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A entrevista do Lula que o JN não vai dar

Entrevista do presidente Lula à revista Carta Maior:







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O último debate e o próximo domingo

Algumas rápidas considerações sobre o último debate:

1) Dilma não foi questionada, esteve segura, passou a pauta do seu programa. Deu uma excelente resposta a Plínio sobre a diferença de seu governo das propostas do Psol, como a redução da jornada de trabalho: seu governo terá que se limitar à legalidade. Tentei soprar para a Dilma "pacto social", mas ela não me ouviu. Mas fez claras afirmações sobre os compromissos democráticos. Ela está certíssima. Quem tem que abrir espaço para propostas como esta é a sociedade, não o governo. Revolução não será feita pelo voto. Algo que só uma esquerda com radicalismos de salão acredita, coisa de reformista que nãio tem espelho em casa. Nunca antes este ponto havia sido colocado em campanha. Ponto pra ela quer falou como estadista.

2) Serra manteve seu discurso de promessas e mais promessas. Só. Estava com cara de cachorro abandonado, o que parece ser a maior verdade. Mal acabou o debate e já pipocavam reclamações de seus correligionários. Bye bye!

3) Fiquei muito impressionado com a Marina. Como ela conseguiu até agora ter 10% do eleitorado? E dizem que entre pessoas mais escolarizadas. Impossível entender. Ela não conseguiu fechar uma única idéia, sempre os mesmos clichês sobre crescimento com sustentabilidade, projeto estratégico, mas sem explicar uma única idéia. Serra ainda mente prometendo aumentos, mais verbas etc. Marina promete pensar no futuro. Por enquanto só blá blá blá.

Resumindo: Dilma está eleita. Só uma enorme surpresa evita o segundo turno.

Sugiro que leiam a entrevista com o Antonio Risério na Folha hoje. Ele diz que Serra é um blefe. É gente como ele que fez toda a diferença na campanha de Dilma.
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Serra e Gilmar. E dizem que eu exagero ao apontar canalhas



Que república é essa onde um candidato à presidência troca figurinhas e dá orientação ao STF? Que Supremo é esse? Quem são esses senhores?

Na Folha, hoje:

Após falar com Serra, Mendes para sessão

Ministro do STF adiou julgamento que pode derrubar exigência de dois documentos na hora de votar, pedida pelo PT

Candidato e ministro negam conversa, que foi presenciada pela Folha; julgamento sobre se lei vale continuará hoje

MOACYR LOPES JUNIOR
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO

Após receber uma ligação do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes interrompeu o julgamento de um recurso do PT contra a obrigatoriedade de apresentação dos dois documentos na hora de votar.

Serra pediu que um assessor telefonasse para Mendes pouco antes das 14h, depois de participar de um encontro com representantes de servidores públicos em São Paulo.
A solicitação foi testemunhada pela Folha.

No fim da tarde, Mendes pediu vista (mais prazo para análise), adiando o julgamento. Sete ministros já haviam votado pela exigência de apresentação de apenas um documento com foto, descartando a necessidade do título de eleitor.
A obrigatoriedade da apresentação de dois documentos é apontada por tucanos como um fator a favor de Serra e contra sua adversária, Dilma Rousseff (PT). A petista tem o dobro da intenção de votos de Serra entre os eleitores com menos escolaridade.
A lei foi aprovada com apoio do PT e depois sancionada por Lula, sem vetos.

"MEU PRESIDENTE"

Ontem, após pedir que o assessor ligasse para o ministro, Serra recebeu um celular das mãos de um ajudante de ordens, que o informou que Mendes estava na linha.
Ao telefone, Serra cumprimentou o interlocutor como "meu presidente". Durante a conversa, caminhou pelo auditório. Após desligar, brincou com os jornalistas: "O que estão xeretando?"

Depois, por meio de suas assessorias, Serra e Mendes negaram a existência da conversa.

Para tucanos, a exigência da apresentação de dois documentos pode aumentar a abstenção nas faixas de menor escolaridade.

Temendo o impacto sobre essa fatia do eleitorado, o PT entrou com a ação pedindo a derrubada da exigência.

O resultado do julgamento já está praticamente definido, mas o seu final depende agora de Mendes.

Se o Supremo não julgar a ação a tempo das eleições, no próximo domingo, continuará valendo a exigência.

À Folha, o ministro disse que pretende apresentar seu voto na sessão de hoje.

CONSENSO

Antes da interrupção, foi consenso entro os ministros que votaram que o eleitor não pode ser proibido de votar pelo fato de não possuir ou ter perdido o título.

Votaram assim a relatora da ação, ministra Ellen Gracie, e os colegas José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto e Marco Aurélio Mello.

Para eles, o título, por si só, não garante que não ocorram fraudes. Argumentam ainda que os dados do eleitor já estão presentes, tanto na sessão, quanto na urna em que ele vota, sendo suficiente apenas a apresentação do documento com foto.
"A apresentação do título não é tão indispensável quanto a do documento com foto", disse Ellen Gracie.

O ministro Marco Aurélio afirmou que ele próprio teve de confirmar se tinha seu título de eleitor. "Procurei em minha residência o meu título", disse. "Felizmente, sou minimamente organizado."

A obrigatoriedade da apresentação de dois documentos foi definida em setembro de 2009, quando o Congresso Nacional aprovou uma minirreforma eleitoral.

O PT resolveu entrar com a ação direta de inconstitucionalidade semana passada por temer que a nova exigência provoque aumento nas abstenções.

O advogado do PT, José Gerardo Grossi, afirmou que a exigência de dois documentos para o voto é um "excesso". "Parece que já temos um sistema suficientemente seguro para que se exija mais segurança", disse.


Foto acima de Moacyr Lopes Junior/Folhapress
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Salve, Jorge!



