POR 30 ANOS ONDE ESTEVE O POVO DA PRAÇA TAHIR?
BATMAN CONTRA OS PETRALHAS.
Lendo o ótimo Multiverso DC me deparei com a polêmica da semana. Aparentemente, Bruce Wayne assina a publicação de direita da editora Abril ao usar um termo cunhado por seus colunistas.
Já faz alguns anos que o colunista Reinaldo Azevedo, da Veja, cunhou o termo "petralha". O neologismo é uma mistura de "petista" (simpatizante ou membro do Partido dos Trabalhadores) e irmãos Metralhas, os gêmeos bandidos do universo Disney. Em janeiro, a Panini usou o termo em uma tradução para uma história... Do Batman! Em Batman 98, mais especificamente em uma história de Grant Morrison e Cameron Stewart (publicada originalmente em Batman and Robin #7 lá fora), na página 34 "petralha" surge para substituir a palavra "Nasty". Veja a descrição da cena do usuário Flávio, do Forum Miolos:
O carcereiro que acompanha o morcegão na prisão se refere ao vilão Rei Perolado do Crime como “petralha”. Até onde sei, essa expressão ainda não foi dicionarizada. Trata-se de um neologismo criado por Reinaldo Azevedo, blogueiro da Veja, para designar petistas (petralhas = petistas + Irmãos Metralhas). No original, foi usada a palavra “nasty” (que pode ser traduzida como asqueroso ou desagradável). Achei no mínimo inusitada a opção do tradutor.Claro, a tradução é uma arte que exige muitos julgamentos subjetivos. Se ainda assim, você acha que é possível uma interpretação que leve a essa opção, recomendo que dê uma olhada em todas as opções que a ferramenta do google sugere. Caio Lopes/DVL é o responsável pela versão em português da HQ. Você encontra uma lista de seus trabalhos em quadrinhos aqui.

Não dá para elogiar nada que reviva esse clima.
Após ler o post, pedi uma posição oficial da Panini. Esperava que a editora assumisse uma posição política - o que não deixa de ser direito de qualquer empresa nacional - ou lamentasse a tradução. A resposta, admito, me surpreendeu e veio assinada por Marcio Borges, diretor de Marketing e Comercial da editora:
A Panini considera o termo “petralha” como uma gíria que vem se popularizando no Brasil, e independente da origem do termo, não é mais utilizado no linguajar popular apenas com conotação política, mas como sinônimos para asqueroso, nojento, etc. A empresa ressalta que não tem qualquer intenção de utilizar seus produtos editoriais de entretenimento para fins políticos.
Ou seja, a Panini assina embaixo da tradução e a inclui em seu próprio dicionário. Fico feliz de ver a editora não querer usar produtos editoriais de entretenimento - que fazem sucesso por representar ideais além de qualquer ideologia - mas não dá para concordar com a sua interpretação do neologismo. Em nenhuma época a língua foi feita de cima para baixo de qualquer pirâmide. Editoras trabalham com a língua construída pelo povo. Qualquer linguista irá confirmar que são as pessoas e suas interpretações que constroem e reconstroem seus idiomas.
Então pergunto ao Google: o termo "petralha" tem essa conotação plural ou é exclusivamente político? E ele me diz que a Panini está errada. Seja qual for a intenção da editora, sua ação acaba trazendo uma discussão que nenhum leitor de quadrinhos quer ver quando vai ler um gibi do Batman. Se ninguém liga se Bruce Wayne é republicano ou democrata, que tal não fazer essa opção por ele? A gente só quer saber como ele vai derrotar seu vilão e não em quem ele vota. Grato.
Bugman é a favor de traduções menos ideológicas .
Bugman

PODEROSO CHEFÃO DA RBS É PROCESSADO POR LAVAGEM DE DINHEIRO
Mubarak caiu !

