropriação do comum pelos mecanismos de poder que ataca e depaupera capilarmente aquilo que é a fonte e a matéria mesma do contemporâneo - a vida (em) comum.

Talvez uma outra subjetividade política e coletiva esteja (re)nascendo, aqui e em outros pontos do planeta, para a qual carecemos de categorias. Mais insurreta, de movimento mais do que de partido, de fluxo mais do que de disciplina, de impulso mais do que de finalidades, com um poder de convocação incomum, sem que isso garanta nada, muito menos que ela se torne o novo sujeito da história.

Mas não se deve subestimar a potência psicopolítica da multidão, que se dá o direito de não saber de antemão tudo o que quer, mesmo quando enxameia o país e ocupa os jardins do palácio, pois suspeita que não temos fórmulas para saciar nosso desejo ou apaziguar nossa aflição.

Como diz Deleuze, falam sempre do futuro da revolução, mas ignoram o devir revolucionário das pessoas.


*Peter Pál Pelbart é  professor titular de filosofia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, tradutor de Deleuze e autor de "Vida Capital".

** Pescado do Diário Gauche   http://diariogauche.blogspot.com.br/
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'O PT precisa ser muito mais do que tem sido'


O PT e as direitas

Por Marcelo Carneiro da Cunha*

Parece que é apenas uma enzima em nossos cérebros, uminha, que nos informa quando estamos diante de uma virtualidade e quando a coisa é pra valer. Enquanto dormimos e sonhamos, ela reina e tudo é verdade. Quando acordamos ela dorme, e então descobrimos que aquele tigre ali na frente é apenas a nossa imaginação, ou se ele é de verdade, dentes idem.
Assim funcionam os cérebros regulados para lidar com a realidade. Existem os outros, para os quais a divisão não é tão clara, e muitos deles estão ao nosso redor, por todos os lados, vivendo as suas ilusões e tentando convencer a todos nós de que elas são o que vale, contra todas as provas em contrário. O PT, estimados leitores, venceu porque, ao contrário das exquerdas, foi desenhado por mentes que sabiam o que funcionava e o que era papo para bovinos caírem em hibernação. Não que ele só tivesse nos seus quadros e entre seus apoiadores gente com os pés solidamente cravados na realidade. Mas os que definiam, os que controlavam a bola e o apito, esses eram, e isso o tornou o que ele se tornou, para o bem, e para o mal.
Já as exquerdas, seguiram o seu caminho rumo a lugar algum, porque o inexistente é imaginário e tem problemas com coisas como ar, luz, tempo e gente, esses detalhes que fazem o mundo. E, nas horas vagas, como autoritários e anti-democratas que são, vão lá e espalham estrume diante de empresas das quais discordam, sem pensar, ora isso, em quem vai ter que limpar a brincadeira tão divertida quanto ofensiva. Assim são as direitas, elas não pensam, estimados leitores. São músculo e convicção, e saiam da frente os que não combinarem com o modelito mental made in 1860.
Invadir parlamentos, por exemplo. Querem algo mais direitista do que isso? Um parlamento, até mesmo um pequeno parlamento, é um parlamento e representa algo que deveria estar acima de mim, de você que lê, do senhor aqui ao lado. Bom ou mau, ele foi eleito pelo povo, e o representa. Se ele é um mau parlamento, na nossa opinião, fazemos oposição, manifestamos nosso desacordo, tentamos convencer os eleitores de que eles fizeram péssimas escolhas, que tal melhorar na próxima eleição.
Nós, da real esquerda, nunca, jamais, invadimos, porque somos essencialmente democratas. Nós mudamos produzindo mudança, e não impondo nossas ideias e nossa visão de organização e cardápio a um prédio ocupado.
Se fossem outras organizações de direita, vocês que me leem estariam tão confortáveis com essa invasão? Se fossem os pastores evangélicos invadindo para impedir a votação de alguma lei civilizatória? Se fossem a união dos policiais torturadores lutando contra a criminalização da tortura? Se fosse o bom e velho poder militar, os amigos se sentiriam como? Só existe uma forma de sentir uma invasão de um parlamento, e só existe uma forma de justificar essa invasão, e ela é melhor definida pelo que fazia e pensava uma turma lá em 1933, leiam a sua História.
E o PT com tudo isso?
Lula foi ao NY Times dizer que o PT precisa ser mais PT, algo que traz em si a mesma dose de correção e ironia. Lula está certo, porque o PT precisa, e muito, ser mais PT. Mas ele é também o grande responsável pelo PT ter se tornado o que se tornou. Lula é amigo de todo mundo. Era amigo do Bush e tomava cafezinho com Ahmadinejad. Curtia Angela Merkel, e os Castro. Era parça da FIESP, do Henrique Meirelles e dos moradores do agreste pernambucano, que sabiam quem ele era.
Com Lula, o PT virou amigo de todo mundo, em particular do PMDB, que não tem amigos, mas sócios-minoritários, em qualquer cenário. Lula fez a foto, a maldita foto, abraçando Haddad e Maluf, não fez?
Não existe saída para o Brasil a não ser aquela em que o PT se redesenha. Os demais partidos já são o que são, não há o que mudar neles. O PSDB é a mistura de interior paulista com playboy carioca que ele é, vai ser, sempre. O PMDB se remodelou para dominar o Congresso e extrair o que quer de quem quer que sente na cadeira. Tirar ele dali é central para qualquer projeto de país moderno. Os demais, todos, são aquelas roupas de que você nem lembra no armário. Elas não servem mais, mas o sistema é esse e elas não podem ser doadas pra campanha do inverno sem frio. É preciso inventar uma nova relação com elas, onde elas não possam acabar com o mundo por conta dos ácaros e mofo que carregam. O que não dá, Lula, é pra ser tão amigo delas, deles. Não dá pra deixar Magno Malta ser papagaio de pirata a vida inteira. Não dá pra transigir com a bancada evangélica ao primeiro tranco. Há que enfrentar o mal, de cabeça erguida. Há que construir uma relação menos amigável, mesmo que construtiva, com a banca. Há que produzir realidades melhores, que somente são possíveis a partir de menos abraços com gente que leva o braço junto na hora do adeus. Proprietários de empresas de ônibus são apenas um dos muitos exemplos.
Não dá pra dar o Dnit pro PR, porque eles comem asfalto. É preciso comprar um mapa do Amapá e insistir para que o Sarney aprenda onde fica, e fique lá. É preciso saber que algumas brigas, as necessárias, precisam ser compradas e vencidas.
Ninguém sabe o tamanho da briga, porque as direitas, as mais organizadas, são duras, mas não são burras. Até agora elas não precisaram brigar, porque o PT tem sido muito amigável. Alguma briga é necessária, porque em um sistema desenhado para todo mundo ganhar, os mesmos seguem ganhando demais. Nada contra todo mundo ganhar, mas o nosso sistema não é assim. Nele, muita gente saiu ganhando, mas alguns controlam as artérias, e isso se torna inaceitável.
O PT precisa ser mais PT, e isso significa recuperar a inteligência estratégica que o trouxe até aqui, mas com mais alma, com coração, sabendo que as coisas pioram sem a esquerda mandando. O PT precisa criar um novo projeto, e se ater a ele, sem ceder às muitas, muitas tentações que o mundo oferece, e a direita manipula como ninguém.
O PT precisa ser muito mais do que tem sido, e não sei com ele vai fazer para desfazer o próprio nó e tocar o país adiante. Mas o que também sei é que só ele pode fazer isso, só ele, mais ninguém.
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* Marcelo Carneiro da Cunha é escritor  - Via Sul21-  Edição final e grifos deste blog
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REVOLUÇÕES ... POR MINUTO!




