Museu de Grandes Novidades

Há dias que eu estou para postar a respeito de algumas maravilhas da informática, tão extraordinárias quanto efêmeras. Lembrei de alguns aparelhos e periféricos que eu vi apenas uma ou duas vezes. Eram maravilhosos! Prodígios da tecnologia que me deixaram com aquela sensação que teve o gaúcho da piada, que, ao ver a Ponte do Guaíba erguendo-se, exclamou:

- O que é a natureza!

Hoje, aqueles objetos que me maravilharam por alguns instantes são peças de museu. São coisas que mal foram lançadas e já se tornaram obsoletas, superadas por outras tecnologias mais atraentes, antes mesmo que pudessem ter se popularizado. E eu lembrei apenas de tecnologias recentes, com as quais tive contato. Nada como um cartão de papel melhor de ser perfurado ou coisas jurássicas do tipo. São todas tecnologias da era PC, Pentium, Windows... Mesmo porque, até 1995, minha experiência com computadores era limitada e pouco gratificante, como pode ser constatada pelo cartum abaixo. O desenho original era de 1994, foi selecionado no Salão de Piracicaba daquele ano e retratava um contato que eu tive com um XT. A versão abaixo, retocada em um computador amestrado, é de 1999.
Vamos então ao pequeno acervo do Museu de Grandes Novidades da minha memória sobre informática:

Data Show: Pelo menos foi o nome com o qual me apresentaram o aparelho, no início do meu doutorado em Ciência do Solo, lá por 1997 ou 1998. Era algo misterioso. Para ser usado, era preciso reservar na secretaria da faculdade com grande antecedência. Os colegas de curso nunca tinham usado, não sabiam como era. Um dia, tive que apresentar um seminário na cadeira de Manejo do Solo e reservei o aparelho. Uma geringonça de vidro (cristal liquido, na verdade), que era colocada sobre o retroprojetor. Uma espécie de transparência eletrônica, que logo em seguida foi superada pelo projetor multimídia. Quanto à apresentação, deu tudo certo com o “Data Show” ou “painel de projeção”. O problema foi o disquete, que deu crepe e teve que ser consertado com um scan disk instantes antes da apresentação...



Zip Drive: os disquetes eram umas tranqueiras! Além de darem problema toda hora, tinham muito pouco espaço. Arquivos maiores do que 1,44 MB tinham que ser gravados em mais de um disquete, com o auxílio de compactadores de arquivos como o ARJ. A solução revolucionária? Um disquetão, que custava muito caro e que tinha que ter um drive específico para ele, o Zip Drive. Felizmente, logo em seguida surgiram os gravadores de CDs, com maior capacidade e muito mais baratos que os discos Zip, e nos livraram desta tralha!

Trackball: é um mouse de cabeça pra baixo. Coisa bizarra! O trackball também era usado nos laptops mais antigos. E, pasmem, ainda é vendido. Tem gosto pra tudo...

Scanner de mão: uma porcaria! Tinha que passar o scanner sobre a figura em uma velocidade constante, senão a imagem era capturada de forma distorcida. Mas eu lembro uma vez, lá por 1994 ou 1995, em que fui com o Moa a uma agência de publicidade ou coisa que o valha. Tinha um cara escaneando o rótulo de uma lata de cerveja com um scanner de mão. O que é a natureza!, pensei eu...

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PHA, Dirceu e uma séria acusação

Um comentário do Conversa Afiada me deixou aborrecido. Vamos a ele:

Tais Morais: Zé Dirceu era agente duplo?

27/novembro/2008 19:29

Diário de um ex-agente sustenta que Dirceu teria delatado companheiros de luta armada

José Dirceu, o poderoso ex-ministro da Casa Civil de Lula, teria sido um agente duplo durante a ditadura militar? A questão acaba de ser colocada em pauta pelo livro “Sem vestígios: revelações de um agente secreto da ditadura militar”, da jornalista Tais Morais, publicado pela Geração Editorial. A autora já havia publicado, pela mesma editora, em 2005, “Operação Araguaia”, em co-autoria com o também jornalista Eumano Silva.

Em reportagem publicada hoje no Valor Econômico, Maria Inês Nassif revela detalhes sobre a origem da obra recém-lançada, produzida a partir do diário de um ex-agente do Centro de Informações do Exército, identificado como “Carioca”. Os originais do diário foram entregues à autora do livro após a morte do ex-agente, conforme instruções deixadas por ele próprio.

