Pontos para pensar – Miriam Leitão

O ano de 2013 tem vários pontos de dúvida. Um bem aqui próximo: o que vai acontecer na Venezuela? Nos Estados Unidos, a intransigência diante do abismo fiscal mostra que o segundo mandato de Barack Obama será de seguidas batalhas. No Brasil, como deve ficar o confronto entre o Supremo e a Câmara sobre o mandato dos condenados no processo do mensalão?

Esses pontos de dúvida vão marcar o desenrolar do ano. Na América Latina, o PRI voltou em dezembro ao poder no México. O país começa a colher algumas boas notícias na área econômica. Depois de hibernar por algum tempo, no ano passado o México cresceu mais que o Brasil. A violência, contudo, continua sendo um obstáculo ao desenvolvimento, mas será importante acompanhar o desempenho de Enrique Peña Nieto no mandato que lá é de seis anos. Ele prometeu lutar o mais rapidamente possível pela aprovação de reformas nas áreas tributária e petrolífera.

Na Venezuela, a dúvida é mais aguda e imediata. Não se sabe quem governará o país, na hipótese do agravamento do estado de saúde do presidente Hugo Chávez. A incerteza é tão absoluta que não se sabe a data da posse ou se haverá novas eleições em 2013. O ano pode ser o primeiro do pós-Chávez para o conturbado vizinho. Mas o que já se sabe é que o país está longe de superar as fraturas aprofundadas nos últimos anos.

O primeiro ano do último mandato de Barack Obama começou com a sombra da corda esticada até o último momento sobre o abismo fiscal. Foi possível ver que continuará o bloqueio parlamentar para tentar impedir avanços no governo dele. Se no primeiro mandato Obama aprovou a reforma da saúde, a dúvida agora é que briga ele escolherá brigar no segundo mandato. Não conseguirá ganhar nada se estiver em várias frentes.

No Brasil, qual será a dimensão da reforma ministerial do governo Dilma? A ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, não teve o desempenho esperado e já encontrou a explicação ideal para sair em algum momento: quer disputar o governo do Paraná e precisa de tempo para a campanha. O ministro Edson Lobão está com problemas de saúde e o ministério deve sair da órbita do senador José Sarney. Pelo ministro Antonio Patriota a presidente já deu demonstrações de não ter o mesmo apreço que unia o ministro Celso Amorim ao presidente Lula. Qual será a dimensão dessa reestruturação do governo é um dos pontos de dúvida do governo Dilma nesse começo das atividades do ano.

A grande dúvida no Brasil, no entanto, será sobre os desdobramentos das condenações do mensalão. Quando acabar o período de recursos, o que vai acontecer? O PT escolherá o caminho de atacar o Supremo Tribunal Federal, quando os condenados estiverem indo para a prisão ou vai preferir seguir a rota apontada pelo governador Tarso Genro de mudar a agenda? Muito provavelmente ficará dividido, mas a maioria vai preferir mudar a agenda já de olho nas próximas eleições.

Na Câmara, a dúvida é se a proposta de confrontar o STF ensaiada pelo deputado Marco Maia será levada adiante ou se o bom senso vai prevalecer. Tudo fica mais dramático com o fato de que José Genoino assumirá uma cadeira na Câmara no início do ano legislativo. Mais sensato será evitar o radicalismo Maia.

Logo na volta do Congresso, o assunto dos royalties retornará e o resultado mais provável nas duas casas é a derrota do Rio e Espírito Santo. É uma questão aritmética. Além disso, prefeitos e governadores já estão contando com o dinheiro a mais. A dúvida é se a presidente Dilma trabalhará de alguma forma para contornar o conflito federativo ou se vai continuar dizendo que já fez o que podia. O tema deve ter um desdobramento no Supremo.

Na Europa, a agenda de 2013 tem, como virou rotina, vários pontos de dúvida, mas a mais imediata delas é se até 15 de março o continente conseguirá fazer o primeiro esboço da união bancária como se propôs. A maior dúvida, no entanto, é como se comportará a Europa em outro ano de recessão.

Na China, vai começar um governo novo, de Xi Jinping. Com a previsibilidade enfadonha das ditaduras, pode-se dizer que nada mudará de imediato, nem de forma dramática, seja na economia ou na política. Mas haverá mudanças. De que extensão e em que direção? A China será outro ponto de dúvida de 2013. A coluna continuará aqui nesse ponto a ponto de 2013.