Não sei se acredito mais neste temor, ou neste outro.

Gostaria de lembrar o seguinte: o desespero não é nosso. Vamos ficar apenas alertas. Mas, com a lança pronta para atacar os dragões da maldade. Se vierem, saberemos lutar!
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Quem precisa de boatos?

Em site de apoio à "ética" candidata Bláblárina:



A resposta da Dilma:

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Para você que ainda está indeciso ao votar (3)



Esta é a Dilma. Este é um dos merdas que estão do outro lado, que imaginou questionar a atual candidata sobre suas "mentiras" sob tortura. Dois nítidos campos. Dois Brasis.

De que lado você fica?
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Rafael, o Google me deu uma bela alegria

"As alegrias que o Google me dá" é uma das mais criativas e inspiradas criações deste mundo da web, obra deste gênio que é o Rafael Galvão. Meu fígado agradece penhoradamente pelas desopilantes leituras.

Pois, aqui temos uma interessante alegria via o "grande irmão". Pesquisa de imagens feita hoje no AbundaCanalha:

Dilma safada dando o #%@*

Resultado?

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Para você que ainda está indeciso ao votar (2)



Dilma é a candidata de Lula, seu compromisso é com a continuidade e ampliação das conquistas de seu governo.

O vampiro é o candidato de FHC, o presidente das privatizações. Seu compromisso é com a volta do neoliberalismo, que ficou desnudo na última crise do capitalismo mundial.

Que tal uma comparação? O vídeo acima é preciso.
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Não vai haver segundo turno para presidente

Faço minha aposta aqui, Dilma será eleita no domingo. Não é difícil chegar a esta conclusão.

1) Apenas a Datafraude tem números que indicam forte queda de Dilma e subida de Serrosferatu e Blablarina. São as derradeiras balas desta guerra infame da mídia velha e velhaca.

2) O candidato vampiro está mais agora para zumbi. Perdido, sem apoio até do seu patrono FHC que já correu da derrota, vai deixá-la no colo do seu fracassado candidato.

3) E vem aí o voto útil.

Para entender melhor, nada como um especialista, o Hayle Gadelha:

O voto útil entra em campo

Cada dia que passa, fica mais difícil haver segundo turno. Dilma continua na faixa dos 55% ou 56% na simulação de votos válidos, com Serra e Marina empacados na faixa dos 28% e 14%. Ou seja, não aconteceu ainda nada capaz de alterar profundamente o quadro. Acrescente-se a isso ofenômeno típico da véspera da eleição, que é a opção pelo voto útil. Ninguém quer “perder” o voto, e parte do eleitorado, indefinido, vota em quem tem mais chances de vencer. Dilma só tem a ganhar com isso. Mas é preciso estimular o voto útil: clima de vitória nas ruas e nos programas eleitorais que restam, bandeiras, muita agitação positiva, Lula e Dilma com grande emoção (atenção, emoção pra cima!). Depois é só correr pro abraço: a comemoração de domingo será em vários turnos.
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Para você que ainda está indeciso ao votar (1)

Saiba que circulam vários emails com falsas acusações contra a candidatura da Dilma Rousseff. Falam de coisas absurdas, como ela ser proibida de entrar nos EUA, mesmo tendo estado lá recentemente, entre outras várias baboseiras.

Se você recebeu, ou parente, ou amigo, saiba que para cada um deles há uma resposta que o desmente.

Leia a lista feita pelo Stanley Burburinho.

Não se deixe enganar. Vamos votar com consciência. Abaixo as fraudes e mentiras.
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E naquela cloaca outonal...

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As pesquisas e uma surpresa



A do Datafalha divulgada hoje não surpreende. Este modesto blog já havia antecipado em agosto o joguinho sujo na reta final da campanha. Os alegados 5% de diferença não foram percebidos no tracking diário do Vox Populi. Vamos esperar os outros institutos para termos a certeza de mais uma mãozinha da mídia ao candidato que é recebido com "entusiasmo" nas ruas.

Surpresa mesmo vem do Maranhão, o Rovai comentou hoje. Pesquisa encomendada pelo O Estado do Maranhão, da família Sarney, confirma o que o Ibope já havia antecipado dia 17 último: ao contrário dos prognósticos, a eleição caminha para o segundo turno, com uma disputa acirrada pelo segundo nome que vai concorrer com Roseana Sarney. Os candidatos Jackson Lago (PDT) e Flávio Dino (PCdoB) estão empatados. Continuando a curva descendente de Roseana e a ascendente de Dino, teremos um governo belamente vermelho no Maranhão.

Estamos com Flávio Dino.
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A briga ficou boa: Dilma e o pau na Folha



A Folha de S.Paulo recebeu hoje em São Gonçalo uma das mais bem aplicadas bordoadas pelo seu jornalismo parcial e pérfido. Dilma Rousseff subiu o tom em palanque e apontou a má-fé do venal diário paulista em reporcagem desta segunda, onde maldosamente foram tentadas ilações sobre o período em que a candidata foi secretária do governo do RS. “Eu quero fazer um protesto veemente contra a parcialidade do jornal Folha de S. Paulo. Todas as minhas contas foram aprovadas. Todas. Esta informação não está na matéria", disse Dilma sobre o fato do jornal "esquecer" de publicar que o TCE acompanhou e aprovou sua gestão.

A briga agora é frontal. Enquanto o candidato da oposição vive a agonia de sua mais retumbante derrota, é a Folha que o substitui para as últimas cargas de cavalaria em uma batalha suja.

