No más Chavez


CARACAS - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chamou de "estúpida" a marcha mundial convocada contra ele, organizada por um grupo de colombianos em vários países para protestar contra sua política externa. O protesto convocado pela internet ocorrerá em várias cidades sob o lema "No mas Chávez" (Chega de Chávez). Segundo o site da organização, um dos atos está programado para ser realizado em São Paulo, na avenida Paulista.


"Vejo que estão convocando uma marcha mundial contra Chávez. Eu digo: 'que coisa estúpida'!", afirmou o presidente venezuelano na Síria, onde faz uma escala em seu giro por alguns países com liberdades democráticas questionadas, como Líbia, Irã, Rússia, Bielo-Rússia e Argélia.

A convocação se propagou pela internet, com a criação de páginas no Facebook (http://www.facebook.com/nomaschavez) e no Twitter (http://twitter.com/NoMasChavez. "Estamos cansados de que o presidente Hugo Chávez nos insulte, insulte a América Latina e o mundo, e tente impor por meio de mentiras, do medo e da má educação de sua revolução anacrônica e delirante", diz o grupo organizador em sua página na internet (http://www.nomaschavez.org).

"Vá e marche contra Chávez, porque não é contra Chávez, é contra os povos", desafiou o presidente venezuelano durante entrevista coletiva transmitida pelo canal Telesur. Seguidores de Chávez, que afirma liderar uma revolução socialista em favor dos pobres, asseguraram que realizarão passeatas alternativas para demonstrar a boa imagem do presidente.

O líder venezuelano, conhecido por sua retórica antiamericana, se envolveu recentemente em polêmicas com outros chefes de Estado. Ele já foi chamado de "mafioso" pelo presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, de "ladrão de sete solas" pelo líder peruano Alan Garcia, de "diabo" pelo ex-presidente George W. Bush e ouviu um "cala a boca" do rei espanhol Juan Carlos.

Estadão
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Angeli - Hora do Jantar

Nestes tristes tempos - gastando o meu latim, recorro a Cícero: "O tempora! O mores!" - em que proliferam leis anti-qualquer coisa, não pude deixar de lembrar desta HQ do Angeli, publicada na "Chiclete com Banana" nos longínquos anos 80 do século passado.

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''Nenhum outro setor está sujeito a índices''

O Estado de S. Paulo - 03/09/2009

A senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), acha inaceitável que os produtores rurais se submetam a índices de produtividade que não vigoram para nenhum outro setor da economia.


Como vê o esforço que se faz no governo para atualizar o índice de produtividade rural?


Nós somos contra a ideia do índice por princípio. Nos recusamos a ser tratados de forma preconceituosa.


Por que preconceituosa?


Porque nenhum outro setor está sujeito a índices de produtividade. Por que nós devemos ter? Veja o caso do empresário do setor automobilístico. Se ele está produzindo cem automóveis e é atingido por uma crise econômica que reduz as exportações e o mercado interno, ele baixa a produção para 50 automóveis. Ninguém fala nada. Mas o setor rural não pode. Tem que manter a produção e produzir prejuízo, para satisfazer o índice, que é baseado em apenas dois fatores físicos - o tamanho da propriedade e a quantidade de grãos ou de carne que produz. Todos nós sabemos que não é só isso. Tem que analisar área, produção, mercado, crédito, juro, mão de obra, renda. Ninguém pode me obrigar a produzir prejuízo. Qualquer índice teria que utilizar uma análise global da produção.


Assessores do Incra falam em terras improdutivas mantidas como reserva de mercado.


Isso é coisa do passado, de vinte anos atrás. Hoje quem não for produtivo é expulso do mercado em menos de dois anos. Falam isso para obter terra para a reforma agrária, que segue um modelo inadequado para o País. Se, de um lado, fomos competentes para conquistarmos a posição de campeões do mundo em produtividade de grãos, até hoje não fomos competentes para encontrar um modelo adequado de reforma agrária. O que está aí não serve.


A Constituição fala que terras improdutivas devem para a reforma.


De acordo com a Constituição, as propriedades de pequeno e médio porte e as produtivas são insuscetíveis para a reforma. No caso das que não estiverem cumprindo a função social, devem ter apoio especial do governo. O problema está na lei que regulamentou os artigos da Constituição, obrigado o produtor a passar sempre por duas provas, a da produtividade e a utilização da terra. É uma combinação absurda. Se eu tenho mil hectares e a minha produção vai muito além dos índices e da média local, eu posso ser desapropriado se não estiver utilizando exatamente 80% da propriedade. O meu vizinho pode ter uma produção ruim e ficar sem risco de desapropriação se ocupar os 80%.


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Blog de Oro


Agradecemos imensamente a distinção e confiança nesta honrosa lembrança do amigo Laguardia do Blog : Brasil Liberdade e Democracia.

