Para onde vai a mídia?


Alan Rusbridger, que dirige o conceituado jornalão inglês The Guardian, é figurinha fácil em palestras e na mídia pelo mundo. Por que tanto prestígio? Simples, o Guardian faz jornalismo de qualidade. Não pensem que trata-se de um jornal de esquerda, nada disso, seu pensamento é liberal desde 1821, ano de sua fundação, mas hoje produz diariamente uma quantidade de reflexões com foco no interesse público incomparável a outros concorrentes pelo planeta. Lembre que até o NYT sucumbiu aos compromissos com o governo Bush e sua guerra ao terror, ajudando na mentira das armas químicas de Sadam. É hoje uma das empresas que mais publica material sobre o próprio futuro de seus negócios. Compartilham com leitores suas apostas ao lado das dúvidas. É um bom exemplo para compararmos com a nossa mídia, ainda vivendo do mesmo golpismo dos anos 50, enredados em interesses partidários, escusos, onde o comercial e o editorial trabalham em venal sintonia.

Aqui uma entrevista recente de Rusbridger para o El Pais, onde ele fala abertamente das mudanças recentes, do desafio de acompanhar o que um site como o Wikileaks faz.

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Um post recente do Tiago Dória ajuda a pensar sobre o atual papel da nossa mídia, seu futuro. Em resumo:

1) As pessoas estão consumindo hoje muito mais informação do que antes.

2) Em 2000, um americano passava, em média, 57 minutos por dia consumindo notícias. Em 2010, esse número subiu para 70 minutos.

3) Há um fenômeno comparável quando o videocassette se popularizou. Na época, houve um crescimento no consumo de vídeos. As pessoas consumiram conteúdo visual como nunca antes registrado.

Como a mídia velha não consegue acompanhar esta fome, há um espaço enorme para redes sociais, blogs etc.

Quer dizer, perderam.
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SERRA ABANDONA A CAMPANHA ELEITORAL











































