EUA - O labirinto americano.

Noam Chomsky e o labirinto americano.


Ele sustenta: na Síria, Washington adotou lógica da Máfia, e perdeu; no Congresso, Obama é vítima da ultradireita, que age como os nazistas

Noam Chomsky é, aos 84 anos, um dos maiores intelectuais no mundo. Seu trabalho e suas realizações são bem conhecidos – ele é linguista norte-americano, professor emérito no Massachussets Institute of Technology (MIT) há mais de 60 anos, analista e ativista político constante, crítico original do capitalismo e da ordem mundial que tem como centro os Estados Unidos

Nesse entrevista, Chomsky debate a paralisação do governo norte-americano, por disputas incessantes no sistema político e, em especial, chantagem das forças de direita mais primitivas. Também aborda os sinais de perda de influência de Washington na Síria e da emegência, na América do Sul, de um conjunto de governos que afasta-se dos EUA, pela primeira vez em dois séculos.

Gostaria de começar com a paralisação recente do governo dos EUA. Por que ela é diferente dessa vez, se já aconteceu no passado?
Noam Chomsky: Paul Krugman fez há dias, no New York Times, um ótimo comentário a respeito. Lembra que o partido republicano é minoritário entre a opinião pública e controla a Câmara [House of Representatives, que junto do Senado representa o Legislativo nos EUA]. Está levando o governo à paralisação e talvez ao calote de suas dívidas. Conseguiu a maioria por conta de inúmeras artimanhas. Obteve uma minoria de votos, mas a maioria das cadeiras. Está se utilizando disso para impor uma agenda extremamente nociva para a sociedade. Foca particularmente a questão do sistema de saúde público.

Os EUA são o único, entre os países ricos e desenvolvidos, que não possue um sistema nacional de saúde pública. O sistema norte-americano é escandaloso. Gasta o dobro de recursos de países comparáveis, para obter um dos piores resultados. E a razão para isso é ser altamente privatizado e não-regulado, tornando-se extremamente ineficiente e caro. Aquilo que alguns chamam de “Obamacare” é uma tentativa de mudar esse sistema de forma suave – não tão radicalmente como seria desejável – para torná-lo um pouco melhor e mais acessível.

O Partido Republicano escolheu o sistema de saúde como alavanca para conquistar alguma força política. Quer destruir o Obamacare. Essa posição não é unânime entre os republicanos, é de uma ala do partido – chamada de “conservadora”, de fato, profundamente reacionária. Norman Orstein, um dos principais comentaristas conservadores, descreve o movimento, corretamente, como uma “insurgência radical”.

Então, há uma insurgência radical, que implica grande parte da base republicana, disposta a tudo – destruir o país, ou qualquer coisa, com o intuito de acabar com a Lei de Assistência Acessível (o Obamacare). É a única coisa a que foram capazes de se agarrar. Se falharem nisso, terão de dizer a sua base que mentiram para ela, ao longo dos últimos cinco anos. Por isso, estão dispostos a ir até onde for necessário. É um fato incomum – penso que único – na história dos sistemas parlamentaristas modernos. É muito perigoso para o país e para o mundo.

Como a paralisação poderia terminar?
Bem, a paralisação por si só é ruim – mas não devastadora. O perigo real surgirá nas próximas semanas. Há, nos Estados Unidos, uma legislação rotineira – aprovada todo ano – que permite ao governo tomar dinheiro emprestado. Do contrário, ele não funciona. Se o Congresso não autorizar a continuação da tomada de empréstimos, talvez o governo peça moratória. Isso nunca aconteceu e um calote do governo norte-americano não seria muito prejudicial apenas aos EUA. Ele provavelmente afundaria o país, de novo, numa profunda recessão – mas talvez também quebre o sistema financeiro internacional. É possível que encontrem maneiras para contornar a situação, mas o sistema financeiro mundial depende muito da credibilidade do Departamento do Tesouro dos EUA. A credibilidade dos títulos de dívida emitidos pelos EUA é vista como “tão boa quanto ouro”: esses papéis são a base das finanças internacionais. Se o governo não conseguir honrá-los, eles não possuirão mais valor, e o efeito no sistema financeiro internacional poderá ser muito severo. Mas para destruir uma lei de saúde limitada, a extrema direita republicana, os reacionários, estão dispostos a fazer isso.

