Jornalistas experientes aderem ao crowdfunding do Viomundo




Eu? Eu não.

por Luiz Carlos Azenha*

Um golpe palaciano, daqueles que se viu no Vaticano, me relegou ao papel de cuidar dos vídeos e docs do Viomundo, sob as ordens da papisa Conceição Lemes.

A boa notícia é que jornalistas experientes já se declararam dispostos a submeter projetos ao crowdfunding do site, ou seja, ao financiamento de produção jornalística livre de governos ou patrocinadores privados, bancada pelos próprios leitores.

O formato está sendo organizado por Leandro Guedes, da Café Azul.

1. Importante produtor da TV brasileira, ganhador dos prêmios Vladimir Herzog, Esso e Embratel, pretende fazer um mini-doc no Nordeste sobre uma tribo indígena em extinção ameaçada por madeireiros.
2. Autor do livro Privataria Tucana, que por enquanto pretendemos não identificar, quer saber se a modelo morta em importante escândalo político de Minas Gerais cometeu suicídio ou foi assassinada.
3. Premiadíssima repórter pretende passar alguns dias em Minas Gerais, debruçada sobre números do governo e da oposição, para avaliar se o “choque de gestão” dos governos Aécio/Anastasia de fato arrumou as finanças do Estado.
4. Premiadíssima repórter de Direitos Humanos considera viajar para o interior do Brasil e, em um mini doc, avaliar se de fato mudaram as condições de vida onde se deu um foco guerrilheiro durante a ditadura militar, além de revelar fatos inéditos sobre a repressão.
5. Experiente repórter na área de economia junta documentos e entrevistados para se perguntar: o objetivo de FHC era mesmo vender a Petrobras ou foi apenas um truque eleitoral do PT para pintá-lo de privatista? Quanto se gastou com o projeto de mudar o nome para Petrobrax? Quem foi autor da ideia?
6. Jovens repórteres querem explicar como é possível que o veneno dos agrotóxicos termine no leite materno; quais são as outras substâncias que podem afetar desde os primeiros dias a saúde do seu bebê?
7. Repórter desempregado pretende demonstrar como um terreno da Telesp, que na verdade ainda hoje deveria pertencer ao patrimônio público (um bem reversível, ou seja, só controlado pela concessionária durante o período da concessão) foi negociado para um dos maiores empreendimentos imobiliários do Brasil.
8. Veterana correspondente internacional vai aos arquivos norte-americanos e faz, pela primeira vez em vídeo, a cronologia dos documentos que demonstram que o golpe cívico-militar no Brasil se enquadrava num plano muito mais amplo de contenção que, ao fim e ao cabo, levou à Operação Condor.

Estas são apenas algumas das dezenas de ideias que nos foram sugeridas por gente quem tem interesse especial na elucidação de determinados assuntos obscuros de nossa História, passada ou contemporânea. Obviamente haverá um processo de seleção inicial para submeter apenas quatro ou cinco à decisão dos leitores.

Vocês poderão acompanhar online os que querem ver aqueles reportagens realizadas, através de um contador de adesões.

Algumas serão em texto, outras em mini-docs e, eventualmente, chegaremos aos documentários.

Como o processo é complexo, vamos começar devagar, mas um dos objetivos finais é permitir que leitores sugiram ou façam suas próprias pautas, com o auxílio de profissionais experientes.

Seria o embrião para estabelecer no Brasil uma rede de correspondentes comprometidos com o interesse público, no modelo da GRNlive.

*Jornalista, trabalha na Rede Record e edita o blog Viomundo (fonte desta postagem).
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Moradores do Jacarezinho acusam policiais da UPP de atirarem para matar na favela ocupada

Nas comunidades ocupadas pelas UPPs, muda a percepção dos moradores a respeito da violência anterior, sob comando dos traficantes, mas a violência policial continua a mesma.

É um erro crasso do projeto das UPPs pensar que a Polícia Militar, adestrada para o confronto, possa ser utilizada como pacificadora ou mediadora de conflitos.  É polícia criada para dar tiro e porrada.

O que prova que objetivo das ocupações não é a pacificação, mas a ocupação territorial pela polícia, pelos órgãos arrecadadores (impostos, taxas de água, luz, lixo) e empresas de serviço, como as operadoras de TV a cabo.

O jovem morto, mostrado no vídeo, é apenas mais um "efeito colateral indesejado"  (como nas bulas de remédios) dessa política de ocupação.