Al Jazeera ao vivo
Multidão nas ruas comemora renuncia de Mubarak
Redação Carta Capital 11 de fevereiro de 2011 às 14:20hPor todo o Egito o povo ocupa as ruas e comemora a renúncia de Hosni Mubarak. O ditador, no poder há 30 anos no Egito, deixou a capital Cairo com sua família rumo a sua residência de veraneio em Sharm el Seij.
O vice-presidente Omar Suleiman falou na televisão estatal egípcia e fez um breve comunicado: “o presidente Hosni Mubarak passou seus poderes às forças armadas do país.” Suleiman também renunciou ao poder e o passou a um Conselho Militar.
Tahrir Square reage ao discurso de Mubarak
Egípcios furiosos com a permanência de Mubarak
por Tom Perry, Reuters
CAIRO (Reuters) – A alegria se transformou em desespero e raiva na praça Tahrir, no centro do Cairo, quando o presidente do país, Hosni Mubarak, acabou na quinta-feira com a esperança de centenas de milhares de manifestantes que exigem sua renúncia após 30 anos no poder.
A multidão acampada na praça dançava, cantava, gritava frases e exibia um mar de bandeiras egípcias, nas cores vermelho, branco e preto, na expectativa de que o tão esperado discurso iria satisfazer o desejo do povo de ver o líder renunciar ao cargo.
“Ele sai nesta noite, nesta noite ele sai”, cantavam alguns na medida em que as notícias sugeriam que Mubarak realmente renunciaria.
Foram muitos os boatos. Alguns diziam que ele iria à Alemanha, enquanto outros estavam confiantes de que o presidente viajaria para os Emirados Árabes Unidos.
Os organizadores do protesto pintavam os rostos daqueles que aderiam ao movimento com as cores nacionais do país. Num certo momento, a praça Tahrir pareceu sediar uma festa de carnaval ao invés de um protesto.
Como de costume, egípcios de todos os estilos de vida e convicções políticas estavam unidos, de islâmicos a esquerdistas seculares, liberais e famílias inteiras.
Uma garota, sentada sobre os ombros de seu pai, tinha a palavra “saia” pintada em sua testa, repetindo a principal exigência de uma multidão que tomou conta da praça Tahrir ao longo da semana.
Momentos antes de Mubarak começar a falar, os manifestantes diziam que estavam prestes a testemunhar a história. “Senta, senta, senta”, gritavam alguns.
Milhares responderam, sentando no chão da praça, numa cena que refletia o espírito de cooperação no acampamento de protesto.
Na grande tela à frente, a aparição do presidente de 82 anos fez com que todos pedissem o fim de qualquer burburinho. Novamente, a multidão cooperou. Um manto de silêncio caiu sobre a praça Tahrir.
SAPATOS
Sob um céu claro e uma meia-lua, os soldados em cima de tanques e veículos blindados prestavam mais atenção ao discurso do que qualquer outra pessoa. Alguns fumavam cigarros quando o presidente começou a falar.
Em menos de um minuto, a alegria da multidão deu lugar à aflição. Um homem abaixou a cabeça na medida em que ficava claro que Mubarak não pretendia renunciar.
Alguns tiraram os sapatos, acenando com a sola em mãos. Outros exibiram sua desaprovação com os dedos ou fizeram sinais negativos para Mubarak. Alguns choraram.
Na metade do discurso, a paciência dos manifestantes pareceu se esgotar. Eles se levantaram e gritaram: “Saia, saia, saia.”
“Ele não quer entender. O povo não o quer no poder”, disse Hesham al-Bulak, de 23 anos. “Ele está se mantendo no poder de uma forma que é totalmente bizarra.”
Alguns manifestantes abandonaram o local logo em seguida, enquanto outros ficaram onde estavam, gritando frases de protesto. Falando aos que deixavam a praça, um organizador, com os olhos cheios de lágrimas, gritou: “Não desanimem, não desanimem.”
“Não há desânimo”, respondeu um manifestante. “Não há desespero e não há rendição.”
via Vi o Mundo
AO VIVO pela Al Jazeera