Mais Médicos: No agreste pernambucano, pacientes agradecem médicos cubanos de joelhos


Imagem meramente ilustrativa



É importante que os médicos brasileiros leiam isto, porque é visível o contraste entre uma manchete como a que eu postei acima com aquela outra que inundou jornais e principalmente os blogs falando da prisão de um médico que apenas assinava o ponto e não atendia a população. Ficou pior para ele ainda pois, nas redes sociais, criticava duramente o programa Mais Médicos. (Leia sobre esse médico aqui).

Mas, esta postagem é sobre um outro tipo de médicos (também há brasileiros assim) e como é importante o programa Mais Médicos, que só não é melhor porque não foi feito antes.

Reportagem da Folha mostra a importância da chegada dos médicos cubanos no agreste pernambucano. Vou publicar trechos e dar o link para a matéria completa, embora a Folha não dê links para a blogosfera quando a cita.

A demanda de médicos no interior do país é gigantesca e a cubana Teresa Rosales, 47, se surpreendeu com a recepção de seus pacientes em Brejo da Madre de Deus, no agreste pernambucano. 

"Eles [pacientes] ficam de joelhos no chão, agradecendo a Deus. Dão beijos", afirma a médica, que atendeu 231 pessoas neste primeiro mês de trabalho dos profissionais que vieram para o Brasil pelo programa Mais Médicos, do governo federal. 

(...)
A agricultora Maria Inácia Silva, 69, havia visto um médico pela última vez em 2005. 

Ela se disse impressionada pela forma como foi atendida pelo cubano Nelson Lopez, 44, novo médico do povoado de Capivara, em Frei Miguelinho (PE). 

A diferença no atendimento está desde a organização dos móveis: a cadeira do paciente fica ao lado da mesa do médico, para que o móvel não seja uma barreira entre eles. 

"Gostamos de examinar o paciente, dedicar um tempo a ele, considerá-lo gente", disse Lopez.[Íntegra aqui]

Enquanto médicos do Mais Médicos são recebidos de joelhos, o médico que fraudava o atendimento à população foi em cana, como mostra a reportagem a seguir.









Madame Flaubert, de Antonio Mello

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Pacote do governo FHC, novembro de 1997. Até no dinheiro dos velhos com mais de 70 e deficientes físicos eles mexeram


Capas da Veja - Antes e depois do Pacote de nov/1997


Para quem gosta de fazer comparações entre os governos tucanos e os governos populares Lula-Dilma,  nada como recordar, por exemplo, a situação que o Brasil viveu em novembro de 1997, bem ilustrada por essas duas capas da Veja daquela mês reproduzidas acima.

Na edição que comentava o cruel pacote baixado pelo governo FHC, para atender exigências do FMI e do mercado global, a Veja publicou a reportagem reproduzida abaixo, que resumo a seguir, inclusive com a ilustração:

São 51 medidas de natureza fiscal, com corte de despesas e investimentos públicos, demissão de servidores e aumento de impostos e tarifas.

(...) O pacote não foi a primeira nem a última intervenção do governo nos últimos dias contra a crise financeira. Ponto central da atuação de Brasília para esfriar o nervosismo, o pacote foi costurado num fim de semana, e essa confecção às pressas aparece em várias passagens infelizes que incorporou. Tanto tem furos que a cada dia o governo faz uma nova correção. A última é a edição de uma medida provisória com 75 artigos que visa aliviar um pouco o item do pacote que aumenta o imposto de renda das pessoas.

(...) No dia 29 de outubro, um dia antes do aumento dos juros, a equipe econômica falou, pela primeira vez, num pacote fiscal. Pensava cortar 10 bilhões de reais. Seis dias depois, como os juros não acalmaram o mercado, o corte pulou para 12 bilhões. No dia seguinte, 16 bilhões. Quando a bolsa afundou na sexta-feira, 7 de novembro, os técnicos partiram para o pacote de 20 bilhões.