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Filha de Raul, Presidente de CUBA, Mariela Castro palestrou em Porto Alegre





“A sociedade não deixou de ser patriarcal depois da Revolução”, diz Mariela Castro

Por Rachel Duarte*

Em passagem por Porto Alegre/RS, a deputada cubana Mariela Castro, filha do presidente Raúl Castro, conversou brevemente com jornalistas antes de palestrar no 1º Seminário Internacional Relações de Vida – Educação e Saúde Sexual: Experiências Brasil e Cuba, no Ministério Público do Rio Grande do Sul. Psicóloga e pedagoga, com mestrado em sexualidade, Mariela luta pelos direitos da população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) na ilha de forte herança cultural de colonização espanhola. “Não basta uma revolução socialista se não nos propusermos ao enfrentamento das diferentes formas de discriminação arraigadas em nossa cultura, sobretudo àquelas herdadas da sociedade hispano-machista e homofóbica”, define.

Ela considera o processo pós–Revolução em Cuba uma transição para o socialismo. É um processo que consiste numa conquista gradual e que demanda superar várias discriminações específicas, como a homofobia. “A influência da Igreja Católica impulsionou todos os dogmas de violência e discriminação na sociedade colonizada. Com a Revolução, existiram outras formas de discriminação por conta desta herança que tornou a cultura do patriarcado algo natural”, explica.

Para romper com a cultura do preconceito de gênero em Cuba, Mariela Castro travou uma luta pessoal com a família Castro. Enfrentou o regime do tio Fidel Castro, que entre 1965 e 1968 elaborou as Unidades Militares de Ajuda (Umap), nas quais os homossexuais eram integrados à força. Ela explica que, na verdade, o método de recrutamento é que era o problema da época. “Existiam heterossexuais e homossexuais nestes campos militares. Não eram campos de concentração como a mídia distorce. A intenção foi aproveitar o serviço militar, que era obrigatório, para também oferecer ao país trabalho na agricultura. Eles eram aproveitados para produção de alimentos que o país necessitava para enfrentar a situação de agressão permanente que sofria do governo dos Estados Unidos. O mecanismo de recrutar jovens obrigatoriamente é que era inadequado”, conta.

A obrigatoriedade do serviço militar cubano foi, segundo ela, por conta do medo de terrorismo financiado pelo estado norte-americano. “As sociedades militarmente agredidas têm serviço militar obrigatório. É rotineiro. Era uma época difícil. Quando encerrou este tipo período, proibiram que homossexuais ingressassem por opção no serviço militar. Foi outra forma de discriminação. A sociedade não deixou de ser patriarcal depois da Revolução, por isso estamos trabalhando para acabar com a cultura de homofobia, discriminação e violação aos direitos humanos”, defende. 

Deputada recém-eleita, Mariela Castro tem como principal plataforma a aprovação de um novo Código de Família na ilha, que contempla tanto a união de pessoas do mesmo sexo quanto o direito à reprodução assistida por casais de lésbicas que querem ter filhos. “Desenvolvemos uma campanha cubana contra a homofobia desde 2007, com grande visibilidade. Havia muita resistência da população, mas estamos rompendo a ignorância. Muitas famílias já puderam ver regressar os filhos que partiram do país por causa da discriminação”, conta.

Na década de 80, estima-se que 1,7 mil ‘homossexuais incorrigíveis’ de Cuba foram deportados para os Estados Unidos. No início da crise de Aids, Cuba foi denunciada internacionalmente pela criação de rigorosas prisões para pessoas com HIV, em sua maior parte, homossexuais. A filha de Raúl Castro conta que, apesar da resistência de alguns dentro do governo, programas de educação sexual são desenvolvidos pelo Ministério da Saúde e da Educação desde 1956. ” O Ministério da Cultura também desenvolve ações para orientação sobre sexualidade”, diz.

Mariela Castro é Diretora do Centro Nacional de Educação Sexual (Cenesex) desde 2001, local de promoção de estudos e ações para garantia de direitos e políticas de gênero e sexualidade, criado por sua mãe, Vilma Espín, juntamente com a Federação de Mulheres Cubanas. Por meio do centro, o sistema de saúde da ilha voltou a realizar cirurgias de mudança de sexo em 2008, duas décadas após uma polêmica primeira tentativa. “A nossa política promove a educação sexual como processo emancipador da pessoa, inspirado na Pedagogia da Libertação de Paulo Freire e com metodologia participativa que aprendemos com profissionais brasileiros. Tornamos a sexualidade um pretexto para trabalhar outros elementos de formação de cidadania com toda a população”, explica.

