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AECIO VERSUS SERRA – CONCUSSÃO MORAL

Laerte Braga


A disputa entre Aécio e José FGC Serra começou quando Collor de Mello convidou Fernando Henrique Cardoso para seu Ministério. O governo do alagoano afundava e os patrocinadores da lambança do menino de ouro da GLOBO resolveram buscar FHC e tentar salvar os dedos, entregando os anéis.

A idéia era fazer de FHC um super ministro, na prática, o presidente. Collor seria figura decorativa. Nasce aí a candidatura de Fernando Henrique, mas também a disputa entre mineiros e paulistas pelo comando do PSDB.

O primeiro veto a ida de FHC para o Ministério de Collor veio de Mário Covas. Nunca foi perdoado por isso. O segundo do PSDB mineiro, já sob forte influência de Aécio Neves.

A segunda trombada entre FHC/Serra e Aécio aconteceu quando o mineiro, em fevereiro de 2001, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados. FHC havia fechado com Inocêncio Oliveira do ex-PFL (DEM) e Aécio atropelou o acordo. Como é característica de Fernando Henrique, quando percebeu que a ponte tinha desabado, deixou o trem despencar sem se meter no assunto.

O que deu na cabeça de Itamar Franco para convidar FHC a ocupar o Ministério das Relações Exteriores em seu governo (ele pensa que foi presidente da República) foi posto no acordo celebrado entre os partidos políticos brasileiros diante da impossibilidade de salvar Collor, tudo com aval de Roberto Marinho. O condutor do processo foi José Sarney. Chegou a levar o ex-presidente e agora senador (na cacunda de Aécio) a um encontro com Roberto Marinho em sua casa no Cosme Velho.

Foi ali que Itamar recebeu o endosso necessário ao enterro de Collor.

FHC veio de fora. A idéia de colocar FHC no centro do palco, num primeiro momento num Ministério, vem desde os tempos que Tancredo Neves foi eleito presidente da República, em 1984.

O diabo é que Tancredo não gostava de FHC e várias vezes deixou isso claro e o fez publicamente.

Os investidores estrangeiros (vamos ficar com essa expressão), donos da chamada Nova Ordem Econômica tinham e têm com o peça fundamental do processo de ocupação e controle do Brasil exatamente Fernando Henrique Cardoso.

O problema é que o ex-presidente era o que normalmente se chama de ruim de voto.

O primeiro mandato de senador foi para completar o de Franco Montoro quando esse foi eleito governador de São Paulo. E o segundo, ainda no PMDB em 1986 na esteira do Plano Cruzado.

O próprio FHC, pouco antes de ser designado ministro da Fazenda em substituição a Eliseu Resende, isso no “governo” Itamar, chegou a confessar a jornalistas que seria candidato a deputado federal, não tinha pretensões de se manter no Senado, falta de votos.

Vai daí que ministro das Relações Exteriores e ministro da Fazenda (encontrou a porta aberta, enrolou Itamar e pronto), todo o esquema que havia sido montado para Collor de Mello correu para FHC eleito presidente em cima de outro plano, dessa vez o Real.

A reeleição era parte do projeto e foi um golpe branco conseguido às custas da compra de deputados e senadores (fato comprovado em inquérito que o então Procurador Geral da República, Geraldo Brindeiro, guardou numa gaveta qualquer).

Em 1988, FHC jogou toda a sua força na convenção do PMDB para impedir a candidatura de Itamar Franco. Sabia que naquele momento o ex-presidente tornaria sua candidatura de tal forma inviável, logo a reeleição. O mesmo esquema que hoje José FHC Serra usa, foi usado. Boatos, truculência, compra de votos (sapos que Itamar está engolindo sem problema algum pelo visto).

A eleição de Aécio para o governo de Minas em 2002 e a derrota de José FHC Serra para a presidência, despertou no grupo paulista que controla o PSDB a certeza que o mineiro jogava o jogo para ser o candidato tucano à presidente da República em 2010.

Aécio foi um dos principais responsáveis pela derrota de José FHC Serra para Geraldo Alckimin dentro do tucanato em 2006.

Estava, de fato, montando sua candidatura presidencial.

A partir de um determinado momento em 2009 o então governador de Minas começou o movimento final para em 2010 vir a ser o candidato tucano. Chegou a participar de uma reunião em New York com os tais “investidores estrangeiros”, onde deu plenas garantias que os “negócios” seriam reabertos.