No momento, os EUA estão divididos sobre como o tema será resolvido. O ponto principal a observar é a divisão no Partido Republicano. O establishment republicano, junto com Wall Street, os banqueiros, os executivos de corporações não querem isso – de maneira nenhuma. É parte da base que deseja, e tem sido muito difícil controlá-la. Há uma razão para terem um grande grupo de delirantes em sua base. Nos últimos 30 ou 40 anos, ambos os partidos que comandam a política institucional dos EUA inclinaram-se para a direita. Os democratas de hoje são, basicamente, aquilo que se costumava chamar, há tempos, de republicanos moderados. E os republicanos foram tanto para a direita que simplesmente não conseguem votos, na forma tradicional.

Tornaram-se um partido dedicado aos muito ricos e ao setor corporativo – e você simplesmente não consegue votos dessa maneira. Por isso, têm sido compelidos a mobilizar eleitores que sempre estiveram presentes no sistema político, mas eram marginais. Por exemplo, os extremistas religiosos. Os EUA são um dos expoentes no que se refere ao extremismo religioso no mundo. Mais ou menos metade da população acredita que o mundo foi criado há alguns milhares de anos; dois terços da população está aguardando a segunda vinda de Cristo. A direita também teve de recorrer aos nativistas. A cultura das armas, que está fora de controle, é incentivada pelos republicanos. Tenta-se convencer as pessoas de que devem se armar, para nos proteger. Nos proteger de quem? Das Nações Unidas? Do governo? Dos alienígenas?

Uma enorme parcela da sociedade é extremamente irracional e agora foi mobilizada politicamente pelo establishment republicano. Os líderes presumem que podem controlar este setor, mas a tarefa está se mostrando difícil. Foi possível perceber isso nas primárias republicanas para a presidência, em 2012. O candidato do establishment era Romney, um advogado e investidor em Wall Street – mas a base não o queria. Toda vez que a base surgia com um possível candidato, o establishment fazia de tudo para destruí-lo, recorrendo, por exemplo, a ataques maciços de propaganda. Foram muitos, um mais louco que o outro. O establishment republicano não os quer, tem medo deles, conseguiu nomear seu candidato. Mas agora está perdendo controle sobre a base.
Sinto dizer que isso tem algumas analogias históricas. É mais ou menos parecido com o que aconteceu na Alemanha, nos últimos anos da República de Weimar. Os industriais alemães queriam usar os nazistas, que eram um grupo relativamente pequeno, como um animal de combate contra o movimento trabalhista e a esquerda. Acharam que podiam controlá-los, mas descobriram que estavam errados. Não estou dizendo que o fenômeno vai se repetir aqui, é um cenário bem diferente, mas algo similar está ocorrendo. O establishment republicano, o bastião corporativo e financeiro dos ricos, está chegando em um ponto em que não consegue mais controlar a base que mobilizou.

Na política externa, as notícias sobre a Síria sumiram da mídia convencional, desde a aprovação do acordo para confiscar as armas químicas do arsenal de Assad. Você pode comentar esse silêncio?
Nos EUA, há pouco interesse sobre o que acontece fora das fronteiras. A sociedade é bem insular. A maioria das pessoas sabe bem pouco sobre o que acontece no mundo e não liga tanto para isso. Está preocupada com seus próprios problemas, não têm o conhecimento ou o compreensão sobre o mundo ou sobre História. Quando algo, no exterior, não é constantemente martelado pela mídia, esta maioria simplesmente não sabe nada a respeito.