Ciente da difícil missão que assumiu, ela se mostra entusiasmada e emocionada ao falar do avanço que Cuba já alcançou para viver o socialismo de forma plena. “O socialismo não é da noite para o dia, leva tempo. Eu sei que é difícil mudar a mentalidade e a cultura das pessoas, mas não é impossível. Estamos determinados a mudar esta cultura em Cuba”, defendeu.

Certa de que não faltaria a pergunta  sobre “Como será a Cuba sem Fidel?”, Mariela Castro não se intimidou em falar sobre política com os jornalistas brasileiros. “Tampouco nós sabíamos como seria Cuba sem Fidel, mas estamos passando e a revolução segue adiante. O povo cubano está mostrando sua força e sua capacidade democrática para eleger líderes que são pessoas muito bem preparadas”, falou.

Este é um processo de continuidade.Por isso Cuba pode seguir a Revolução sem Fidel, assim como a Venezuela pode agora estar sem Chávez (Hugo) porque deixou um povo bem preparado e um governo bem articulado. Cuba está mostrando que é possível fazer democracia com apenas um partido. Ele é inclusivo, de unidade nacional e vive em função da soberania nacional, com justiça e igualdade social. Mas só seguirá assim se não deixar de ser um processo participativo. Se deixar de ser participativo, deixa de ser revolucionário”, afirma.

Perguntado sobre as críticas e denúncias sobre o regime feitas pela blogueira cubana Yoani Sanchez, que também virá a Porto Alegre, Mariela Castro disse que não dedica seu tempo a falar dela. “Recomendo que faça suas perguntas a ela (Yoani) e tire suas próprias conclusões. Isso se a direita te deixar entrar no evento, é claro”, brincou com o repórter.

Foto: Ramiro Furquim -  *Fonte: Sul21 http://www.sul21.com.br
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Rodrigo Vianna põe o dedo na ferida: É hora de chamar para a boca de cena os filhos de Roberto Marinho, donos da Rede Globo



Rodrigo Vianna, aquele repórter que saiu da Rede Globo e abriu para a blogosfera a carta que enviou a seus colegas na época (aqui, na íntegra), denunciando as manipulações da Rede nas eleições de 2006, e é autor do Escrevinhador, colocou o dedo numa ferida que estava até então quase que desconhecida: fala-se muito no poder da Rede Globo, nas mutretas de Roberto Marinho e Ali Kamel, mas quase não se publica nada sobre os três irmãos Marinho, filhos do boss e donos da Rede Globo.

Como eu mesmo já escrevi aqui, Ali Kamel é apenas um empregado deles (leia aqui O poder das Organizações Globo é um risco para a democracia no Brasil) . Faz o que faz ou porque eles mandam ou permitem. Na hora em que não lhes convier ao negócio, roda, como tudo roda, na Globo ou na descarga.

Vamos ao Rodrigo, cujo original pode ser lido aqui, na íntegra (vou publicar apenas um trecho, porque acho que se deve sempre encaminhar ao post de origem):

Chega de falar apenas em Roberto Marinho (morto há dez anos) e Ali Kamel (capataz dos patrões). A Globo tem 3 donos: João Roberto, Roberto Irineu e José Roberto. Eles mandam, Eles botam dinheiro no bolso. Eles interditam o debate.
É hora de espalhar a foto dos tres, e dizer ao povo brasileiro: eles ficaram bilionários, graças ao monopolio da informação – que concentra verbas e verbo. Precisamos colocar os três no centro do debate.  Eles precisam rolar na lama da comunicação em que fazem o Brasil chafurdar. 
Dilma acha importante reduzir juros. E está certíssima. Mas Dilma acha que não é hora de falar em ”Democratização da Mídia”. E aí Dilma erra feio. Os monopólios da mídia, construídos ao arrepio do que diz a Constituição, e na base de BV – Bônus de Volume  (veja texto abaixo publicado por PH Amorim), impedem um debate correto sobre redução dos juros. Parceiros dos bancos, os monopólios da mídia não querem juros baixo. Querem travar o Brasil. E constroem a fortuna bilionária de João, Irineu e José.
Na foto acima, eles aparecem (João, Irineu e José - da esquerda para a direita), com semblante de felicidade contida. Na época, o papai deles (ao centro da foto) ainda mandava. O patriarca fez a fortuna graças à parceria estabelecida com a ditadura militar. Roberto era apenas um milionário. Os filhos são bilionários, segundo a última lista da Forbes. Graças (também) ao BV. Graças ao monopólio.
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Entrevista com o Governador TARSO GENRO



ANTONIO PAZ/JC
Tarso Genro defendeu ‘déficit responsável’ e crescimento do Estado
Tarso Genro defendeu ‘déficit responsável’ e crescimento do Estado
 “O PMDB manipulou números”, rebate Tarso

Porto Alegre - Jornal do Comércio - por Alexandre Leboutte - Tão logo concluiu uma agenda positiva, a cerimônia de assinatura de editais de financiamento para investimentos em Ciência e Tecnologia, realizada na quinta-feira no Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini, o governador Tarso Genro (PT) chamou a imprensa para uma coletiva no salão contíguo para tratar de um tema indigesto: rebater as fortes críticas lançadas a sua gestão pelos deputados estaduais da bancada do PMDB no dia anterior, quando afirmaram que “o governo Tarso acabou”, por causa de um desequilíbrio nas finanças.

