Lula faz questão de vingar-se dos senadores


Se o sistema de saúde é de matar de inveja presidente americano, se a potência emergente sul-americano nada em dinheiro, como entender a ideia de ressuscitar a CPMF?
Os motivos são dois. Primeiro: Lula faz questão de vingar-se dos senadores que, ao extinguirem o imposto do cheque, enterraram o sonho do terceiro mandato. Segundo: o governo planeja, como sempre, desviar do destino original os R$
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Depois das mayaras, os palhaços da vez são alunos de cursinhos

A RBS cria uma nova modalidade de comédia, depois da farsa: a trapaça.

Segue artigo de Gilmar Crestani em seu blog:

O carnaval fora de época da RBS


Tiriricas
O CLICRBS mostra as menininhas com nariz de palhaço sob patrocínio de… “ClicVestibular”… ENEM disfarçam!
A pergunta que os professores dos cursinhos pré-vestibulares deveriam fazer às patricinhas: qual foi o problema do ENEM para os alunos gaúchos?

1) Afinal, pelo que se tem notícia, não houve nenhum problema por estas plagas. Está é a primeira parte da lição…

2) Os cartazes contém todos a mesma caligrafia, as mesmas cores e os portadores, os mesmos narizes de palhaço. São fruto de uma mesma fonte! Zero em criatividade.

3) Os “çábios cursinhandos” sabem que se tentou criar uma Universidade Estadual – UERGS, que foi boicotada pelos patrocinadores da tiriricada atual?

4) Como podem alunos de escolas particulares culparem o estado pela qualidade de ensino que têm nas privadas? Se as privadas fossem eficientes, continuariam estudando nas privadas, ao invés de pleitearem a UFRGS.

5) Como explicar que a UFRGS, sendo pública, esteja melhor rankeada que as particulares? Ao esconder isso, a RBS mostra que é adepta da cultura da trapaça!

editorialinecifienteOs alunos que gazearam as aulas para servirem de massa de manobra precisam interpretar a seguinte frase da lavra dos celetistas da RBS: “O atual impasse em torno do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) é emblemático para os brasileiros por reunir num mesmo episódio fatores que entravam ou dificultam o desenvolvimento do país: a ineficiência do Estado, as resistências setoriais às mudanças, a má qualidade da educação e a cultura da trapaça, esta manifestada pelos estudantes que tentaram burlar as provas utilizando recursos eletrônicos de comunicação.”

Por partes:

a) a ineficiência do estado – os erros contidos nas provas foram perpetrados pela gráfica, licitada, e por ela assumidos. A ineficiência do Estado, portanto, está em achar que a iniciativa privada tem, primeiro, competência; segundo, comprometimento; e terceiro, honestidade. Eficiência, por outro lado, é fazer uma matéria para desancar o ENEM, que é um método de evitar o vestibular, sob patrocínio do … “Clic VESTIBULAR”… O estado é tão ineficiente que querem todos cursar universidade… do Estado. Por que não vão estudar em escolas particulares… que são mais eficientes? Lição de casa: comparem o respeito da UFRGS com qualquer outra instituição de ensino e, se souberem, respondam. Não a mim, mas à RBS.

b) resistências setoriais às mudanças: – quando a RBS desancou o Governo Olívio por criar a UERGS, estava não só demonstrando resistência à mudança, mas fazendo papel de advogado das privadas. A RBS demonstrou não só resistência à mudança, quando Olívio foi governador, como usou diuturnamente a cultura da trapaça para atingir o então Secretário de Segurança.