José FHC Serra percebeu isso, percebeu também que a pré-candidatura de Aécio começava a ganhar corpo no partido além de São Paulo e Minas, a idéia de prévias incomodava Serra e surgiu aí um dossiê contra o mineiro.

O recado, o aviso, veio pelas mãos do jornalista Juca Kfhoury, amigo de José FHC Serra, numa nota em sua coluna. Kfhoury falou de um tapa que Aécio teria dado em uma namorada num evento num hotel no Rio de Janeiro, mostrando visível descontrole e comentava a importância do brasileiro refletir sobre a escolha de políticos assim, lembrando Collor de Mello, numa nada sutil definição de Aécio Neves. Estava insinuado que o ex-governador de Minas é usuário de drogas.

Aécio tirou o time de campo, viajou para a Europa, voltou ainda enfurecido com o episódio, o dossiê feito por José FHC Serra, recusou o convite para ser o vice-presidente na chapa tucana e foi enfático ao deixar claro que “Meu primeiro compromisso é com Minas e os mineiros”.

Mas, deixou por aqui o dossiê contra José FHC Serra, suas ligações com Daniel Dantas, a fortuna de sua filha, tudo montadinho por um jornalista do ESTADO DE MINAS, num esquema bem tucano. 

A campanha de Aécio para o Senado ignorou José FHC Serra e a mais de um prefeito mineiro, bem mais, o ex-governador e candidato ao Senado, liberou para apoiar e votar em Dilma, o tal DILMASIA.

Como Aécio não é Tancredo e nisso FHC tem razão, o mineiro engoliu no segundo turno todo esse processo que acabou fazendo de José FHC Serra o candidato presidencial, arrastou Itamar Franco (outro perito em parecer ser sem ser) no típico fazer o que, que é mais ou menos relaxar ao estupro, perder a vergonha (ambos, ele e Itamar) para tentar eleger José FHC Serra.

A bem da verdade Aécio foi emparedado por FHC e José FHC Serra com a promessa que, se eleito, o tucano paulista não disputará a reeleição em 2014. FHC fez esse mesmo acordo com Itamar Franco. Seria o presidente eleito em 1994 e em 1998 apoiaria a volta de Itamar.

Como tucano, nenhum, tem caráter ou palavra (José FHC Serra rasgou o compromisso assinado de cumprir o mandato de prefeito de São Paulo até o último dia), o PSDB é mais ou menos como um cesto cheio de cobras, cada qual mais venenosa e Aécio assiste à sua derrocada (caso aconteça o improvável, a eleição de José FHC Serra) e terminará seus dias ou no Senado, ou de novo no governo de Minas.

Com um detalhe nessa história toda. Se as eleições para o Senado em Minas se repetissem, hoje, Aécio seria novamente confirmado, mas com votação bem menor. E Itamar iria para o brejo.

Besteira ou não, mineiros não gostam de cair de quatro diante de paulistas, ainda mais quando em todo o processo político que assistimos, o jogo foi de briga de foice no escuro e na hora agá os dois mineiros, Aécio e Itamar sentaram em cima sem problema algum, sem escrúpulos, sem resistência, pelo contrário no caso de Itamar o ex-presidente chegou saltitante ao encontro de José FHC Serra, tal e qual quando ia para Niterói no rumo de Aracaju.

São esses caras que querem governar o Brasil.

São esses caras que conseguem que o padrão global de qualidade vá para o lixo no desespero da GLOBO em eleger José FHC Serra em nome dos negócios. A fraude, a trucagem no filme sobre a fita adesiva que era só uma bola de papel.

São veteranos, GLOBO, nesse negócio de mentira, farsa, aliás, desde que começaram a existir.

Já Aécio e Itamar são dois sem vergonhas Não têm nada a ver com Minas e os mineiros, com a História do estado.

Deformações genéticas de mineiridade.

Um tipo de bactéria ainda sem definição. Talvez sou, mas quem não é.  

E dois problemas que não têm muito a ver com o que escrevi acima. É preciso repensar a Justiça Eleitoral tendo em vista a parcialidade do TSE nesse pleito. “Corte” em sua maioria formada por cabos eleitorais de José FHC Serra.

Abrir os olhos que FHC assumiu o compromisso de privatizar a Previdência caso aconteça o improvável, a eleição de José FHC Serra. O dinheiro daqui vai tampar o rombo de empresas de previdência privada nos EUA.

Pena que, pilantra, o jornalista Amaury Ribeiro Júnior não tenha dito de público o que falou em seu depoimento à Polícia Federal. O dossiê foi encomendado por Aécio. Já levou o dele, claro.