Se é briga, estou dentro. Republico aqui os selos que fiz quando a Folha censurava o blog Arlesophia, ameaçando seu autor, o Antônio Arles, de processo judicial. Vamos relembrar mais uma vez. O decadente jornal pede uma nova campanha:







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Serra, a desesperança e as culpas



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Os jornalistas tucanos

Marcos Coimbra, da Carta Capital

Quando, no futuro, for escrita a crônica das eleições de 2010, procurando entender o desfecho que hoje parece mais provável, um capítulo terá de ser dedicado ao papel que nelas tiveram os jornalistas tucanos.

Foram muitas as causas que concorreram para provocar o resultado destas eleições. Algumas são internas aos partidos oposicionistas, suas lideranças, seu estilo de fazer política. É bem possível que se saíssem melhor se tivessem se renovado, mudado de comportamento. Se tivessem permitido que novos quadros assumissem o lugar dos antigos.

Por motivos difíceis de entender, as oposições aceitaram que sua velha elite determinasse o caminho que seguiriam na sucessão de Lula. Ao fazê-lo, concordaram em continuar com a cara que tinham em 2002, mostrando-se ao País como algo que permanecera no mesmo lugar, enquanto tudo mudara. A sociedade era outra, a economia tinha ficado diferente, o mundo estava modificado. Lula e o PT haviam se transformado. Só o que se mantinha intocada era a oposição brasileira: as mesmas pessoas, o mesmo discurso, o mesmo ar perplexo de quem não entende por que não está no poder.

Em nenhum momento isso ficou tão claro quanto na opção de conceder a José Serra uma espécie de direito natural à candidatura presidencial (e todo o tempo do mundo para que confirmasse se a desejava). Depois, para que resolvesse quando começaria a fazer campanha. Não se discutiu o que era melhor para os partidos, seus militantes, as pessoas que concordam com eles na sociedade. Deram-lhe um cheque em branco e deixaram a decisão em suas mãos, tornando-a uma questão de foro íntimo: ser ou não ser (candidato)?

Mas, por mais que as oposições tivessem sido capazes de se renovar, por mais que houvessem conseguido se libertar de lideranças ultrapassadas, a principal causa do resultado que devemos ter é externa. Seu adversário se mostrou tão superior que lhes deu um passeio.

Olhando-a da perspectiva de hoje, a habilidade de Lula na montagem do quadro eleitoral de 2010 só pode ser admirada. Fez tudo certo de seu lado e conseguiu antecipar com competência o que seus oponentes fariam. Ele se parece com um personagem de histórias infantis: construiu uma armadilha e conduziu os ingênuos carneirinhos (que continuavam a se achar muito espertos) a cair nela.

Se tivesse feito, nos últimos anos, um governo apenas sofrível, sua destreza já seria suficiente para colocá-lo em vantagem. Com o respaldo de um governo quase unanimemente aprovado, com indicadores de performance muito superiores aos de seus antecessores, a chance de que fizesse sua sucessora sempre foi altíssima, ainda que as oposições viessem com o que tinham de melhor.

Entre os erros que elas cometeram e os acertos de Lula, muito se explica do que vamos ter em 3 de outubro. Mas há uma parte da explicação que merece destaque: o quanto os jornalistas tucanos contribuíram para que isso ocorresse.

Foram eles que mais estimularam a noção de que Serra era o verdadeiro nome das oposições para disputar com Dilma Rousseff. Não apenas os jornalistas profissionais, mas também os intelectuais que os jornais recrutam para dar mais “amplitude” às suas análises e cobertura.

Não há ninguém tão dependente da opinião do jornalista tucano quanto o político tucano. Parece que acorda de manhã ansioso para saber o que colunistas e comentaristas tucanos (ou que, simplesmente, não gostam de Lula e do governo) escreveram. Sabe-se lá o motivo, os tucanos da política acham que os tucanos da imprensa são ótimos analistas. São, provavelmente, os únicos que acham isso.

Enquanto os bons políticos tucanos (especialmente os mais jovens) viam com clareza o abismo se abrir à sua frente, essa turma empurrava as oposições ladeira abaixo. Do alto de sua incapacidade de entender o eleitor, ela supunha que Serra estava fadado à vitória.

Quem acompanhou a cobertura que a “grande imprensa” fez destas eleições viu, do fim de 2009 até agora, uma sucessão de análises erradas, hipóteses furadas, teses sem pé nem cabeça. Todas inventadas para justificar o “favoritismo” de Serra, que só existia no desejo de quem as elaborava.

Se não fossem tão ineptas, essas pessoas poderiam, talvez, ter impulsionado as oposições na direção de projetos menos equivocados. Se não fossem tão arrogantes, teriam, quem sabe, poupado seus amigos políticos do fracasso quase inevitável que os espera.

Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi. Também é colunista do Correio Braziliense
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Eu e o chilique do Serra


Sei que estou ficando paranóico, quase todos os dias me imagino enfrentando o vampiro. Depois do último debate, bastou agora eu ler sobre mais um de seus faniquitos com jornalistas para me imaginar ali no lugar da Márcia Peltier. Ainda bem que sei que terei cura em breve, precisamente no dia 4 de outubro:

Jurandir Paulo: Candidato, mas a quebra do sigilo aconteceu em 2009, antes de serem definidas candidaturas...

José Serra: Que antes da candidatura, Jurandir? Nós estamos gastando tempo aqui precioso, estamos repetindo os argumentos do PT, que você sabe que são fajutos.

Jurandir Paulo: Como assim, candidato? A Folha de S.Paulo fez a mesma pergunta outro dia...

José Serra: Isso aqui está parecendo montado. Não foi o combinado. Não vou dar a entrevista. Apague a TV para conversarmos!

Jurandir Paulo: Como assim? O que foi combinado?

José Serra: Entenda, meu rapaz, eu fico com as respostas, você com as perguntas.

Jurandir Paulo: Ué, mas não era isso que estávamos fazendo antes do seu chilique? Eu apenas perguntei e o Sr. surtou.