c) má qualidade da educação: – onde estão as reportagens da RBS a respeito das escolas de lata da ex-funcionária da casa, Yeda Crusius? Por que as patricinhas não saíram às ruas com nariz de palhaço para protestarem? Simples, são alunas de escolas particulares… Má educação é atribuir à “ineficiência do estado” erros cometidos por gráficas particulares. No ano passado, foi a gráfica Plural, da Folha de São Paulo, que vazou. Também aí a má qualidade do Estado foi atribuir tamanha responsabilidade aos que exploram os meios de informação como forma de subsistência;

d) cultura da trapaça – eis um tema do qual a RBS entende. Não tenho tempo, mas é fácil consultar quantas vezes a RBS já foi condenada judicialmente, no RS e em Santa Catarina, por sua cultura da trapaça. Neste caso, a trapaça consiste em esconder que as manifestações partiram de escolas particulares, que agora disputam com alunos de escolas públicas espaço nas universidades públicas sem necessidade de custear cursinhos. A confissão da incompetência de uma Tiririca gaudéria: “4 milhões de candidatos para 80 mil vagas”.  Confessa que o ensino recebido numa instituição privada não a prepara para conseguir um das 80 mil vagas. Cultura da trapaça é isso aí, querer uma vaga no grito.

Cheira à trapaça o uso de adolescentes com nariz de palhaço, para protestarem contra o ENEM. Na verdade, são vítimas da união do mau jornalismo com o mau ensino das escolas particulares, as quais defendem.

No Ceará, há o Fortal. Na Bahia, a Micareta. Nós, os gaúchos, somos ainda mais inventivos. A RBS que o diga. No carnaval à moda gaudéria, as meninas são cavalgadas pelos cursinhos pré-vestibulares. Aí reside o motivo do nariz vermelho. Mas quem fatura é a RB$. O jornalismo da RBS é falso como um carnaval fora de época. Um Simulão!



Leia mais sobre o assunto no Diário Gauche.
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Na UFRJ, Simpósio discute pensamento e teoria política

O Núcleo de Teoria Política do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ realizará nos dias 17 e 18 de novembro, períodos da manhã e da tarde, seu III Simpósio de Teoria Política. 
Coordenado por Cristina Buarque, Ivo Coser e Bruno Carvalho, o Simpósio privilegiará esse ano 3 eixos centrais: Religião, literatura e sociedade no pensamento brasileiro, Cultura, política e pós-colonialismo, Teoria Política Contemporânea. 

Na ocasião, será lançada a Revista de Estudos Políticos.
As sessões ocorrerão no Salão Nobre do IFCS, Largo de São Francisco, nº 1, no centro do Rio de Janeiro.

Inscrições gratuitas poderão ser feitas pelo e-mail  nutep@ifcs.ufrj.br

Veja a programação:

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Liberdade de expressão: uma armadilha para pegar quem?

Por Elaine Tavares em seu blog.

O velho Marx já ensinou a muitos anos sobre o que é a ideologia. É o encobrimento da verdade. Assim, tudo aquilo que esconde, vela, obscurece, tapa, encobre, engana, é ideologia. É dentro deste espectro que podemos colocar o debate que se faz hoje no Brasil, na Venezuela, no Equador e na Bolívia sobre o binômio “liberdade de expressão X censura”. Para discutir esse tema é preciso antes de mais nada observar de onde partem os gritos de “censura, censura”, porque na sociedade capitalista toda e qualquer questão precisa ser analisada sob o aspecto de classe. A tal da “democracia”, tão bendita por toda a gente, precisa ela mesma de um adjetivo, como bem já ensinou Lênin. “Democracia para quem? Para que classe?”.

Na Venezuela a questão da liberdade de expressão entrou com mais força no imaginário das gentes quando o governo decidiu cassar a outorga de uma emissora de televisão, a RCTV, por esta se negar terminantemente a cumprir a lei, discutida e votada democraticamente pela população e pela Assembléia Nacional. “Censura, cerceamento da liberdade de expressão” foram os conceitos usados pelos donos da emissora para “denunciar” a ação governamental. Os empresários eram entrevistados pela CNN e suas emissoras amigas, de toda América Latina, iam reproduzindo a fala dos poderosos donos da RCTV. Transformados em vítimas da censura, eles foram inclusive convidados para palestras e outros quetais aqui nas terras tupiniquins.

