I will survive!
Tucanos camaleônicos
No Aurélio:
Tucano - Bras. Zool. Ave piciforme, ranfastídea, da qual há quatro espécies brasileiras reunidas no gênero Ramphastos, tendo R. monolis seis subespécies. Alimentam-se de pequenos frutos e, não raro, pilham ninhos de outras aves.
E podemos acrescentar que além de profissionais em pilhagem, sabem se camuflar, principalmente com a ajuda da mídia. Neste segundo turno estão disfarçados, tanto em São Paulo como no Rio. Não vamos deixar criarem asas.
Gabeira e os Subúrbios do Rio de Janeiro.


Sem entrar no mérito da atuação parlamentar da vereadora Lucinha que - como a maioria dos vereadores do Rio de Janeiro, inclusive os quem têm sua base eleitoral na Zona Sul e na Barra/Recreio – tem sido eleita e reeleita através de práticas assistencialistas traduzidas nos indefectíveis “Centros Sociais” mantidos por ela, o comentário do Deputado Federal e candidato à Prefeito Fernando Gabeira a seu respeito – amplamente noticiado pelos meios de comunicação ao longo dos últimos dias – foi de um elitismo levado ao extremo. Ao dizer que a vereadora é dotada de uma “visão suburbana e precária”, o nobre Deputado – que tem procurado construir ao longo dos anos uma imagem pública de “paladino” da “ética” e das “causas libertárias” - demonstrou possuir uma visão bastante preconceituosa – que é compartilhada por muitos dos moradores das zonas mais abastadas desta cidade partida – em relação à região onde mora a maior parte da população da urbe carioca. Assim, só nos resta perguntar: o que será que o verde parlamentar entende por “visão suburbana”? Ou melhor, será que ele tem uma real noção do que sejam os subúrbios do Rio? Não sei. Mas, neste momento, só peço a benção de Lima Barreto, Pixinguinha, Aracy de Almeida, Nélson Rodrigues, Noel Rosa, Candeia e de tantos outros ilustres suburbanos e/ou moradores da Zona Norte e lhes rogo para que intercedam junto ao Todo-Poderoso para que esta velha Cidade de São Sebastião não tenha, mais uma vez, um “prefeito virtual” que ache que o Rio de Janeiro termina no Túnel Rebouças.
Para encerrar este comentário, tenho uma sugestão a fazer ao novo prefeito do Rio de Janeiro: já que o pivô do desentendimento entre Gabeira e Lucinha foi a instalação de um Aterro Sanitário, no Bairro de Paciência (a vereadora é contra), por que não instalar o tal Aterro no terreno onde fica o vigésimo-terceiro Batalhão da PM, no Leblon? Afinal de contas, é uma propriedade de mais de 35 mil metros quadrados, o governo do estado está estudando se desfazer dela, situa-se em uma área central que reúne todas as condições para o acesso dos caminhões de lixo e, isto é o mais importante, no Leblon não moram pessoas de “visão suburbana e precária” e que, portanto, não ficariam contra um projeto tão útil para a Cidade.
Em tempo: dois ilustres moradores da Zona Sul – Vinícius de Moraes e Chico Buarque de Hollanda – estão entre os que melhor traduziram – na letra de “Gente Humilde”, parceria dos dois com o grande músico Garoto - a poesia dos velhos subúrbios da Central do Brasil:
Há certos dias
Em que eu penso em minha gente
E sinto assim,
Todo o meu peito se apertar
Porque parece,
Que acontece de repente,
Como um desejo,
De eu viver sem me notar...
Igual a como,
Quando eu passo no subúrbio,
E muito bem,
Vindo de trem, de algum lugar,
E aí me dá,
Uma inveja dessa gente,
Que vai em frente,
Sem nem ter com quem contar.
São casas simples,
Com cadeiras na calçada,
E na fachada,
Escrito em cima, que é um lar!
Pela varanda,
Flores simples e baldias,
Como a alegria
De não ter como lutar.
E eu que não creio,
Peço a Deus, por minha gente,
É gente humilde,
Que vontade de chorar...
Em tempo: dois ilustres moradores da Zona Sul – Vinícius de Moraes e Chico Buarque de Hollanda – estão entre os que melhor traduziram – na letra de “Gente Humilde”, parceria dos dois com o grande músico Garoto - a poesia dos velhos subúrbios da Central do Brasil:
Há certos dias
Em que eu penso em minha gente
E sinto assim,
Todo o meu peito se apertar
Porque parece,
Que acontece de repente,
Como um desejo,
De eu viver sem me notar...
Igual a como,
Quando eu passo no subúrbio,
E muito bem,
Vindo de trem, de algum lugar,
E aí me dá,
Uma inveja dessa gente,
Que vai em frente,
Sem nem ter com quem contar.
São casas simples,
Com cadeiras na calçada,
E na fachada,
Escrito em cima, que é um lar!
Pela varanda,
Flores simples e baldias,
Como a alegria
De não ter como lutar.
E eu que não creio,
Peço a Deus, por minha gente,
É gente humilde,
Que vontade de chorar...
Pensar liberta
No balanço destas eleições municipais, fiquei impressionado pela falta de amadurecimento político da nossa juventude. Peço desculpas aos atingidos, mas tenho como comprovar, em tantas leituras no papel e na internet. O fato é que nossos jovens estão perdidos. Querem ser radicais, desbravadores, únicos, os primeiros, mas repetem velhos conceitos, normalmente ingênuos, limitados sobre a nossa geografia política.
Pensando sobre, lembrei do criminoso descaso com nossa cultura acadêmica, nossos estudos, conseqüência da crise que vivemos na educação. E lembrei do professor Milton Santos, um dos melhores e mais fundamentais acadêmicos em nosso país. Alguém que ousou pensar e ensinar sobre questões que nos dizem total respeito. Em linguagem simples, contundente, sem floreios.
Gostaria muito que nossa juventude visse o documentário de Silvio Tendler, “Encontro com Milton Santos”, para pensar e debater, deixando de lado idéias pré-concebidas, tentando o novo, libertador.
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