Ainda em 2006, denunciamos no blog que 'caso dos aloprados' era armação do PSDB, com apoio da mídia. Confira

Em setembro de 2006, no auge do escândalo dos ditos aloprados, quando ainda não havia acontecido o acidente da Gol e o delegado Bruno não havia passado imagens da bolada de dinheiro para a Globo, escrevi aqui no blog uma postagem, que me rendeu inúmeras críticas, em que eu afirmava que toda a história poderia ser uma armação do PSDB.

Agora, matéria do Jornal do Brasil confirma minhas suspeitas:

Em um dos vídeos apreendidos na casa de Adriano Aprígio, ex-cunhado do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, comemora o envolvimento de petistas no chamado Escândalo dos Aloprados.

(...) O vídeo apreendido, já periciado pela Polícia Federal, mostra uma conversa entre o jornalista Mino Pedrosa e Dadá, o araponga que atendia à quadrilha do bicheiro. Pedrosa relata que o PSDB armou a história do dossiê e o "PT caiu nela".

O araponga vibra e comemora: "Tem que f..... o Lula! Tem que f..... o barbudo! [íntegra aqui]

Veja agora o que escrevi em setembro de 2006:

Se a grande imprensa pode especular à vontade, por que este humilde blog também não pode fazê-lo? Vamos aos "fatos" - assim como eles fazem.

Depois de adiar o encontro com a realidade por meses, semanas, e, finalmente, dias, os tucanos perceberam que a eleição de Lula já estava decidida, e no primeiro turno. A menos que... A menos que uma bomba caísse no colo do presidente. Trataram de montá-la.

A primeira providência foi procurar uma dupla de velhos parceiros, os Vedoin, pai e filho. Eles já haviam ganhado muito dinheiro com FHC no poder, e estavam no "contas a pagar" clandestino do PSDB, desde que explodiu o caso das sanguessugas.

É bom destacar que os Vedoin não gostam dos petistas. Se ganharam muito no governo anterior ("a gente pagava até adiantado..."), com os petistas começaram ganhando dinheiro também. Mas acabaram com um par de algemas cada e dividindo hospedagem numa cela da Polícia Federal. E isso é uma coisa que os bandidos sempre consideram uma "injustiça", uma "sacanagem".

Os tucanos foram direto ao assunto com os Vedoin: precisavam ferrar a candidatura de Lula. Tinham um plano, e eles eram a isca. Deveriam procurar o PT e dizer que passavam por dificuldades financeiras, já que todas as suas contas estavam bloqueadas na justiça. Ofereceriam aos petistas o que eles queriam, e sempre procuraram: as provas de que os tucanos estavam envolvidos até o pescoço no esquema das sanguessugas. Mas os Vedoin não poderiam ser os portadores da proposta, porque os petistas desconfiariam. Eles necessitavam de um intermediário confiável ao PT. Aí entra Valdebran Padilha.

Valdebran (que estava no hotel em São Paulo e, em tese, receberia a grana pelos Vedoin) também não gosta dos petistas. Sempre foi um operador no Mato Grosso. Vivia - para usar uma expressão do senador Suassuna - beliscando uma "beirada" aqui, outra ali. Com o PT no poder, vislumbrou um futuro promissor. Filiou-se ao partido em 2004, a tempo de comandar a arrecadação de recursos do candidato petista à prefeitura de Cuiabá. Mas o petista não se elegeu. Valdebram ficou chupando dedo, até que se candidatou a uma vaga na direção da Eletronorte. "Mas uma ala do PT impediu a nomeação enviando um dossiê contra ele sobre superfaturamento em prefeituras de Mato Grosso".

Contatado pelos Vedoin, Valdebran topou a parada. Procurou seus "companheiros" petistas e expôs a proposta. Pediu uma quantia absurda (vinte milhões de reais) para dar maior credibilidade ao que propunha. Mas aceitou, rapidamente, que ela caísse para a décima parte. Os "alegres petistas" caíram como patetas.

O acordo seria feito em duas partes. Na primeira, uma entrevista onde os Vedoin denunciariam o envolvimento de Serra e Barjas Negri no esquema. Os tucanos estrilariam, e aí entraria a segunda parte do plano: as provas seriam exibidas à imprensa, com toda a movimentação financeira que provaria por a+b que a máfia das sanguessugas nasceu e se desenvolveu em ninho tucano, com a participação direta de Barjas Negri e, ao menos, a omissão de Serra.

A primeira parte foi feita, com a entrevista dos Vedoin à IstoÉ. Os "alegres petistas" aguardavam ansiosos no Hotel Íbis o material relativo à segunda parte. Foram surpreendidos pela Polícia Federal, "casualmente" alertada por uma conversa providencial dos Vedoin ao telefone - que sabiam estar grampeado.

No kit que os tucanos combinaram com os Vedoin estava ainda a necessidade da inclusão de uma foto de Alckmin no meio do "dossiê" para poder envolver o presidente Lula no episódio. O que foi feito. No mais, algumas imagens de Serra, que todos já estavam mais carecas que ele de saber. A movimentação financeira do esquema...ha-ha-ha...

Tudo certo, tudo perfeito - se não ficasse faltando um detalhe (e como os tucanos lamentam isso...): uma foto da bolada de dinheiro, exatamente como aconteceu com Roseana Sarney.