Lá na Venezuela os organismos de classe dos jornalistas, totalmente submetidos à razão empresarial, também gritavam “censura, censura” e faziam coro com as entidades de donos de empresas de comunicação internacionais sobre o “absurdo” de haver um governo que fazia cumprir a lei. Claro que pouquíssimos jornais e jornalistas conseguiram passar a informação correta sobre o caso, explicando a lei, e mostrando que os que se faziam de vítima, na verdade eram os que burlavam as regras e não respeitavam a vontade popular e política. Ou seja, os arautos da “democracia liberal” não queriam respeitar as instituições da sua democracia. O que significa que quando a democracia que eles desenham se volta contra eles, já não é mais democracia. Aí é ditadura e cerceamento da liberdade de expressão.

No Brasil, a questão da censura voltou à baila agora com o debate sobre os Conselhos de Comunicação. Mesma coisa. A “democracia liberal” consente que existam conselhos de saúde, de educação, de segurança, etc... Mas, de comunicação não pode. Por quê? Porque cerceia a liberdade de expressão. Cabe perguntar. De quem? Os grandes meios de comunicação comercial no Brasil praticam a censura, todos os dias, sistematicamente. Eles escondem os fatos relacionados a movimentos sociais, lutas populares, povos indígenas, enfim, as maiorias exploradas. Estas só aparecem nas páginas dos jornais ou na TV na seção de polícia ou quando são vítimas de alguma tragédia. No demais são esquecidas, escondidas, impedidas de dizerem a sua palavra criadora. E quando a sociedade organizada quer discutir sobre o que sai na TV, que é uma concessão pública, aí essa atitude “absurda” vira um grande risco de censura e de acabar com a liberdade de expressão. Bueno, ao povo que não consegue se informar pelos meios, porque estes censuram as visões diferentes das suas, basta observar quem está falando, quem é contra os conselhos. De que classe eles são. Do grupo dos dominantes, ou dos dominados?

Agora, na Bolívia, ocorre a mesma coisa com relação à recém aprovada lei anti-racista. Basta uma olhada rápida nos grandes jornais de La Paz e lá está a elite branca a gritar: “censura, censura”. A Sociedade Interamericana de Imprensa, que representa os empresários, fala em cerceamento da liberdade de expressão. Os grêmios de jornalistas, também alinhados com os patrões falam a mesma coisa, assim como as entidades que representam o poder branco, colonial e racista. Estes mesmos atores sociais que ao longo de 500 anos censuraram a voz e a realidade indígena e negra nos seus veículos de comunicação, agora vem falar de censura. E clamam contra suas próprias instituições. A lei anti-racista prevê que os meios de comunicação que incentivarem pensamentos e ações racistas poderão ser multados ou fechados. Onde está o “absurdo” aí? Qual é o cerceamento da liberdade de expressão se a própria idéia de liberdade, tão cara aos liberais, se remete à máxima: “a minha liberdade vai até onde começa a do outro”? Então, como podem achar que é cerceamento da liberdade de expressão usar do famoso “contrato social” que garante respeito às diferenças?

Ora, toda essa gritaria dos grandes empresários da comunicação e seus capachos nada mais é do que o profundo medo que todos têm da opinião pública esclarecida. Eles querem o direito de continuar a vomitar ideologia nos seus veículos, escondendo a voz das maiorias, obscurecendo a realidade, tapando a verdade. Eles querem ter o exclusivo direito de decidir quem aparece na televisão e qual o discurso é válido. Eles querem manter intacto seu poder escravista, racista e colonial que continua se expressando como se não tivessem passado 500 anos e a democracia avançado nas suas adjetivações. Hoje, na América Latina, já não há apenas a democracia liberal, há a democracia participativa, protagônica, o nacionalismo popular. As coisas estão mudando e as elites necrosadas se recusam a ver.

O racismo é construção de quem domina

Discursos como esses, das elites latino-americanas e seus capachos, podem muito bem ser explicados pela história. Os componentes de racismo, discriminação e medo da opinião pública esclarecida têm suas raízes na dominação de classe. Para pensar essa nossa América Latina um bom trabalho é o do escritor Eric Williams, nascido e criado na ilha caribenha de Trinidad Tobago, epicentro da escravidão desde a invasão destas terras orientais pelos europeus. No seu livro Capitalismo e Escravidão, ele mostra claramente que o processo de escravidão não esteve restrito apenas ao negro. Tão logo os europeus chegaram ao que chamaram de Índias Orientais, os primeiros braços que trataram de escravizar foram os dos índios.