José Serra: Você não entendeu, vejo que vou ter que desenhar: eu respondo primeiro, depois, só depois... você faz as perguntas para as minhas respostas. Precisa de edição. Deu para entender agora?

Jurandir Paulo: Candidato, sou um proletário desta profissão, segui o roteiro do meu editor...

José Serra: Como é mesmo o nome dele?

Jurandir Paulo: Poderia ter perguntado sobre os US$3,2 milhões que seu endividado primo, Gregório Marin Preciado, depositou em NY, no JP Morgan Chase. Poderia ter perguntado sobre as relações desta conta com a Franton Interprises, de Ricardo Sérgio de Oliveira, seu ex-tesoureiro de campanha, lembra?

José Serra: Isso é fruto de um dossiê fajuto! Como é mesmo o nome de seu editor?

Jurandir Paulo: Estas perguntas seriam as minhas, se pudesse. Perguntaria mais sobre esta figura central que é Ricardo Sérgio de Oliveira, o pivô das privatizações, o homem de muitas contas no Caribe, de como ele ajudou seu primo falido a movimentar um bom dinheiro, por coincidência antes de eleições que o Sr. particpou. Só em 2002 foi o montante de US$1,5 milhão. É muito dinheiro para quem estava na lona, não acha?

José Serra: Você é um petralha vazador de sigilo! Está demitido!

Jurandir Paulo: Eu? Sigilo? Quem vazou sigilo foi a sua filha, na Decidir.com.br , em sociedade com a irmã de Daniel Dantas. Elas ofereciam aquilo que vendem nas ruas e muito mais para quem pudesse pagar.

José Serra: Vou embora agora, não tenho tempo para aguentar petralhas no meu caminho. Quem deve ter conta no Caribe é o filho da ministra!

Jurandir Paulo: É? Quem disse foi sua espionagem? Foi o Marcelo Itagiba e seus arapongas? O mesmo do caso Lunus? No Caribe que eu saiba tem até o seu genro, o Sr. nunca ouviu falar das empresas Iconexa Inc , depois Superbird, depois Iconexa S.A, ou da Vex Capital, nem a Oltec Management de sua filha Verônica?

José Serra: Fui! E você vai tomar um pé na bunda!

Jurandir Paulo: O pé na bunda será no Sr., candidato, em poucos dias. Milhões de brasileiros o darão.

José Serra: (gritando, já na saída do estúdio) Como é mesmo o nome do seu editor?
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Ainda bem que não sou candidato a presidente


Dormi e acordei mal humorado com o debate de ontem. Dilma é realmente uma estadista, consegue aliar firmeza com diplomacia. Eu teria apertado a garganta do vampiro nos primeiros segundos de seu trololó. Não tenho talento para ser presidente do Brasil, falta fleuma e abunda bílis neste ser, entre outras tantas características necessárias ao cargo. Reproduzo aqui como seria a minha tumultuada participação neste dabate, algo que ruminei raivoso durante todo o dia:

Kennedy Alencar: Candidato José Serra, o Sr. tem 30 segundos para a pergunta.

José Serra: Gostaria de perguntar ao candidato Jurandir Paulo sobre a quebra de sigilo trololó trolólo. Sou vítima trololó. Minha filha trololó. A democracia está comprometida trololó, e mais um monte de trololós.

Kennedy Alencar: Candidato Jurandir Paulo, o Sr. tem um minuto e meio para responder.

Jurandir Paulo: Minha equipe e nosso marqueteiro me aconselharam a manter a calma neste debate. Disseram que o candidato tucano quando abre a boca perde alguns votos, pois fica claro que ele é o anti-Lula, mesmo que tente dissimular o tempo todo. Mas não consigo, (olhando fixamente para a câmera e apontando) quero falar algo sério a você que assiste ao debate: o José Serra é uma fraude, um mentiroso, um caluniador! Ele não tem um único projeto para seu governo. Uma única idéia coerente e nova. Sua carreira política é pífia, não terminou nenhum de seus mandatos, já que sempre o marcou a paranóia pessoal em chegar à presidência. Não consegue unir nem ao menos seus correligionários, mas se vende em propaganda como se fosse o messias, tal o tamanho de sua vaidade e hipocrisia. Mente ao dizer que criou o bilhete único, foi a Marta, mente ao dizer que criou os genéricos, o FAT. Sua propaganda na TV é puro logro. Chega a passar a idéia de que já foi presidente da república, tamanha a desfaçatez com que mostra obras como suas. Tenta enganar você, eleitor, que não é bobo e já percebeu. Mas como se tudo isso fosse pouco, tenta agora, na reta final da campanha, me caluniar com a ajuda da velha mídia que sempre o serviu. Por que não se indignou em 2009 quando sabia que seus desafetos tucanos tinham informações do sigilo fiscal de sua filha? Que hipocrisia é essa com vazamento de dados de sua filha, se a própria vazou informações fiscais e bancárias de 60 milhões de brasileiros para ganhar dinheiro junto com a irmã de Daniel Dantas? E mais vergonhoso ainda: a mídia velha e velhaca sabe do fato e se cala. Esta imagina que ainda está nos anos 50 e 60 do século passado, quando derrubava presidentes e ajudava ditaduras à pedido das elites. Passaram os últimos quase oito anos tentando derrubar o atual presidente. Para ela e seus amestrados jornalistas, Lula era um bêbado, um analfabeto. Tentaram toda a sorte de terrorismo, inventando um possível apagão que não aconteceu, um caos aéreo, uma horrenda peste de gripe suina. Torceram loucamente por uma crise econômica, inventando cenários catastróficos, e nada. Lula termina seu mandato com aprovação recorde na história da república. Agora, esta mídia e seu candidato mentiroso e caluniador imaginam conseguir derrubar a minha candidatura faltando poucos dias para a eleição. Claro que sabem o tamanho de suas desinportâncias, há uma nova mídia que surgiu com a internet. Não por acaso este candidato da fraude também calunia blogs, pois eles são hoje o único contraponto à mentira deslavada, o golpe. Estão neles o real motivo das preocupações desta canalhada. Só lá podemos saber que o jornalista Amaury Ribeiro Jr fez a reportagem que a mídia esclerosada e comprometida não pode fazer, motivo dos temores deste candidato caluniador. Depois que ela for publicada, seja em livro ou como for, não sobrará nada desta mídia, nada destes políticos entreguistas, vendilhões, que entregaram o Brasil e...

