DERROTA SOBE À CABEÇA DOS GOLPISTAS





























Editorial do Brasília Confidencial

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Não ao terceiro turno



Parcela minoritária e barulhenta de derrotados nas urnas reagiu ao resultado da disputa pela Presidência da República como se fosse passível de desmerecimento, contestação e enfrentamento a decisão majoritária de tornar Dilma Rousseff a sucessora do presidente Lula. Essa parcela reagiu, enfim, como quem inaugura ou pretende inaugurar uma espécie de terceiro turno imprevisto pela legislação, indesejado pela população, insultuoso ao eleitorado e improdutivo para o país.
A ideia de iniciar um terceiro turno se evidencia na edição de ontem dos principais diários impressos do país. Começa na informação de que, antes mesmo de começar, o Governo Dilma já vive sua primeira crise causada pela presença explícita ou pela sombra ameaçadora de Lula, que seria candidato à Presidência em 2014. O terceiro turno se insinua também entre o receio de que Lula interfira no governo, tutelando Dilma, e o medo de que não faça isso e deixe o caminho livre para a hegemonia da esquerda do PT. É deflagrado também, o terceiro turno, no pavor provocado pela maioria de praticamente três quintos no Congresso, que poderia dar a Dilma força suficiente para legislar conforme bem quisesse.
O segmento da mídia que orienta os partidos de oposição participa da tentativa de inaugurar o terceiro turno com o mesmo método jornalístico adotado desde o primeiro semestre do ano passado: textos, comentários, notas e artigos que depreciam Dilma tentando reduzí-la a uma figura influenciável e manipulável. Desmereceram a candidata, agora desmerecem a presidente eleita e, desde já, seu futuro governo.
A motivação da imprensa aliada aos partidos de oposição antecede a ideia de golpe. Os jornais acreditam representar o pedaço do Brasil que rejeitou Dilma.
Dilma foi eleita pelo Brasil setentrional. A oposição é o Brasil meridional. É verdade que Dilma fez muito mais votos na parte Sul do que Serra obteve na parte Norte. Mas ela perdeu entre os ‘sulistas ou ‘confederados’, que formam o Brasil da mídia. O Brasil de Dilma é o Brasil sem mídia. E o terceiro turno é, a par de um desejo de facções partidárias oposicionistas, uma tentativa da imprensa mais poderosa do Brasil meridional de expulsar para o Brasil setentrional a candidata e futura presidente dos pobres, dos excluídos, dos desvalidos, dos discriminados, dos trabalhadores, da classe operária.
Até aqui, Dilma mostrou que é muito maior do que se dizia dela no início da campanha. Mostrou que é capaz de traduzir perfeitamente a ideia da eficiência e da continuidade de um projeto bem sucedido e aprovado. Venceu a campanha eleitoral mais sórdida, repugnante e infame da história republicana. Venceu uma oposição torpe e uma imprensa indecente. E, no primeiro discurso de presidente eleita, estendeu a mão aos adversários propondo trabalho e união pelo país.
A deflagração do terceiro turno para o período 2011/2014 equivale ao anúncio de, no mínimo, mais de 1.400 dias de campanha e de confronto. Com certeza, não é o que quer e muito menos é de que precisa o povo do Brasil.
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Dilma, liberdade de expressão e os valores liberais

Na entrevista da manhã de hoje, Dilma defendeu a liberdade de expressão pelo melhor motivo disponível: porque sem ela certas alternativas se fecham, o que fecha nossos horizontes, e nos prejudica no desenvolvimento das nossas capacidades e potencialidades.

Ela viveu sob tal limitação como jovem dos anos do AI-5, e por isso quer evitá-la.

É de se notar que tal razão para a defesa da liberdade de expressão é a mesma de John Stuart Mill, muito bem sintetizada no texto de Humboldt que serve de epígrafe. O que coloca Dilma em um vínculo normativo com valores liberais bem fundamentais.

Enquanto isso, a oposição continua manchada com uma agenda fundamentalista baseada em emoções negativas, ao invés de razões. Seria bom se ela repensasse -- ou pensasse em -- seus valores de base, e modificasse suas práticas para melhor refletí-los.
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Lançamento em homenagem a Gildo Marçal Brandão


Na próxima sexta-feira, dia 5 de novembro, em São Paulo, será lançado o aguardado livro com textos de Gildo Marçal Brandão. 

O evento ocorrerá no Centro Universitário MariAntonia, da USP (Rua Maria Antonia,  294, Vila Buarque), a partir das 19 horas. Um pequeno debate enriquecerá ainda mais a noite, concebida também como uma homenagem ao Gildo, falecido no início do ano.

Organizado por Simone de Castro Tavares Coelho e prefaciado por Luiz Eduardo Soares, Brasílio Sallum e Denis Bernardes, o livro contém diversos textos publicados em jornais, livros e revistas, organizados em 3 blocos temáticos: Pensamento Político, Pensando a Política e Teoria Política. Incorpora também o Memorial e a Aula com os quais Gildo se apresentaria ao concurso para Professor Titular da USP.  Reúne, portanto, amplo material com reflexões argutas e profundas sobre o mundo, a política, o Brasil e a trajetória intelectual do autor.

O livro ainda conta com um caderno de fotos apresentado pela organizadora e com um DVD da última entrevista concedida por Gildo para o Instituto Wladimir Herzog.
 
Como observa Simone Coelho, o livro reflete um esforço coletivo que, "embora dolorido, é uma forma de registrar e evidenciar a rica e fértil trajetória intelectual de Gildo".

Gildo Marçal Brandão: itinerários intelectuais será lançado juntamente com outros títulos da Coleção Pensamento Político-Social, dirigida por Élide Rugais Bastos, André Botelho & Gabriela Nunes Ferreira para a Editora Hucitec. 
 
Um belo e oportuno evento.
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DJ Jesus

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O Poder é do ... e Emana do...

Folha de SP, 03/11/10.
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