O negócio na cabeça do José FHC Serra não é concussão cerebral. É concussão moral.

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Andréa Neves xinga Eduardo Jorge por telefone

Por Rodrigo Viana em seu blog Escrevinhador.

A turma de Aécio: furiosa com o PSDB de SP

publicada quinta-feira, 21/10/2010 às 20:50 e atualizada sexta-feira, 22/10/2010 às 17:41
Um diretor do jornal “Estado de Minas” e um jornalista de Brasília reúnem-se, numa discreta confeitaria em Brasília.

O assunto da conversa: o depoimento de Amaury Ribeiro Jr. na Polícia Federal. Amaury realizou no ano passado amplo levantamento sobre as atividades de Serra e de pessoas próximas a Serra. Na época, Amaury trabalhava para o jornal “Estado de Minas” – próximo de Aécio. A investigação teria como objetivo municiar a turma de Aécio para enfrentar os dossiês supostamente montados por Serra contra o então governador de Minas. Depois, Amaury abandonou o jornal, e teria se aproximado da pré-campanha de Dilma – sem nunca ter-se integrado à campanha petista. Esse era o assunto da conversa hoje, em Brasília.

De repente, o papo é interrompido por um telefonema. O diretor do “Estado de Minas” atende o celular. Do outro lado da linha, furiosa, está Andréa Neves – a poderosa irmã de Aécio. Andréa está brava com a turma do PSDB de São Paulo,especialmente brava com Eduardo Jorge (que já foi secretário de FHC, e é arrecadador da campanha de Serra). Ela fala tão alto, no desabafo com o diretor do jornal mineiro, que o jornalista de Brasília – ali na mesa da confeitaria -  consegue ouvir a voz de Andréa, a saltar do celular.

Por que Andréa (e, por extensão, Aécio) está furiosa?
Porque foi Eduardo Jorge quem vazou para jornais de São Paulo o teor do depoimento de Amaury Ribeiro Jr. Amaury não teria falado uma palavra sobre Aécio ou Minas. Teria assumido toda a história sozinho. 

Andréa e Aécio querem saber: por que EJ (como é chamado nos bastidores tucanos) vazou uma versão do depoimento que – em última instância – pode jogar a bomba no colo de Aécio?

Serra precisa, desesperadamente, de Minas Gerais para equilibrar o jogo no segundo turno. A capa da “Veja” – essa semana – cumpriu essa papel: apresentar Aécio de forma simpática, como o fator que pode resolver a eleição em favor de Serra. É como se a ‘Veja” e Serra dissessem a Aécio: “venha com a gente, rapaz, que voc~e será bem tratado! Serra deve ter prometido mundos e fundos ao mineiro: preferência para concorrer em 2014, fim da reeleição, muito mais.

Só que as feridas de Aécio ainda sangram. A forma como Serra barrou a pretensão do mineito, de decidir a candidatura tucana em prévias, deixou sequelas. Serra acenou com dossiês. Barrou Aécio na marra. Agora, tudo isso vem à tona, de novo, com a história do depoimento de Amaury.

Não interessava a Serra vazar essa história agora! Por que, então, EJ jogou contra o interesse de Serra? O motivo seria Serra ter protegido Paulo Preto – quando EJ está em guerra com Preto?

Corte rápido para o outro lado do campo. Uma boa fonte liga-me de Brasília para informar que – na primeira semana do segundo turno – Lula teria dedicado boa parte de seus esforços (com a ajuda providencial de Ciro Gomes) para arrancar de Aécio um compromisso: não entrar de cabeça na campanha de Serra.

O que Aécio vai escolher: ajudar Serra, acreditando que o paulista cederá lugar a ele em 2014? Ou fingir-se de morto, ajudar (ainda que indiretamente) Dilma e virar o líder da oposição?

A irritação de Andréa Neves, na ligação de hoje, dá uma boa pista do que deve acontecer: as relações entre Serra e Aécio desandaram.

Acabo de escrever esse texto e fico sabendo da nota que acaba de ser divulgada pelo PSDB sobre o caso. Está recheada de acusações ao PT. Mas quem conhece os bastidores da política tucana sabe: é uma forma dos tucanos apagarem incêndio e acalmarem a turma de Aécio.

[Via Mirabeau B. Leal por e-mail]
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PF libera depoimento de Amaury Jr.


Polícia Federal libera íntegra do depoimento de Amaury Ribeiro Jr.