Indico:

Blog ByMel

Blog ANTISOCIALISMO

Blog Resistência e Liberdade

Blog A Verdade! Nada Mais que a Verdade!
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Camisas vermelhas, camisas negras


O Estado de S. Paulo - 03/09/2009



Quem é o povo no discurso do presidente Lula? Essa questão é o ponto-chave para se decifrar sua fala no comício do pré-sal. "Estou seguro de que o povo brasileiro entrará de corpo e alma neste debate, porque esse não é um assunto apenas para os iniciados e os especialistas. Nem tampouco um tema que deve ficar restrito ao Parlamento", disse o presidente. Noutra passagem, evocou a campanha de criação da Petrobrás, há mais de meio século. Segundo ele, "é a mão invisível do povo, bem mais sábia e permanente, e não a mão do mercado, que tece o destino do País". A quem se dirigia o presidente, a quem lançava sua convocação?

Mostrar a mistificação do discurso não basta para revelar o seu significado político. A evocação da campanha dos anos 50 é parte de uma evidente falsificação. O petróleo, o gás e toda a riqueza do subsolo já pertencem ao Estado e, portanto, ao povo brasileiro. Todos sabem disso, menos a massa manobrável. Não tem sentido atribuir à Petrobrás, hoje, a função estratégica imaginada há mais de 50 anos por seus idealizadores.

Que ele tenha falsificado os fatos ao atribuir aos adversários a intenção de privatizar ou desmantelar a empresa é também evidente. Não foi esse o propósito da Lei do Petróleo de 1997, nem havia sido essa a intenção do governo Geisel, ao instituir em 1975 os contratos de risco para prospecção e exploração de hidrocarbonetos. Lula torceu os fatos também ao mencionar a imagem do dinossauro, da companhia jurássica. A palavra "petrossauro" foi criação de Roberto Campos, não dos oposicionistas de hoje. O PP, atual versão do partido de Campos, integra a base aliada.

Lula não pode ter discursado para convencer quem conhece esses fatos, isto é, quem tem uma noção razoável da história do Brasil e especialmente de sua evolução econômica no pós-guerra. Quem tem esse conhecimento e apoia seu projeto político deve ser movido não por sua retórica, mas por afinidade ideológica ou pela expectativa de alguma recompensa. Alguns podem sinceramente acreditar num "fortalecimento" do Estado como caminho da redenção. Para outros, muito mais importante será a criação de boquinhas com mais uma estatal e com o enorme poder de intervenção embutido nos projetos de lei do pré-sal. Se esse e outros projetos semelhantes prosperarem, o aparelhamento e o empreguismo dos últimos anos terão sido apenas um aperitivo. Mas esses dados ainda não esclarecem toda a questão.

O "povo" convocado pelo presidente Lula, no comício de segunda-feira, só pode ser, portanto, a massa mobilizável por um projeto populista e de vocação autoritária. Ao negar a política do pré-sal como "um assunto apenas para os iniciados e os especialistas" e como um "tema restrito ao Parlamento", Lula chama o "povo" não para um debate efetivo, mas para o exercício da pressão. Quem evitou o debate público do projeto do pré-sal, até o começo desta semana, foi o governo, não os especialistas nem os parlamentares. Agora a discussão está aberta e ninguém é proibido de participar. Mas a participação "de corpo e alma", pregada por Lula, será um civilizado exercício de esclarecimento?

A resposta é obviamente negativa. Os grupos mais passíveis de mobilização pelo governo são bem conhecidos. São, em primeiro lugar, os parceiros sustentados com dinheiro do Tesouro, como os companheiros do MST, os estudantes profissionais e os líderes do neopeleguismo sindical. Na proposta de lei orçamentária de 2010 estão previstas despesas discricionárias de R$ 2,58 bilhões para o Ministério do Desenvolvimento Agrário (um dos financiadores do MST) e de R$ 1,43 bilhão para o Ministério da Agricultura. Quanto aos estudantes profissionais, já nem têm vergonha de se declarar financiados pelo governo. Ao contrário: defendem publicamente a entrega de recursos públicos a entidades estudantis domesticadas e convertidas em massa de manobra do "progressismo". Em relação aos sindicatos, a posição de Lula é tranquilíssima. Qual a diferença, hoje, entre a CUT e a Força Sindical?

O presidente Lula não terá dificuldade para levar o "povo" a entrar "de corpo e alma" no "debate" sobre a construção de mais esse formidável instrumento de poder econômico e político, o esquema do pré-sal. Parte do "povo" provavelmente irá à rua usando camisetas e bonés vermelhos. Poderia usar camisas pretas. Para a democracia, não faz diferença a cor do uniforme usado pelos grupos a serviço de projetos autoritários. Só os otimistas viram no comício do pré-sal um mero episódio das eleições de 2010. O projeto é mais amplo e isso se torna cada vez mais claro.
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