Por Roni Chira,
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Acuado pelas pesquisas, reduzido à sua estatura real pelos adversários e abandonado por boa parte dos aliados, Serra desistiu de ser candidato para tornar-se uma caricatura grotesca de prima-dona à beira de um ataque de nervos. Além de desistir de perder a eleição com dignidade, revelou uma sobre-reserva de hipocrisia que provavelmente nem sabia ter tão abundante: ao contrário de latinos machistas e golpistas como Costa e Silva, Pinochet, Stroessner e Videla, Serra deu holofotes às mulheres que o cercam. Trouxe filha e esposa para a frente de batalha. Uma como vítima, já desmascarada, e outra vociferando um discurso raivoso que lembra a velha TFP.
Junto a elas, a quadrilha de assaltantes da opinião pública que se auto-denominam “jornalistas” continua a todo vapor. Surgem todos os dias, do esgoto do PIG, trazendo a tira-colo vigaristas como Rubnei Quícoli e Antonio Atella – que a troco de algum trocado (seja em espécie ou em créditos), se oferecem para pivots de manchetes caluniosas lançadas no encalço de Dilma Rousseff.
Esse grupo vai seguir espirrando seu lodo, aqui e ali, visando, tirar votos de Dilma a qualquer custo. Por enquanto, jogam seu jogo sozinhos, sem afetar os estáveis indicadores para 3 de outubro.
Mas é bom lembrarmos que os números das pesquisas podem ser vistos de duas maneiras: do ponto de vista de Dilma, a vantagem é de 27% e lhe assegura a vitória no primeiro turno. Já o PIG vê na soma dos votos de Serra, Marina e nanicos, a diferença que levaria ao segundo turno em 14%. E estes 14%, seriam, na verdade, 7% + 1 voto. Pois cada ponto que muda de lado, reduz a diferença em 2.
(Estarão os “verdes-laranjas” de Marina Silva conscientes do voto útil a Serra que representam?)
O momento mais crítico desta campanha se dará na véspera e no intervalo que separa o fim dos programas eleitorais do dia das urnas. Como se sabe, neste período, a justiça eleitoral proíbe quaisquer ações de campanha – para que o eleitor consulte sua consciência e consolide suas escolhas. Sendo assim, é aí que Dilma estará vulnerável a qualquer ataque midiático golpista sem chances de defesa. (E o PIG poderia martelar o assunto à vontade, dias seguidos.)
Qual seria o factoide? Quais seriam seus coadjuvantes? Qual seria o palco? É impossível prever com certeza. Mas algumas teorias já foram levantadas na blogosfera aqui e aqui. E todas são procedentes. Principalmente quando se leva em conta os antecedentes deste grupo que atua no país desde os tempos da ditadura militar.
Se levassem a eleição ao segundo turno repetiriam o mesmo roteiro. Além disso, uma vez decididas várias batalhas regionais, Serra recuperaria muitos apoios que o abandonaram pela rejeição estrondosa que coleciona. E no rearranjo do tabuleiro eleitoral, a batalha principal se daria em São Paulo, tendo a máquina de Alckmin (caso já vitorioso) inteiramente devota a sua campanha.
Outro aspecto seria o reaquecimento financeiro da campanha de Serra. Há rumores de que não “esticando” até o segundo turno, as dívidas de campanha não poderiam mais ser pagas. Credores acumulados, ou todos trabalhariam para virar o jogo e garantir “o seu”, ou o calote seria geral.
No segundo turno, o PIG poderia contar, se necessário, com a movimentação no STF que, “bem liderada”, acenderia a chama da “legalidade jurídica” para qualquer “emergência”. E não há dúvidas de que muitos juízes que estão em cima do muro hoje, desceriam.
Para diminuir os impactos deste jogo sujo, há duas frentes a serem priorizadas pelas forças progressistas:
A primeira tem que se dar no rádio e na TV. A campanha de Dilma deve trazer o assunto da “bala de prata sem chances de defesa” para a pauta de seus programas eleitorais e denunciá-la com veemência. Não podemos esquecer que, os 10 minutos mais livres, soberanos e abrangentes do PT na TV, são aqueles dos programa eleitorais. 10 minutos contra o restante de todo o monopólio midiático. (É impressionante constatar quantas obras importantes estão em andamento no país e que a população desconhece. Simplesmente porque a mídia as esconde!)
Na segunda frente, a militância tem que seguir desmascarando este trabalho sujo da Folha de S. Paulo, Estadão, Veja e Rede Globo. Na web e nas ruas. Tem que esquecer a vantagem numérica das pesquisas e tratar o jogo como realmente é: uma questão de vida ou morte para a soberania do Brasil e seu povo.
E mesmo que não tenham elementos para construir o golpe, quanto maior for a votação em Dilma, menores serão os efeitos dos inevitáveis ataques que receberá do PIG ao longo de seu governo. Lula que o diga…
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ILUSTRAÇÃO: PATRICIO
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Que diabo de Comissao de Etica e essa?

Que diabo de advertencia ou censura etica? Essa comissao para que serve entao? Estao la reacebendo salarios altos para tomar essas providencias? Entao e melhor nem estarem reunidos porque so vao decidir contra o povo. Deveria se chamar Comissao da Corrupcao. Mas que escandalo! Nao ha como reverter isso, nao? Basta dar entrada num impeachment de Lula e impugnacao da candidatura da candidata
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Serra, a desesperança e as culpas



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Espanto e pavor. Em Marte.

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Espanto e pavor. Em Marte

Mino Carta 17 de setembro de 2010 às 10:59h

"Estão na ribalta um candidato a Mussolini, ou a Hitler, ou a ambos, e uma assassina de criancinhas. Ou seja, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. " Palavras de Fernando Henrique Cardoso, CesarMônica Serra Maia e

Dilma e o PT vão mexicanizar o Brasil? CartaCapital prevê, pelo contrário, um avanço democrático

Estão na ribalta um candidato a Mussolini, ou a Hitler, ou a ambos, e uma assassina de criancinhas. Ou seja, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Palavras de Fernando Henrique Cardoso, Rodrigo Maia e Mônica Serra. Um alienígena que baixasse à Terra ficaria entre o espanto e o pavor. Quanto a nós, brasileiros, não é o caso de maiores preocupações.

