Outro dia assisti um filme sobre a Segunda Guerra Mundial.
Revi a figura abjeta de Hitler e o genocídio cometido contra o povo judeu, contra os homossexuais, os ciganos e tantos outros.
Tocado pela emoção fico impressionado pelo tamanho das atrocidades que o ser humano pode cometer. Imediatamente lembro-me do genocídio no Camboja, do Khmer Vermelho, contra o seu próprio povo.
Das vítimas de Stalin...das bombas atõmicas sobe civis japoneses... dos mísseis sobre crianças palestinas...das torturas e assassinatos no Brasil, Argentina, Chile...do World Trade Center...e fico pensando sobre o Mal, sobre a maldade.
Mas esta é a maldade clara, o Mal em seu estado mais vulgar e grosseiro.
Porém e a maldade sutil, a "pequena" maldade diária, aquela que se esgueira por baixo das portas que nos defendem?
Aquela maldade sutil que penetra pelos nossos ouvidos que tornando-os como brechas em nossas defesas?
Quantos de nós identificamos de imediato esta maldade que vem disfarçada em palavras que farão efeito mais profundo que o napalm despejado sobre as crianças do Vietnam?
Essa maldade fere e mata o homem bom e pacífico que reside em cada um de nós.
Essa maldade entranha-se no espírito de cada um de nós e gera intrigas, brigas, invejas, explosões de ira, dissensões, facções, e podem levar aos mais baixos intintos do animal homem que se diz sapiens.
Você consegue identificar de pronto a língua venenosa que desfere contra ti e teus próximos o doce veneno que inebria e mata?
A maldade tem várias faces e muitas formas de ação.
Para fechar, ontem revi "Othelo" de Shakespeare, um clásico do cinema com Orson Welles. Revi a língua ferina de Iago que leva à perdição.
A maldade em "Django" é óbvia; em "Othelo" é sutil, insidiosa como a maldade diária da qual muitas vezes somos vítimas, sem armadura de defesa.