Kennedy Alencar: Candidato, seu tempo esgotou...

Jurandir Paulo: (gritando, ao fundo)... vocês não vão me calar, canalhas...

Kennedy Alencar: São as regras, por favor. A candidata Marina pediu direito de resposta por se sentir atingida...

Jurandir Paulo: (berrando, voz abafada ao fundo) A Marina? Essa traíra? Vai nos fazer dormir. Vou dar porrada em todo o mundo...

Kennedy Alencar: Já voltamos, nossos comerciais, por favor...
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Folha usou dados vazados por Verônica Serra

Vejam que interessante. A Folha de S.Paulo em 30 de janeiro de 2001 publicou matéria usando dados vazados pelo site decidir.com, que tinha Verônica Serra e Verônica Dantas como sócias. No texto, registram que o site "divulga na Internet dados comerciais e bancários sobre consumidores e correntistas de todo o país - o que é irregular, segundo as regras do BC". Vejam o texto, no arquivo para assinantes da Folha:

18 deputados emitiram cheques sem fundos


WLADIMIR GRAMACHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na República, ninguém emite mais cheques sem fundos do que deputados federais. No último dia 18, a "lista negra" do Banco Central, que guarda os nomes de quem tem pendências nas agências bancárias do país, flagrava 18 deputados com 153 cheques emitidos sem o devido saldo.

Entre senadores, ministros de Estado e ministros de tribunais superiores não houve nem sequer um registro de cheques sem fundos em suas contas correntes naquele dia, segundo levantamento feito pela Folha sobre dados bancários de 692 autoridades brasilienses.

As informações foram obtidas no site Decidir.com (www.decidir.com.br), que divulga na Internet dados comerciais e bancários sobre consumidores e correntistas de todo o país -o que é irregular, segundo as regras do BC.

A maioria dos deputados federais flagrados integra o chamado "baixo clero", como ficaram conhecidos os parlamentares de pequena expressão, que em geral apenas seguem as orientações dos líderes partidários.

Até mesmo o maior expoente desse grupo, o deputado federal Severino Cavalcanti (PPB-PE), candidato à presidência da Câmara, aparece na "lista negra", com cinco cheques devolvidos pela agência do Banco do Brasil instalada no prédio dos gabinetes de deputados. Em média, cada um tem valor de R$ 4.000.

"Eu fui traído por uma pessoa que depositou o cheque antes do prazo e desestabilizou minha conta", justifica Cavalcanti, que já pagou os cheques e agora aguarda que o Banco do Brasil retire seu nome da lista. "Isso para mim é um negócio terrível. Acaba comigo", disse o deputado, referindo-se à sua candidatura.

Além de candidato, Cavalcanti também é o corregedor-geral da Câmara, a quem compete investigar e denunciar parlamentares por quebra de decoro.

Mas, nesse caso, afirma que não há falta de compostura. "Isso acontece acidentalmente. Só valeria denunciar se houvesse alguém prejudicado", disse o corregedor.

Se fosse processar algum colega da "lista negra" do BC, Cavalcanti teria que começar pelo deputado Pedro Canedo (PSDB-GO), o recordista de cheques sem fundos, com 41 registros.

Desde 22 de abril de 1996, portanto há mais de quatro anos, existem 11 cheques sem fundos na agência 0005 da CEF (Caixa Econômica Federal).

E, desde o último dia 10 de janeiro, outros 30 cheques foram registrados na agência 2223 da Caixa, instalada nas dependências da Câmara dos Deputados.

"Isso é coisa de quem vive no baixo clero, capengando", afirma o deputado João Caldas (PL-AL), ao explicar o motivo de ter três cheques sem fundos no BB.

"Para atender os amigos, a gente tem que fazer o que não pode, um sacrifício. Tem muito pedido de matrícula, de pagamento de IPTU atrasado, de consórcio. E eu vou ajudando", explica o deputado, que aponta o salário baixo como razão dos calotes.
O salário dos deputados é de R$ 8.000, e alguns deles têm limites de cheque especial que superam os R$ 20 mil. Juntando tudo, dá mais de 180 vezes o salário mínimo em vigor, de R$ 151.

Dinheiro insuficiente para atender a todas as demandas da vida parlamentar, segundo a experiência do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), que tem cinco cheques pendentes na Caixa Econômica Federal, há um mês.

"Eu custeei a corrida de uns 18 prefeitos aqui no Ceará, dos quais 13 foram eleitos", justificou o deputado, logo esclarecendo: "Não (eram cheques altos), eram de R$ 20 mil, R$ 30 mil".

As informações sobre os cheques sem fundos também ajudam a derrubar um mito: de que todos os deputados têm privilégios no Banco do Brasil. Todos, certamente não.
Dos 18 deputados flagrados na "lista negra" do Banco Central, 11 foram colocados ali pelo gerente da agência 3596 do Banco do Brasil, que fica no prédio dos gabinetes parlamentares.