No caso de Lula, cujo estilo mussoliniano o príncipe dos sociólogos aponta, vale admitir que outra citação possível seria a de Luís XIV, personificava o poder todo. “O Estado sou eu”, dizia o monarca por direito divino. Pois segundo FHC, o presidente afirma, nas entrelinhas da sua atuação, “eu sou tudo e quero o poder total”. E isto “não pode”, proclama o ex, com aquela riqueza vocabular que o caracteriza.

Rodrigo Maia percebe outra semelhança, com Hitler, o qual pretendia “extirpar” a raça judia assim como Lula pretende “extirpar” a gente do DEM. Quanto a Dilma Rousseff, a própria mulher do candidato tucano à Presidência, Mônica, enxerga nela, favorável ao aborto, uma matadora de criancinhas. O que talvez soe estranho a ouvidos qualificados para um debate sério sobre a questão, mas casa à perfeição com vetustas ideias pelas quais mastigar bebês era praxe entre comunistas.

A mídia nativa desfralda estas patéticas definições da lavra dos cabos eleitorais de seu candidato enquanto tenta transformar o Caso Erenice em escândalo de imensas proporções. O enredo suscitado pela quebra de certos sigilos passa para o segundo plano, mas ninguém se surpreenda se for ressuscitada a versão da “guerrilheira terrorista Dilma”, capaz de violências inauditas de arma na mão. A revista Veja está aí para estas coisas, enquanto a Folha de S.Paulo reedita na tevê um velho anúncio disposto a evocar Hitler para concluir, à moda fernandista, que algumas verdades constroem uma mentira.

Permito-me anotar que a reportagem de Veja sobre as traquinagens do filho de Erenice Guerra conta uma história, lamentável, de nepotismo e clientelismo, problema gravíssimo da política brasileira em todos os tempos. Aspecto comum, e condenabilíssimo, dos comportamentos de um poder sempre inclinado a instalar cabides de emprego e traficar influências. Certo é, contudo, que a nau capitânia da frota da Editora Abril não consegue provar a ligação entre os fatos denunciados e a campanha de Dilma Rousseff.

Sempre falta algo para fechar o círculo. A despeito, até, de José Dirceu, com sua mania de protagonismo. É dele uma observação cometida por ocasião de uma palestra para petroleiros baianos. Disse ele que o PT depois da vitória de Dilma no primeiro turno vai ficar muito mais forte, hegemônico mesmo. Nada tão estimulante, digamos, para Dora Kramer, em nova apresentação do seu penteado.

Regala-se a colunista, a ponto de anunciar que Lula “quer eliminar da política a possibilidade da oposição”. Ela atende a demandas e convicções da minoria branca, à espera da mexicanização do Brasil, via transformação do PT em PRI, sem contar as soturnas intenções de manietar de vez a nossa indomável imprensa. CartaCapital, como de hábito supõe outros desfechos de um pleito disputado pela atual oposição de forma nunca dantes praticada, em termos de hipocrisias, falsidades e baixezas.

Somos otimistas. Acreditamos que a gestão Lula e Dilma precipitará finalmente o surgimento de uma oposição não golpista, ao contrário da atual, golpistas até a medula, a mesma que, com iguais propósitos, foi situação. Das cinzas do desastre tucano nascerá, esta a aposta, um avanço democrático decisivo. Lula, com seus dois mandatos, é o elemento fatal do enredo, acima e além de alguns méritos do seu governo. O Brasil precisa superar, agora, e superará, uma quadra que ainda o viu tolhido pela presença do partido do golpe, entendido como garantia do privilégio e sustentado pela mídia, seu braço direito e porta-voz.

CartaCapital percebe os sinais, nem tão tímidos, da mudança em andamento. Concordamos com José Dirceu quando defende a liberdade de imprensa. Mas a questão é outra: esta mídia é visceralmente antidemocrática, embora nem por isso deva ser coibida. Está a ser punida, aliás, e de outra maneira: prova-se, já há algum tempo, que não alcança o público na sua maioria. Tal é a nossa convicção, a mudança se dará naturalmente. E por este trilho, a mídia nativa vai perder o emprego.

via Carta Capital, a invisível.


Mino Carta - é diretor de redação de CartaCapital. Fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde. redação@cartacapital.com.br

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