Serra não tem o que falar

Por José Dirceu, em seu blog:

O ex-governador paulista José Serra, que faz mais campanha do que o outro tucano já lançado candidato ao Planalto, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), não tem o que dizer e retoma seu mantra preferido, de falar mal da economia do Brasil e acusar o PT daquilo que o seu PSDB é mestre: ficar no poder.

Só em São Paulo, já são 20 anos – ou 31, se contar o 1º tucano que ocupou o Palácio dos Bandeirantes, Franco Montoro, quando eles ainda estavam todos no PMDB. Marconi Perillo está em seu 3º mandato de governador de Goiás. Simão Jatene, idem, é governador do Pará pela 3ª vez. Contando três mandatos, Geraldo Alckmin já soma 10 anos como governador de São Paulo.Teotônio Vilela Filho, em Alagoas, foi reeleito em 2010 e quer fazer o sucessor.

E José Serra foi capaz de retomar seus dois temas preferidos, ontem, em palestra para o movimento Juventude do PSDB de São Paulo. “O PT tem característica hegemônica. Quer dominar tudo”, disse ele nas acusações ao PT. “Eles querem a qualquer preço se manter no governo”, prosseguiu, afirmando, ainda que o PT é sem ideologia e “sem nenhum projeto para o Brasil”.

Por que não perguntam sobre os escândalos nos governos de que ele fez parte?
Estranho que não lhe perguntam – ou se perguntam ele não responde, o que é do estilo dele só falar quando quer e o que quer – nada sobre os escândalos nas gestões das quais fez e faz parte em São Paulo.

Como o da Alstom-Siemens, os cartéis montados nas áreas de energia e metroferroviária no Estado, na capital e na Grande São Paulo (delatados pela própria Siemens). Cartéis que patrocinaram o pagamento de propinas milionárias a integrantes do PSDB e a agentes da máquina pública tucana comandada pelos três últimos governadores de seu partido – ele, Geraldo Alckmin e Mário Covas.

Não fala, também, do escândalo agora combatido pelo prefeito Fernando Haddad (PT), dos fiscais que, calcula-se, deram prejuízo de meio bilhão de reais (R$ 500 milhões) à prefeitura paulistana. A prefeitura para a qual ele se elegeu em 2004 para governar por quatro anos e abandonou (em abril de 2005), menos de um ano e meio depois.

Nunca é demais recordar como ele e o presidente Fernando Henrique Cardoso deixaram o país em 2003: quebrado, de pires na mão, pediram três sucessivos socorros ao FMI. Sim, é para não esquecer nunca, José Serra governo com FHC, sim, foi ministro do Planejamento e da Saúde durante os oito anos.

Deixaram o país sem reservas; com uma inflação de mais de 12% ao ano; com a dívida interna dobrada; o Brasil sem crédito…para ficar só em alguns dos desastres que eles deixaram acontecer no país.
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Direito à voz avança na América Latina

Por Cibelih Hespanhol, no sítio Outras Palavras:

A luta pela representação midiática da diversidade cultural, social, sexual, étnica, ideológica… enfim, da diversidade humana (que maravilhosamente se agita em todos nós) ganha corpo entre os sul-americanos. Conforme sua história e panorama atual, diferentes países da América Latina passam por processos de transformação das leis que regulam a comunicação social.

No Brasil, uma jornada de palestras, ações culturais e coleta pública de assinaturas marcou a Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, em outubro. A data, já comemorada há mais de década no país, veio fortalecer a Lei de Mídia Democrática, de iniciativa popular – que já começa a coletar as 1,3 milhão de assinaturas de que necessita para ser votada na Câmara.

Na Argentina, a Suprema Corte acaba de decidir um impasse: declarou a constitucionalidade da Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual dia 29 de outubro. Aprovada em 2009, ela esteve suspensa devido aos recursos judiciais do Grupo Clarín, que questionava quatro artigos: o artigo 41, que fixa as condições de transferência de licenças; o 45, que as limita em número; o 48, que em um parágrafo nega a alegação de “direitos adquiridos” para o não cumprimento dos artigos anteriores; e 161, que estipula um prazo para que os grupos se adaptem à mudança.

Para Martín Becerra, doutor em comunicação de Barcelona, o próprio conflito entre governo argentino e Grupo Clarín foi o que impulsionou a legitimação da Lei de Meios. Em entrevista ao Opera Mundi, lembra que o Clarín manteve aliança com o governo Nestor Kirchner até o ano de 2008. Segundo ele, a ruptura foi necessária para que entrasse em pauta a democratização da comunicação no país: “quando eram aliados, o governo não impulsionava leis de meios”.