(...) Diante da televisão, os técnicos do governo avisaram pura e simplesmente que o governo estava aumentando em 10% o IR na fonte e limitando as deduções com educação, previdência privada e saúde, entre outras, a 20% da renda. Dizendo assim, deram a impressão de que os contribuintes pagariam apenas uns reais a mais. Nada disso. Nos casos mais graves, haveria gente pagando até treze vezes mais imposto do que agora.

(...) No pacote, aumenta-se também o imposto sobre produto industrializado, cortam-se 2 bilhões nos investimentos das estatais, em especial Petrobrás e Telebrás, e adia-se, mais uma vez, o reajuste salarial do funcionalismo [do BdoM: sem aumento desde o início do governo FHC].

[Agora, um detalhe cruel, perverso, que mostra a frieza da equipe econômica e do governo FHC: Medida] que altera um programa social que paga um salário mínimo para velhos com mais de 70 anos e deficientes físicos. Hoje, os inscritos recebem o benefício em 45 dias. Agora, só o terão em noventa dias.

Dobrar o prazo para recebimento de um salário mínimo para velhos com mais de 70 anos e deficientes físicos é de uma crueldade indesculpável. Mas, é o modo tucano de governar. E eles ainda querem voltar... Fiquemos atentos.

Íntegra da reportagem, a seguir. 





Madame Flaubert, de Antonio Mello

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Preguntitas sobre Dios




* Atahualpa Yupanqui - Preguntitas sobre Dios
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Serra e a insensatez da mídia

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Momento 1 - explodem os casos Asltom e da máfia dos fiscais da Prefeitura. Entram na linha de fogo dois lugares-tenentes do esquema Serra: Andrea Matarazzo e o ex-Secretário das Finanças do município Mauro Ricardo. O caso de agrava quando se conatata que a controladoria do município abriu inquérito contra a máfia e Mauro Ricardo engavetou sob a alegação de que as denúncias anônimas não traziam provas. A fogueira esquenta.

Momento 2 - acuado, Serra amarela e dá entrevista à Folha interrompendo momentaneamente a retórica da radicalização. Mostra-se o mais cordato e democrático dos brasileiros e o mais solidário dos tucanos, disponível até para apoiar Aécio Neves.

Momento 3 - aí, a cobertura da mídia corrige a inconfidência inicial e, apesar de Mauro Ricardo já ter admitido publicamente ter sido responsável pelo arquivamento das investigações, são divulgadas apenas grampos no qual o acusado menciona Kassab. E o fogo de encontro afasta a fogueira que ameaçava se alastrar sobre o esquema Serra,

Momento 4 - sentindo que mais uma vez a cobertura consegue desviar o foco dele, Serra recobra a agressividade e volta a acusar o PSDB de leniente como oposição. Não passou nenhuma semana depois do ato de contrição.

Não sei até quando a velha mídia vai sustentar esse jogo de cena de ignorar o histórico de Serra. Há um conjunto de investigações que ganhou dinâmica própria e um volume expressivo de informações disponíveis sobre a atuação do esquema Serra desde seus tempos de Secretário do Planejamento de Montoro.

É questão de tempo para se desfazer a blindagem.

Quando a barragem explodir, como irão se explicar para seus leitores.
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O mundo não será o do Tio Sam

Por Mauro Santayana, na Rede Brasil Atual:

“A civilização é um movimento, e não uma condição. Uma viagem, e não o porto de destino.” A frase, do historiador inglês Arnold J. Toynbee, define como poucas o curso da história. Raramente percebemos a história, enquanto ela ainda está acontecendo, a cada segundo, à nossa volta. O mundo se transforma, profundamente, o tempo todo. Mas as maiores mudanças são as imperceptíveis. Aquelas que quase nunca aparecem na primeira página dos jornais, normalmente tomada por manchetes que interessam a seus donos, ou por chamadas de polícia ou futebol. Esse é o caso das notícias sobre os Brics.

Quem já ouviu Pink Floyd (Another Brick in the Wall) pode confundir o termo com brick, palavra inglesa que quer dizer tijolo. Se gostar de economia, vai lembrar que essa é uma sigla inventada em 2001 por um economista do grupo Goldman Sachs.