A Síria vive uma situação muito ruim, atrocidades realmente terríveis, mas há lugares muito piores no mundo. As maiores atrocidades das últimas décadas têm ocorrido no Congo – na região oriental –, onde mais ou menos 5 milhões de pessoas foram mortas. Nós – os EUA – estamos envolvidos, indiretamente. O principal mineral em seu celular é o coltan, que vem daquela região. Corporações internacionais estão lá, explorando os ricos recursos naturais Muitas delas bancam milícias, que estão lutando umas contra as outras pelo controle dos recursos, ou de parte deles. O governo de Ruanda, que é um cliente dos EUA, está intervindo maciçamente, assim como Uganda. É praticamente uma guerra mundial na África. Bem, quantas pessoas sabem disso? Mal chega à mídia e as pessoas simplesmente não sabem nada a respeito.

Na Síria, o presidente Obama fez um discurso sobre o que chamou de sua “linha vermelha”: não se pode usar armas químicas; pode-se fazer de tudo, exceto utilizar armas químicas. Surgiram relatórios credíveis, afirmando que a Síria utilizou essas armas. Se é verdade, ainda está em aberto, mas muito provavelmente é. Nesse ponto, o que estava em jogo é o que se chama de credibilidade. A liderança política e os comentaristas de política externa indicavam, corretamente, que a credibilidade norte-americana estava em jogo. Algo precisava ser feito para mostrar que nossas ordens não podem ser violadas. Planejou-se um bombardeio, que provavelmente tornaria a situação ainda pior, mas manteria a credibilidade dos EUA.

O que é “credibilidade”? É uma noção bem familiar – basicamente, a noção principal para organizações como a Máfia. Suponha que o Poderoso Chefão decida que você terá que pagá-lo, para ter proteção. Ele tem de “bancar” essa afirmação. Não importa se precisa ou não do dinheiro. Se algum pequeno lojista, em algum lugar, decidir que não irá pagá-lo, o Poderoso Chefão não deixa a ousadia impune. Manda seus capangas espancá-lo sem piedade, ainda que o dinheiro não signifique nada para ele. É preciso estabelecer credibilidade: do contrário, o cumprimento de suas ordens tenderá a erodir. As relações exteriores funcionam quase da mesma maneira. Os EUA representam o Poderoso Chefão, quando dão essas ordens. Os outros que cumpram, ou sofram as consequências. Era isso que o bombardeio na Síria demonstraria.

Obama estava chegando a um ponto do qual, possivelmente, não seria capaz de escapar. Não havia quase apoio internacional nenhum – sequer da Inglaterra, algo incrível. A Casa Branca estava perdendo apoio internamente e foi compelida a colocar o tema em votação no Congresso. Parecia que seria derrotada, num terrível golpe para a presidência de Obama e sua autoridade. Para a sorte do presidente, os russos apareceram e o resgataram com a proposta de confiscar as armas químicas, que ele prontamente aceitou. Foi uma saída para a humilhação de encarar uma provável derrota.
Faço comentário adicional. Você perceberá que este é um ótimo momento para impor a Convenção sobre Proibição de Armas Químicas no Oriente Médio. A verdadeira convenção, não a versão que Obama apresentou em seu discurso, e que os comentaristas repetiram. Ele disse o básico, mas poderia ter feito melhor, assim como os comentaristas. A Convenção sobre Proibição de Armas Químicas exige que sejam banidas a produção, estocagem e uso delas – não apenas o uso. Por que omitir produção e estocagem? Razão: Israel produz e estoca armas químicas. Consequentemente, os EUA irão evitar que tal convenção seja imposta no Oriente Médio. É um assunto importante: na realidade, as armas químicas da Síria foram desenvolvidas para se contrapor às armas nucleares de Israel, o que também não foi mencionado.