Fonte: O Globo
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Intervenção no câmbio - Celso Ming

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, passou meses desfilando o argumento de que a desvalorização cambial (alta do dólar) induzida pelo governo, de cerca de 20% desde março deste ano, revitalizou a indústria.

As lideranças do setor não escondem a insatisfação. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, por exemplo, quer um dólar que flutue entre R$ 2,30 e R$ 2,40, ou seja, quer uma desvalorização adicional do real de cerca de 15%. De todo modo, havia ficado a impressão de que o governo Dilma estava engajado na tarefa de dar mais competitividade à indústria.

Mas o Banco Central do Brasil, que vem fazendo o jogo ativista do governo tanto nos juros como no câmbio, foi obrigado a inverter prioridades. Ao longo de dezembro (até dia 21) vendeu US$ 1,7 bilhão em moeda estrangeira no câmbio futuro, disposto a impedir que a cotação do dólar saltasse para acima dos R$ 2,10. Sexta-feira, também sob efeito da atuação do Banco Central, presidido por Alexandre Tombini, a cotação do dólar fechou o ano a R$ R$ 2,045.

Estas não são intervenções meramente episódicas. Em novembro, o Banco Central também agira com firmeza redobrada para impedir que o câmbio produzisse mais inflação.

Essas mexidas no câmbio há muito mudaram de qualidade. Antes, limitavam-se a dar liquidez ao mercado e a evitar excessiva volatilidade. A partir de abril, deixaram de fazer parte de uma política estratégica do governo. O câmbio passou a ser usado como ferramenta de ocasião para apagar incêndios.

Hoje, está claro que o Banco Central está interessado em manter o câmbio relativamente fixo. Suas cotações não devem resvalar para abaixo dos R$ 2,00 por dólar. Também não devem saltar para acima de R$ 2,10.

Assim, a economia brasileira atua agora com os dois principais preços do real relativamente fixos. Os juros básicos (o preço interno) permanecerão nos 7,25% ao ano por "tempo suficientemente prolongado", como já avisou o Banco Central, e o câmbio (preço externo da moeda nacional) está amarrado aos tais R$ 2 por dólar, porque passou a a ter a função de conter a inflação.

Um governo pode manter fixos esses dois preços somente por um período curto. Com o tempo, as distorções serão inevitáveis. Não foi só o comportamento insatisfatório do PIB que atropelou o governo Dilma. O estouro da inflação para mais perto dos 6,0% do que dos 5,5% em 12 meses também contrariou suas expectativas. Mas, em vez de aceitar esses desvios como indicações de desequilíbrios da economia; e em vez de apertar mais as despesas públicas para controlar a inflação; o governo optou por borboletear sobre os sintomas. Trabalha com a hipótese de que essa e outras anomalias foram geradas pelas conturbações da economia global e serão superadas naturalmente.

O risco que corre o governo Dilma - e aí vai sendo apontada uma das distorções acima mencionadas - é que a contenção da alta do dólar não seja suficiente para segurar a inflação. E à medida que a inflação mantiver sua força, entre 5% e 6% ao ano, o câmbio contido à altura dos R$ 2,00 por dólar estará corroendo a competitividade que o governo pretendeu dar à indústria quando promoveu a desvalorização cambial. E, aí, o que fará o governo para evitar as pressões por novas desvalorizações do real?

Fonte: O Estado de S. Paulo
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Geraldo Julio quer transformar Recife em vitrine para o PSB

Murillo Camarotto

RECIFE - Começou ontem uma das mais importantes etapas do projeto pelo qual o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), pretende chegar ao Palácio do Planalto. Ao assumir a Prefeitura do Recife, o administrador de empresas Geraldo Julio (PSB) - estreante em cargos eletivos - se tornou responsável pela vitrine que o PSB quer apresentar ao Brasil nos próximos anos. No discurso do novo prefeito, eficiência na gestão pública, preocupação com a economia nacional e com as finanças dos municípios. E afagos a Campos.

"Sei que vou contar com o apoio do governador Eduardo Campos. E isso será importante para a cidade. Sei também, governador, que um lugar de destaque lhe espera no futuro político deste país", afirmou o novo prefeito, sob aplausos dos presentes à cerimônia de posse, realizada na Câmara Municipal do Recife. Julio também definiu o governador como "um jovem líder da política nacional, que nos serve de exemplo tanto na atuação política quanto na capacidade de juntar pessoas".