Com a aprovação definitiva da lei, o Clarín terá que se desfazer das 240 licenças de TV a cabo e 58% de abrangência, e chegar aos números impostos pela lei: 24 licenças de TV, 10 de rádio, e abrangência máxima de 35% do mercado. Na última segunda-feira, dia 4, o grupo apresentou uma proposta de adequação à lei, dividindo-se em seis unidades. A cada unidade serão, posteriormente, designadas as devidas concessões e transferências. A Autoridade Federal dos Serviços de Comunicação Audiovisual terá 120 dias para analisar a proposta de plano que, se aprovada, deverá entrar em vigor dentro de seis meses. Segundo a Afsca, um dos principais objetivos da lei é justamente impedir o monopólio de “gigantes ‘toma-tudo’, que não permitam que outros meios existam”.

A Lei de Meios argentina serviu de inspiração à construção da lei de outro país latino-americano: o Uruguai. Em 31 de julho deste ano, uma audiência pública analisou seis propostas para a TV digital no país, com transmissão online ao vivo. A nova lei procurou vincular à digitalização a distribuição igualitária das frequências: dos vinte canais disponíveis para a TV digital, 7 serão destinados a meios comunitários, outros 7 a comerciais e os restantes à televisão pública.

O decreto uruguaio se define pela máxima: “pela diversidade, evitando oligopólios”. E estabelece: “O total de assinaturas de empresas de televisão autorizadas a operar em todo o território nacional não pode ultrapassar 25% dos lares em todo o país”. Além disso, a lei preza a valorização da produção nacional e independente: 60% do conteúdo audiovisual deve ser produzido ou co-produzido nacionalmente, e 30% exibido por produtores independentes.

A ausência, no Uruguai, de um forte antagonismo entre o governo e uma única empresa midiática (como ocorre no Brasil, com a Rede Globo; e na Argentina, com o Grupo Clarín) poderia significar uma aceitação mais fácil das novas medidas. Mas, como toda mudança profunda, também lá ocorreu um antagonismo de ideias.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) critica a imprecisão da lei ao se referir às infrações e penas, e o que considera uma “excessiva regulamentação” por parte do governo. Já a organização Repórteres Sem Fronteiras se diz otimista e lamenta que “os opositores ao projeto estejam querendo confundir as coisas”.

Para o Comitê sobre a Liberdade de Expressão da Sociedade Interamericana de Imprensa, a lei é contraditória e sujeita a interpretações equivocadas. Frank La Rue, relator especial sobre o direito à liberdade de expressão da ONU, defende que a lei é um “grande passo para o Uruguai”, mas faz ressalvas quanto ao que considera uma atuação excessiva do Poder Executivo.

Até o final deste ano, o Senado deve votar o projeto. Se aprovado, será mais uma conquista de um país que demonstra, também em outras mudanças – como a legalização do aborto e da maconha –, estar cada vez mais sintonizado com a realidade.

No Brasil, o caso é outro: quem defende a diversificação dos meios é um movimento “de baixo para cima”, vindo da própria população – que já não se vê representada nos meios tradicionais. “A opinião pública se forma com base no conteúdo dos meios midiáticos”- lembra Ignácio Ramonet, diretor do Le Monde Diplomatique, ao falar da importância social da comunicação em vídeo divulgado pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação.

Por motivos óbvios, a Semana Nacional pela Democratização da Comunicação não esteve nas principais emissoras de tevê do país. Mas está ao alcance de um clique, no site paraexpressaraliberdade.org.br. Informe-se, conscientize-se. E contribua para a aprovação de uma lei que quer garantir a todos o direito perdido à voz.
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Te cuida, Eduardo Campos

Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:

Que tente tapar o sol com a peneira quem quiser tentar. Inútil. Não é possível mais esconder as trombadas entre Eduardo Campos e Marina Silva e as consequências derivadas desse choque.

A relação entre os dois é um modelo novo de coligação entre um partido existente, o PSB, e um partido inexistente, a Rede Sustentabilidade. Por isso, Marina não é apenas ornamentação. Tem vez e voz.

A melhor imagem para explicar a aliança é a maternidade. O PSB seria a “barriga de aluguel”, onde está em gestação a Rede. A “barriga” de Marina, puxando votos, representa o ventre onde cresce a candidatura de Eduardo Campos.

As pesquisas de opinião dão indícios de que ela tem condições de transferir para Eduardo Campos parte de votos prometidos, até então, a ela. É possível considerar, pela última pesquisa Ibope, que os 6 pontos de crescimento (de 4% para 10%) do pré-candidato do PSB resultaram da retirada do nome dela da disputa. É, porém, mais um caso de suposição do que de ciências exatas.

