Em busca do simbolismo profundo


O Natal é predominantemente uma festa cristã. O dia 25 de dezembro, porém, nem sempre foi uma data religiosa, pois até o século III esteve associado ao nascimento anual do “deus sol” na abertura do inverno. A Igreja Católica, interessada na conversão dos povos pagãos, apropriou-se da data para nela acomodar o nascimento de Jesus. Mesmo assim, o Natal continuou a ser maior do que a Cristandade e permaneceu sendo comemorado por muitos não-cristãos em diversas partes do mundo. Tornou-se o centro das festividades que celebram o fim do ano. Aos poucos, com o avanço do capitalismo e a preponderância crescente do mercado na vida das sociedades, converteu-se no grande momento econômico de cada ano, período em que empresas, comerciantes e consumidores são dominados por um afã produtivista e consumista sem paralelo. 

A dimensão econômica do Natal passou a concorrer com a força simbólica da data, concentrada na confraternização e na solidariedade. A pressão comercial tornou-se tão intensa que transfigurou algumas belas tradições populares – a troca de presentes, a refeição especial, as árvores enfeitadas, o bom velhinho –, reduzindo-as a caricaturas esvaziadas do simbolismo mais substantivo da data.


A confraternização e a solidariedade perderam força, mas não desapareceram. Manteve-se viva a expectativa de que na última semana de cada ano o mundo deve ser contagiado por um clima diferente, de que armas e soldados devem voltar para casa ou ao menos confraternizar com seus inimigos nos campos de batalha, como dizem ter ocorrido no Natal de 1914, na I Guerra Mundial, quando soldados britânicos, alemães e franceses decretaram um armistício informal para poderem celebrar a data, com direito a trocas de presentes e disputas de partidas de futebol.


É verdade que nos anos subsequentes do conflito os bombardeios foram intensificados na véspera de Natal para que novas tréguas não se repetissem. Nem todo 25 de dezembro é marcado pela paz e pela harmonia entre os povos. No geral, porém, o mundo parece se pacificar quando chega o fim do ano.
Sendo assim, não custa imaginar o que aconteceria se o clima natalino passasse a preencher os 365 dias do ano. Haveria mais fraternidade e solidariedade, evidentemente, e poder-se-ia iniciar a construção de um mundo mais cooperativo e justo, menos desigual e violento, mais sério e competente para evitar que somas gigantescas continuem a ser gastas com armas e negócios enquanto centenas de milhões de pessoas morrem de fome, doenças e superexploração.

Um mundo que não atenta para estes paradoxos é indigno de ser associado ao simbolismo natalino profundo. Falo do “mundo”, mas deveria falar de pessoas e instituições, de governantes, líderes políticos, empresários, banqueiros, intelectuais, igrejas, partidos e organizações várias, mercados e sociedades civis. Onde estão eles e por que não conseguem dar um jeito nas coisas, pavimentando estradas por onde a humanidade possa se reencontrar consigo mesma? 


Seria ingênuo demais dizer que a este mundo de pessoas e instituições falta o espírito fraterno da solidariedade, que ele se move exclusivamente por interesses egoístas, escravizado pela face demoníaca da riqueza e da acumulação de poder. Tal modo de pensar não leva em conta a dureza da vida, a direção cega dos processos econômicos, as estruturas sociais que cerceiam as pessoas em nome da ordem e da segurança. Acima de tudo, deixa de lado o caráter complexo do ser humano, esta figura simultaneamente racional e irracional, capaz de amar e odiar com igual intensidade, que acredita em deuses e bruxas mas cultiva a ciência, que é calculista e passional, ansioso e bonachão, em suma, sapiens e demens ao mesmo tempo, como gosta de falar o sociólogo Edgard Morin.


A sociedade humana – o mundo dos homens e das instituições – não se governa com facilidade. Está sempre submetida a dinâmicas e contradições difíceis de serem controladas. E quanto mais evoluiu, quanto mais caminhou em direção à sua fase de plena globalização, mais foi ficando desafiadora. Por um tempo, entre as décadas de 1950 e 1980, a regulação dos mercados e as políticas de bem-estar ajudaram a organizar uma socialidade mais justa e menos desigual, mas isso não se espraiou pelos diferentes países. O planeta ficou assim mais desigual, ainda que seus diferentes povos fossem se aproximando e interagindo. Mais tarde, a desregulação tomou conta de tudo, políticas neoliberais entraram na moda, os mercados se sobrepuseram aos Estados e o império das finanças exibiu suas garras, dando um xeque-mate em governos e políticos. Muitos cederam e permitiram que mercados, finanças e Estados compusessem um sistema que se dissociou das comunidades e passou a tiranizá-las. Em 2008, este sistema mergulhou em crise e espalhou seus gases maléficos por diversas regiões, a começar dos Estados Unidos e da Comunidade Europeia. 