Você afirmou recentemente que o poder norte-americano no mundo está em declínio. Para citar sua frase em Velhas e Novas Ordens Mundiais, de 1994, isso limitará a capacidade dos EUA para “suprimir o desenvolvimento independente” de nações estrangeiras? A Doutrina Monroe está completamente extinta?
Bem, isso não é uma previsão, isso já aconteceu. E aconteceu nas Américas, muito dramaticamente. O que a Doutrina Monroe dizia, de fato, é que os EUA deviam dominar o continente. No último século isso de fato foi verdade, mas está declinando – o que é muito significativo. A América do Sul praticamente se libertou, na última década. Isso é um evento de relevância histórica. A América do Sul simplesmente não segue mais as ordens dos EUA. Não restou uma única base militar norte-americana no continente. A América do Sul caminha por si só, nas relações exteriores. Ocorreu uma conferência regional, cerca de dois anos atrás, na Colômbia. Não se chegou a um consenso, nenhuma declaração oficial foi feita. Mas nos assuntos cruciais, Canadá e EUA isolaram-se totalmente. Os demais países americanos votaram num sentido e os dois foram contra – por isso, não houve consenso. Os dois temas eram admitir Cuba no sistema americano e caminhar na direção da descriminalização das drogas. Todos os países eram a favor; EUA e Canadá, não.

O mesmo se dá em outros tópicos. Lembre-se de que, algumas semanas atrás, vários países na Europa, incluindo França e Itália, negaram permissão para sobrevoo do avião presidencial do boliviano Evo Morales. Os países sul-americanos condenaram veementemente isso. A Organização dos Estados Americanos, que costumava ser controlada pelos EUA, redigiu uma condenação ácida, mas com um rodapé: os EUA e o Canadá recusaram-se a subscrever. Estão agora cada vez mais isolados e, mais cedo ou mais tarde, penso que os dois serão, simplesmente, excluídos do continente. É uma brusca mudança em relação ao que ocorria há pouco tempo.

A América Latina é o atual centro da reforma capitalista. Esse movimento poderá ganhar força no Ocidente?
Você está certo. A América Latina foi quem seguiu com maior obediência as políticas neoliberais instituídas pelos EUA, seus aliados e as instituições financeiras internacionais. Quase todos os países que se orientaram por aquelas regras, incluindo nações ocidentais, sofreram – mas a América Latina padeceu particularmente. Seus países viveram décadas perdidas, marcadas por inúmeras dificuldades.

Parte do levante da América Latina, particularmente nos últimos dez a quinze anos, é uma reação a isso. Reverteram muitas daquelas medidas e se moveram para outra direção. Em outra época, os EUA teriam deposto os governos ou, de uma maneira ou de outra, interrompido seu movimento. Agora, não podem fazer isso.

Recentemente, os EUA testemunharam o surgimento de seus primeiros refugiados climáticos – os esquimós Yup’ ik – na costa sul na ponta do Alaska. Isso coloca em mórbida perspectiva o impacto humano no meio ambiente. Qual é sua posição acerca dos impostos sobre emissões carbono e quão popular pode ser tal medida nos EUA ou em outro país?

Acho que é basicamente uma boa ideia. Medidas muito urgentes têm de ser tomadas, para frear a contínua destruição do meio ambiente. Um imposto sobre carbono é uma maneira de fazer isso. Se isso se tornasse uma proposta séria nos EUA, haveria uma imensa propaganda contrária, desencadeada pelas corporações – as empresas de energia e muitas outras –, para tentar aterrorizar a população. Diriam que, em caso de criação do tributo, todo tipo de coisa terrível aconteceria. Por exemplo, “você não será mais capaz de aquecer sua casa”… Se isso terá sucesso ou não, dependerá da capacidade de organização dos movimentos populares.

Entrevista a Harrison Samphir, no Znet | Tradução: Vinícius Gomes | Imagem de HikingArtist

Fonte: http://outraspalavras.net/

Clique para ver...