Site do jornal O Estado de S.Paulo publica o depoimento do jornalista. Em dezembro de 2007 ele começa a investigar grupo que investigava Aécio
Leia abaixo a íntegra do depoimento de Amaury Ribeiro Jr. à Policia Federal no dia 15 de outubro passado. Ele já circula na internet, a partir da publicação pelo site do jornal O Estado de S.Paulo. O jornalista deu outros dois depoimentos mais, ainda não vazados para a imprensa.
Antes, um resumo. Você poderá ler que Ribeiro:
1. trabalhava desde o ano 2000 na compilação de dados sobre as privatizações de FHC, cobranças de propinas e envio de valores para as Ilhas Virgens.
2. começou sua investigação quando trabalhava no jornal O Globo.
3. sua primeira matéria sobre o assunto saiu em 2001 quando estava no Jornal do Brasil.
4. publicou várias matérias posteriormente em 2003, na IstoÉ e que foi processado por Ricardo Sérgio por conta disso.
5. ao final deste ano, parou de publicar matérias sobre o assunto, já pensando em escrever um livro.
6. em maio de 2007 foi trabalhar no Correio Brasiliense, e que no final do mesmo ano, depois de sofrer um  atentado, foi transferido para o Estado de Minas, do mesmo grupo.
7. no final deste ano deu-se conta de que um grupo clandestino de inteligência estaria investigando Aécio Neves e aí decidiu investigar este grupo.
8. descobriu, através de fontes próprias, que seria o deputado carioca Marcelo Itagiba o mentor do grupo, a serviço de José Serra.
9. em 2008 resolveu retomar as investigações as privatizações, com foco em Serra.
10. iniciou coleta de documentos sobre pessoas ligadas a Serra e empresas pertencentes a elas.
11. fez várias viagens para São Paulo e Brasília em 2008 e 2009 para realizar suas investigações, sempre custeadas pelo jornal Estado de Minas. Assim como as despesas para a obtenção dos documentos.
12. afastou-se formalmente do jornal em 16 de outubro de 2009, em função de problemas de saúde do pai. Antes, tirou férias de 30 dias.
13. antes de sair, entregou uma cópia dos documentos obtidos para o jornal e deixou outra cópia em seu laptop.
14. em abril de 2010, foi procurado pelo jornalista Luiz Lanzetta, cuja empresa de assessoria trabalhava para a pré-campanha de Dilma Rousseff. Este queria sua ajuda para indicar pessoas para ajudá-lo a descobrir possíveis espiões dentro da campanha de Dilma.
15. indicou o nome de Idalberto Martins, que indicou o de Onésimo Graça.
16. fizeram então uma reunião num restaurante de Brasília.
17. antes dela, no comitê de campanha de Dilma, soube das desavenças entre dois grupos de petistas que disputavam o comando da área de comunicação da campanha.
18. na reunião, não houve acordo financeiro que possibilitasse a contratação de Idalberto e Onésimo para o trabalho de contra-espionagem interna demandado por Lanzetta, que estava acompanhado de Benedito de Oliveira.
19. fizeram outra reunião duas semanas depois, sem que chegassem a um acordo financeiro. E que a partir daí considerou encerrado o assunto.
20. três semanas depois recebeu telefonema de Lanzetta, dizendo que algum dos participantes da reunião havia informado à Veja que eles estariam elaborando um dossiê contra Serra.
21. o jornalista da Veja, Policarpo Júnior, procurado por Amaury, disse-lhe que a informação lhe havia sido passada por um dirigente petista.
22. que pelo que ouviu de Policarpo, ele tinha conhecimento de dados que estavam apenas em seu notebook.
23. declarou que não havia passado o material para ninguém e afirmou que Rui Falcão teria copiado os dados num apart-hotel em Brasília.
24. confirmou que Luiz Lanzetta se afastou da campanha de Dilma depois da matéria da Veja e que sua empresa foi substituída por outra.
25. recorreu aos trabalhos de despachante para conseguir documentos na Junta Comercial para suas investigações.Mas não deu seu nome.
26. nunca foi filiado a partido político, nem foi contratado por nenhuma campanha política.
Em suma, nada que foi relatado no depoimento de Ribeiro Jr. contradiz com as matérias publicadas até aqui por CartaCapital.
Amaury Ribeiro Jr. nunca fez parte de suposto “grupo de inteligência” da campanha de Dilma. E fez suas investigações originalmente para “investigar quem eram os integrantes” do grupo que investigava Aécio. Este é o centro da questão.
Leiam o depoimento na íntegra: pdf
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Como reagiria o poeta na eleição deste ano?