Na chegada à Câmara de Vereadores, Eduardo Campos voltou a falar sobre 2013 como um divisor de águas na política nacional. "Estamos confiantes que vamos viver um ano de conquistas e realizações para o Recife. E que a gente possa vencer os desafios de um ano que será decisivo para o Brasil", afirmou o pernambucano, cuja candidatura ao Planalto depende, em boa medida, do desempenho da economia nacional neste ano.

Em linha com o que vem defendendo seu padrinho político, o novo prefeito do Recife manifestou preocupação com o desempenho da economia. Também se queixou do aperto fiscal pelo qual passam os municípios. Nas suas palavras, o Brasil precisa que seu Produto Interno Bruto (PIB) cresça mais do que em 2012 neste ano. "As contas públicas também estão apertadas em todas as esferas, sobretudo nos governos municipais. A cidade tem urgência", disse Geraldo Julio.

Após o racha político e a disputa eleitoral virulenta com o PT, o novo prefeito do Recife passou com relativa tranquilidade pelo processo de transição. Rompido com as principais lideranças petistas de Pernambuco - que lhe tiraram da disputa pela reeleição - o agora ex-prefeito João da Costa entregou a administração municipal com as contas em dia. Conseguiu, inclusive, indicar um aliado para a secretaria de Finanças.

Com o reforço do PT, Geraldo Julio começa a gestão com maioria folgada no Legislativo municipal. Dos 35 vereadores, apenas quatro - dois do PSDB, um do PPS e um do DEM - prometem oposição. O maior desafio do prefeito, entretanto, será o de levantar todo o dinheiro necessário para o cumprimento de seu programa de governo, que foi registrado em cartório e será implementado por sistema de metas, a exemplo do que faz Eduardo Campos na esfera estadual.

Para dar conta das promessas de campanha, o novo prefeito já anunciou uma reforma administrativa, com redução no número de secretarias e de cargos comissionados. A prefeitura também vai ampliar as operações de crédito e quer fechar mais parcerias com o governo federal. Em seu discurso, Geraldo Julio não esqueceu de mencionar a presidente Dilma Rousseff, "um exemplo de caráter e que guarda valores que serão caros à nossa gestão".

Fonte: Valor Econômico
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A pré-campanha de Lula pelo Brasil

Julia Duailib

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve definir a partir do dia 15 de janeiro o roteiro de viagens que pretende fazer pelo País em 2013. O petista resolveu que neste ano viajará por vários Estados brasileiros como forma de retomar a política partidária e fortalecer o PT. Durante 2012, o ex-presidente manteve uma agenda mais discreta em razão do tratamento contra um câncer na laringe.

“Vamos montar uma boa agenda no Brasil adentro, não afora”, afirmou Clara Ant, durante a posse do petista Fernando Haddad como prefeito de São Paulo. Ant é responsável pela agenda do ex-presidente no Instituto Lula. “Ele estará mais presente no Brasil”, completou.

Ant negou que o roteiro seja uma retomada das Caravanas da Cidadania, viagens feitas por Lula pelo País nos anos 90, durante as quais era acompanhado pela imprensa.

Lula terá de conciliar a agenda internacional com os compromissos pelo Brasil, que provavelmente terão um tom de pré-campanha eleitoral, antecipando a disputa em 2014 pelos governos do Estado e pela Presidência da República.

Entre os compromissos no exterior, o petista participará de um evento em Cuba no final de janeiro para comemorar os 160 anos de nascimento do poeta e ativista político cubano José Martí. Em abril, irá a Nova York receber um prêmio concedido pela organização International Crisis Group.

Lula dividirá o prêmio com o presidente de Myanmar, Thein Sein.

Fonte: O Estado de S. Paulo
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Posse de Paes não teve o aliado PT, mas teve PV, PSDB e muitos ex-DEM

O PT não foi à posse do prefeito reeleito Eduardo Paes, no Palácio da Cidade, embora o partido do vice Adilson Pires tenha composto a chapa. Nem os mais entusiastas da aliança com PMDB, como Benedita da Silva, compareceram.

DIante dos poucos que lá estavam, Paes repetiu três vezes: "O meu candidato para 2016 é o Pezão!". Mas não era um recado apenas para os que sonham com um apoio do PMDB a Lindbergh Farias (PT). O próprio prefeito tem se esforçado para dizer que não é candidato em 2014. "Mais que isso, Pezão, só se eu pendurar uma faixa. Eu não sou candidato!", brincou com o vice-governador. Logo depois, emendou: "Na política, eu sou assim. Jogo pesado. Pesado com Pezão", não resistindo ao trocadilho.

Fonte: Jornal do Brasil
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