* RPM - 'Revoluçóes por Minuto'  (original: 1985 - show - 2002)
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'Não se pode criticar a ministra Helena Chagas porque não se tem ideia do que faz' - Janio de Freitas

Em sua coluna na Folha, o jornalista Janio de Freitas fez uma crítica ácida à Comunicação do governo Dilma. Seria apenas mais um a fazê-lo, não fosse Janio um dos mais respeitados jornalistas do país, e - e como isso é importante para o governo! - escreve e faz parte do conselho editorial da Folha.

Talvez o caminho da rua da ministra esteja com a porta aberta depois da coluna de Janio, em que ele comentou a presença de Dilma na reunião que marcou os dez anos do Conselho do Desenvolvimento. Confira trechos a seguir:


Sempre a principal oradora, como Lula em seu tempo, Dilma Rousseff foi aguda na defesa do governo contra o que chamou de afirmações inverdadeiras sobre a inflação e sobre a situação econômica em geral. Ei-la, em duas frases de conclusão crítica:
 
"A informação parcial, da forma como é explorada, confunde a opinião púbica." E: "A informação parcial visa a criar um ambiente de pessimismo".
 
(...) no governo ninguém pediu demissão depois da fala presidencial. Se o propagado sobre a inflação e a economia falseia a verdade e perturba o país, é dever do governo prestar esclarecimento permanente à opinião pública. O governo tem dispositivos específicos para tal obrigação, no topo do qual estão um cargo e um dos 39 títulos de ministro. Apesar disso, este governo tem a peculiaridade de não se comunicar, nem diante do que considera perturbador e pernicioso. É como se dissesse: os interessados que aproveitem.
 
Não se pode criticar a ministra Helena Chagas porque não se tem ideia do que faz. Nem vale a pena ressaltar a inacreditável inexistência, já a meio do terceiro ano de governo, de uma política de comunicação da Presidência e, secundariamente, das extensões da administração. Jamais me constou, ao menos, uma iniciativa que desse sinal da ação esperável, em todo governo, da função tão necessária e às vezes até decisiva da comunicação. E o que fica por conta da marquetice dá, sempre, nas aparições provincianas e nos discursos ainda piores. [Fonte]

Desconfiei que Helena Chagas era a mulher errada no lugar errado, quando, nem bem o governo havia completado três meses, ela deu RT no twitter, sem querer, na seguinte mensagem:

"Ganhar menos que esta raça devoradora, políticos como  Sarney, Mubarak, Kadafi, Bush, Lula, Dirceu, Genoino, me envergonham, que nojo."

Começou com um gol contra e joga o tempo todo como um cabeça de área que pega a bola e não sabe o que fazer com ela. Pode ser muito competente, mas não para o cargo que ocupa. O mesmo vale para Paulo Bernardo e José Eduardo Cardozo.

O problema é que todos se sentem estrelas. Não reconhecem que não estão jogando nada, como aconteceu com Ronaldinho Gaúcho, que saiu com cara de poucos amigos ao ser substituído por Cuca no primeiro jogo das finais da Libertadores, quando simplesmente não estava jogando nada.

Deveria ter pedido para sair, em nome do time. Como deveriam fazer os três ministros citados. 

 
 



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