A Crisálida Livraria nunca comercializou edições da Martin Claret [talvez a mais sistemática e notória plagiária de que se tem notícia] e, após a constatação do plágio do livro Persuasão, de Jane Austen, demonstrado no cotejo das edições apresentado pela Denise, deixamos de comercializar também os livros da Landmark.Bom seria se os livreiros agissem em defesa do leitor e retirassem de comércio essas edições espúrias. Infelizmente a maior parte prefere fingir que não sabe ou usar o recurso legalista de "só tiraremos de comércio se formos citados judicialmente".
Livros plagiados, e livrarias
A Brigada, o ativista e o crachá
a brigada militar me parou, abriu minha pernas, deu uns tapas no saco, chute nos garrões e qdo viram o cracha da rbs, me pediram desculpa...
Manoel Soares é membro da Central Única das Favelas (CUFA), e toca o blog Papo Reto. Via @giovanigrizotti.
O que fazer com Fernando Lemos?
por Maneco
Pode ser que tenha sido o famoso “balão de ensaio”…Em todo o caso, dias atrás, a colunista Rosane Oliveira, de ZH, lançou nota aventando a possibilidade de Fernando Lemos, atual presidente do Banrisul, ser nomeado para a vaga de João Carlos Bona Garcia no Tribunal de Justiça Militar. Seria uma premiação a Lemos pelos serviços prestados ao projeto de governo de Yeda. Foi Lemos, é sempre bom lembrar, que conduziu a venda das ações do Banrisul. Mais: Lemos esteve no centro de um dos muitos bate-bocas entre a governadora e seu vice Paulo Feíjó. À época, Feijó denunciou publica e formalmente a gestão que Lemos comandava no Banrisul. Mas mantendo Lemos, Yeda garantiu ao seu combalido governo o significativo apoio do senador Pedro Simon, padrinho político do rapaz.
Não é pouca coisa. Simon, ao lado do deputado federal Eliseu Padilha, é uma das mais influentes lideranças do PMDB gaúcho. E Yeda precisava desesperadamente manter o partido na sua base de apoio. O tempo provou que a governadora, outrora tão inábil na condução política, jogou bem ao não se incompatibilizar com o PMDB. Os votos peemedebistas de Alceu Moreira, Gilberto Capoani, Fernando Zachia e outros, foram fundamentais para sepultar as investigações sobre os vários casos de corrupção denunciados no governo tucano. Foram também essenciais para impedir que o processo de impeachment de Yeda tivesse prosseguimento.
Mas na política não há inadimplência. Quem faz conta, tem que pagar. Ao colar sua imagem à de Yeda, Simon praticamente incinerou sua fama de político intrasigentemente ético. Experiente como é, o senador sabe o peso de uma decisão assim. Por que então, sujeitou-se a todo o tipo de crítica? Logo ele, que auto-reivindicava a fama de “derrubador de ministros”?
A explicação pode estar na importância de manter ao alcance das mãos o controle do Banco do Estado do Rio Grande do Sul. Como diria um gaiato gaudério: “É bom este Banrisul, hein?”. O fato é que mesmo denunciado por Feijó e mesmo custando ao senador Simon um grande naco de sua fama de ético, Fernando Lemos segue na presidência do banco.
Só que agora, com José Fogaça definido como candidato à sucessão de Yeda, é inevitável que o PMDB descole do governo tucano. Mesmo que isto não seja, de fato, possível, ao menos para efeito de aparência, o gesto será necessário. E em o PMDB saindo, lá se vão os cargos de confiança que o partido detém na administração.
No segundo escalão e até no secretariado, isto se resolve na política. Mas e Lemos? O que fazer com ele? O furo neste caso, sabem todos os tucanos e peemedebistas, é bem mais embaixo. É aí que surge o tal “balão de ensaio”. Algum iluminado deve ter sugerido: - E se ele fosse para o Tribunal de Justiça Militar? - Boa!, deve ter respondido outro alguém, para em seguida acrescentar: - Nem Yeda, nem Simon ficariam mal porque teriam garantido a ele uma aposentadoria milionária e vitalícia.
