Geraldo Julio quer transformar Recife em vitrine para o PSB

Murillo Camarotto

RECIFE - Começou ontem uma das mais importantes etapas do projeto pelo qual o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), pretende chegar ao Palácio do Planalto. Ao assumir a Prefeitura do Recife, o administrador de empresas Geraldo Julio (PSB) - estreante em cargos eletivos - se tornou responsável pela vitrine que o PSB quer apresentar ao Brasil nos próximos anos. No discurso do novo prefeito, eficiência na gestão pública, preocupação com a economia nacional e com as finanças dos municípios. E afagos a Campos.

"Sei que vou contar com o apoio do governador Eduardo Campos. E isso será importante para a cidade. Sei também, governador, que um lugar de destaque lhe espera no futuro político deste país", afirmou o novo prefeito, sob aplausos dos presentes à cerimônia de posse, realizada na Câmara Municipal do Recife. Julio também definiu o governador como "um jovem líder da política nacional, que nos serve de exemplo tanto na atuação política quanto na capacidade de juntar pessoas".

Na chegada à Câmara de Vereadores, Eduardo Campos voltou a falar sobre 2013 como um divisor de águas na política nacional. "Estamos confiantes que vamos viver um ano de conquistas e realizações para o Recife. E que a gente possa vencer os desafios de um ano que será decisivo para o Brasil", afirmou o pernambucano, cuja candidatura ao Planalto depende, em boa medida, do desempenho da economia nacional neste ano.

Em linha com o que vem defendendo seu padrinho político, o novo prefeito do Recife manifestou preocupação com o desempenho da economia. Também se queixou do aperto fiscal pelo qual passam os municípios. Nas suas palavras, o Brasil precisa que seu Produto Interno Bruto (PIB) cresça mais do que em 2012 neste ano. "As contas públicas também estão apertadas em todas as esferas, sobretudo nos governos municipais. A cidade tem urgência", disse Geraldo Julio.

Após o racha político e a disputa eleitoral virulenta com o PT, o novo prefeito do Recife passou com relativa tranquilidade pelo processo de transição. Rompido com as principais lideranças petistas de Pernambuco - que lhe tiraram da disputa pela reeleição - o agora ex-prefeito João da Costa entregou a administração municipal com as contas em dia. Conseguiu, inclusive, indicar um aliado para a secretaria de Finanças.

Com o reforço do PT, Geraldo Julio começa a gestão com maioria folgada no Legislativo municipal. Dos 35 vereadores, apenas quatro - dois do PSDB, um do PPS e um do DEM - prometem oposição. O maior desafio do prefeito, entretanto, será o de levantar todo o dinheiro necessário para o cumprimento de seu programa de governo, que foi registrado em cartório e será implementado por sistema de metas, a exemplo do que faz Eduardo Campos na esfera estadual.

Para dar conta das promessas de campanha, o novo prefeito já anunciou uma reforma administrativa, com redução no número de secretarias e de cargos comissionados. A prefeitura também vai ampliar as operações de crédito e quer fechar mais parcerias com o governo federal. Em seu discurso, Geraldo Julio não esqueceu de mencionar a presidente Dilma Rousseff, "um exemplo de caráter e que guarda valores que serão caros à nossa gestão".

Fonte: Valor Econômico
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A pré-campanha de Lula pelo Brasil

Julia Duailib

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve definir a partir do dia 15 de janeiro o roteiro de viagens que pretende fazer pelo País em 2013. O petista resolveu que neste ano viajará por vários Estados brasileiros como forma de retomar a política partidária e fortalecer o PT. Durante 2012, o ex-presidente manteve uma agenda mais discreta em razão do tratamento contra um câncer na laringe.

“Vamos montar uma boa agenda no Brasil adentro, não afora”, afirmou Clara Ant, durante a posse do petista Fernando Haddad como prefeito de São Paulo. Ant é responsável pela agenda do ex-presidente no Instituto Lula. “Ele estará mais presente no Brasil”, completou.

Ant negou que o roteiro seja uma retomada das Caravanas da Cidadania, viagens feitas por Lula pelo País nos anos 90, durante as quais era acompanhado pela imprensa.

Lula terá de conciliar a agenda internacional com os compromissos pelo Brasil, que provavelmente terão um tom de pré-campanha eleitoral, antecipando a disputa em 2014 pelos governos do Estado e pela Presidência da República.

Entre os compromissos no exterior, o petista participará de um evento em Cuba no final de janeiro para comemorar os 160 anos de nascimento do poeta e ativista político cubano José Martí. Em abril, irá a Nova York receber um prêmio concedido pela organização International Crisis Group.

Lula dividirá o prêmio com o presidente de Myanmar, Thein Sein.

Fonte: O Estado de S. Paulo
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Posse de Paes não teve o aliado PT, mas teve PV, PSDB e muitos ex-DEM

O PT não foi à posse do prefeito reeleito Eduardo Paes, no Palácio da Cidade, embora o partido do vice Adilson Pires tenha composto a chapa. Nem os mais entusiastas da aliança com PMDB, como Benedita da Silva, compareceram.

DIante dos poucos que lá estavam, Paes repetiu três vezes: "O meu candidato para 2016 é o Pezão!". Mas não era um recado apenas para os que sonham com um apoio do PMDB a Lindbergh Farias (PT). O próprio prefeito tem se esforçado para dizer que não é candidato em 2014. "Mais que isso, Pezão, só se eu pendurar uma faixa. Eu não sou candidato!", brincou com o vice-governador. Logo depois, emendou: "Na política, eu sou assim. Jogo pesado. Pesado com Pezão", não resistindo ao trocadilho.