Mas poucas pessoas têm ideia de como o Bric vai mudar o mundo e sua própria vida nos próximos anos. Antes um termo econômico, o Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está caminhando – aceleradamente, em termos históricos – para se transformar na aliança estratégica de alcance global que vai mudar a história no século 21.

O que juntou esses países? Para Jim O’Neill, criador do vocábulo, foi seu potencial econômico e de crescimento. Mas, para esses países, o que os aproxima é seu desejo de mudar o planeta. Dominados ou combatidos pelos Estados Unidos e pela Europa, no passado, eles pretendem desafiar a hegemonia anglo-saxônica e “ocidental”, e mostrar que outro mundo é possível, na diplomacia, na ciência, na economia, na política e na questão militar.

Três deles, Rússia, Índia e China, já são potências atômicas e espaciais. O Brasil e a África do Sul, embora não o sejam, têm indiscutível influência em suas respectivas regiões, e trabalham com a mesma filosofia. A construção de uma nova ordem mundial, mais digna e multipolar, em que haja menor desigualdade entre os países mais ricos e os que estão em desenvolvimento.

A união faz a força. O Brics sabe disso, e seus concorrentes, também. Por isso, os meios de comunicação “ocidentais” e seus servidores locais movem forte campanha contra o grupo, ressaltando pontos negativos e ocultando e desencorajando as perspectivas de unidade.

Mesmo assim, eles estão cada vez mais próximos. A cada ano, seus presidentes se reúnem. Na ONU, votam sempre juntos contra ataques ocidentais a países do Terceiro Mundo, como aconteceu no caso da Síria, há poucas semanas. Controlam 25% do território, 40% da população, 25% do PIB e mais de 50% das reservas internacionais do mundo. China e Brasil são, respectivamente, o primeiro e o terceiro maiores credores dos Estados Unidos.

Por crescerem mais que a Europa e os Estados Unidos, e terem mais reservas internacionais, os Brics querem maior poder no Banco Mundial e no FMI. Como isso lhes tem sido negado, estão criando, no próximo ano, o próprio banco, com capital inicial de US$ 100 bilhões.

No final de outubro, o Brasil – que já compra helicópteros militares russos, tem um programa conjunto de satélites de monitoramento com a China, vende aviões radares para a Índia e desenvolve mísseis com a Denel Sul-africana – foi convidado a juntar-se a russos e indianos no desenvolvimento e fabricação de um dos aviões mais avançados do mundo, o Sukhoi T-50, caça-bombardeiro invisível a radares, capaz de monitorar e atingir alvos múltiplos, no ar e em terra, a 400 quilômetros de distância.

Também em outubro, Brasília recebeu a visita do chanceler indiano Salman Khurshid, que, em conjunto com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, estabeleceu como meta aumentar o comércio Brasil-Índia em 50%, de US$ 10 bilhões para US$ 15 ­bilhões, até 2015.

Na área de internet, Rússia e Índia já declararam apoio ao novo marco regulatório defendido pelo Brasil para a rede mundial. E planeja-se o Brics Cable, um cabo óptico submarino de 34 mil quilômetros que, sem passar pelos Estados Unidos ou pela Europa, ligará o Brasil à África do Sul, Índia, China e Rússia, em Vladivostok. No comércio, na cooperação para a ciê­ncia e o ensino, na transferência de tecnologia para fins pacíficos não existem limites para os Brics.

Se você pensa um dia em visitar Miami, mandar seu filho estudar nos Estados Unidos, ou acha que seus netos vão crescer em um mundo regido pelo Tio Sam, está na hora de rever seus conceitos.

Há grande chance de que a segunda língua deles seja o mandarim. De que viajem, a passeio, para Xangai, e não para a Flórida. De que usem uma moeda Brics, e não dólar. E vivam em uma era em que não existirá mais uma única grande potência, mas seis ou sete, entre elas o Brasil. Em um mundo em que a competição geopolítica se dará, principalmente, entre os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e os que comporão outro organismo internacional, liderado pelo Brics.
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