Espionagem americana abre caminho para o Brasil ter caças russos

Espionagem americana abre caminho para o Brasil ter caças russos

rus

Espionagem americana abre caminho para o Brasil ter caças russos

14 de outubro de 2013 | 17:50
O jornalista Mauro Santayanna antecipa, em seu blog, a possibilidade de uma reviravolta no programa de reaparelhamento da Força Aérea Brasileira, associando a compra dos jatos de quarta geração Sukhoi SU-35 – como os Boeing F-18, os  franceses Rafael e os Grippen, da Suécia, selecionados no programa FX-2, da FAB – com participação no projeto – atualmente em testes, do moderníssimo T-50, quase invisível ao radar como o seu correspondente americano F-22 Raptor.
Um amigo com relações na Aeronáutica me diz que o SU-35 que participou da concorrência do programa FX-2 não foi eliminado por deficiências operacionais, mas por dúvidas quanto à transferência de tecnologia, ajudadas por uma “pressão amiga” dos americanos.
Nos últimos meses, os russos têm emitido sinais contínuos de que transferir tecnologia não será problema. E voltam à carga com o oferecimento de uma parceria nos jatos que o sucederão, o que havia sido oferecido em 2008, chegando a ser objeto de um protocolo de intenções, mas foi recusado pelo Ministro da Defesa da época, Nelson Jobim.
O escândalo da espionagem americana pode ter mudado completamente os planos de voo da alta cúpula da FAB.
Por: Fernando Brito
 
Do Blog TIJOLAÇO.
Clique para ver...

MÍDIA - Eduardo Campos esconde encontro com os Frias.

Eduardo Campos esconde da agenda encontro com barão do PIG, para trair Lula


Um dos principais barões do PIG (Partido da Imprensa Golpista), o dono do jornalão demotucano Folha de São Paulo, Octávio Frias Filho, está em viagem a Recife hoje ( quinta feira 17) para encontrar-se entre quatro paredes com o governador Eduardo Campos (PSB).

Não se trata de reportagem, nem de entrevista. É o empresário dono do jornal, acompanhado da alta cúpula da diretoria, quem almoça com Campos. Daí presume-se que as conversas girem em torno de apoio político do jornal à candidatura dele. Seria a coligação informal PIG-PSB.

Frias é um dos mais radicais barões da mídia anti-Lula. Além de seu demotucanismo, Frias nunca escondeu o preconceito de não admitir que um ex-trabalhador de chão de fábrica, sem curso superior formal, chegasse à Presidência da República. Mesmo depois de Lula ter provado ser o melhor Presidente que o Brasil já teve, saindo com aprovação popular quase unânime, com a economia próspera interna e externamente, e com o Brasil ganhando inédita projeção e presença internacional.

No encontro, Campos comete mais um ato de traição ao presidente Lula e ao povo, ao aliar-se a mais um dos adversários reacionários do lulismo.

O ato de traição fica mais evidente quando Eduardo Campos procura esconder a divulgação do encontro na agenda pública.

No "site" do governo de Pernambuco, a agenda do governador mostra "O GOVERNADOR EDUARDO CAMPOS NÃO TERÁ AGENDA PÚBLICA NESTA QUINTA-FEIRA (17/10)". (*)

Logo, o encontro é privado, apesar dele levar Frias a visitar órgãos públicos do governo pernambucano.

Frias também trai o pré-candidato do PSDB, Aécio Neves. Talvez porque o jornalão nutre maior paixão pela candidatura tucana de José Serra, um candidato paulista. Ou talvez esteja indo em missão para negociar o apoio do PSB paulista ao governador tucano Geraldo Alckmin, outro "amigo" do jornal. Aliás, mais do que amigo, cliente. Afinal o governo Alckmin fez assinaturas em massa da "Folha de São Paulo", sem licitação, com dinheiro público da educação, o que socorreu a queda na circulação diária, decadende nos últimos anos.

