Representantes da blogosfera (e também tuiteiros, feicebuqueiros, webeiros, comentaristas, ativistas etc) , presentes no Centro Barão de Itararé ontem para discutir tomadas de atitude ante a judicialização do embate político entre a mídia corporativa e oligopolizada e a comunicação alternativa, decidiram "criar um fundo para socorrer financeiramente colegas que sejam alvo de processos judiciais, ameaças ou violência em todo o Brasil" (leia postagem completa sobre o evento
aqui, pois esta postagem tem o objetivo único de mostrar as dificuldades de se aprovar a Lei de Meios, até na esquerda e no PT).
Além disso, os presentes resolveram homenagear o jornalista Lúcio Flávio Pinto, escolhendo-o como primeiro beneficiário do fundo.
Editor do
Jornal Pessoal, Lúcio Flávio foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça a indenizar Cecílio do Rego Almeida, a quem acusou de ser o maior grileiro do mundo. Processado, Lúcio Flávio acabou pagando uma indenização de R$ 25 mil a seu multimilionário algoz, dono da construtora C.R.Almeida.
Mas, graças às denúncias do jornalista, o Pará recebeu de volta as terras griladas:
Graças à justiça federal, o Pará vai ter de volta ao seu patrimônio quase cinco milhões de hectares de terras de que o grileiro Cecílio do Rego Almeida tentou se apossar. Os sucessores do empresário perderam o prazo do recurso e a sentença condenatória transitou em julgado.
No entanto, há menos de dois meses, o Secretário de Comunicação do PT, deputado pelo Paraná André Vargas, homenageou justamente o algoz de Lúcio Flávio Pinto, Cecílio Rego de Almeida, o "maior grileiro do mundo", dando ao trecho da BR-277 entre as cidades de Paranaguá e Curitiba (PR) o nome de Rodovia Cecílio do Rego Almeida.
Com um Secretário de Comunicação como esse, como lutar pela democratização das conunicações, pelo fim dos oligopólios, pela Lei de Meios, por uma lei que garanta o direito de resposta?