Os europeus buscavam as Índias e encontraram uma terra nova. Não entendiam a língua, não queriam saber de colonização. Tudo o que buscavam era o ouro. Foi fácil então usar da legitimação filosófica do velho conceito grego que ensinava ser apenas “o igual”, “o mesmo”, aquele que devia ser respeitado. Se a gente originária não era igual à européia, logo, não tinha alma, era uma coisa, e podia ser usada como mão de obra escrava para encontrar as riquezas com as quais sonhavam. Simples assim. Essa foi a ideologia que comandou a invasão e seguiu se sustentando ao longo destes 500 anos. Por isso é tão difícil ao branco boliviano aceitar que os povos originários possam ter direitos. Daí essa perplexidade diante do fato de que, agora, por conta de uma lei, eles não poderão mais expressar sua ideologia racista, que nada mais fez e ainda faz, que sustentar um sistema de produção baseado na exploração daquele que não é igual.

Eric Williams vai contar ainda como a Inglaterra construiu sua riqueza a partir do tráfico de gente branca e negra, para as novas terras, a serem usadas como braço forte na produção do açúcar, do tabaco, do algodão e do café. Como o índio não se prestou ao jogo da escravidão, lutando, fugindo, morrendo por conta das doenças e até se matando, o sistema capitalista emergente precisava inventar uma saída para a exploração da vastidão que havia encontrado. A escravidão foi uma instituição econômica criada para produzir a riqueza da Inglaterra e, de quebra, dos demais países coloniais. Só ela seria capaz de dar conta da produção em grande escala, em grandes extensões de terra. Não estava em questão se o negro era inferior ou superior. Eram braços, e não eram iguais, logo, passíveis de dominação. Eles foram roubados da África para trabalhar a terra roubada dos originários de Abya Yala.

Também os brancos pobres dos países europeus vieram para as Américas como servos sob contrato, o que era, na prática, escravidão. Segundo Williams, de 1654 a 1685, mais de 10 mil pessoas nestas condições partiram somente da cidade de Bristol, na Inglaterra, para servir a algum senhor no Caribe. Conta ainda que na civilizada terra dos lordes também eram comuns os raptos de mulheres, crianças e jovens, depois vendidos como servos. Uma fonte segura de dinheiro. De qualquer forma, estas ações não davam conta do trabalho gigantesco que estava por ser feito no novo mundo, e é aí que entra a África. Para os negociantes de gente, a África era terra sem lei e lá haveria de ter milhões de braços para serem roubados sem que alguém se importasse. E assim foi. Milhões vieram para a América Latina e foram esses, juntamente com os índios e os brancos pobres, que ergueram o modo de produção capitalista, garantiram a acumulação do capital e produziram a riqueza dos que hoje são chamados de “países ricos”.

E justamente porque essa gente foi a responsável pela acumulação de riqueza de alguns que era preciso consolidar uma ideologia de discriminação, para que se mantivesse sob controle a dominação. Daí o discurso – sistematicamente repetido na escola, na família, nos meios de comunicação – de que o índio é preguiçoso, o negro é inferior e o pobre é incapaz. Assim, se isso começa a mudar, a elite opressora sabe que o seu mundo pode ruir.

Liberdade de expressão

É por conta da necessidade de manter forte a ideologia que garante a dominação que as elites latino-americanas tremem de medo quando a “liberdade de expressão” se volta contra elas. Esse conceito liberal só tem valor se for exercido pelos que mandam e aí voltamos àquilo que já escrevi lá em cima. Quando aqueles que os dominadores consideram “não-seres” - os pobres, os negros, os índios – começam a se unir e a construir outro conceito de direito, de modo de organizar a vida, de comunicação, então se pode ouvir os gritos de “censura, censura, censura” e a ladainha do risco de se extinguir a liberdade de expressão.