"Aqui, a regra vale para qualquer correntista, seja ele deputado ou um cliente normal", afirma Luciano Moreira, gerente da agência do Banco do Brasil há um ano e meio. "E o nome só sai da lista depois que pagar todos os cheques e as taxas, tudo dentro das regras", diz Moreira.

Além do pouco prestígio e das pendências bancárias, outro dado une esse grupo de deputados federais. A maioria deles tem mais cheques sem fundos registrados no Banco Central que projetos apresentados em 1999, último dado disponível na Câmara.

Canedo, por exemplo, tem dois projetos e 41 cheques sem fundos. Carlos Batata tem um projeto e 28 cheques sem fundos. Ao todo, 13 dos 18 deputados citados na lista têm mais cheques pendentes que projetos apresentados. Textos aprovados, nenhum deles teve.
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Verônica Serra quebrou sigilo de 60 milhões de brasileiros


Jornalismo é o que faz Leandro Fortes. A filha do candidato José Serra era sócia da empresa que entre 2000 e 2003 oferecia dados sigilosos de pessoas físicas e jurídicas, inclusive os da receita federal. O site não mais existe, mas graças ao WayBackMachine podemos ver o que ofereciam. Esta ferramenta permite consultar o passado da internet. Basta preencher com o endereço do site. Na imagem acima um exemplo do que lá existe. Clique para ampliar. Uma página relevante está aqui.

A reportagem:

Sinais Trocados

por Leandro Fortes, na CartaCapital

Extinta empresa de Verônica Serra expôs os dados bancários de 60 milhões de brasileiros obtidos em acordo questionável com o governo FHC

Em 30 de janeiro de 2001, o peemedebista Michel Temer, então presidente da Câmara dos Deputados, enviou um ofício ao Banco Central, comandado à época pelo economista Armínio Fraga. Queria explicações sobre um caso escabroso. Naquele mesmo mês, por cerca de 20 dias, os dados de quase 60 milhões de correntistas brasileiros haviam ficado expostos à visitação pública na internet, no que é, provavelmente uma das maiores quebras de sigilo bancário da história do País. O site responsável pelo crime, filial brasileira de uma empresa argentina, se chamava Decidir.com e, curiosamente, tinha registro em Miami, nos Estados Unidos, em nome de seis sócios. Dois deles eram empresárias brasileiras: Verônica Allende Serra e Verônica Dantas Rodenburg.

Ironia do destino, a advogada Verônica Serra, 41 anos, é hoje a principal estrela da campanha política do pai, José Serra, justamente por ser vítima de uma ainda mal explicada quebra de sigilo fiscal cometida por funcionários da Receita Federal. A violação dos dados de Verônica tem sido extensamente explorada na campanha eleitoral. Serra acusou diretamente Dilma Rousseff de responsabilidade pelo crime, embora tenha abrandado o discurso nos últimos dias.

Naquele começo de 2001, ainda durante o segundo mandato do presidente FHC, Temer não haveria de receber uma reposta de Fraga. Esta, se enviada algum dia, nunca foi registrada no protocolo da presidência da Casa. O deputado deixou o cargo menos de um mês depois de enviar o ofício ao Banco Central e foi sucedido pelo tucano Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais, hoje candidato ao Senado. Passados nove anos, o hoje candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff garante que nunca mais teve qualquer informação sobre o assunto, nem do Banco Central nem de autoridade federal alguma. Nem ele nem ninguém.

Graças à leniência do governo FHC e à então boa vontade da mídia, que não enxergou, como agora, nenhum indício de um grave atentado contra os direitos dos cidadãos, a história ficou reduzida a um escândalo de emissão de cheques sem fundos por parte de deputados federais.

Temer decidiu chamar o Banco Central às falas no mesmo dia em que uma matéria da Folha de São Paulo informava que, graças ao passe livre do Decidir.com, era possível a qualquer um acessar não só os dados bancários de todos os brasileiros com conta corrente ativa, mas também o Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), a chamada “lista negra”do BC. Com base nessa facilidade, o jornal paulistano acessou os dados bancários de 692 autoridades brasileiras e se concentrou na existência de 18 deputados enrolados com cheques sem fundos, posteriormente constrangidos pela exposição pública de suas mazelas financeiras.

Entre esses parlamentares despontava o deputado Severino Cavalcanti, então do PPB (atual PP) de Pernambuco, que acabaria por se tornar presidente da Câmara dos Deputados, em 2005, com o apoio da oposição comandada pelo PSDB e pelo ex-PFL (atual DEM). Os congressistas expostos pela reportagem pertenciam a partidos diversos: um do PL, um do PPB, dois do PT, três do PFL, cinco do PSDB e seis do PMDB. Desses, apenas três permanecem com mandato na Câmara, Paulo Rocha (PT-PA), Gervásio Silva (DEM-SC) e Aníbal Gomes (PMDB-CE). Por conta da campanha eleitoral, CartaCapital conseguiu contato com apenas um deles, Paulo Rocha. Via assessoria de imprensa, ele informou apenas não se lembrar de ter entrado ou não com alguma ação judicial contra a Decidir.com por causa da quebra de sigilo bancário.

Na época do ocorrido, a reportagem da Folha ignorou a presença societária na Decidir.com tanto de Verônica Serra, filha do candidato tucano, como de Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity. Verônica D. e o irmão Dantas foram indiciados, em 2008, pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal, por crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, formação de quadrilha, gestão fraudulenta de instituição financeira e empréstimo vedado. Verônica também é investigada por participação no suborno a um delegado federal que resultou na condenação do irmão a dez anos de cadeia. E também por irregularidades cometidas pelo Opportunity Fund: nos anos 90, à revelia das leis brasileiras, o fundo operava dinheiro de nacionais no exterior por meio de uma facilidade criada pelo BC chamada Anexo IV e dirigida apenas a estrangeiros.

