
Deparei-me com esta frase em algum lugar nesta infernal semana tendo que restaurar tudo, inclusive, o sistema operacional em meu computador portátil
Uma criança que vem ao mundo fora do casamento nasce fora da lei (pois a lei é o casamento) e, portanto, fora da proteção da lei. Ela foi, por assim dizer, roubada para dentro da comunidade (como o contrabando de mercadorias), de modo que a comunidade pode ignorar a sua existência (visto que justificadamente não deveria ter vindo a existir desta maneira), e pode, portanto, também ignorar a sua aniquilação; e nenhum decreto pode remover a vergonha da mãe quando se torna conhecido que ela deu nascimento sem ser casada.
Quando tive notícia da candidatura de Mário de Oliveira Filho, do obscuro PT do B, a minha primeira impressão foi a de que poderíamos estar diante de um aventureiro, nos mesmos termos em que Collor de Mello foi um aventureiro, um demagogo. O Brasil está diante de uma falsa escolha entre um esquerdista e outro, como tem sido a tônica dos últimos pleitos presidenciais, então seria natural o surgimento de nome oportunista para apelar ao eleitorado que não se sente representado por esses nomes. Um partido denominado PT do B provocou-me risos, pois chega a ser caricatural.
Eu faço parte de uma lista de discussão de tendência majoritariamente conservadora. Alguém trouxe o nome do candidato, que foi objeto de uma longa matéria na revista Isto É, que sublinhou frases de um discurso não esquerdista. Despertou o interesse imediato de todos. Como moro em São Paulo me dispus a fazer uma entrevista com o candidato (em vídeo, dividida em quatro partes, logo abaixo).Quando ouvi esses fatos percebi que estava diante de um homem singular, que se propôs à candidatura movido por razões patrióticas elevadas e por saber que poderia ser bem sucedido. Tem plena consciência de suas limitações, mas sabe que tem chance, em face das oportunidades de comunicações que as novas mídias, especialmente a Internet, podem trazer. Esta entrevista é um exemplo desse poder, eficiente para quebrar o bloqueio dos grandes meios de comunicação.
Como eu, Mário de Oliveira entende que faltava um candidato do campo de centro-direita, que levante a bandeira em que liberais, conservadores, patriotas, pessoas incomodadas com o império do esquerdismo em nosso país, que se prolonga por décadas, possam se ver representadas.
A entrevista transcorreu sem qualquer pré-condição e o candidato não fugiu de nenhuma das minhas perguntas. Como você verá, meu caro leitor, foi direto nas respostas, sem titubeio. Mário de Oliveira Filho discorreu com tranqüilidade e sinceridade sobre todos os temas propostos. O que disse muito me agradou. Acho que, com isso, meus amigos conservadores e eu estamos prestando um serviço público relevante de mostrar um fato novidadeiro na nossa política. A candidatura de Mario de Oliveira Filho pode ser mais do que uma aventura quixotesca contra tudo que está aí; ela pode falar ao coração dos brasileiros e tornar-se viável.
Entrei naquela sala para entrevistá-lo com a decisão tomada de votar em branco nas próximas eleições. Mudei. Agora vou votar em "preto", vou votar em Mário de Oliveira Filho.