Mais do encontro não se sabe. Se nem foi divulgado na agenda, o que já revela falta de transparência, imagine as conversas entre quatro paredes. Em todo caso é bom ficar de olho nos empenhos de despesas do governo de Pernambuco, se não aparecerão propagandas do governo pernambucano no jornal coincidindo com matérias simpáticas ao governador. Ou, quem sabe, assinaturas em massa feitas pelo estado de Pernambuco, como fez Alckmin em São Paulo.

(*) Esta nota foi publicada por volta das 12:36hs e, neste momento, era assim que estava a agenda. Se a assessoria do governador alterar após ler essa nossa nota, não estranhem.
Clique para ver...

MÍDIA - Lula aposta nas redes sociais.

Lula aposta nas redes sociais

Por Altamiro Borges

Em mais uma cutucada na velha mídia, o ex-presidente Lula divulgou nesta quarta-feira (16) mensagem em que conclama a militância a ocupar as redes sociais para desmascarar as “acusações falsas” dos adversários políticos. A carta foi publicada em sua página no Facebook e também foi enviada para cerca de 500 mil endereços de e-mail cadastrados no site do PT. Vale conferir a íntegra do texto, que causou urticaria nos jornalões:

Companheiro (a),

Quero chamar sua atenção sobre a importância das mídias sociais. Todos sabemos que a internet está sendo cada vez mais utilizada pelas pessoas para conversar sobre política e se informar sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo. Nós temos que estar presentes também nesse espaço, explicando nosso projeto, mostrando os resultados concretos que alcançamos e ouvindo o que as pessoas têm a dizer.

Não existe tema em que não tenhamos grandes avanços para mostrar.

É nosso papel mostrar dados que não aparecem em outros lugares. Quem se informa e debate política pela internet precisa saber das histórias dos mais de um milhão de jovens filhos da classe trabalhadora que chegaram à universidade pelo Prouni; das 14 milhões de famílias pobres que antes eram abandonadas, e hoje podem ter uma vida mais digna graças ao Bolsa Família; ou de alguém que conseguiu um dos mais de 20 milhões de empregos gerados no Brasil nesses últimos 10 anos.

Não devemos ficar apenas reclamando que não temos espaço em outras mídias. Vamos utilizar essa ferramenta fantástica que é a internet para falar do nosso projeto, mostrar o que já fizemos e, claro, ouvir críticas, sugestões e questionamentos. Esse debate é essencial para consolidarmos ainda mais a trajetória de crescimento, democracia e diminuição de desigualdades que nosso país vem percorrendo.

Acompanhe, curta e participe das páginas do PT nas redes sociais e se informe. Crie os seus canais de comunicação, escreva, grave vídeos e debata nas redes sociais. E lembre sempre de checar as informações antes de divulgá-las. Não vamos colaborar com a criação de uma série de informações e acusações falsas que têm surgido na rede.

Junte seus amigos, sua família, seus companheiros de partido e participe discutindo nas redes, nos espaços partidários e nas ruas. Quanto mais gente participar, quanto mais a política for debatida, mais consolidada estará a nossa democracia e mais nosso país avançará em direção a uma sociedade mais justa para todos.

Participe deste debate e vamos continuar transformando o Brasil!

Luiz Inácio Lula da Silva


*****

Nos últimos dias, o ex-presidente Lula tem desferido várias críticas à velha mídia – talvez já pressentido qual será seu papel nas eleições de 2014. Na noite de terça-feira (15), durante um evento em Buenos Aires, ele afirmou que "alguns canais de televisão e alguns comentaristas tentam desacreditar a política, mas fora da política não há saída. Vira qualquer coisa, menos democracia".

Ele ainda lembrou que durante o seu governo, “os meus amigos donos de jornais ganharam muito dinheiro e nunca me deram um momento de trégua... Eu apanhava de manhã, de tarde e de noite, e enquanto eu estava dormindo também”. E concluiu: "Em alguns países da América Latina, a imprensa muitas vezes age como se fosse um partido político, só não tem coragem de dizer que é”.