A forma como a empresa das duas Verônicas conseguiu acesso aos dados de milhões de correntistas brasileiros, feita a partir de um convênio com o Banco do Brasil, sob a presidência do tucano Paolo Zaghen, é fruto de uma negociação nebulosa. A Decidir.com não existe mais no Brasil desde março de 2002, quando foi tornada inativa em Miami, e a dupla tem se recusado, sistematicamente, a sequer admitir que fossem sócias, apesar das evidências documentais a respeito. À época, uma funcionária do site, Cíntia Yamamoto, disse ao jornal que a Decidir.com dedicava-se a orientar o comércio sobre a inadimplência de pessoas físicas e jurídicas, nos moldes da Serasa, empresa criada por bancos em 1968. Uma “falha”no sistema teria deixado os dados abertos ao público. Para acessá-los, bastava digitar o nome completo dos correntistas.

A informação dada por Yamamoto não era, porém, verdadeira. O site da Decidir.com, da forma como foi criado em Miami, tinha o seguinte aviso para potenciais clientes interessados em participar de negócios no Brasil: “encontre em nossa base de licitações a oportunidade certa para se tornar um fornecedor do Estado”. Era, por assim dizer, um balcão facilitador montado nos Estados Unidos que tinha como sócias a filha do então ministro da Saúde, titular de uma pasta recheada de pesadas licitações, e a irmã de um banqueiro que havia participado ativamente das privatizações do governo FHC.

A ação do Decidir.com é crime de quebra de sigilo fiscal. O uso do CCF do Banco Central é disciplinado pela Resolução 1.682 do Conselho Monetário Nacional, de 31 de janeiro de 1990, que proíbe divulgação de dados a terceiros. A divulgação das informações também é caracterizada como quebra de sigilo bancário pela Lei n˚ 4.595, de 1964. O Banco Central deveria ter instaurado um processo administrativo para averiguar os termos do convênio feito entre a Decidir.com e o Banco do Brasil, pois a empresa não era uma entidade de defesa do crédito, mas de promoção de concorrência. As duas também deveriam ter sido alvo de uma investigação da polícia federal, mas nada disso ocorreu. O ministro da Justiça de então era José Gregori, atual tesoureiro da campanha de Serra.

A inércia do Ministério da Justiça, no caso, pode ser explicada pelas circunstâncias políticas do período. A Polícia Federal era comandada por um tucano de carteirinha, o delgado Agílio Monteiro Filho, que chegou a se candidatar, sem sucesso, à Câmara dos Deputados em 2002, pelo PSDB. A vida de Serra e de outros integrantes do partido, entre os quais o presidente Fernando Henrique, estava razoavelmente bagunçada por conta de outra investigação, relativa ao caso do chamado Dossiê Cayman, uma papelada falsa, forjada por uma quadrilha de brasileiros em Miami, que insinuava a existência de uma conta tucana clandestina no Caribe para guardar dinheiro supostamente desviado das privatizações. Portanto, uma nova investigação a envolver Serra, ainda mais com a família de Dantas a reboque, seria politicamente um desastre para quem pretendia, no ano seguinte, se candidatar à Presidência. A morte súbita do caso, sem que nenhuma autoridade federal tivesse se animado a investigar a monumental quebra de sigilo bancário não chega a ser, por isso, um mistério insondável.

Além de Temer, apenas outro parlamentar, o ex-deputado bispo Wanderval, que pertencia ao PL de São Paulo, se interessou pelo assunto. Em fevereiro de 2001, ele encaminhou um requerimento de informações ao então ministro da Fazenda, Pedro Malan, no qual solicitava providências a respeito do vazamento de informações bancárias promovido pela Decidir.com. Fora da política desde 2006, o bispo não foi encontrado por CartaCapital para informar se houve resposta. Também procurada, a assessoria do Banco Central não deu qualquer informação oficial sobre as razões de o órgão não ter tomado medidas administrativas e judiciais quando soube da quebra de sigilo bancário.

Fundada em 5 de março de 2000, a Decidir.com foi registrada na Divisão de Corporações do estado da Flórida, com endereço em um prédio comercial da elegante Brickell Avenue, em Miami. Tratava-se da subsidiária americana de uma empresa de mesmo nome criada na Argentina, mas também com filiais no Chile (onde Verônica Serra nasceu, em 1969, quando o pai estava exilado), México, Venezuela e Brasil. A diretoria-executiva registrada em Miami era composta, além de Verônica Serra, por Verônica Dantas, do Oportunity, Brian Kim, do Citibank, e por mais três sócios da Decidir.com da Argentina, Guy Nevo, Esteban Nofal e Esteban Brenman. À época, o Citi era o grande fiador dos negócios de Dantas mundo afora. Segundo informação das autoridades dos Estados Unidos, a empresa fechou dois anos depois, em 5 de março de 2002. Manteve-se apenas em Buenos Aires, mas com um novo slogan: “com os nossos serviços você poderá concretizar negócios seguros, evitando riscos desnecessários”.

Quando se associou a Verônica D. Na Decidir.com, em 2000, Verônica S. era diretora para a América Latina da companhia de investimentos International Real Returns (IRR), de Nova York, que administrava uma carteira de negócios de 660 bilhões de dólares. Advogada formada pela Universidade de São Paulo, com pós-graduação em Harvard, nos EUA, Verônica S. Também se tornou conselheira de uma série de companhias dedicadas ao comércio digital na América Latina, entre elas a Patagon.com, Chinook.com, TokenZone.com, Gemelo.com, Edgix, BB2W, Latinarte.com, Movilogic e Endeavor Brasil. Entre 1997 e 1998, havia sido vice-presidente da Leucadia National Corporation, uma companhia de investimentos de 3 bilhões de dólares especializada nos mercados da América Latina, Ásia e Europa. Também foi funcionária do Goldman Sachs, em Nova York.