O Primeiro Voto Feminino, de Celina Guimarães, em 1928

Senhoras e senhores, o Brasil pirou de vez

Sulamita em seu blog  a Tal Mineira

Para início de conversa, quero saudar todas as mulheres, guerreiras, que honram as tradições seculares de, sem muito estardalhaço, administrar o tempo, a família e os afazeres, sejam eles de que natureza for – e aos homens que as valorizam. Mulheres que se esmeram em distribuir afagos e semear entendimento, mas que sabem endurecer na hora certa e dar um murro na mesa, se preciso for. Mulheres que driblam preconceitos, superam limitações e seguem em frente, tendo ou não com quem contar. Mulheres que dão a volta ao Mundo, fazem-no girar, mas sabem retornar ao aconchego da casa, armadura despida, coração aberto, colo disponível. Ou não. Porque ninguém, nem mesmo uma mulher, é de ferro. Euzinha, mesma, não o sou.

As mulheres estão em moda. São notícias de primeira página – para o bem e para o mal. Ainda encabeçam estatísticas de violências, múltiplas: espancamento, abuso e assédios sexual, moral, discriminação, morte. Chefiam grande parte dos domicílios brasileiros: estão na sala de aula, no escritório, no chão de fábrica, no banco, palco, canteiro de obras; nas redações, aos volantes, na faxina, no fogão, no tanque. Ainda ganham menos que os homens, companheiros de trabalho e função. Ainda reclamam parceria na dupla, tripla jornada. São minoria nos postos executivos, públicos e privados, legislativos, judiciários, sindicais, religiosos. Não obstante, vão chegar à Presidência da República, mais cedo do que há pouco se ousava imaginar. Deixam muito Zé – e Marias também, infelizmente! – a ver a banda passar.

Por aqui, na terra brasilis, chegam tarde, isso sim. Desde o primeiro sufrágio feminino, no final dos anos 20, já se vão três quartos de século! Uma potiguar e uma mineira foram as pioneiras. Tornaram-se eleitoras invocando a Constituição Brasileira em vigor, de 1891, que não amparava o veto ao exercício de seus direitos políticos e de cidadãs: Celina Guimarães Viana, de Mossoró, no final de 1927, e Maria Ernestina Carneiro Santiago de Souza, em 1928. Mietta deu a si o primeiro voto para deputada federal. Não foi eleita, mas causou assombro e ganhou poema, de Carlos Drummond de Andrade. Transcrevo:

“MIETTA SANTIAGO/ loura poeta bacharel/ Conquista, por sentença de Juiz,/ direito de votar e ser votada/ para vereador, deputado, senador,/ e até Presidente da República,/ Mulher votando?/ Mulher, quem sabe, Chefe da Nação?/ O escândalo abafa a Mantiqueira,/ faz tremerem os trilhos da Central/ e acende no Bairro dos Funcionários,/ melhor: na cidade inteira funcionária,/ a suspeita de que Minas endoidece,/ já endoideceu: o mundo acaba.

Como se vê, mulheres fazem o pão desde sempre e, no mais das vezes amassam a substância com a cauda do diabo. Mas os poetas, além de cronistas, são visionários. Que extraordinário poema escreveria agora, O Poeta, diante da probabilidade de se ter a primeira mulher Presidente da República? E num embate onde dois dos candidatos vestem saia, por direito genético e convenção sóciocultural! Certamente, versaria o estranhamento em torno do bombardeio a que está submetida a líder das pesquisas de intenção de voto,: uma “prenda”, mineira – registre-se. Não se fazem mais café com leite como antigamente.

Pode, um país onde a mulher ocupa a maioria das vagas nas universidades, admitir tamanha vilania!?, talvez se perguntasse O Poeta. Meus botões se questionam, não vou mentir, qual veículo da mídia de antanho abrigaria prosa ou verso em torno do disparate que se assiste, se ouve ou se lê. Se é que alguém ainda lê, ouve ou assiste tais arautos-do-ontem-que-engatinha. Em que plagas se perdeu o senso, o prumo, o norte, a elegância? A chafúrdia é própria de quem se considera acima do povo, da Nação e suas circunstâncias, quiçá do Universo!?