Fonte: Jornal do Brasil
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Solenidade com secretários vira ato pela candidatura de Pezão.

Paes diz que governa até o fim de 2016; Cabral afirma que fica até 2014

Fábio Vasconcelos

A cerimônia de posse dos novos secretários no Palácio da Cidade se transformou ontem num ato público a favor da candidatura do vice-governador, Luiz Fernando Pezão à sucessão de Sergio Cabral, em 2014. O governador e o prefeito Eduardo Paes deram o tom nos seus discursos.

Primeiro, Cabral afirmou que permanecerá no cargo até 2014, afastando especulações de que poderia deixar o governo para Pezão ficar à frente do Executivo durante as eleições. Logo em seguida, Paes pediu uma salva de palmas para o vice-governador e disse que ele será o próximo governador.

- Queria pedir uma salva de palmas para o Cabral e para o Pezão, que vai substituí-lo daqui a dois anos. Posse é um ato político, e em ato político eu jogo pezado com o Pezão.

Paes também garantiu que permanecerá no cargo até 2016. Com isso, procurou acabar com as conversas de que poderia se candidatar ao governo em 2014.

- Eu repito para que não restem dúvidas. Não deixo essa missão de ser prefeito de jeito nenhum. Não abro mão do meu mandato um minuto sequer. O meu candidato a governador chama-se Luiz Fernando Pezão.

Paes disse que fala diariamente com Cabral so telefone, e que, se as conversas forem reveladas, “não resistirá absolutamente nada” nas suas vidas:

- Foi um prazer governar ao seu lado (Cabral), eu tenho certeza de que será muito mais prazeroso a partir de 2015 com Pezão. Pezão, eu já falei a quarta vez, se não virar notícia, só se eu aparecesse com a faixa. Já jurei de pés juntos que não sou candidato a nada.

Fonte: O Globo

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A lição de Antonio Ribeiro Netto – Elio Gaspari

O neurocirurgião que matou o plantão e deixou a menina com a bala na cabeça pode aprender o que é ser médico

O neurocirurgião Adão Crespo, do Hospital Salgado Filho, do Rio, faltou ao serviço no dia de Natal. Por isso, a menina Adrielly dos Santos, de 10 anos, ficou oito horas esperando por atendimento adequado. 

Tinha uma bala na cabeça.

Chamado à polícia, informou que faltava aos plantões há um mês, porque discordava da escala de serviço. Segundo o doutor, uma determinação do Conselho Regional de Medicina manda que haja nos hospitais públicos dois neurocirurgiões por plantão. Como escalavam-no sozinho, não ia. Lindo. O Cremerj determina que os plantonistas sejam dois, e o neurocirurgião decide que é dois ou nada, passa o dia de Natal em casa e Adrielly fica com a bala na cabeça. Vale registrar que é uma temeridade botar um caso como o da menina nas mãos de um só neurocirurgião. Seria necessário que no plantão houvesse pelo menos um residente para assisti-lo. Bingo: o sistema público do Rio não tem mão de obra para respeitar essa necessidade.

Se o doutor Crespo, ou qualquer outro, quer se rebelar contra a má qualidade dos serviços públicos de saúde, tem dois caminhos: pede as contas ou usa o seu tempo disponível para infernizar a vida do prefeito Eduardo Paes, do governador Sérgio Cabral, do ministro Alexandre Padilha e da doutora Dilma. Pode até protestar contra o papa, mas não pode faltar ao serviço, nem se defender na polícia com o manto branco do corporativismo médico.

Crespo e todos os seus similares deveriam ser convidados a preparar uma biografia de um colega: Antonio Ribeiro Netto. Durante mais de 40 anos, até sua morte, nos anos 90, foi cirurgião de tórax do Hospital Souza Aguiar. Lá, o CTI da neurocirurgia chamava-se "Coreia". Não sabia quanto ganhava. Quando se aborrecia com as questões do cotidiano, ia para o hospital adiantar procedimentos cirúrgicos. Em 1993, vendo a medicina pública do Rio assolada por "escolhas de Sofia", nas quais os médicos eram obrigados a decidir quem morreria por falta de atendimento, ele olhava para o descalabro e dizia: "A culpa é minha. Fui míope. Talvez se eu tivesse ido para os jornais atacar o governador, talvez se eu tivesse entrado aos gritos no gabinete do secretário, não sei. A verdade é que deixei a peteca cair". Dizia isso sabendo que nunca faltara a plantão. Hoje Ribeiro Netto é nome de policlínica, mas seu exemplo perdeu-se na poeira do descaso.

As guildas médicas são incapazes de diagnosticar as patologias individuais de seus profissionais. Algo como se um doutor, diante de um caso de pneumonia (o neurocirurgião que falta ao serviço), quisesse discutir o aspecto epidemiológico do problema (a falta de dois profissionais no plantão). Nisso, Adrielly ficou com a bala na cabeça. O Conselho Regional de Medicina faz bonito quando pede dois neurocirurgiões, mas fica numa posição troncha quando um deles se justifica usando sua recomendação para deixar o plantão sem neurocirurgião algum.

Já os presidentes, ministros, governadores e prefeitos dedicam-se a uma espetacularização da ruína. Sérgio Cabral chegou ao governo dizendo que a medicina pública do Rio praticava um "genocídio", e o prefeito Eduardo Paes disse que Adão Crespo é "um delinquente". E o chefe do doutor, a quem ele diz ter comunicado que não iria aos plantões?

Fonte: O Globo
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