Verônica S. ainda era sócia do pai na ACP – Análise da Conjuntura Econômica e Perspectivas Ltda, fundada em 1993. A empresa funcionava em um escritório no bairro da Vila Madalena, em São Paulo, cujo proprietário era o cunhado do candidato tucano, Gregório Marin Preciado, ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), nomeado quando Serra era secretário de Planejamento do governo de São Paulo, em 1993. Preciado obteve uma redução de dívida no Banco do Brasil de 448 milhões de reais para irrisórios 4,1 milhões de reais no governo FHC, quando Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-arrecadador de campanha de Serra, era diretor da área internacional do BB e articulava as privatizações.

Por coincidência, as relações de Verônica S. com a Decidir.com e a ACP fazem parte do livro Os Porões da Privataria, a ser lançado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. Em 2011.

De acordo com o texto de Ribeiro Jr., a Decidir.com foi basicamente financiada, no Brasil, pelo Banco Opportunity com um capital de 5 milhões de dólares. Em seguida, transferiu-se, com o nome de Decidir International Limited, para o escritório do Ctco Building, em Road Town, Ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas, famoso paraíso fiscal no Caribe. De lá, afirma o jornalista, a Decidir.com internalizou 10 milhões de reais em ações da empresa no Brasil, que funcionava no escritório da própria Verônica S. A essas empresas deslocadas para vários lugares, mas sempre com o mesmo nome, o repórter apelida, no livro, de “empresas-camaleão”.

Oficialmente, Verônica S. e Verônica D. abandonaram a Decidir.com em março de 2001 por conta do chamado “estouro da bolha” da internet – iniciado um ano antes, em 2000, quando elas se associaram em Miami. A saída de ambas da sociedade coincide, porém, com a operação abafa que se seguiu à notícia sobre a quebra de sigilo bancário dos brasileiros pela companhia. Em julho de 2008, logo depois da Operação Satiagraha, a filha de Serra chegou a divulgar uma nota oficial para tentar descolar o seu nome da irmã de Dantas. “Não conheço Verônica Dantas, nem pessoalmente, nem de vista, nem por telefone, nem por e-mail”, anunciou.

Segundo ela, a irmã do banqueiro nunca participou de nenhuma reunião de conselho da Decidir.com. Os encontros mensais ocorriam, em geral, em Buenos Aires. Verônica Serra garantiu que a xará foi apenas “indicada”pelo Consórcio Citibank Venture Capital (CVC)/Opportunity como representante no conselho de administração da empresa fundada em Miami. Ela também negou ter sido sócia da Decidir.com, mas apenas “representante”da IRR na empresa. Mas os documentos oficiais a desmentem.
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O golpista das platitudes



Platitude
[Do lat. platus, 'plano, sem relevo', + -itude.]
S. f.
1. Qualidade ou caráter de uniforme, monótono, enfadonho.
2. Qualidade ou caráter de banal, trivial, insulso.
3.Qualidade ou caráter de medíocre ou inexpressivo; mediocridade.



Todos lembram quando o tucanato e sua venal mídia tentavam a derrubada do governo Lula com o alarmismo sobre a gripe suína. José Serra foi entrevistado e “explicou” como a gripe se propaga. Foi o mais claro exemplo de uma platitude. Este é o homem que diz que a vida toda se preparou para ser presidente da república. Ele é enfadonho, banal, medíocre. Como agora tem coragem de tentar um golpe e chegar ao poder, perguntarão?

Há poucos dias li e guardei um post de Nassif que explica algumas coisas. Serra enganou muita gente. De alguns adversários políticos veio a surpresa de vê-lo errar continuadamente nas decisões de campanha, estavam se preparando para uma batalha. De seus aliados, ruiu uma tênue imagem do que imaginavam ser de um estrategista. Estes lembram que quando Serra armou um circo para apoiar Kassab imaginavam ali uma esperta estratégia. Mas, no atual cenário, está claro que não há nada de genial, Serra perdendo estará na lama, inclusive, ou principalmente por sua parva estratégia. Serra é na verdade um “jênio”. Exagero? Vamos ao que disse o candidato no Clube Militar, em encontro às portas fechadas, mas obviamente vazado para a mídia:

“Em 64, uma grande motivação para a derrubada do Jango era a idéia da república sindicalista. Quem estava por dentro sabia que isso não tinha a menor possibilidade de acontecer. Mas, eles (do PT) fizeram agora a verdadeira república sindicalista. Mas, não é pra fazer socialismo, estatismo, nada disso. É para curtir, e é uma máquina poderosa, que conta com internet etc”. 

As três primeira frases são de um script decorado, o motivo lá de sua presença. Diz claramente que agora, sim, há motivos para um golpe. E quer ajuda. A tal da democracia foi pro ralo, eles estão perdendo, é hora de melar o jogo e pedir ajuda para o velho golpe. É episódio que marcará sua finada carreira política.

Mas há algo mais a entender. Vejam o que vem em seguida: “é para curtir”. Como assim? Ele diz que há uma ditadura sindicalista para curtir? Sim! Curtir com quem? O que quer dizer, afinal? Será que sabe?

E em seguida vem algo desafiador: “é uma máquina poderosa, que conta com internet etc”. ??? Internet? Só esta "ditadura sindicalista" conta com ela? Pensava que a internet também estivesse no ninho tucano. Em muito breve estará para muitos no goveno Dilma. Só os bárbaros ditadores sindicalistas têm? Ou será que ele quer dizer que a internet é um perigo, e deve ser proibida, coisa de subversivos?

Lamento, não tenho as respostas. Tentem vocês. Mas creio que não conseguirão.

O canditado José Serra é um imbecil, e golpista.
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