Já na recente entrevista concedida à equipe da Rede Brasil Atual – o que também deve ter irritado os barões da mídia que acham que tem exclusividade nas coletivas –, Lula afirmou que “o país evoluiu, a imprensa não”. Ele também elogiou a mídia alternativa, como os veículos dos movimentos sindicais e populares, e a internet como contrapontos às manipulações da mídia tradicional.
Clique para ver...

POLÍTICA - A "agenda do passado"



A “agenda do passado” de Aécio Neves

Por Altamiro Borges

Aécio Neves, o cambaleante presidenciável tucano, está desesperado. Além do incomodo causado pelo persistente José Serra, que até parece um bafômetro no seu encalço, ele agora foi descartado pela mídia – que é só holofotes para o casal Campos-Marina. Temendo ficar em terceiro lugar nas próximas pesquisas, o senador mineiro decidiu antecipar em quatro meses a apresentação do seu plano de governo – batizado de “agenda do futuro”. O título correto seria “agenda do passado”, já que ele prega o retorno ao destrutivo e rejeitado projeto neoliberal de FHC.


Segundo a Folha tucana desta quinta-feira (17), “o presidente do PSDB e pré-candidato, Aécio Neves (MG), lançará em dezembro o conjunto de propostas inicialmente previsto para março de 2014. O comando do PSDB avalia ser necessário ‘disputar’ desde já o debate programático da eleição de 2014 depois que Marina e Campos monopolizaram o noticiário político dos últimos dias com a surpreendente aliança”. Ainda segundo o jornal, “fará parte também da estratégia do PSDB buscar aproximação com o PSB. ‘Nosso alvo é o mesmo’, disse ontem o senador Aécio Neves, lembrando que Campos e Marina têm defendido ideias que os aproximam do programa do PSDB”.

Ele se referiu, evidentemente, à defesa apaixonada feita pela ex-senadora Marina Silva do chamado tripé macroeconômico – de juros elevados, arrocho fiscal e libertinagem cambial. Herdado do triste reinado de FHC, este receituário ortodoxo quase destruiu a economia brasileira, fazendo o país ficar de joelhos para o Fundo Monetário Internacional. A aplicação deste “tripé” resultou em taxas recordes de desemprego, arrocho fiscal, desindustrialização e desnacionalização da economia. Agora, Aécio Neves pretende retomar este receituário, batizando-o de “agenda do futuro”.

Em artigo publicado nesta segunda-feira (14), o cambaleante presidencial tucano foi taxativo ao pregar o retorno deste modelo destrutivo. Para ele, os governos Lula e Dilma passaram “a intervir de forma excessiva na economia” e adotaram “uma atitude leniente no combate à inflação”, o que teria gerado incerteza no capital estrangeiro. Para voltar a crescer, afirma o neoliberal, o país deve se curvar novamente ao “deus-mercado”, submetendo-se servilmente às ambições das corporações capitalistas, principalmente às ordens dos agiotas financeiros.

“Estamos sem uma agenda para o crescimento. No curto prazo, é preciso resgatar a matriz econômica que prevaleceu até recentemente: controle fiscal, câmbio flutuante e regime de metas de inflação com liberdade de atuação para o Banco Central. Essa agenda deve ser complementada por um esforço imediato de simplificação tributária, redução do número de impostos e estabilidade de regras para o investimento”. Ele ainda prega “contenção do crescimento do gasto público e maior integração comercial [logicamente com os EUA)”.

A risível “agenda do futuro” é a mesma que foi aplicada pelo rejeitado FHC e que hoje causa tantos estragos na Europa. Para torná-la mais palatável, Aécio Neves até poderia acrescenta
r o termo “sustentável” ao seu projeto crescimento econômico – Marina Silva iria adorar!
Clique para ver...
 
Copyright (c) 2013 Blogger templates by Bloggermint
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...