Na verdade o Ministro Celso Amorim, (foto) que se dizia hoje tão surpreso por ter ido dormir ontem, certo que Manuel Zelaya hoje estaria no México, fora o principal mentor junto ao governo mexicano para levar o presidente deposto aquele país, simulando uma necessidade de partida urgente, sugerindo algum risco para o presidente e seus familiares.
"Acordei pensando que Zelaya já estava no México, mas me surpreendi com a dificuldade de uma exigência absurda", disse Amorim, que chegou a chamar o governo atual de Honduras de quase marginal, no programa da Radiobras.
Mais tarde o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, da trupe de Hugo Chávez, afirmou que o plano era que Zelaya viajasse para o México, onde seria recebido com todas as honras de chefe de estado, e como presidente de Honduras, em seguida, partiria até Havana, onde participaria, no fim de semana, da cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), onde também seria muito festejado, por Hugo Chávez e sua corte de presidentes latinos.
Na fulgurante democracia cubana.Foto: Reuters

Quando souberam que Zelaya ia deixar o país, alguns dos seus partidários foram para as proximidades da embaixada brasileira
Alguns manifestantes acorreram a embaixada pensando que Zelaya ia mesmo sair da embaixada brasileira Sob o ponto de vista do direito internacional, Manuel Zelaya só pode deixar a embaixada do Brasil, ou como asilado político, ou apresentando-se a justiça do seu país, para responder as 17 ordens de captura que lhe foram expedidas pela justiça hondurenha, inclusive por traição a pátria, abuso de autoridade e malversação dos fundos públicos.
O chanceler hondurenho López Contreras, poderia inclusive ser processado, caso deixasse Manuel Zelaya sair do país, sem a legalidade do asilo político, por haver permitido a evasão de um procurado pela justiça.

Detalhe do segundo documento da embaixada do México solicitando salvo conduto para Zelaya, familiares e o assessor, procurado pela justiça. Veja o documento completo
Amorim acabou confirmando que Zelaya havia pedido aos governos brasileiro e argentino ajuda para transferir-se a outro país. Teria sugerido o México, que aceitou o encargo. A costura dessa operação foi finalizada em paralelo à Cúpula do Mercosul, que se deu no Uruguai nos últimos dias 7 e 8 e que contou com a presença da chanceler mexicana, Patrícia Espinosa. O ministro brasileiro esqueceu de citar que foi Hugo Chávez o portador do recado de Manuel Zelaya e quem articulou a operação fracassada.
Amorim disse também, que o fracasso dessa operação deixou o governo brasileiro atônito, especialmente pelo fato de ter sido provocado pela exigência do “governo de facto” de que Zelaya assinasse sua renúncia, o que não é verdade, e sua intenção de pedir asilo político ao México.
Para Amorim, tratou-se de uma tentativa de "humilhar, de querer esmagar" Zelaya. "Eu nunca vi algo semelhante. Isso apenas demonstra a total marginalidade desse “governo de facto” em relação às normas internacionais."
Foto: Reuters

Zelaya transformou a embaixada brasileira em sua prisão domiciliar, agora não sabe como sair da arapuca que ele mesmo montou
Manuel Zelaya não quer pedir asilo político pois essa condição lhe traria grandes limitações. Não poderia, por exemplo, realizar atividades políticas de dentro do país que o asilou. Com permite o governo brasileiro, que ele o faça de dentro de nossa embaixada.
Daqui há quarenta e oito dias, dia 27 de janeiro, quando acabaria o mandato de Zelaya, e o novo presidente eleito, Porfirio "Pepe" Lobo Sosa, assumir, o presidente deposto de Honduras, passará a ser um fantasma a assombrar nossa embaixada.