Há sinais mais fortes que a transferência de votos. A presença de Marina provoca efeitos colaterais desastrosos para Eduardo Campos. Pode, por exemplo, isolar a quase solitária candidatura do governador de Pernambuco à Presidência da República. Ele precisa de aliados, de recursos e de tempo na televisão. O PSB, sem alianças, dispõe de 1m40s do horário eleitoral.

Nesse “casamento” com Marina, inesperado, Campos é quem faz a costura política. Para dentro e para fora. Presidente do PSB, ele tem poder incontestável na agremiação.

Marina descostura com a prática do excesso de zelo. É a guardiã da pureza política inalcançável. Ela já tem um boletim de ocorrências negativas grande para tão pouco tempo de atuação como parceira e virtual candidata à Vice-Presidência.

Desferiu o primeiro ataque contra Ronaldo Caiado (DEM), identificado como “inimigo histórico”. Recém-chegada ao PSB, ela não sabia que provocaria com a declaração o rompimento de uma aliança eleitoral que Campos costurava em Goiás. Mas não parou por aí. Bloqueou a aproximação do PSB com o PDT, partido que, na definição dela, conduz o Ministério do Trabalho “como um feudo”.

Na segunda-feira 4, criou atritos numa reunião, em São Paulo, para definir a estratégia política no maior colégio eleitoral do País. Ela defendeu a necessidade de ter um candidato próprio no estado. Tinha na bolsa o nome do deputado Walter Feldman.

Em São Paulo, o PSB trabalha, porém, pela reeleição do tucano Alckmin. E assim será. Marina perdeu. Há, inegavelmente, nessa aliança uma contradição entre o que parece ser novo com o que parece ser velho.

Campos é um político clássico. Não pede a carteira de identidade ao filiado. Foi ao Piauí para consolidar o apoio do ex-senador Heráclito Fortes, ex-DEM e agora do PSB, um político com feitos negativos que dispensam apresentação.

Não é possível, porém, imaginá-la dando as boas-vindas a Heráclito com um sorriso constrangedor ou, muito menos, com um beijinho amigável nas descomunais bochechas dele. Pelo apoio de Heráclito, Marina nunca iria ao Piauí.
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FHC: "Serve qualquer um, menos eles"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao jornalista Kennedy Alencar é para esclarecer quem ainda pudesse ter dúvidas.

O único projeto da direita brasileira, em 2014, é derrubar o modelo de desenvolvimento experimentado pelo Brasil há dez anos.




Para isso, serve qualquer um como candidato a Presidente.

É por isso que Fernando Henrique diz não se importar que Aécio Neves, eventualmente, perca a posição de segundo colocado para Eduardo Campos e, com isso, a chance de disputar a Presidência num segundo turno.

“Eu acho que o Eduardo tem que se encorpar, se ele não se encorpar nós não teremos segundo turno”, diz, admitindo que a situação ficou complicada sem quatro candidatos.

Para isso conta com que o apoio de Marina Silva a Campos “vai ajudar, e é bom que ajude mesmo”.

Em outras palavras: admite que Dilma e Lula têm a maioria e que qualquer coisa é válida para que ela não se torne absoluta e os leve à vitória no primeiro turno. O resto é secundário, inclusive quem terá as responsabilidades de dirigir o país.

Fernando Henrique, de forma oblíqua – nem tanto, aliás – revela o caráter plebiscitário que terão as eleições de 2014, talvez mais intenso que a de 2010, quando não se podia, ainda, caracterizar o voto em Marina Silva como de oposição a Lula.

Agora, é o “todos contra eles”, a qualquer preço.

O restante da entrevista deve ser assistido com generosidade, pela impressão de fraqueza, física e intelectual do ex-presidente que, talvez pelos problemas de saúde, tenha exponenciado a falta de projetos e ideias para o Brasil.

Mesmo em relação a Serra, perdeu a arrogância com que se expressava há três meses, quando o tratava como descartável.

O problema é que Serra voltou a mostrar as garras, hoje, falando para uma platéia partidária…Mas isso é assunto para o próximo post.
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Entrevista com Markus SOKOL



Por Rodrigo Vianna*

Markus Sokol é candidato a presidente {nacional} do PT pela tendência “O Trabalho”. Fundador do PT e da CUT, Sokol lutou contra a ditadura, e hoje é um dos críticos ferrenhos da política de alainças adotada pelo PT. Em entrevista exclusiva ao Escrevinhador, afirmou: “Como vimos na Venezuela, no Equador e na Bolívia, para não buscar exemplos mais longínquos, buscando apoio no povo é possível, com recurso a uma Constituinte, começar uma transformação que faça a maioria social, que aparece como minoria parlamentar, transformar-se em maioria institucional (parlamentar).”

Neste domingo, mais de 800 mil petistas estão aptos a votar, na eleição interna que escolherá a nova direção do partido. Confira a entrevista de Sokol. (...)

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