Faltou apenas combinar com a imensa maioria dos desembargadores, com uma significativa parte dos operadores do direito e com todos os setores minimamente sérios do Estado que defendem abertamente a extinção do Tribunal de Justiça Militar. Que Yeda tenha se livrado do coronel Mendes premiando-o com um posto de conselheiro no tribunal de sua corporação, até faz algum sentido embora não se justifique. Mas nomear um administrador, um homem de negócios, um executivo de banco para julgar casos de PMs insubordinados e suspeitos de crimes? Se fizer isto, Yeda não estará dizendo “muito obrigado” a Fernando Lemos mas, ao contrário, estará praticamente decretando sua incapacidade para outras funções da vida pública que tenham, efetivamente, alguma relevância. Ora, se Lemos é tão bom que leva Simon ao sacrifício e faz até a governadora brigar com seu vice, jogá-lo fora assim não guardaria a menor coerência.
O deputado Elvino Bohn Gass, líder do PT, fez uma boa síntese disso tudo: “A se confirmar a excrescência administrativa que seria a nomeação de Fernando Lemos para o Tribunal de Justiça Militar, a governadora Yeda, que resiste à extinção daquele aleijão jurídico, estará oferecendo ao povo gaúcho mais uma prova da inutilidade do órgão ou, no mínimo, de sua pouca seriedade. Porque a afinidade de Lemos com as questões de um tribunal militar é similar a de Yeda com Paulo Feijó.”
Nazismo negro e guilda branca
Uma nuvem de estupidez parece pairar sobre o Congresso nacional nestes dias. Não que sobre o Congresso costumem pairar nuvens de inteligência. Mas agora a estupidez concentrou-se e ameaça cair como chuva sobre o país todo. Dois projetos, que pretendem mandar o Brasil de volta alguns séculos para trás, estão sendo discutidos em Brasília. Um deles, o do senador Paulo Paim, já aprovado no Senado, quer mandar o país de volta à América racista do tempo das leis Jim Crow, ou talvez à Alemanha hitlerista ou mesmo à África do Sul do apartheid.
Em verdade, nada de novo tenho a dizer sobre o assunto. Desde que se começou a falar de
cotas, tenho denunciado esta manobra dos movimentos negros como algo que só servirá para estimular o racismo. A estupidez avança e cada vez com mais audácia. Se antes falavase apenas em cotas, o projeto do senador Paim pretende agora identificar os brasileiros por raça, como se fazia com os judeus na Alemanha nazista. A estupidez se repete? O cronista se vê constrangido a repetir-se.
O Estatuto da Igualdade Racial, já o comentei recentemente ao denunciar a extinção do mulato. De uma penada, o senador pretende extirpar da história do país a prova mais evidente do bom convívio racial. O expediente é elementar. Como os negros constituem apenas 5,4 % da população nacional, o senador passa a chamar de negros todo o contingente de mulatos, que são 39,9%. Mais um pouco e o Brasil será definido como majoritariamente negro, aliás como já é visto por muitos americanos e europeus. Quer-se adotar o modelo americano, que não admite miscigenação. Ou é preto ou é branco. Alguns intelectuais, fugindo ao espírito de rebanho que caracteriza a espécie, apresentaram ao Congresso um documento com 114 assinaturas, com argumentos contrários ao Estatuto e às reservas de cotas raciais. O documento foi logo satanizado como o “Manifesto da Elite Branca”, como se os malvados brancos tivessem algum interesse em manter a população negra afastada de seus territórios.
O governo, que desde então vinha insistindo na manutenção das cotas universitárias, sentiuse constrangido a recuar. Fala agora em cotas sociais. Se por um lado desvincula a reserva de vagas do elemento racial, por outro lado mantém o absurdo propósito de mandar para a universidade pessoas que não preenchem os requisitos básicos para nela entrar, enviando de vez para o brejo o ensino universitário, hoje já extremamente deficiente. Paulo Paim pôs um bode na sala. O governo retira o bode e deixa lá o resto dos animais. Isso sem falar que tal projeto é flagrantemente inconstitucional. “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza", reza o artigo 5º da Carta Magna. Se aprovado, alguns serão mais iguais que outros. Boa parte da população negra gostou da idéia de ganhar no tapetão e não percebe a armadilha em que os negros estão caindo: tendo entrado pela porta dos fundos na universidade, serão naturalmente rejeitados no mercado de trabalho.
