O punho cerrado de Obama

No discurso de posse, com W. Bush e família saindo de cena rápido mas fininho, Obama disse algo lindo, sobre a relação que promoveria com os países em conflito com os EUA, como o Irã. Não lembro as palavras exatas, mas ele disse algo como:

Se vocês abrirem seus punhos, nós lhes estenderemos a mão.

Eu me emocionei. É tudo o que eu gostaria de ter ouvido um presidente dos EUA falar, naquele momento. Senti esperança de paz.

Agora, Obama cerra o punho. Os céticos já diziam que a coisa seria assim, e eles têm razão, infelizmente. Não há diferença entre Obama e W. Bush para nós que não votamos para presidente dos EUA.

O Brasil e outros países buscam soluções pelo diálogo, e fomos todos esbofeteados pela hybris estadunidense. Isso não quer dizer que perdemos, pois o perdedor claro é Obama, pois ele simplesmente repete a fórmula que tirou a credibilidade de W. Bush e Blair, além dos EUA e da Inglaterra. Não se pode dizer nem mesmo que Obama e os EUA ganham por ter a decisão final, no caso a opção pela guerra, dado que as sanções darão nisso. Não há vitória aqui, pois este é o beco sem saída no qual W. Bush enfiou os EUA, e do qual os estadunidenses achavam que Obama os tiraria. É um beco sem saída econômico, dados os custos trilionários da guerra. É um beco sem saída político, dada a insatisfação popular. E é um beco sem saída diplomático, por razões mais do que óbvias.

PS - É claro que a comunidade internacional tem o direito de tentar impedir a proliferação de armas nucleares, se é que isto não é um dever. A crítica é ao meio escolhido, no caso as sanções. Por duas razões. Primeiro, é inefetivo, pois maltrata a população civil, o que leva à exacerbação e extremismo internos, com consequente enfraquecimento de posições mais ao centro e liberais. No caso do Irã, isto sim é explosivo. Segundo, porque a história recente nos mostra que usualmente o passo seguinte é a guerra ou o impasse, ao invés do diálogo. Tivemos guerra no caso do Iraque, e impasse nos casos de Cuba e das Coreias. O meio escolhido tem que ser o diálogo. Esta é uma lição importante do século 20, a qual levou à criação da ONU. Pode ser caro e doloroso esquecer disto.

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Marina Silva, além dos partidos



Por Fraga, Zero Hora, Porto Alegre

Marina Silva, candidata do PV à Presidência da República, mandou muito bem na entrevista que o Estadão publicou no último domingo, 16/5. Mostrou que tem o que dizer e que está bem assessorada.
Algumas de suas respostas foram direto ao que me parece ser o mais grave problema da política contemporânea: o vazio de projetos: "Faço a defesa de um projeto político para o Brasil, já que os partidos, inclusive o PT, não foram capazes de atualizar seu pensamento". Para isso, Marina acredita que é preciso buscar interações permanentes com o que chama de “comunidades de pensamento”, ambientes que estariam acima de partidos políticos e se sustentariam por vínculos com “causas e princípios”. Por esse caminho, acrescente, pode-se chegar a uma “nova visão de como resolver os problemas do Brasil”, identificando as conquistas que os sucessivos governos (nomeadamente FHC e Lula) conseguiram alcançar.
Ela também foi firme na questão dos direitos humanos: "A defesa dos direitos humanos não pode ser relativizada. O caso de Cuba é claro. Reconhecemos que, antes da revolução, havia a ditadura de Batista, que aviltava os direitos humanos. Do ponto de vista das conquistas sociais, a revolução foi importante. Mas, se é bom para o Brasil ter democracia e liberdades políticas e de expressão, deve ser bom também para os cubanos".
E, por fim, abordou aquilo que não quer calar: "Creio em Deus como 95% dos brasileiros e acredito que Deus criou todas as coisas. Não preciso de teoria científica para justificar isso e não coloco nenhuma teoria científica para contrapor a ciência em relação a isso. Não acho que se deva fazer contraposição entre fé e ciência".
Foi uma fuga pra frente. Ela revela não ter opinião muito clara ou definida sobre o tema do criacionismo, mas reitera a tese criacionista básica, para então frisar que ciência é ciência, fé é fé. Com o que ficar? Ao que tudo indica, está aí o principal ponto frágil da candidata. Ela parece pressentir isso, ao insistir bastante na defesa de um Estado laico e ao afirmar que “em relação aos princípios de fé, defende a vida”.
Seja como for, a entrevista fornece um retrato abrangente de Marina Silva, sugerindo que ela poderá interferir positivamente no debate presidencial.
A entrevista pode ser lida aqui.
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The Secret Mission of the Terminator

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Mano Brown sobre José Serra


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Sobre o acordo nuclear com o Irã, vale a pena ler...

Levando em conta que a Globo decidiu noticiar meras reações emocionais negativas e tolices, eis uma amostra do que vale a pena ler sobre o acordo nuclear com o Irã conquistado pelo eixo Brasil-Turquia:
  • Brasil e Turquia conseguiram fazer com que o Irã aceitasse agora os termos da proposta dos EUA de oito meses atrás. Ou seja, não há conflito com os EUA. Ao contrário, há competência de Brasil e Turquia por terem conseguido fazer, pelos EUA, o que os EUA não conseguiram.
  • Para Leonam dos Santos Guimarães, consultor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o acordo conquistado por Brasil e Turquia é positivo, e não há bases nucleares para a desconfiança dos EUA e da Europa, apesar de haver bases geopolíticas que extrapolam a discussão.
Também vale a pena lembrar, e discutir, o que não está sendo discutido: o poder nuclear de Israel. Discutindo o problema do ponto de vista nuclear, ao invés de geopolítico: cadê a proposta de sanções a Israel? Israel preocupa a AIEA, e está com novos submarinos capazes de lançar mísseis com ogivas nucleares.

PS - A França apoia o acordo. Se tiver acordado e tiver paciência, troca por um instante do Studio Pampa, programa com garotas seminuas da TV Pampa, o qual é um programa relativamente sério, perto da concorrência, e coloca na Globo, canal que estará apresentando um comidiciário ou notédia (mistura de comédia com noticíario, pois as "notícias" são uma piada) só pra ver o apresentador William Waack fazendo cara feia para Sarkô, por (sic!) chutar as canelas dos EUA. Isso se o apoio da França ao Brasil for assunto para a Globo, é claro.
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