O que precisa ficar bem claro a todas as gentes é de que está em andamento na América Latina uma transformação. Por aqui, os povos originários, os movimentos populares organizados, estão constituindo outras formas de viver, para além dos velhos conceitos europeus que dominaram as mentes até então. Depois de 500 anos amordaçados pela “censura” dos dominadores, os oprimidos começam a conhecer sua própria história, descobrir seus heróis, destapar sua caminhada de valentia e resistência. Nomes como Tupac Amaru, Juana Azurduy, Zumbi dos Palmares, Guaicapuru, Bartolina Sisa, Tupac Catari, Sepé Tiaraju, Dandara, Artigas, Chica Pelega, assomam, ocupam seu espaço no imaginário popular e provocam a mudança necessária.

Conceitos como Sumak kawsay, dos Quíchua equatorianos, ou o Teko Porã, dos Guarani, traduzem um jeito de viver que é bem diferente do modo de produção capitalista baseado na exploração, na competição, no individualismo. O chamado “bem viver” pressupõe uma relação verdadeiramente harmônica e equilibrada com a natureza, está sustentado na cooperação e na proposta coletiva de organização da vida. Estes são conceitos poderosos e “perigosos”. Por isso, os meios de comunicação não podem ficar à mercê dos desejos populares. Essas idéias “perigosas” poderiam começar a aparecer num espaço onde elas estão terminantemente proibidas. É esse modo de pensar que tem sido sistematicamente censurado pelos meios de comunicação. Porque as elites sabem que destruída e ideologia da discriminação contra o diferente e esclarecida a opinião pública, o mundo que construíram pode começar a ruir. A verdadeira liberdade de expressão é coisa que precisa ficar bem escondida, por isso são tão altos os gritos que dizem que ela pode se acabar se as gentes começarem a “meter o bedelho” neste negócio que prospera há 500 anos.

Basta de bobagens

É neste contexto histórico, econômico e político que deveriam ser analisados os fatos que ocorrem hoje na Venezuela, no Equador, na Bolívia e na Argentina. O Brasil deveria, não copiar o que lá as gentes construíram na sua caminhada histórica, mas compreender e perceber que é possível estabelecer aqui também um processo de mudança. Neste mês de novembro o Ministério das Comunicações chamou um seminário para discutir uma possível lei de regulamentação da mídia brasileira. Não foi sem razão que os convidados eram de Portugal, Espanha e Estados Unidos. Exemplos de um mundo distante, envelhecido, necrosado, representantes de um capitalismo moribundo. As revolucionárias, criativas e inovadoras contribuições dos países vizinhos não foram mencionadas. A Venezuela tem uma das leis mais interessantes de regulamentação da rádio e TV, a Argentina deu um passo adiante com a contribuição do movimento popular, a Bolívia avança contra o racismo, o Equador inova na sua Constituição, e por aqui tudo é silêncio. Censura?

Os governantes insistem em buscar luz onde reina a obscuridade. E, ainda assim pode-se ouvir o grito dos empresários a dizer: censura, censura, censura. O atraso brasileiro é tão grande que mesmo as liberais regulamentações européias são avançadas demais. Enquanto isso Abya Yala caminha, rasgando os véus...
 
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O Seminário Internacional das Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias foi realizado nos dias 9 e 10 de novembro em Brasília. Promovido pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, segundo relatos publicados, entre outros, na Carta Maior, apontou para mudanças no marco regulatório das comunicações, notícia de bons augúrios. 
 
Não nos surpreende os painelistas escolhidos para o evento, mote da crítica da Elaine Tavares. Guilherme Canela, representante da UNESCO no Brasil, costuma usar a expressão "democracias consolidadas" toda a vez que discorre sobre a necessidade de regulamentação nas comunicações. Esse conceito, ao que parece, também é impregnado na SECOM, haja vista a programação. Considerar países como EUA uma "democracia consolidada", sem questionar o modelo eleitoral e a sua política externa, para nós, é problemático! Ainda mais, que as democracias latinoamericanas  continuam sendo atropeladas pela ingerência ilegal do Depto. de Estado dos EUA [vide tentativa de cesseção na Bolívia, golpe em Honduras e tentativa no Equador]. Se nossos países tem suas democracias restauradas há pouco menos de 30 anos, as ditaduras tem nome, sobrenome e endereço... Desconsiderar o processo histórico por parte de integrantes de organismos multilaterais, é uma situação constrangedora, se não descabida.