Prevendo isso, o senador já garante em seu projeto a presença de ao menos 20% de atores e
figurantes afro-brasileiros em programas e propagandas de TV. A seqüência lógica será impor estas mesmas cotas inclusive às empresas privadas em geral, acabando-se definitivamente com qualquer critério de capacitação. Embutida no projeto, vem uma disciplina obrigatória nos colégios, História Geral da África e do Negro no Brasil, como se a história da África e do negro fosse mais importante para o Brasil que a História da Grécia e dos gregos, de Portugal e dos portugueses, da Itália e dos italianos, da América e dos americanos. Seria interessante imaginar como será tratada na nova disciplina a venda de escravos aos brancos europeus pelos chefes tribais negros da África. Ou será um capítulo proibido da história, como a matança dos oficiais poloneses na floresta de Katyn pelas tropas de Stalin, como a matança de sete mil religiosos espanhóis pelos comunistas na Espanha?
O projeto do senador prevê ainda a identificação racial dos negros em documentos de identidade. Segundo o Estatuto, os negros passarão a ter carteirinha de negro. Curioso observar que nas décadas passadas os movimentos negros haviam concluído que raça não existia. Agora passou a existir e deve constar em documento. Como o branqueamento é bastante generalizado no Brasil, talvez fosse melhor uma tatuagem ou adereço bem visível, como Hitler instituiu na Alemanha para judeus e homossexuais. Se aprovado tal monstrengo, este país onde a miscigenação sempre foi regra passará a discriminar oficialmente por raça. Estamos caminhando a largos passos rumo a um nazismo negro.
Não bastasse tal despautério, outro projeto, de iniciativa do deputado Pastor Amarildo, pretende mandar o país de volta mais longe ainda no tempo, para os dias da Idade Média, quando as guildas controlavam ferreamente o exercício das profissões. No fundo, a intenção é sufocar a liberdade de expressão, regulamentando uma profissão que não pode ser regulamentada, o jornalismo. Se antes apenas exigia-se curso para o exercício do jornalismo, em função de um decreto-lei promulgado por uma junta militar em 1969, o novo projeto, aprovado pelo Congresso na calada da Copa, pretende enquadrar até mesmo colunistas e comentaristas. Ora, este dispositivo ditatorial não encontra paralelo em nenhum regime democrático do mundo. Jornalista é quem tira seus proveitos do jornalismo e fim de papo.
O projeto do pastor é uma reação à rejeição da proposta de um Conselho Federal de Jornalismo, feita pela Fenaj (Federação Nacional de Jornalistas) e encaminhada em 2004 ao Legislativo pelo Governo Federal. Devido à pressão de jornalistas e proprietários de veículos de comunicação, a tentativa de cercear ainda mais a liberdade de expressão foi retirada no mesmo ano. De novo, as cotas. A guilda branca quer proteger a corporação.
Enquanto o país se empolgava com a Copa, o projeto passou quase clandestinamente no Congresso. Depende agora de veto ou aprovação do Supremo Apedeuta. O espantoso é que tal dispositivo surge precisamente nestes dias de Internet, em que qualquer cidadão pode montar seu blog e fazer jornalismo a seu gosto.
O Supremo Apedeuta, como é sabido, não tem maiores apreços pela imprensa. Não seria de duvidar que assumisse esta excrescência jurídica. Logo nestes dias em que a WEB libertou os jornalistas dos custos de papel, gráfica e distribuição. Os blogs constituem hoje jornalismo de alto nível e mais rápido que o jornalismo em papel. Os comunistas chineses já perceberam isto e estão censurando a Internet.
Se assumir esta excrescência, o Supremo Apedeuta estará lutando em vão contra o amanhecer.