“O PMDB manipulou os números para chegar a conclusões arbitrárias”, disparou Tarso, citando, como exemplo, os dados de investimentos em segurança pública no governo de Yeda Crusius (PSDB, 2007-2010), que teriam somado despesas com inativos e com o Departamento de Trânsito do Estado (Detran). “Se adotarmos os mesmos critérios, veremos que nossos investimentos em segurança pública são muito superiores aos do governo anterior”, disse o petista, explicando que se referia ao governo Yeda por ter sido a base de dados comparativos usada pelos peemedebistas. “O PMDB fala em nome do governo anterior, para o qual deu apoio, participou todo o tempo e teve a liderança política”, observou.

Tarso insinuou que as críticas têm objetivo eleitoral e afirmou que o texto distribuído pelos peemedebistas é “muito útil” para a realização de um debate político sobre o futuro do Estado. “Quero aproveitar esta oportunidade que foi dada pela divulgação do documento para colocar a ótica do governo sobre o conteúdo e a visão que projeta para o futuro, e como se ancora no passado”, revelou.

O governador reconheceu que o debate eleitoral de 2014 foi antecipado. No entanto, rejeitou assumir a condição de candidato à reeleição neste momento, argumentando que se trata de uma discussão de projeto político, que na sua gestão deve ser salvaguardado pelo atual sistema de alianças.

Preservando o governo de Germano Rigotto (PMDB, 2003-2006) de críticas, Tarso dirigiu sua artilharia às gestões de Yeda e de Antônio Britto (PMDB, 1995-1998), afirmando que o Estado vive uma situação financeira delicada, debitando boa parte da culpa a Britto, que assinou os termos de renegociação da dívida com a União em 1998, vista pelo petista como uma das causas principais dos problemas nas finanças gaúchas.

Já o período de Yeda, Tarso classificou como um governo que gerou estagnação, pela incapacidade de articulação com a União para buscar recursos e pela crise interna. “A governadora não podia viajar”, ironizou, por causa do confronto com seu vice, Paulo Feijó (DEM), o que a teria impedido de prospectar investimentos externos.

“Com este documento que o PMDB fez, está dizendo: ‘devemos retornar à época da Yeda e do Britto’. E eu digo: devemos continuar no rumo que estamos traçando até agora”, apontou. “Qual é o Estado que nós queremos? O do déficit zero, da estagnação e da miséria? Ou queremos um Estado que faça um déficit responsável, que saiba manobrar a dívida, tomando providências na órbita federal para que seja reequacionada, com desenvolvimento?”, questionou, defendendo a recomposição salarial do funcionalismo público e afirmando que o saque dos depósitos judiciais é uma estratégia legal.

“Dá uma tranquilidade para o manejo orçamentário. No ano passado, chegamos a pegar depósitos judiciais por dois ou três meses e devolvemos. Não precisamos. Ele (o dinheiro dos depósitos) está em uma conta agora que o Estado pode sacar se tiver necessidade. E possivelmente usaremos, dentro da margem que a lei permite”, justificou, ponderando que não concordava com as críticas de petistas a saque do mesmo tipo feito por Rigotto.

Governador ironiza falta do tema pedágios na análise da oposição

Ao comentar a liminar obtida pela concessionária de pedágios Brita Rodovias - que administra o polo de Gramado - estendendo o contrato até 30 de dezembro, o governador Tarso Genro (PT) aproveitou para alfinetar os peemedebistas. “Esta questão dos pedágios incomoda muito o PMDB. O documento grita uma ausência: a dos pedágios. Porque este modelo escorchante que está aí foi deles. Este modelo vergonhoso que está aí foi deles. Este modelo caro e ineficiente que está aí foi deles”, apontou.

Tarso disse que a medida cautelar obtida pela concessionária de Gramado se tratava de um entendimento diferente por parte do Judiciário federal da visão do Estado, mas que não inviabiliza a política preparada para a gestão rodoviária pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).

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