Altas críticas

Vaiei minuto de silêncio, na Convergência Socialista. Aplaudi a queda do stalinismo lá no leste europeu - Morreu! Morreu! Fiz rimas pobres como esta. Minei maiorias. Marquei posições. Saí da sala para quebrar o quorum mínimo.

E mudei. Li. Li mais, cresci, tentei ouvir. E ouvi. E como não sou estúpida, nem criança, sei mudar de opinião. E se me dão licença, posso criticar, a partir do lugar de onde já estive.
Não dá. Tipo, (me permitam o vício de linguagem), não dá para nossos troscos apoiar o Não na Venezuela da maneira que apoiaram. Até porque algo que nos define são nossos aliados.

Eu ouvia, há décadas atrás, que Trotsky não seria trotskista. Taí. Hoje, fecho com essa posição.
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O que é isso, companheiros?

E segue enorme polêmica entre a esquerda sobre a posição do PSTU na plebiscito venezuelano, contra Chávez, ao lado dos EUA. Uma cobrança está sendo feita: o partido teve posição distinta, e contraditória, com outro militar que tomou o poder na AL, com discurso socialista, mas que demonstrou ser uma enorme farsa. Foi ele Lucio Gutiérrez (foto), militar equatoriano que entrou no cenário daquele país participando de um golpe contra o então presidente, Jamil Mahuad, no ano 2000. Não conseguiu sucesso de imediato, foi preso, mas seu nome ficou ligado a um discurso de esquerda, o que o levou ao poder logo depois, em eleições democráticas.

Bastou as intenções, suas alianças com os partidos de esquerda no Equador, para se transformar em um ícone do PSTU. Esteve no Brasil, onde foi saudado por quadros do partido, deu entrevistas e foi chamado de companheiro de luta. No poder, logo à frente, ficou constatado sua face neoliberal. Tudo era só conversa e seu péssimo governo o levou a ser deposto em 2005.

Para entender, uma matéria na Caros Amigos e uma reportagem de dirigente do PSTU na época.
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A Venezuela não tem liberdade de imprensa?



Veja os títulos, e até a propaganda, da edição do último domingo do El Nacional, principal diário de Caracas, e tire suas próprias conclusões. Vídeo de Luiz Carlos Azenha.
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Es una vergüenza!

Das primeiras conclusões a se tirar da derrota de Chávez, a mais evidente é a de que nossa mídia perdeu um dos seus mais insistentes argumentos, o de que Chávez é um ditador. Vão ter que inventar outra. Até hoje não existiu na história ditador perdendo eleição, seria esta a primeira vez.

Perdeu, reconheceu a derrota e segue seu rumo. A Venezuela em parte lembra o Chile de Allende. Projetos de reforma, de interesse dos mais desfavorecidos, levavam ao enfrentamento de classes. Na Venezuela já há sinais de atuação das elites na desestabilização da economia, tal como no Chile, com suas tentativas de desabastecimento, levando a propaganda a culpar o governo.

Neste acirramento de lá, uma baixa aqui no Brasil. O PSTU, partido trotskista, ligado a LIT – Liga Internacional dos Trabalhadores, defendeu o voto pelo não, contra Chávez e ao lado de Bush. Bastou para uma avalanche de revoltas dentro da esquerda, já atingindo seus próprios quadros. O sociólogo marxista americano, James Petras, simpatizante das idéias de Trótski, citado muitas vezes com admiração por este partido, quicou nos tamancos. Em entrevista ao site Rebelion, chama os trotskistas brasileiros de oportunistas e contra-revolucionários:

¿El PSTU de Brasil estaba con el NO?

- Sí, me mandaron los documentos a favor del NO pero activos con los estudiantes financiados por el imperialismo, ya tenemos documentos de la agencia de ayuda internacional donde reconocen dar 213 mil dólares de los estudiantes entrenados en los Estados Unidos que vuelven y siembran la lucha en las calles, etcétera, con esta gente trabajaban los trotskistas, los sectores trotskistas afiliados con el PSTU.

Yo por lo menos les decía a ellos que nunca mas voy a tener algo que ver con un grupo tan oportunista y, al final de cuenta,s contrarrevolucionario, a pesar de la retórica. Ahora estos factores tenían dos efectos, uno de movilizar sus seguidores y garantizar que van a participar y segundo sembrar confusión y descontento en los sectores populares neutralizando el apoyo de Chávez, yo no creo que ganaran muchos de las clases populares, ganaran un pequeño sector pero más que nada sembraran la confusión y neutralizaran la participación.


Como existe a piada de que reunião de três trotskistas acaba sempre em duas dissidências, devemos esperar muitas novas siglas para breve.

Ps: vale dar uma olhada no site do jornalista Luiz Carlos Azenha. Ele esteve em Caracas e mostra imagens que dizem muito, como um vídeo onde simpatizante do NÂO comemora a vitória com bandeira dos EUA.
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Na Venezuela é SIM!

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