Janer Cristaldo, em "O Supremo Apedêuta"
ILHA da FANTASIA
A verdade está lá fora
Mar 3rd, 2010
Marco Aurélio Weissheimer
Marco Aurélio Weissheimer
Chamou a atenção, nesta quarta-feira, um certo sentimento de alívio manifestado em algumas salas de Porto Alegre, com a decisão da Polícia Civil de descartar a hipótese de execução no caso do assassinato do ex-vice-prefeito e ex-secretário da Saúde da capital, Eliseu Santos (PTB). Foi latrocínio anunciou a polícia, de modo categórico. Ouviram-se alguns ufas pela cidade. Ainda bem, foi só mais um latrocínio no Estado onde a Segurança Pública, segundo a propaganda do governo Yeda Crusius (PSDB), melhorou 151%. Assunto encerrado. Apenas os adeptos de “teorias da conspiração” seguirão insistindo na hipótese da execução, mesmo que esta, logo após Eliseu ter sido assassinado, fosse considerada a mais provável. A sua gestão na Secretaria da Saúde estava sendo investigada sob suspeita de desvio de recursos públicos.
Na verdade, os indícios que apontavam para a tese da execução, repetia-se na noite do crime, eram muito fortes. Eliseu Santos estava envolvido em denúncias de pagamento de propina envolvendo uma empresa de segurança e de desvio de dinheiro do Programa Saúde da Família. Um dia antes do crime, havia prestado depoimento na Polícia Federal. Os adeptos de “teorias da conspiração”, naquele momento, estavam mais do lado da tese do latrocínio do que da execução. Mas ainda na noite de sexta-feira, o delegado Alexandre Vieira adiantou a linha argumentativa que viria comandar o curso da investigação: os autores do crime teriam sido muito “amadores”, o que “conspiraria” contra as teses conspiratórias. Eliseu Santos, é certo, não se beneficiou deste amadorismo, atingido por uma bala no coração.
Segundo a polícia, ele teve tempo de efetuar nove disparos. E não houve anúncio de assalto. Marcos Rolim publicou em sua página no twitter que circula na direção do PTB que os assassinos teriam chamado Eliseu pelo nome (e que a polícia tem essa informação). Mas os adeptos das teorias conspiratórias têm outros elementos para manter acesa a desconfiança. Um deles é a insistência da Polícia em descartar tão rapidamente a hipótese da execução ou de um crime motivado por outras causas, com base, fundamentalmente, em uma avaliação sobre a “falta de profissionalismo” dos criminosos. “A cúpula da Polícia Civil passou a tratar o fato como latrocínio antes mesmo que houvesse investigação. Quando coisas assim ocorrem pode apostar que há encrenca”, disse Rolim em entrevista ao blog do Mirgon.
A quase totalidade da mídia gaúcha já comprou a versão da polícia sem maiores questionamentos. A respeito desta postura, Rolim comentou:
Quem acompanhou as primeiras notícias sobre o assassinato e as matérias dos jornais de sábado percebeu que, depois disso, houve uma inflexão na cobertura da mídia que passou a assumir a hipótese do latrocínio. Uma das razões para esta mudança foi a de que a cúpula da Polícia Civil passou a tratar o fato como latrocínio antes mesmo que houvesse investigação. Quando coisas assim ocorrem pode apostar que há encrenca. Jornalistas possuem fontes nas polícias e, quase sempre, não mantém uma postura independente diante delas. A falta de formação na área e os laços de amizade e confiança que os setoristas vão construindo com suas fontes fazem com que, muitas vezes, os jornalistas se transformem em assessores de imprensa das polícias sem que se dêem conta disso. A propósito, uma polícia altamente profissionalizada não passa informações sobre rumos de investigação à imprensa, salvo quando esta atitude for importante para o sucesso da própria investigação.
Por fim, cabe destacar um outro aspecto que vem sendo varrido para debaixo do tapete na cobertura do assassinato de Eliseu Santos. Onde foram parar as manchetes sobre o caos na segurança pública? A população gaúcha não vive mais dias de pânico? Praticamente no mesmo período, tivemos um tiroteio com morte em pleno domingo no Parque da Redenção e a explosão de um banco na comunidade de Dois Lajeados. Como anda o profissionalismo da política de Segurança Pública no RS?
Assinar:
Postagens (Atom)