A grande drogaria americana


Hoje no Globo:


E segue matéria chupada do El País, cúmplice na mesma armação:

Um informe do Congresso dos EUA adverte para uma forte penetração do narcotráfico na Venezuela(...) Segundo o relatório parlamentar, houve um aumento de exportação de drogas, que teria quadruplicado, e de cumplicidade no negócio entre altos funcionários civis e militares do governo, que colaborariam e protegeriam a guerrilha e as organizações criminosas colombianas.

A receita é simples: basta já ter preparado seu leitorado para algumas repetidas mentiras, como a de que a guerrilha colombiana é ligada ao narcotráfico, e o governo venezuelano é o mal na terra, repleto de péssimas intenções. Não será na grande mídia que você irá aprofundar uma análise sobre o tema, já que ela esquece até o que já foi publicado. Nunca abrirá a cortina para dizer:

1) A guerrilha colombiana combate as oligarquias e seu governo ligado ao narcotráfico. Elas estão do outro lado. Uribe representa bem o setor, que movimenta a economia colombiana. Foi eleito com ajuda de narcotraficantes, segundo até o Estadão.

2) Os EUA dominam a política e a economia colombiana. Economia, entenda, a produção de cocaína. Sim, os EUA são os principais responsáveis pela produção e o tráfico de cocaína pelo mundo. Não sou eu quem diz. É fato já ligado à história americana, está em inconteste verbete da Wikipedia, repleto de referências. O Plano Colômbia foi fachada para a eliminação de pequenos e médios produtores concorrentes e combate às Farc.

3) Os EUA dominam a cocaína e também a heroína pelo mundo há muito. Depois da invasão, o Afeganistão é hoje o maior produtor de ópio do planeta. E o vizinho Paquistão, uma espécie de quintal americano, é o grande distribuidor planetário da heroína, produzida pela papoula.

4) Ah, a maconha eles não gostam, para eles isso é coisa de pobre. Ela é produzida no mundo por pequenos produtores. Cocaína e heroína é o grande negócio, peças de um grande jogo, financiam inclusive suas guerras. Nada novo, os ingleses já haviam mostrado o caminho há muito tempo.

5) A notícia é totalmente desqualificada. Surgiu por iniciativa de parlamentares republicanos, certamente com os olhos voltados para a armação contra a Venezuela e todas as conquistas da esquerda na AL. Querem mudar o jogo. Armar um novo circo. Para inclusive vender melhor suas drogas.

Imagem: Dalton/AP Photo em Rolling Stone

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Ps: O blogueiro some, mas reaparece. É que proleta tem uma cota alta de mais-valia para distribuir às nossas elites. Vez ou outra ele cansa e vai dar uns mergulhos em praias distantes.
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O Criador e a Criatura, algo deu errado!

Direto de um evento em Manaus, Míriam Leitão, colunista e comentarista de O Globo/Rede Globo, disse que nunca é tarde para aprender:

"Sem o respeito ao meio-ambiente, não heverá o agronegócio."

Há séculos, as antas já sabiam disso!

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Sobre o mar.

Claude Monet, "La promenade sur la falaise", 1882.

Olhando o mar de Fortaleza daqui da janela deste quarto de hotel, na Praia de Iracema, vieram-me à cabeça a imagem de um quadro do Monet e os versos de um pequeno e belo poema da Fiama Hasse Pais Brandão. Sei não, acho que estou ficando embebedado pelo Atlântico...

Nunca o mar foi tão ávido
quanto a minha boca. Era eu
quem o bebia. Quando o mar
no horizonte desaparecia e a areia férvida
não tinha fim sob as passadas,
e o caos se harmonizava enfim
com a ordem, eu
havia convulsamente
e tão serena bebido o mar.

In: Três Rostos, Lisboa, Assírio & Alvim, 1989.
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Living La Vida Loca - 09

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Fortaleza: Vinte e Um Anos Depois.

Nas duas últimas semanas, praticamente não postei nada no "Abobrinhas Psicodélicas" - com exceção do texto sobre o Eduardo Alves da Costa -, pois a minha pilha de provas, trabalhos e monografias para ler e corrigir parecia não ter fim. Realmente, é dura este vida de professor e dublê de blogueiro! Fora isto, ainda havia a correria por conta dos preparativos para a minha viagem para o XXV Encontro Nacional da ANPUH (Associação Nacional de História), pois não dava para sair do Rio deixando inúmeras coisas pendentes. Mas agora, tudo está mais calmo: desde ontem estou em Fortaleza para o Encontro. É claro que aqui não fugirei totalmente do trabalho, pois coordenarei um dos Simpósios Temáticos do evento, além de ter trazido - valha-me Deus - alguns trabalhos remanescentes para corrigir. Mas isto não é nada diante do stress desses longos últimos dias e além do mais, como uma espécie de generosa compensação, nos intervalos das diversas atividades e à noite haverá sempre bastante tempo para curtir uma intensa programação cultural - dentro e fora do Encontro - e para reencontrar colegas de outras instituições e estados que, normalmente, só conseguimos ver em ocasiões do gênero. Fora isto, há o prazer de rever Fortaleza vinte e um anos depois da primeira vez que aqui estive, ainda aluno de graduação, para um Encontro Nacional de Estudantes de História. Tenho boas recordações daquele período - em que ainda possuía bastante cabelo e não tinha esta quantidade imensa de fios brancos na barba - e, como quase todas as minhas recordações, associo-as à canções e livros. Para boa parte das pessoas, as lembranças são imagéticas. As minhas não: são musicais e literárias. E desde que conheci Fortaleza, a canção que me vem a cabeça ao lembrar desta cidade é a bela "Terral", do Ednardo.Compartilho-a com vocês.

Clique no player abaixo para ouvir "Terral":



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