Mesmo assim, para a mídia corporativa, ou velha mídia brasileira, os EUA são exemplo irretocável de democracia. No entanto, quando se tratam de políticas de regulação e regulamentação nas comunicações, o exemplo que de lá vem, ou de países europeus, não interessa! O Governo Brasileiro, mesmo desconsiderando as experiências latinoamericanas e pautando o seminário, a partir das experiências estadunidenses e europeias, está sendo criticado ferozmente pelo oligopólio midiatico. 
 
Aguardamos os próximos passos do Governo Dilma Rousseff na implementação das mudanças necessárias na Comunicação Social do país, a bem da dita "consolidação" da democracia brasileira. E que tais políticas  sejam implementadas, logo no início de seu governo. Assim, a mídia não terá pretextso para levar esse debate até às eleições de 2014.
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UAI! AÉCIO PRESIDENTE DO SENADO? POR QUE? TIRIRICA O DA CÂMARA?

Laerte Braga


A escolha dos presidentes da Câmara dos Deputados e Senado Federal, historicamente, tem obedecido ao critério de proporcionalidade das bancadas. Não é um modelo, digamos assim, que se restrinja ao Brasil, mas a vários países do mundo onde não exista o bi-partidarismo. Simples. Com dois partidos o majoritário indica os presidentes das duas casas.

Num modelo partidário como o que temos o que se faz é colocar as bancadas na balança e compor as mesas diretoras de acordo com peso de cada uma, mas sempre através de acordos, nunca de imposições.   

Severino Cavalcanti, recentemente, atropelou esse processo e se elegeu presidente da Câmara derrotando o petista Virgílio Guimarães. O próprio Aécio Neves rompeu esse critério contra Inocêncio Oliveira, acordo entre as bancadas e candidato oficial de FHC. Venceu. Mas mesmo assim, diferente de Severino, buscou equilibrar a sua chapa observando o critério da proporcionalidade.

Não há sentido em falar na candidatura do senador eleito Aécio Neves para a presidência do Senado por conta da votação que obteve em seu estado, ou como compensação para o PSDB derrotado nas urnas nas eleições de 2010.

Se for para ser levado em conta o percentual de votação do mais votado para o Senado, ou para a Câmara, Tiririca terá que ser o presidente da Câmara. Aécio no Senado, Tiririca na Câmara.  

Tem dois lados essa manobra, ou esse balão de ensaio. O primeiro deles é colocar o senador eleito por Minas na condição de uma das vestais do poder Legislativo, um cargo chave e facilitar a construção efetiva de sua candidatura presidencial em 2014. É não pensar no Brasil e apenas num projeto político pessoal, no máximo de uma ou duas regionais do seu partido.

Outro lado é a tentativa de colocar na presidência do Senado um líder da oposição ao futuro governo Dilma Roussef e para isso Aécio joga com um fator importante. Dilma vai ter que se desdobrar para montar o Ministério dentro do leque partidário que a elegeu (O PMDB tem um apetite pantagruélico) e segurar os que eventualmente não tenham sido contemplados.

Na prática é a exibição pública da falência do modelo político brasileiro.

Terminada uma eleição já se começa a trabalhar para outra, buscando criar dificuldades para o vencedor.

São os tais patriotas.

PT e PMDB devem decidir junto com os demais partidos da coligação que elegeu Dilma Roussef os nomes que vão presidir a Câmara e o Senado. O PSDB é oposição, minoria e não creio que neste momento Aécio tenha essa bola toda, mais ou menos a de assumir a posição de condestável da República.

O peso da oposição tanto na Câmara como no Senado servirão para definir eventuais e proporcionais cargos nas respectivas mesas diretoras.