“Sem vestígios..” narra execuções bárbaras, como a de David Capistrano da Costa, dirigente do Partido Comunista Brasileiro, em um aparelho da repressão em Petrópolis (RJ). Expõe a afirmação de que Dirceu teria sido um agente duplo, responsável pelo desmantelamento do Molipo - Movimento de Libertação Popular (afirma também que dos 28 integrantes desse grupo, que fizeram curso de guerrilha em Cuba, apenas Dirceu e Ana Corbisier sobreviveram).

Diz o livro: “Segundo as notas de Carioca, depoimentos de alguns militares e as memórias do coronel Lício [Augusto Maciel] – naqueles idos, major – Daniel [codinome de José Dirceu] teria sido o agente duplo e, antes de morrer, Jeová [de Assis Gomes, militante do grupo armado] informara esse nome como o de quem havia traído o Molipo”. Ouvido pelo Valor, Dirceu diz que a afirmação contra ele é uma “infâmia” do coronel Lício, que teria “se especializado em difamar tanto a memória dos mortos como os que sobreviveram”. Veja a íntegra da reportagem, se você for assinante do Valor.


Fiz lá o meu comentário, em 28/11/2008, às 1:44:

Impossível dar crédito ao diário de um ex-torturador e narrado por uma autora que teve seu outro livro, sobre a Guerrilha do Araguaia, sofrido críticas por quem lá esteve. Luzia Reis Ribeiro foi guerrilheira no Araguaia e contesta o que os autores do livro Operação Araguaia, Eumano Silva e Tais Moraes, contam. Segundo ela, o livro se baseia fundamentalmente na versão oficial dos militares, em depoimentos arrancados sob tortura. Diz inclusive sobre a parcialidade do livro:

“Na verdade, cheguei à conclusão que os autores mostraram uma versão unilateral. A versão de um grupo de militares que querem apresentar à opinião pública, o PCdoB como o fracassado, o grande vilão da história. Querem também, inacreditavelmente, através dos “depoimentos em cartório”, manipulados pelos militares, responsabilizar os sobreviventes, como delatores, sob a desculpa de serem ideologicamente fracos.”

Portanto, usar um mero depoimento de militar ligado a tortura como evidência de “traição” parece apenas um jogo de cena para continuar a demonização de José Dirceu.

Sugiro a leitura do depoimento de Luzia em:


http://www.diariosdaditadura.com.br/tcc_mat_ver.asp?cod_col=81

Comentário adicional:

Ainda não vi resposta de Dirceu a mais nova acusação, mas achei interessante a quantidade de comentários de leitores do Conversa Afiada que protestaram contra esta aleivosia . Ainda me recuso a colocar Paulo Henrique Amorim do outro lado, mas está na hora de ampliarmos a discussão política para sairmos desse jogo que só benefecia os reacionários.
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Impressionante

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Cala a boca, FHC!

Aplaudo e assino embaixo do comentário do Prof. Emir Sader postado no site da Agência Carta Maior - www.cartamaior.com.br -, em 23/11/2008. É de espantar a cara-de-pau do "falecido" Fernando Henrique Cardoso quando insiste em abrir a boca para criticar o atual governo ou para tentar lhe dar lições de como se deve governar o país.

Cala a boca, FHC!