O Poeta há de perdoar-me, não resisto à livre paródia: Mulher, quem sabe, Chefe da Nação?/ O escândalo abafa o sul da Mantiqueira,/ faz tremerem os trilhos do Metrô/ e acende nos bairros centenários,/ melhor: na cidade inteira centenária,/ a suspeita de que O Brasil, uma vez mais, endoidece,/ já endoideceu: o mundo acaba.
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ONDE A PORCA TORCE O RABO


Laerte Braga*

O ex-governador Aécio Neves mandou um recado curto e grosso a Lula. Se entrar para valer na campanha de Hélio Costa para o governo do estado, Minas, ele Aécio entra de sola na campanha de Serra em Minas e no País inteiro.

Aécio sentiu-se “traído” pelo presidente, mesmo que entre os dois não existisse nada além de um acordo tácito sobre a candidatura Dilma Roussef.

A bem da verdade Minas vive uma perspectiva deplorável. Não há menos ruim entre os dois candidatos com maior número de intenções de votos. Há bons candidatos, mas isso é outra história.

Hélio Costa além de estar envolvido em várias denúncias de corrupção, é homem da GLOBO e foi homem da repressão na ditadura militar. Foi o intérprete de Dan Mitrione o sinistro arquiteto da Operação Condor.

Antônio Anastasia é um técnico que assessora tucanos de longa data e no Congresso Nacional Constituinte trabalhou full time contra conquistas sociais, principalmente de aposentados e pensionistas.

O PT de Minas, mesmo que negue, não está envolvido na campanha de Hélio Costa. Pimentel não conseguiu decolar, deve perder a segunda vaga no Senado para Itamar Franco e parte da direção do partido já mandou um recado também para Lula. “Quem pariu Mateus, que o embale”.

A candidatura do ex-ministro das Comunicações foi invenção de Lula, imposição de Lula.

Como conciliar todo esse conjunto de trapalhadas não sei, mas os últimos dados levantados por institutos de pesquisas mostram que, em Minas, Aécio conduz o eleitorado segundo sua vontade. O estado é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil e nessa arrancada final da campanha pode atrapalhar a disparada de Dilma.

Nem a Lula e nem a Aécio interessa bater de frente. Como nem a Lula e nem a Aécio interessa uma vitória de José Arruda Serra. Sair dessa é um desafio e o ex-governador foi claro no recado ao presidente. “Deixe Minas resolver as questões de Minas”.

As eleições devem ser decididas já no primeiro turno levando em consideração que os candidatos dos chamados partidos pequenos não somam mais que quatro por cento de intenções de votos. Nos últimos dias o candidato de Aécio começou uma ascensão e Hélio Costa viu seus números caírem.

Se Anastasia é um técnico comprometido com o neoliberalismo, Hélio Costa é uma tragédia absoluta em todos os sentidos.

O resultado disso é que o estado, nos próximos quatro anos, vai comer o pão que o diabo amassou.

A intransigência de Lula ao forçar o acordo com o PMDB em torno da candidatura de Hélio Costa, impedindo o PT de lançar candidato próprio e pior, jogando o ex-ministro Patrus Ananias numa fria sem tamanho – vença ou não vença –, pode custar caro a Dilma Roussef.

E dentro do próprio PMDB o candidato é um corpo estranho. Boa parte do partido lhe dá as costas e torce por sua derrota. Outros, simplesmente, se distanciam da campanha, alguns até pelo cheiro fétido de corrupção que ronda o candidato.

Anastasia não é diferente.

Quem se estrepa é Minas.

Minas e Dilma se Lula cismar de bater de frente com Aécio. O que parecia ser a combinação perfeita, PT/PMDB está se mostrando um desastre absoluto. Se no PT Lula impôs o ex-ministro, no PMDB o grupo de Hélio fez lambanças desde o primeiro momento, continua fazendo e se as coisas continuarem como estão os dois, ele e Anastasia, devem chegar colados no final de setembro.

A bola agora está com Lula.

Arruda Serra já farejou sinais de crise e já disse a Aécio que o recebe de braços abertos no leito original.

É um momento de importância no processo eleitoral. A responsabilidade do presidente da República é grande. Uma coisa é bater de frente com FHC em São Paulo, outra é bater de frente com Aécio em Minas.

Neste momento é gelada.

Aécio foi claro através de códigos e emissários. “Ou ficamos no faz de conta que eu ajudo Serra e você o Hélio, ou vamos para o pau”.

Sabe aquelas bombas que o sujeito fica na dúvida se corta o fio vermelho ou o fio azul? Pois é.

Pode explodir tudo dependendo do fio que Lula cortar.


*Jornalista

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