Jornalismo de Esgoto I e II
Lasier Martins, o idiota do mês
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Lasier tomando choque na Festa da Uva: parece que gostou... |
Fazendo força para ganhar o prêmio do "funcionário do mês"do Grupo RBS (Rede Baixaria do Sul), o jornalista Lasier Martins conseguiu apenas fazer papel de idiota, ao tentar constranger Tarso Genro em entrevista feita, ao vivo, nesta sexta-feira (17/09), no programa Jornal do Almoço.
Na largada da entrevista, Lasier entra rachando: "antes de falarmos nos seus projetos, uma palavra sobre esses escândalos que tem acontecido em nível federal: José Dirceu, mensalão, agora Erenice Guerra. Embora pareça que isto não esteja afetando sua campanha, qual seu sentimento, como interpreta isto?"
A maneira como foi iniciada a entrevista é nojenta: antes de perguntar sobre as propostas do candidato, Lasier quis saber a opinião de Tarso sobre a enxurrada de denúncias sem provas que "casualmente" surge agora tentando atingir o Governo Lula e a campanha de Dilma e, ao dizer que aparentemente as denúncias não estejam afetando a campanha de Tarso, deixa no ar que poderão afetar, pois algo que hoje apenas "parece", amanhã pode ser diferente.
Mas Tarso não deu chance ao serviçal da família Sirotsky: "acho que se trata de uma questão meramente eleitoral, o que não quer dizer que não deva ser investigada.", lembrando a seguir que a firma criada pela filha de Serra (a-coitada-que-tem-três-filhos-para-criar) e o clã de Daniel Dantas, que está condenado a 10 anos de prisão, quebrou o sigilo fiscal de 60 milhões de contribuintes, concluindo que estas questões, ao serem trazidas à pauta eleitoral, apenas deseducam e não transformam a campanha eleitoral em disputas programáticas.
A cortada de Tarso deixou Lasier com cara de tacho, que ainda tentou encurtar a resposta do petista. O velho lacaio dos Sirotskys ficou apenas com o prêmio "O idiota do mês". Mas salvou seu hollerith.
É vergonhoso. Mas eles não sabem o que é isso.
Dr. Strange Zé

Grande Mídia planeja a “Venezuelização” do Brasil
via Marco Aurélio Weissheimer. – RS Urgente
Por Vinicius Wu
“Ressurge a Democracia! Vive a Nação dias gloriosos“
Trecho do Editorial de “O Globo” de 1° de abril de 1964.
No sombrio despertar das ditaduras latino-americanas, ditadores jamais se apresentaram enquanto tal. Golpistas jamais aplicam “golpes”. Na pior das hipóteses adotam “medidas extremas” para salvaguardar a democracia, a liberdade e, em casos mais graves, o “sagrado” direito à propriedade. Esta foi uma das “inovações” mais bizarras das ditaduras que emergiram no contexto da guerra-fria. Não é por acaso que até hoje, nos círculos saudosistas do regime militar, o golpe que depôs o Presidente eleito João Goulart seja saudado como “Revolução Redentora”.
De acordo com esta narrativa, as prisões, as torturas, o silêncio imposto à livre manifestação do pensamento e a perseguição política não foram mais do que gestos em defesa da “liberdade”. Até aí nada de novo. Porém, deve causar inquietação entre as forças democráticas no Brasil de hoje o ressurgimento desta retórica com uma força perturbadora ao longo das ultimas semanas.
Alguns dos principais jornais do país estão, há algumas semanas, trabalhando diariamente para imputar ao Presidente Lula a pecha de “ditador” e qualificar a eventual vitoria de Dilma como uma ameaça à democracia.
Foi o próprio Serra quem retomou o termo “República Sindicalista”, em reunião com militares no Rio de Janeiro. Agora, o remake de uma antiga propaganda de um periódico de São Paulo insinua comparações entre Lula e Hitler (sic), numa ignóbil peça publicitária que insulta a inteligência dos brasileiros.
Justiça seja feita a um dos mais erráticos colunistas do jornal O Globo, que há alguns dias foi quem lançou a moda de comparar o presidente mais popular da história do país, eleito e reeleito pelo voto direto, ao líder nazista. O mesmo colunista andou reproduzindo um artigo denominado “A solução final” (sic), no qual era apresentada uma tosca análise de um recente pronunciamento do Presidente Lula.
É sim preocupante o movimento, pois, embora não tenha força social e condições políticas de se transformar em um novo golpe, contribui para a emergência de um clima de recrudescimento da luta política no país, que pode ter graves conseqüências para a democracia e um desfecho imprevisível nos próximos anos.
Na verdade, o que buscam é a “venezuelização” do país. Ou seja, trabalham abertamente para a criação de um ambiente político de instabilidade permanente, fragilização das instituições democráticas e deslegitimação do voto popular.
O que está em jogo é o cenário em que se dará a luta política no país no próximo período.
Diante do fato de que a eleição de Dilma parece ter-se tornado um acontecimento praticamente irreversível, a questão passa a ser a definição do cenário em que se dará a luta política ao longo de um eventual governo Dilma. Pretendem inaugurar um ambiente de “crise permanente”, de confronto político aberto entre posições irredutíveis.
A comparação com a Venezuela é inevitável. Afinal, muito se fala por aqui dos erros de Hugo Chávez (em grande medida reais). No entanto, pouco é dito a respeito do comportamento golpista, desrespeitoso e grotesco dos grandes conglomerados de comunicação venezuelanos, que frequentemente chamam o presidente do país de “macaquito”.
Em seu renitente cinismo, os grandes monopólios da comunicação brasileiros alertavam para o “risco” da importação do chavismo por Lula. Agora passam, de fato, a incentivar a “Venezuelização” do Brasil, importando um comportamento golpista e irresponsável, característico da grande mídia venezuelana.
Já que não conseguem derrotar Lula trabalham para criar um ambiente de enfraquecimento da autoridade e da legitimidade social e política daquela que deve ser a próxima presidente do país.
A vitória do amplo diálogo social inaugurado por Lula – um dos elementos chave do sucesso de seu governo – conta com a aversão de determinados setores da grande mídia, que perceberam a centralidade de combater o novo “pacto” social – inaugurado por Lula – em sua estratégia de derrotar o PT a qualquer custo.
À época de Goulart a deslegitimação da democracia fundava-se no argumento de que a fraqueza da democracia estava permitindo a “bolchevização” do país, através da supostas concessões que o governo Goulart fazia ao PCB.
Na época atual, os esforços em favor da mesma deslegitimação visam atingir diretamente a figura do Presidente, identificando-o com o autoritarismo, o paternalismo e o clientelismo. Um grau de irresponsabilidade só compreensível face à enormidade do preconceito que lhes move.
Uma imprensa capaz de comparar um presidente democrata e com enorme popularidade ao criador de uma das maiores tragédias do século XX só pode mesmo estar disposta a tudo para fazer prevalecer sua visão de “democracia”. Estejamos atentos.