Noutro plano o senador eleito por Minas Gerais mostra-se disposto a enfrentar desde agora o problema Geraldo Alckimin. A seção paulista do PSDB não desistiu de tentar retomar o controle do Brasil e o governador eleito de São Paulo pode vir a ser o nome do esquema Serra/FHC para as eleições de 2014.

Esse é o pulo do gato.

No meio dessa embrulhada toda, que é meramente tucana, a perspectiva é que Aécio saia do PSDB e funde um outro partido, seria mais ou menos a trajetória de Collor, que sem respaldo nos grandes partidos fundou o seu PRN – PARTIDO DA RECONSTRUÇÃO NACIONAL – e deu no que deu. A candidatura à presidência do Senado junta tudo isso num balaio só.

A voracidade com que Aécio se atira – sempre através de alguns “amigos” – à busca de posições no centro do palco sugerem que o mineiro esteja mais para qualquer outra coisa que político mineiro. A não ser que tudo não passe de jogo de cena, ou Aécio esteja apenas se colocando dentro do seu partido. Quem sabe avisando a sua saída?

Chegou a dizer isso antes das eleições.

Um professor do ensino fundamental em Minas Gerais recebe pouco mais que 900 reais de salário. O tal choque de gestão de Aécio foi uma extraordinária máquina publicitária em torno da imagem do então governador, neto de Tancredo Neves, nada além disso. “Aécio é neto e não Tancredo”, a afirmação foi feita várias vezes por FHC.

A saúde em Minas, depois de quase oito anos de atuação do secretário Marcus Pestana (eleito deputado federal na base de ambulâncias) é um setor privatizado em função de empresas de amigos tucanos, muitas das quais onde o próprio ex-secretário se faz representar por laranjas.

Aécio é uma dessas balelas muito bem vendidas por um forte esquema publicitário e não leva em conta que os estragos de oito anos de nada, mas muros pintados como se tudo tivesse sido feito, terão que ser organizados agora por Antônio Anastasia, um sujeito que entre outras coisas foi o responsável pela criação do fator previdenciário, ou seja, aquele que liquidou com as aposentadorias e pensões no Brasil (era assessor de ministério de deputados e senadores no Congresso Nacional Constituinte, o que à época se chamou CENTRÃO).

No caso específico das eleições em Minas a ordem do bom senso era correr do cruz credo e o cruz credo tanto era o senador Hélio Costa, como o governador Anastasia. Uma constatação que é possível não existir o menos pior.

E de quebra ainda levaram para o Senado o patético Itamar Franco. Um projeto pessoal e mais nada.

O ex-quase prefeito de Aracaju.

A preocupação de Aécio é também a de sumir na poeira em meio a outros senadores. Deixa de ser o número um de um importante estado da Federação, Minas e virar um entre oitenta e um senadores.

O Senado, com um ou outro momento de exceção, via de regra escândalo, além de ser um clube de amigos e inimigos cordiais é uma igreja com sino de madeira. Bate bate e não ecoa.  Só nos escândalos.

Aécio precisa de eco para sua movimentação.

Sugiro mandar um currículo para a GLOBO e candidatar-se ao BBB-11, ou tentar uma telenovela da mesma rede.

Ou quem sabe tomar posse com a clássica melancia pendurada no pescoço.

São alternativas para manter-se na ordem do dia, ecoar em todo o Brasil e tentar manter-se vivo tanto dentro do PSDB, como no cenário geral da política.

Essa gente não absorve derrota, não tem características democráticas, são filhos de elites políticas que dominam o Brasil desde Cabral, só pensam em eleições e conquistas de poder, nada além disso.

Se a coisa aperta têm sempre pronta uma frase de efeito, uma aparente saída digna.

Mas o professor mineiro continua ganhando salário de fome no milagre que chamam de “choque de gestão”.

Há anos atrás havia a mania de faquires. Um brasileiro de nome Silki, se exibia em várias cidades do País e chegou a bater o recorde de dias em jejum, recorde mundial. É uma alternativa, quem sabe?

Pode entrar para ao OPUS DEI também. A turma está louca para tomar o poder no Brasil e reviver a Idade Média. É uma opção. 
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