E é assim que o mundo irá passar os últimos dias do ano. A crise que o devasta é econômica e financeira, mas carrega consigo duas características emblemáticas: não perdoa ninguém e não pode se valer das virtudes da política. Por isso não se resolve. O sistema responsável pela crise opera de costas para a política, esteriliza-a, escancarando a impotência de partidos e líderes políticos. Com isso, despoja as sociedades de seus principais recursos de produção de solidariedade e justiça social. Indignados e manifestantes saem às ruas por toda parte e fazem ouvir a voz de seus protestos, mas não se mostram com força suficiente para plasmar outra situação. Seja como for, estão em movimento.


Por isso, se é para nos lembramos do Natal e de seu simbolismo profundo, que pensemos por um momento, nesta última semana de 2011, nos caminhos que a política tem a oferecer para que a solidariedade possa ser celebrada de fato.
Feliz ano novo a todos.
[Publicado originalmente em O Estado de S. Paulo, 24/12/2011, p. A2).
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MEU BLOG AGORA TAMBÉM NO PORTAL R7

Neste Natal ganhei de presente a oportunidade de ter um blog no Portal R7.
O endereço é http://www.entretenimento.r7.com/blogs/bemvindo_sequeira
Fico feliz. Terei mais visibilidade ainda naos posts que escrevo.
Há algumas diferenças: não posso, por contrato com o R7,  copiar e reproduzir  aqui os posts de lá. O que me levará a escrever às vezes sobre o mesmo assunto nos dois blogs, com pequenas variantes.
Por alcançar um público muito maior e eclético no R7, entre  os blogs naturalmente haverão variações de linguagens, sem perda da essência que caracteriza minha identidade e personalidade.
Por outro lado, no R7 estarei mais à vontade para comentar sobre TV, Teatro, Cultura em geral, fofocas, e assuntos mais triviais  que pelo perfil deste blogspot de lutas criado junto com a Rede Liberdade.
De toda a forma, acredito que desta forma - eu agora   "cortando dos dois lados" (risos),  os meus leitores, compas,  e amigos,  terão muito mais a ganhar.
Um abraço.
Bênçãos natalinas para todos, e próspero e 2012.
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Natal e coisa...

No espírito da época, aí vão as "natalinas" do blog, como ilustração dos meus votos de felizes festas e de um 2012 que ajude a todos nós, individual e coletivamente, a crescer e ser o mais felizes que pudermos!

De cima pra baixo:
Olé & Repé (Jornal do Mercado, P.Alegre, dez/2011); bico de pena, nanquim, meio-tom eletrônico.
Charge (revista Bens & Serviços,P.Alegre, dez/2012); grafite e aquarela.
Rango (jornal Extra Classe, P.Alegre, dez/2012), caneta e aquarela.

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VIDA MANSA COM SEGURANÇA



COM O ÍNDICE...
De criminalidade correndo solto na região metropolitana em especÍfico na cidade de Colombo, em quanto isso o pesque e pague de vereador tem a segurança da Polícia Militar. Só nos resta clamar ao paladino dos desamparados do bairro Guaraituba, nosso Nobre Vereador GILBERTO DA AGROLOMBO. Suas declarações afrontaram a minima inteligência de qualquer ser humano por mais humilde que seja. Segundo ele não comparece em seu gabinete porque se esconderia do povo (não seria uma má idéia). e passou a atender em seu escritório político no seu bairro (para lembrar, isso não consta em lugar nenhum) nem em regimento interno de Câmara no Brasil inteiro. O POVO PAGA  esse vereador e aos seus assessores para trabalharem fora do seu ambiente de trabalho. O povo vai pagar mais uma taxa, a do bombeiro.
Porque o sr GILBERTO DA AGROLOMBO permitiu que fosse cobrada.
Pode ser questionada; É ILEGAL.

O PRÓXIMO PROJETO PODERÁ SER TAXA PARA MANUTENÇÃO DE VIATURAS EM PESQUE E PAGUE. 

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E O POVO QUE SE F........


VEREADOR GILBERTO DA AGROLOMBO PAGA "CAIXINHA" A POLICIAIS MILITARES ?



VEREADOR  GILBERTO DA AGROLOMBO QUE VERGONHA.
VEREADOR  GILBERTO DA AGROLOMBO QUE  JUSTIFICAR?.
VEREADOR  GILBERTO DA AGROLOMBO QUE  MAL EXEMPLO.
VEREADOR  GILBERTO DA AGROLOMBO QUE  TAL UM PROJETO TAXA DE VIATURA.
VEREADOR  GILBERTO DA AGROLOMBO  QUE TAL SEGURANÇA NOS BAIRROS.
VEREADOR  GILBERTO DA AGROLOMBO  QUE TAL UMA VIATURA EM  NOSSA CASA..

ESTE ESTACIONAMENTO É NO PESQUE E PAGUE; VIDA MANSA.

PROPRIETÁRIO;  VEREADOR  GILBERTO DA AGROLOMBO. 

E O POVO QUE SE F.............
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