Nada que, nesta reta final, o programa de Alckmin não possa resolver com uma edição maliciosa. Imagens já não faltam. A Veja desta semana tem uma arte com uma montanha de reais e dólares. A primeira página de O Globo de hoje, a foto de um monte de dinheiro de uma outra operação da PF.

Como um exército de Brancaleone desesperado, a oposição a Lula exclama, com o apoio da grande imprensa:

- Avante, Aquilante - quer dizer, Avante, Alckmin!!! Abaixo "Apedeuta"


Como todos sabemos, a foto do dinheiro surgiu na última edição do Jornal Nacional, antes do dia da votação do primeiro turno da eleição. Ali Kamel não noticiou o desastre da Gol, ocorrido naquele dia, em que morreram 154 pessoas, para dar destaque à bolada de dinheiro.

Denunciei o ocorrido aqui, o que me rendeu uma resposta do mesmo Kamel, aquele que afirma que não somos racistas.

A eleição foi ao segundo turno. E nele Lula se reelegeu. Contra a manipulação tucana e a mídia porcorativa.
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Aliança com Deus e o Diabo

Jornal da Cidade de Bauru, 24/06/12.
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• Fim do mundo

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• Cidade violenta

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Eleição, espinhos e pétalas

Fernando Cartaxo de Arruda - Sociólogo - cartaxoarrudajr@gmail.com
Agora com as cartas na mesa, podemos vislumbrar nas eleições municipais que se aproximam um raro momento de redefinições dos rumos políticos do Ceará. Embora sejam 10 candidatos a concorrerem a prefeitura, o jogo real do embate político terá como foco a força política dos Ferreira Gomes, a capacidade de maior autonomia do PT e eventual ascensão de novo polo de poder.
Alguém imaginar nesse cenário uma disputa cordial é o mesmo de querer agarrar com voracidade a delicadeza de uma flor sem se ferir. A disputa eleitoral será marcada por mais espinhos do que pétalas, pois o que está em jogo é o domínio do poder. A verve dos Ferreira Gomes já foi ensaiada e os lampejos de fogo se acenderam antes da partida começar, em torpedos cibernéticos e frases de alfinetes. Querer ver estrelas no céu ensolarado da cidade de Fortaleza só é possível mergulhando na profundeza da inocência das cacimbas, ainda sob o risco de não desvendá-las.
Vai ser guerra mesmo. Não adianta o alarido do bom mocismo, nem o jeitinho brasileiro de fazer de conta que a realidade não existe. Os abraços, as juras de amor e fidelidade vão ser soterradas com o raiar das turbinas eletrônicas e parafernálias eleitorais, nas telas da televisão, nas vias virtuais e no submundo da informação e contrainformação.
É verdade que nada garante de antemão que a revelação das urnas vá se traduzir na polarização entre o candidato do PT Elmano Freitas e o candidato do governador, Roberto Cláudio. Mas a estratégia eleitoral levará ao confronto entre essas duas candidaturas, como forma inevitável de se almejar o poder.
Daí ser inusitada a atitude de três deputados estaduais do PT aceitarem a submissão do silêncio obsequioso, conforme se divulga e às beiras do carnaval eleitoral. Não fossem parlamentares, seria uma ação individual e pontual. No caso, representa uma forma de afrontar a realidade e atropelar a coerência política que o momento exige. É lamentável, em todos os sentidos, em especial de esvaziar o elemento essencial do político, que é a fala e o posicionamento claro diante das escolhas políticas. Ou alguém vai acreditar que terão coragem de desafiar o governador, sendo fiadores de sua administração e devedores de sua confiança.
O argumento de que a aliança entre PT e PSB poderá ser reatada no segundo turno é pura tergiversação. O fato concreto é que se for verdadeira a informação, preferiram a omissão política em um momento eleitoral definidor do futuro do PT no Ceará. Ou até acenem como um grupo dissidente, como é o caso de Sérgio Novaes dentro do PSB, que deverá apoiar a candidatura Elmano Freitas. Só os fatos vindouros nos revelará a essência dessa postura indecifrável e incongruente.
A consequência direta é o desgaste da candidatura do PT e do PSB, abrindo um flanco para a exploração política das demais candidaturas. O fenômeno das surpresas eleitorais no Ceará não é fruto de nossa imaginação fértil, mas reflexo do cansaço diante de uma realidade política que transparece que os interesses a moverem os políticos são pessoais e privados, sem conexão com as necessidades coletivas ou
sustentados por valores éticos. É também certo que quem mais perde é o PT.
As candidaturas alternativas que devem ganhar musculatura com esse imbróglio político é a do advogado Renato Roseno e do deputado Heitor Férrer. O Roseno por ser um jovem promissor na cena política do Ceará e manter uma linha de integridade e coerência; o Heitor por ter se mantido como a única voz na Assembleia que atuou com liberdade crítica e oposição responsável.
O Elmano passou por uma prova de fogo, fazendo a persuasão da direção nacional do PT e arrancando o compromisso das lideranças nacionais apoiarem o seu nome e participarem da campanha eleitoral. O Lula estará em seu palanque, mas estranhamente corre o perigo de três parlamentares petistas cearenses não estarem ou se sentirem constrangidos de estar.
A sucessão de Fortaleza do jeito como caminha ainda promete muitas surpresas. De qualquer forma, por mais surrealista que sejam os acontecimentos, será um processo político saudável como as tragédias que tem a força de purificar.
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