Quem disse: “ A globalização é o novo Renascimento da humanidade.”
Quem disse: “Quem acabou com a inflação, vai acabar com o desemprego.”
Quem disse: “Esqueçam o que eu escrevi.”
Quem disse: “Vou virar a página do getulismo.”
Quem disse, no último comício de Alckmin, no segundo turno, com a camisa fora da calça, desesperado: “Lula, você acabou, você morreu.”
Quem disse: “O Estado brasileiro gasta muito e gasta mal” e entregou o Estado com a dívida pública 11 vezes maior.
Quem disse: “Eu tenho um pé na cozinha” e depois de terminado o mandato, cinicamente acrescentou: “na cozinha francesa”.
Quem quebrou a economia brasileira três vezes e na última, em 1999, subiu a taxa de juros para 49%?
Quem reprimiu e tentou criminalizar os movimentos sociais?
Quem fez a Petrobras mudar de nome para Petrobrax, para tentar privatizá-la.Quem vendeu 1/3 das ações da Petrobras nas bolsas de valores de Nova York e de São Paulo? Quem quebrou o monopólio estatal do petróleo no Brasil?
Quem comprou votos de parlamentares para mudar a Constituição e conseguir um segundo mandato?
Quem aumentou como nunca o trabalho precário no Brasil?
Quem entregou o patrimônio público a preço de banana aos grandes capitais privados nacionais e internacionais, depois de sanear empresas públicas com dinheiro do BNDES e financiar essa transferência com juros subsidiados, no maior caso de corrupção da história brasileira.
Quem disse que os trabalhadores brasileiros são preguiçosos?
Quem disse que o Brasil tem vários milhões de pessoas “inimpregáveis”?
Quem sumiu o Brasil na longa recessão a partir de 1999, que só foi superada no governo Lula?
Quem quase liquidou o Mercosul com suas idéias de livre comércio e de prioridade de comércio com os países do norte?
Quem promoveu a mais ampla privatização da educação no Brasil?
Quem fracassou e teve seu governo largamente rejeitado quando seu candidato foi derrotado em 2002?
Quem não conseguiu nem que o candidato do seu partido defendesse seu governo nas eleições de 2006?
Quem é o político atualmente mais rejeitado pelo povo brasileiro, como tendo sido o presidente dos ricos?
Quem tinha o apoio de 18% dos brasileiros a esta altura do mandato, quando Lula tem 80% de apoio e 8% de rejeição.
Quem disse e fez tudo isso, FHC, deve calar a boca para sempre. O povo o rejeitou, o Brasil o rejeitou, democraticamente.

CALA A BOCA, FHC!
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Os temores da Folha

Pobres leitores da Folha de S.Paulo. Ao lerem no jornal de hoje a reportagem de Eduardo Scolese e Simone Iglesias irão entender que um enorme grupo de representantes de movimentos sociais lotou o salão do Palácio do Planalto para lançar Dilma Rousseff a presidência. É apenas o que dizem, reproduzindo dois discursos. Em nenhum momento os leitores foram informados do motivo que levou àquela reunião. Seus leitores foram privados de saber que o movimento social compareceu a Brasília para falar sobre a crise. Há uma diferença muito grande para a mesma reportagem feita pelo Vermelho. O que teme a Folha para omitir tantas informações?

O discurso da presidente da UNE, Lucia Stumpf, que pediu o afastamento de Henrique Meirelles do Banco Central? Disse ela: “Nós precisamos mais de que nunca alterar a política macroeconômica ainda vigente no nosso país de juros altos, superávit primário e controle do fluxo de capitais. Eu diria que é necessário alterarmos a política implantada pelo Banco Central. Isso só será possível com a imediata demissão do presidente do BC, Henrique Meirelles”. E ainda mais: “Essa é a manifestação daqueles que vão pressionar pela transformação, porque nós afirmamos aqui nesse encontro que o povo não vai pagar o preço da crise. É preciso investir no futuro do Brasil. É preciso investir na sociedade”.

Ou o jornal estaria preocupado com o teor da carta assinada por 58 entidades e que foi lida por Marina dos Santos, representante do MST, que diz: “Queremos aproveitar essa oportunidade para manifestar nossas propostas concretas que o governo federal deve tomar para preservar, sobretudo, os interesses do povo, e não apenas das empresas e do lucro”. Seria este o ponto das preocupações da Folha, interesses de empresas e o lucro são sagrados, nem pensar em divulgar tamanha subversão?

Talvez o jornal tenha achado muita pretensão da senzala fazer análise econômica e pedir mudanças. Quanta ousadia da plebe! Nas 15 questões fundamentais do documento, sendo a principal o controle e a redução imediata das taxas de juros, defende que o governo utilize as riquezas oriundas da exploração dos recursos naturais para investimento em emprego, educação, terra e moradia. Imaginem quanto desperdício de recursos deixar de especular com o dinheiro para esbanjar com o gentio.

Discorrem nesta ambição: “O governo federal deve revisar a política de manutenção do superávit primário, que é uma velha desgastada orientação do FMI, um dos responsáveis pela crise econômica internacional. E devemos usar os recursos do superávit primário para fazer volumosos investimentos governamentais na construção de transporte público e de moradias populares para a baixa renda”, dizem. E ainda dão pitacos em questões internacionais, pedem a retirada de forças estrangeiras do Haiti e a criação de um fundo internacional para a reconstrução daquele país.

Mas quem sabe o incômodo maior do vetusto diário foi o pedido de ação pela democratização dos meios de comunicação? Algo que não pode ser publicado de jeito algum. Imaginam que aí seria o fim. A informação correria solta, sem controle, onde reportagens seriam contestadas, mostrando o outro lado. Total barbárie. Onde esta sociedade iria parar?
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